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A realidade dos animais de rua em Santa Maria: do abandono a adoção

A correlação entre bem-estar e convivência com animais de estimação existe a pelo menos 10 mil anos, desde que o homem domesticou o cão e gato. Segundo estudo publicado pelo jornal americano “American Journal of Cardiology” os animais tem a capacidade de melhorar o estado de humor, auxiliar no tratamento para depressão e até mesmo trazer benefícios para a saúde cardíaca.

Mesmo com esse importante papel dos animais na nossa saúde física e emocional, nem todos são valorizados ou vivem em condições adequadas. Casos de abandono, negligência e maus tratos crescem todos os dias.

Na cidade de Santa Maria, existem locais onde a situação crítica do abandono é evidente. O campus da UFSM e estradas próximas às saídas da cidade são exemplos de lugares usados para a “desova” de bichos. Esses animais geralmente só tem como opção de comida o que encontram no lixo. Além de viverem em condições precárias, sofrendo com as altas ou baixas temperaturas, eles também contraem pulgas, carrapatos, e até mesmo zoonoses, série de doenças infecciosas transmissíveis a humanos.

Um dos principais motivos para o aumento da população de animais nas ruas, segundo dados da Associação Brasileira de Medicina Veterinária (ABMV) se dá pela reprodução desenfreada. Um casal de cachorros, por exemplo, é capaz de gerar em três anos, cerca de 382 novos animais, considerando 2 crias por ano, com uma média de dois à oito filhotes por cria.

 

O vira-lata Apollo, adotado por Gabrielle ainda filhote. Foto: Arquivo Pessoal.
O vira-lata Apollo, adotado por Gabrielle ainda filhote. Foto: Arquivo Pessoal.

Casos de adoção

Muitos casos de animais abandonados e machucados passam despercebidos. A dona de casa Nilza Vieira, 48 anos, adotou cinco cachorros, dois resgatados da rua. “Um deles, o Fofinho, encontrei muito machucado devido à sarna, magro e sujo. Levou mais de um mês para que ele começasse a melhorar”. Nilza conta que muitas pessoas passavam por ele durante o dia, mas ela foi a única a se sensibilizar.

“A sensação de ter salvado a vida dele é indescritível. Ele me traz muita alegria”. Gabrielle Peccini, estudante de 17 anos também compartilha desta opinião: “Adotei um filhote. Sinto que dei a ele uma família, e em troca ele me dá amor incondicional. Aprendi com ele que amor não é um sentimento exclusivo dos humanos”.

 

Projetos de auxílio aos animais em Santa Maria

Santa Maria possuiu alguns movimentos criados em prol do bem-estar dos animais abandonados, como a ONG Amigos dos Animais e ONG Grupo de Apoio Santa-mariense de Proteção Animal, o Gaspa. Além destes,há mais de três anos, Santa Maria conta com a dedicação do “Projeto Quatro Patas” criado através da união de pessoas comuns. Segundo Tais Vieira, uma das diretoras do projeto, seu principal objetivo é conscientizar e mobilizar a comunidade, fazendo com que todos percebam que tem uma parcela de culpa em cada caso de abandono. “Queremos fazer com que as pessoas percebam que têm a capacidade de ajudar a situação a se reverter”, enfatiza.

A principal política pregada pelo grupo é a importância da castração, considerada a maneira mais eficaz e humanitária de conter o problema de superpopulação de animais, e trazer um resultado eficiente a longo prazo. “Castrando 48 fêmeas, conseguimos evitar o nascimento de outros 200 mil animais, que cresceriam nas ruas” conta Tais.

Os animais de rua têm uma capacidade de cativar e mobilizar o auxílio de pessoas. “Todos os casos onde há uma grande mobilização por parte da população me emocionam, afinal, este é a grande idéia do movimento”.

Além da castração, os projetos promovem e facilitam a adoção de animais. “Se forem adultos, os animais só são doados se estiverem castrados. Se forem filhotes, a pessoa só pode adotar caso se comprometa a castrar o mesmo quando ele atingir a idade certa” explica a coordenadora do “Projeto Quatro Patas”.

A iniciativa não possui sede e o grupo é formado inteiramente por voluntários que se comunicam pela página criado na rede social Facebook para realizar as doações em dinheiro, rações ou trabalho e também para expor casos de animais que necessitam de ajuda.  Existem postos de arrecadação de doações, clique aqui para conferir os locais onde é possível deixar sua contribuição.

