No calçadão de Santa Maria, na semana passada, pessoas se depararam com uma cena nada comum ao cotidiano da cidade. Dois artesãos, Flávio Ribeiro e Régis Castro fizeram com que a Praça Saldanha Marinho parasse seu fluxo por alguns instantes.
Os artesãos utilizavam somente a imaginação e os dedos para elaboração da chamada pintura Aéreo digital (utilização do sopro e mãos), assim denominada por Flávio Ribeiro.
Flávio e Régis foram responsáveis pelo aglomerado de pessoas em benefício da cultura popular em cidades de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No nosso estado eles já passaram pelas cidades de Porto alegre, Getúlio Vargas, Passo Fundo, Erechim e Santa Maria.
As expectativas de ambos é divulgar a arte brasileira na Europa. Para isso, Flávio está pensando em realizar um curso de francês e Régis de inglês para que não venham a sentir dificuldades na comunicação. “Se tudo der certo, queremos ficar por lá” diz Flávio, com relação à expectativa de uma vida mais digna e a realização de um sonho.
Flávio está impressionado com a receptividade do povo gaúcho, a aceitação é semelhante à de sua cidade natal Goiânia, onde era acostumado a realizar exposição ao ar livre. Já para Régis a experiência é recente, “comecei a trabalhar há três meses com este tipo de pintura”.
Material e imaginação
Flávio relata que somente uma de suas telas é pintada com lembrança de um local já visto por ele, a do Rio Araguaia, onde visitou ainda em sua infância. “Muitas vezes você não irá se deparar com as imagens da tela, pois elas são da minha própria imaginação”, comenta o rapaz.
O material utilizado para a pintura das telas (tinta óleo e os azulejos) segundo Régis, é fácil de ser encontrado em qualquer cidade, por isso o trabalho nunca é prejudicado por falta de material. Eles comentam que ainda pode-se viver da arte de rua no Brasil.
Fotos: Núcleo de Fotografia e Memória (Romulo Tondo)