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Leituras indicadas para o vestibular da Unifra: Angústia de Graciliano Ramos

Era Vargas, o preço do café, nosso principal produto de exportação, havia caído. A censura da ditadura Vargas estava presente pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). Diversos participantes do então Partido Comunista foram perseguidos, torturados e presos, entre eles o autor desta obra, Graciliano Ramos.

Graciliano Ramos, o “continuador de Machado de Assis”, como é chamado, retrata em Angústia (1936) uma visão crítica das relações sociais, trazendo ao leitor uma visão pessimista, uma descrença nos valores humanos, em meio às ameaças e ao clima de perseguição, que ele, Graciliano, recebia e vivia, tanto que foi preso no dia em que entregou a obra para digitação.

O romancista na época era diretor público. Então escrevia a obra nos intervalos do trabalho, o que fez o romance ser escrito com muitas interrupções, e por isso, houve muita perturbação ao escrever.

Angústia retrata a história de Luís da Silva, funcionário público pessimista em relação a própria vida. Ele havia saído do âmbito rural muito cedo e nunca se adaptou ao meio urbano. Vivia com sua companheira, Marina, em uma casa no subúrbio, em um ambiente muito degradado, com muita sujeira e ratos por todo lado. Por esse motivo, Luís era atormentado pela ideia de ser um rato.

A história é toda contada em primeira pessoa, logo trazendo a subjetividade de Luís, o sentimento ao qual ele se encontrava. Todo o tempo a obra mostra a irritação, a estima baixa e como ele se sente insignificante, muito ajudado pelo ambiente sujo e pobre no qual vivia, pois a contaminação do lugar, junto dos ratos, contaminava o espírito de Luís.

Logo, o romance pode ser definido com um longo delírio, este gradativo, que fica cada vez mais obsessivo e paranoico. Isto é explicado na própria visão pessimista em primeira pessoa, pois Luís passa toda sua frustração, revolta, rebaixamento diante das pessoas, suas perdas e derrotas, assim faz com que o leitor se sinta angustiado.

Graciliano Ramos trás por meio do período literário da época, o Modernismo, toda uma crítica social e um retrato da população da época, como grupos eram oprimidos pelo capitalismo, o êxodo rural, migração do campo para a cidade, a miséria, a traição. Tudo isso faz de Angústia, um dos principais romances modernos, que querendo ou não, a tornam um marco da literatura brasileira.

Confira o vídeo especial produzido pelo Laproa, contando um pouco mais sobre o romance.

[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=yti44C5ePAA”]

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Era Vargas, o preço do café, nosso principal produto de exportação, havia caído. A censura da ditadura Vargas estava presente pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). Diversos participantes do então Partido Comunista foram perseguidos, torturados e presos, entre eles o autor desta obra, Graciliano Ramos.

Graciliano Ramos, o “continuador de Machado de Assis”, como é chamado, retrata em Angústia (1936) uma visão crítica das relações sociais, trazendo ao leitor uma visão pessimista, uma descrença nos valores humanos, em meio às ameaças e ao clima de perseguição, que ele, Graciliano, recebia e vivia, tanto que foi preso no dia em que entregou a obra para digitação.

O romancista na época era diretor público. Então escrevia a obra nos intervalos do trabalho, o que fez o romance ser escrito com muitas interrupções, e por isso, houve muita perturbação ao escrever.

Angústia retrata a história de Luís da Silva, funcionário público pessimista em relação a própria vida. Ele havia saído do âmbito rural muito cedo e nunca se adaptou ao meio urbano. Vivia com sua companheira, Marina, em uma casa no subúrbio, em um ambiente muito degradado, com muita sujeira e ratos por todo lado. Por esse motivo, Luís era atormentado pela ideia de ser um rato.

A história é toda contada em primeira pessoa, logo trazendo a subjetividade de Luís, o sentimento ao qual ele se encontrava. Todo o tempo a obra mostra a irritação, a estima baixa e como ele se sente insignificante, muito ajudado pelo ambiente sujo e pobre no qual vivia, pois a contaminação do lugar, junto dos ratos, contaminava o espírito de Luís.

Logo, o romance pode ser definido com um longo delírio, este gradativo, que fica cada vez mais obsessivo e paranoico. Isto é explicado na própria visão pessimista em primeira pessoa, pois Luís passa toda sua frustração, revolta, rebaixamento diante das pessoas, suas perdas e derrotas, assim faz com que o leitor se sinta angustiado.

Graciliano Ramos trás por meio do período literário da época, o Modernismo, toda uma crítica social e um retrato da população da época, como grupos eram oprimidos pelo capitalismo, o êxodo rural, migração do campo para a cidade, a miséria, a traição. Tudo isso faz de Angústia, um dos principais romances modernos, que querendo ou não, a tornam um marco da literatura brasileira.

Confira o vídeo especial produzido pelo Laproa, contando um pouco mais sobre o romance.

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