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Palestra na Unifra discute arboviroses urbanas

Svetoslav Nanev Slavov é especialista em virologia clínica e doenças infecciosas e faz pós-doutoramento na Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto. Foto: Jéssica Marian, Labfem

O mestrado em Ciências da Saúde e da Vida do Centro Universitário Franciscano está reunido em seminário desde o dia de ontem, 04, discutindo a interdisciplinaridade da pesquisa em saúde. Na tarde de hoje, terça-feira, 5, uma das palestras realizadas tratou das  doenças causadas pelos chamados arbovírus (vírus da dengue, Zika vírus, febre chikungunya e febre amarela) – as chamadas arboviroses urbanas estudadas hoje no Brasil.

O palestrante Svetoslav Nanev Slavov, pesquisador no Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto – SP, abordou os fatores para o surgimento de infecções emergentes após o ano de 2003, entre eles: a vulnerabilidade humana, mudanças no ecossistema, pobreza gritante/desigualdade social, guerras/fome, falta de políticas governamentais e desenvolvimento de armas biológicas. Segundo Slavov, há que se considerar também os vetores artrópodes e arbovírus, que são vírus provenientes de animal, transmitido para o hospedeiro vertebrado pela picada de vetores hematófagos, aprofundando a análise sobre as doenças transmitidas por pernilongos, mosquito-palha, carrapato/pulga e ácaros.

Incidência no Brasil

Segundo ele, a dengue é arbovirose mais grave e que mais causa mortes. Ela está  mais presente na região sudeste, que teve em 2014, a maior epidemia de dengue. Atualmente, aumentaram os casos de dengue hemorrágica, por causa dos múltiplos genótipos.

A Chikungunya, cujo vírus até 2004 só circulava em algumas regiões da África, sofreu uma mutação genética e se espalhou pelo mundo. Em 2014 entrou no Caribe e, posteriormente, no estado do Amapá, na cidade de Oiapoque. No Brasil encontrou um ambiente propício para a sua proliferação. Atualmente no país há dois genótipos do chikungunya se produzindo. Já o Zika vírus, aparentemente inofensivo, que pode causar grandes problemas à saúde pública.

A Febre amarela, que circula entre macacos, conta com a ajuda de dois vetores, é uma das arboviroses mais graves podendo levar a um choque hemorrágico profundo. A maior incidência da doença, no Brasil, concentra-se no estado do Maranhão, em Minas Gerais e na Amazônia.

Slavov referiu também sobre as viroses negligenciadas no Estado do Rio Grande do Sul. Citou o vírus da Hepatite E, que pode ser transmitida pelo consumo de carne mal preparada e possui uma grande variabilidade genética.  A transmissão zoonótica, que circula entre vários tipos de animais silvestres, como o javali, por exemplo. Mais grave que a hepatite A, ela possui todos os sintomas tradicionais das outras hepatites. E também mencionou o hantavírus, que provoca uma síndrome cardiopulmonar – doença emergente não  muito comum na zona urbana.

Segundo o  Svetoslav Slavov, a importância de discutir esse assunto no âmbito acadêmico se dá pela necessidade de informar o público. Ele considera as arboviroses um dos maiores problemas na atualidade, e acredita que precisa haver mais investimentos governamentais na pesquisa e tratamentos, porque trata-se de surtos muito grandes e de difícil controle.

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Svetoslav Nanev Slavov é especialista em virologia clínica e doenças infecciosas e faz pós-doutoramento na Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto. Foto: Jéssica Marian, Labfem

O mestrado em Ciências da Saúde e da Vida do Centro Universitário Franciscano está reunido em seminário desde o dia de ontem, 04, discutindo a interdisciplinaridade da pesquisa em saúde. Na tarde de hoje, terça-feira, 5, uma das palestras realizadas tratou das  doenças causadas pelos chamados arbovírus (vírus da dengue, Zika vírus, febre chikungunya e febre amarela) – as chamadas arboviroses urbanas estudadas hoje no Brasil.

O palestrante Svetoslav Nanev Slavov, pesquisador no Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto – SP, abordou os fatores para o surgimento de infecções emergentes após o ano de 2003, entre eles: a vulnerabilidade humana, mudanças no ecossistema, pobreza gritante/desigualdade social, guerras/fome, falta de políticas governamentais e desenvolvimento de armas biológicas. Segundo Slavov, há que se considerar também os vetores artrópodes e arbovírus, que são vírus provenientes de animal, transmitido para o hospedeiro vertebrado pela picada de vetores hematófagos, aprofundando a análise sobre as doenças transmitidas por pernilongos, mosquito-palha, carrapato/pulga e ácaros.

Incidência no Brasil

Segundo ele, a dengue é arbovirose mais grave e que mais causa mortes. Ela está  mais presente na região sudeste, que teve em 2014, a maior epidemia de dengue. Atualmente, aumentaram os casos de dengue hemorrágica, por causa dos múltiplos genótipos.

A Chikungunya, cujo vírus até 2004 só circulava em algumas regiões da África, sofreu uma mutação genética e se espalhou pelo mundo. Em 2014 entrou no Caribe e, posteriormente, no estado do Amapá, na cidade de Oiapoque. No Brasil encontrou um ambiente propício para a sua proliferação. Atualmente no país há dois genótipos do chikungunya se produzindo. Já o Zika vírus, aparentemente inofensivo, que pode causar grandes problemas à saúde pública.

A Febre amarela, que circula entre macacos, conta com a ajuda de dois vetores, é uma das arboviroses mais graves podendo levar a um choque hemorrágico profundo. A maior incidência da doença, no Brasil, concentra-se no estado do Maranhão, em Minas Gerais e na Amazônia.

Slavov referiu também sobre as viroses negligenciadas no Estado do Rio Grande do Sul. Citou o vírus da Hepatite E, que pode ser transmitida pelo consumo de carne mal preparada e possui uma grande variabilidade genética.  A transmissão zoonótica, que circula entre vários tipos de animais silvestres, como o javali, por exemplo. Mais grave que a hepatite A, ela possui todos os sintomas tradicionais das outras hepatites. E também mencionou o hantavírus, que provoca uma síndrome cardiopulmonar – doença emergente não  muito comum na zona urbana.

Segundo o  Svetoslav Slavov, a importância de discutir esse assunto no âmbito acadêmico se dá pela necessidade de informar o público. Ele considera as arboviroses um dos maiores problemas na atualidade, e acredita que precisa haver mais investimentos governamentais na pesquisa e tratamentos, porque trata-se de surtos muito grandes e de difícil controle.