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“Eu sou uma pessoa, não uma doença!”

A usuária do CAPS, Marcia Helena Jesus Silva recita seu poema ao lado do professor Marcos Adegas Azambuja. Foto: Vítor Cargnelutti/LABFEM

Na tarde de terça feira , 28, aconteceu na Universidade Franciscana,  durante o 9º Interfaces do Fazer Psicológico. o painel que debateu o protagonismo do usuário no seu tratamento e a Gestão Autônoma da Medicação (GAM). O bate papo foi  ministrada pelo psicólogo e professor da Universidade Federal de Santa Maria, Marcos Adegas de Azambuja e pela usuária Marcia Helena Jesus Silva.

A conversa começou com um simples poema, mas que surpreendeu quem estava reunido no Salão de Atos do Prédio 13, Conjunto III. Um poema que lido parece ser escrito por algum escritor famoso, mas a verdadeira  autora é a Marcia Helena, que contou a sua historia para os alunos e fez de uma conversa, uma lição de vida e superação.[dropshadowbox align=”left” effect=”lifted-both” width=”auto” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ]“Eu não tinha mais sentimentos, Nem me olhava no espelho, Vivia de tristeza e lamento, Esperava por um conselho. Através da palavra feia: Tu és uma louca. O sangue fervendo na veia, Minha garganta ecoa e fica rouca. Ninguém pode me ouvir, Mesmo assim eu falo. A minha pele pode sentir, O sentimento que agora exalo. Louca por uma loucura expressa Para loucos sentados e ouvidos atentos Sonhos em forma de promessa Corações loucos e sedentos”Por Marcia Helena Jesus Silva[/dropshadowbox]

Marcia Helena contou como é a sua vida no CAPs (Centro de Atenção Psicossocial), onde a principal função é um cuidar do outro, é se auto conhece, e ter, principalmente, união. Hoje, para ela, a vida tem formado um novo caminho. As dificuldades do passado, os problemas, as bipolaridades estão indo para o passado e Marcia busca um futuro melhor. Com um sorriso no rosto, contou ao público que nesse ano irá fazer a prova do ENEM e reconstruir uma nova vida. “Eu sou uma pessoa, não uma doença”, disse ela diante de um  emocionado  público presente.

Marcos Adegas Azambuja (esq) explicou como funciona o GAM.

Azambuja explicou sobre o GAM (Guia de Gestão Autônoma da Medicação), um guia  com base na tradução e adaptação do Guia de origem canadense (Quebec), voltado para atender às necessidades de pessoas em sofrimento mental grave. Segundo o psicólogo, ele teve início por intermédio de um estudo multicêntrico, cujo objetivo era a elaboração do Guia Brasileiro da Gestão Autônoma da Medicação (Guia GAM-BR) e a sua consequente aplicação em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS das cidades-piloto de Campinas-SP, Rio de Janeiro-RJ e Novo Hamburgo-RS). O guia é um conjunto de passos a serem propostos aos usuários com questões e informações destinadas a ajudá-lo a repensar as suas relações com o seu próprio cuidado e com o uso de medicamentos psiquiátricos, objetivando ampliar o poder de negociação do sujeito com o seu próprio tratamento.

A professora da UFN, Marcele Pereira da Rosa Zucolotto, do curso de Psicologia, acredita que a mensagem que a Marcia Helena passou para os alunos foi muito importante para a vida pessoal e, principalmente, para a formação acadêmica. “Ela fez construção da trajetória do que é ser psicólogo no sentido mais humano. Às vezes ficamos mais nos livros e esquecemos o porquê da nossa profissão. Ela nos trouxe uma vida, com sofrimentos, alegria e principalmente superação”, comentou.

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A usuária do CAPS, Marcia Helena Jesus Silva recita seu poema ao lado do professor Marcos Adegas Azambuja. Foto: Vítor Cargnelutti/LABFEM

Na tarde de terça feira , 28, aconteceu na Universidade Franciscana,  durante o 9º Interfaces do Fazer Psicológico. o painel que debateu o protagonismo do usuário no seu tratamento e a Gestão Autônoma da Medicação (GAM). O bate papo foi  ministrada pelo psicólogo e professor da Universidade Federal de Santa Maria, Marcos Adegas de Azambuja e pela usuária Marcia Helena Jesus Silva.

A conversa começou com um simples poema, mas que surpreendeu quem estava reunido no Salão de Atos do Prédio 13, Conjunto III. Um poema que lido parece ser escrito por algum escritor famoso, mas a verdadeira  autora é a Marcia Helena, que contou a sua historia para os alunos e fez de uma conversa, uma lição de vida e superação.[dropshadowbox align=”left” effect=”lifted-both” width=”auto” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ]“Eu não tinha mais sentimentos, Nem me olhava no espelho, Vivia de tristeza e lamento, Esperava por um conselho. Através da palavra feia: Tu és uma louca. O sangue fervendo na veia, Minha garganta ecoa e fica rouca. Ninguém pode me ouvir, Mesmo assim eu falo. A minha pele pode sentir, O sentimento que agora exalo. Louca por uma loucura expressa Para loucos sentados e ouvidos atentos Sonhos em forma de promessa Corações loucos e sedentos”Por Marcia Helena Jesus Silva[/dropshadowbox]

Marcia Helena contou como é a sua vida no CAPs (Centro de Atenção Psicossocial), onde a principal função é um cuidar do outro, é se auto conhece, e ter, principalmente, união. Hoje, para ela, a vida tem formado um novo caminho. As dificuldades do passado, os problemas, as bipolaridades estão indo para o passado e Marcia busca um futuro melhor. Com um sorriso no rosto, contou ao público que nesse ano irá fazer a prova do ENEM e reconstruir uma nova vida. “Eu sou uma pessoa, não uma doença”, disse ela diante de um  emocionado  público presente.

Marcos Adegas Azambuja (esq) explicou como funciona o GAM.

Azambuja explicou sobre o GAM (Guia de Gestão Autônoma da Medicação), um guia  com base na tradução e adaptação do Guia de origem canadense (Quebec), voltado para atender às necessidades de pessoas em sofrimento mental grave. Segundo o psicólogo, ele teve início por intermédio de um estudo multicêntrico, cujo objetivo era a elaboração do Guia Brasileiro da Gestão Autônoma da Medicação (Guia GAM-BR) e a sua consequente aplicação em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS das cidades-piloto de Campinas-SP, Rio de Janeiro-RJ e Novo Hamburgo-RS). O guia é um conjunto de passos a serem propostos aos usuários com questões e informações destinadas a ajudá-lo a repensar as suas relações com o seu próprio cuidado e com o uso de medicamentos psiquiátricos, objetivando ampliar o poder de negociação do sujeito com o seu próprio tratamento.

A professora da UFN, Marcele Pereira da Rosa Zucolotto, do curso de Psicologia, acredita que a mensagem que a Marcia Helena passou para os alunos foi muito importante para a vida pessoal e, principalmente, para a formação acadêmica. “Ela fez construção da trajetória do que é ser psicólogo no sentido mais humano. Às vezes ficamos mais nos livros e esquecemos o porquê da nossa profissão. Ela nos trouxe uma vida, com sofrimentos, alegria e principalmente superação”, comentou.