 

Por Natália Rosso, para a disciplina de Jornalismo Online

 

 

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A correlação entre bem-estar e convivência com animais de estimação existe a pelo menos 10 mil anos, desde que o homem domesticou o cão e gato. Segundo estudo publicado pelo jornal americano “American Journal of Cardiology” os animais tem a capacidade de melhorar o estado de humor, auxiliar no tratamento para depressão e até mesmo trazer benefícios para a saúde cardíaca.

Mesmo com esse importante papel dos animais na nossa saúde física e emocional, nem todos são valorizados ou vivem em condições adequadas. Casos de abandono, negligência e maus tratos crescem todos os dias.

Na cidade de Santa Maria, existem locais onde a situação crítica do abandono é evidente. O campus da UFSM e estradas próximas às saídas da cidade são exemplos de lugares usados para a “desova” de bichos. Esses animais geralmente só tem como opção de comida o que encontram no lixo. Além de viverem em condições precárias, sofrendo com as altas ou baixas temperaturas, eles também contraem pulgas, carrapatos, e até mesmo zoonoses, série de doenças infecciosas transmissíveis a humanos.

Um dos principais motivos para o aumento da população de animais nas ruas, segundo dados da Associação Brasileira de Medicina Veterinária (ABMV) se dá pela reprodução desenfreada. Um casal de cachorros, por exemplo, é capaz de gerar em três anos, cerca de 382 novos animais, considerando 2 crias por ano, com uma média de dois à oito filhotes por cria.

 

O vira-lata Apollo, adotado por Gabrielle ainda filhote. Foto: Arquivo Pessoal.
O vira-lata Apollo, adotado por Gabrielle ainda filhote. Foto: Arquivo Pessoal.

Casos de adoção

Muitos casos de animais abandonados e machucados passam despercebidos. A dona de casa Nilza Vieira, 48 anos, adotou cinco cachorros, dois resgatados da rua. “Um deles, o Fofinho, encontrei muito machucado devido à sarna, magro e sujo. Levou mais de um mês para que ele começasse a melhorar”. Nilza conta que muitas pessoas passavam por ele durante o dia, mas ela foi a única a se sensibilizar.

“A sensação de ter salvado a vida dele é indescritível. Ele me traz muita alegria”. Gabrielle Peccini, estudante de 17 anos também compartilha desta opinião: “Adotei um filhote. Sinto que dei a ele uma família, e em troca ele me dá amor incondicional. Aprendi com ele que amor não é um sentimento exclusivo dos humanos”.

 

Projetos de auxílio aos animais em Santa Maria

Santa Maria possuiu alguns movimentos criados em prol do bem-estar dos animais abandonados, como a ONG Amigos dos Animais e ONG Grupo de Apoio Santa-mariense de Proteção Animal, o Gaspa. Além destes,há mais de três anos, Santa Maria conta com a dedicação do “Projeto Quatro Patas” criado através da união de pessoas comuns. Segundo Tais Vieira, uma das diretoras do projeto, seu principal objetivo é conscientizar e mobilizar a comunidade, fazendo com que todos percebam que tem uma parcela de culpa em cada caso de abandono. “Queremos fazer com que as pessoas percebam que têm a capacidade de ajudar a situação a se reverter”, enfatiza.

A principal política pregada pelo grupo é a importância da castração, considerada a maneira mais eficaz e humanitária de conter o problema de superpopulação de animais, e trazer um resultado eficiente a longo prazo. “Castrando 48 fêmeas, conseguimos evitar o nascimento de outros 200 mil animais, que cresceriam nas ruas” conta Tais.

Os animais de rua têm uma capacidade de cativar e mobilizar o auxílio de pessoas. “Todos os casos onde há uma grande mobilização por parte da população me emocionam, afinal, este é a grande idéia do movimento”.

Além da castração, os projetos promovem e facilitam a adoção de animais. “Se forem adultos, os animais só são doados se estiverem castrados. Se forem filhotes, a pessoa só pode adotar caso se comprometa a castrar o mesmo quando ele atingir a idade certa” explica a coordenadora do “Projeto Quatro Patas”.

A iniciativa não possui sede e o grupo é formado inteiramente por voluntários que se comunicam pela página criado na rede social Facebook para realizar as doações em dinheiro, rações ou trabalho e também para expor casos de animais que necessitam de ajuda.  Existem postos de arrecadação de doações, clique aqui para conferir os locais onde é possível deixar sua contribuição.

 

Por Natália Rosso, para a disciplina de Jornalismo Online