“Estamos reconstruindo uma história”. Assim definiu a relações públicas e diretora do Masm, Deborah de Freitas Rosa, o que representa o resgate do museu. Para Deborah, a arte se define como um processo de comunicação constante que não é isolado, mas que se transforma conforme a busca de conhecimento das pessoas, seja qual for o segmento que lhes interessa: música, teatro, artes visuais ou plásticas.
Ela conta que a reabertura do local poderia se encaixar em qualquer dia do ano, no entanto, o trabalho que já estava sendo esboçado determinou que os 150 anos do município seria o marco para a realização imediata do objetivo. O próximo passo foi organizar uma equipe qualificada que entendesse que o museu é um fator de transformação, educação e troca, a fim de criar condições para que o Masm seja uma referência. “A nossa tranqüilidade hoje é saber que podemos contar com os contatos e parcerias da área que formam o grande diferencial do trabalho que vamos realizar”, aponta Deborah.
A participação dos artistas superou as expectativas dos organizadores, que entraram em contato com todos os segmentos de arte da cidade, como o curso de pós-graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o Núcleo de Produtores Visuais, a Associação dos Artistas Plásticos, os ateliês independentes, o Ateliê da GARE e o Grupo da Estação. Através dos seus representantes, a diretoria apresentou as primeiras propostas e o regulamento da primeira mostra. A resposta positiva resultou na exposição de 62 obras que se caracterizaram pela diversidade de técnicas e estilos. “Esta é prova de que os artistas acreditaram nesse novo momento. Conseguimos reunir no mesmo espaço, pela primeira vez, trabalhos de pós-doutores, professores de graduação, alunos, autodidatas e representantes das associações”, comemora a diretora.
Artista e professora, Therezinha Mör estava emocionada com a celebração. Uma das suas telas faz parte da exposição e retrata a fé, o céu e os morros de Santa Maria. “Pincelei um tributo à beleza da nossa cidade. É um privilégio participar dessa reconquista, o museu não poderia ter fechado nunca”, enfatiza ela.
Apesar de todo o investimento, como a troca de vidros quebrados, pintura externa e interna, reforma no piso e nas instalações elétricas, Deborah afirma que ainda há muito o que ser feito no Masm: “A idéia inicial era apenas renovar esse espaço. Agora vamos adaptá-lo, buscar outros recursos e atividades. Temos a certeza de que ele não é o melhor, mas a gente pode dizer que Santa Maria voltou a ter um museu”. Os projetos futuros compreendem a recatalogação do antigo acervo das 400 obras e a digitalização para um site, a formação de uma curadoria que avalie os planos de exposição e a criação da Associação dos Amigos do Museu.
Enquanto é montada uma equipe que trabalhe aos sábados e domingos, o Masm vai funcionar de segunda a sexta-feira, das 14 às 17h. O endereço é avenida Presidente Vargas, 1400 e a entrada é franca.