O ano é 2018, século XXI, mas pelos altos índices de feminicídios parece que estamos na idade média. A cada duas horas, uma mulher é assassinada no Brasil. Mesmo com as leis mais severas e inafiançáveis, isto não tem sido barreira para quem quer matar. Os motivos? As discriminações pelas quais as mulheres são alvos do machismo, pelo racismo, pela lesbofobia e pela maneira como vivem suas vidas, levando-as a mortes violentas. Quantas mulheres morreram apenas pela sua condição de gênero? Pelo ódio motivado, não tendo força física para própria defesa? Homens acovardados se aproveitam disso diariamente.
Numa entrevista para emprego, quantas mulheres já receberam as seguintes perguntas: ‘’Pretende engravidar? Tem filhos? Você quer trabalhar fora mas vai ter que cuidar da casa também’’? Tirando esse assédio moral, socialmente aceito, quantas mulheres já foram demitidas logo após uma licença maternidade? Temos um exemplo de um político que declarou, publicamente, que mulheres devem receber salários menores, pois engravidam.
O objetivo do dia 8 de março era reforçar as conquistas das lutas feministas das mulheres. De todas os homens que parabenizam as mulheres ‘’por serem fortes e guerreiras’’, quantos realmente reconhecem isso? Quantos desses mesmos homens já humilharam as mulheres com palavras de baixo calão, assediando-as verbalmente ou até mesmo sexualmente?
A hipocrisia grita –principalmente- nas redes sociais. Talvez um dia poderemos sim, comemorar o dia da mulher com a igualdade dos salários, com cargos de chefia, com o fim da violência doméstica. Talvez um dia poderemos caminhar na rua sem ter o medo de ser abusada sexualmente. Podemos sim, reconhecer alguns avanços, mas não está nem perto de ser o suficiente. Hoje eu, como mulher, afirmo que de feliz essa data não tem nada.