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Automedicação contamina farmácias de Santa Maria

O Brasil é campeão da automedicação. Genéricos ou de marca, com ou sem prescrição, continuam a ser comprados em farmácias reais ou virtuais. Foto: Válery Monteiro

A automedicação é uma prática muito comum entre os brasileiros. Ao sinal de qualquer sintoma, é comum ir a uma farmácia para resolver dores de cabeça, de garganta, febre ou dor de estômago, muitas vezes com um paliativo, já que sem a indicação correta, estamos suscetíveis a errar.

Analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos são os campeões de procura nas farmácias, “alguns clientes ainda perguntam ao farmacêutico, pedem indicação e informação sobre os medicamentos, mas a maioria já vem com o nome certo do que quer, porque já estão acostumados a tomar sempre”, relata Lauzimar, gerente da farmácia central do Calçadão da cidade.

Os funcionários estão acostumados com clientes que chegam à procura de indicações de medicamentos, “quando são essas coisinhas cotidianas que todo mundo tem, como dor de cabeça ou garganta, a gente indica algum medicamento. Na falta de sabermos o que a pessoa tem, a gente recomenda a visita ao médico, aí perguntamos se é reincidente, se a pessoa tem sempre, a gente tem esse cuidado de perguntar e atender bem o cliente. Se realmente não sabemos como ajudar, como proceder, aconselhamos que a pessoa vá ao médico, porque só ele poderá dizer ao certo o que é e como agir, o que tomar, como e quando tomar”, diz Lauzimar.

Muitas vezes, os farmacêuticos e funcionários são pressionados pelos clientes que desejam comprar medicamentos sem a receita médica, “muitos deles batem o pé e engrossam a voz, mas a gente não vende, não tem jeito”.

Com o objetivo de ampliar o controle sobre a comercialização de antibióticos orais e injetáveis, para contribuir com a redução da resistência bacteriana na comunidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), incluiu os antibióticos na Portaria SVS/MS nº. 344/98, que lista as substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial no Brasil.  “Esse fato aumentou a venda de anti-inflamatórios”, diz Luciano, funcionário de outra farmácia.

Ao caminharmos pela farmácia encontramos lembretes aos clientes dos riscos da automedicação. Foto: Válery Monteiro
Mais avisos aos clientes. Foto por Válery Monteiro

Luciano, alerta também, para os clientes que querem que a farmácia seja um hospital, “se é uma dor de estômago, ou má digestão após um final de semana, é tranquilo, mas têm clientes que querem que nós sejamos os médicos. Nós não temos a formação do médico, a gente só sabe um pouco, da vida, de trabalhar aqui na farmácia, e da nossa formação, mas é diferente da do médico, claro, e os clientes não entendem isso”.

O  cliente frequente, que faz uso de medicamentos controlados tem consciência da necessidade do documento, Lauzimar explica que sempre há uma conversa com o cliente que acredita que por fazer um tratamento, não há a obrigação de apresentar receita. “Como a gente tem o SNGPC (Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados”, todos os dias a farmacêutica dá baixa nas receitas, nós não fazemos esse tipo de venda, existem ainda farmácias que fazem isso, mas não é o nosso caso”.

 

Foto por: Válery Monteiro
Foto: Válery Monteiro

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por Válery Monteiro para a disciplina de Jornalismo Online

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O Brasil é campeão da automedicação. Genéricos ou de marca, com ou sem prescrição, continuam a ser comprados em farmácias reais ou virtuais. Foto: Válery Monteiro

A automedicação é uma prática muito comum entre os brasileiros. Ao sinal de qualquer sintoma, é comum ir a uma farmácia para resolver dores de cabeça, de garganta, febre ou dor de estômago, muitas vezes com um paliativo, já que sem a indicação correta, estamos suscetíveis a errar.

Analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos são os campeões de procura nas farmácias, “alguns clientes ainda perguntam ao farmacêutico, pedem indicação e informação sobre os medicamentos, mas a maioria já vem com o nome certo do que quer, porque já estão acostumados a tomar sempre”, relata Lauzimar, gerente da farmácia central do Calçadão da cidade.

Os funcionários estão acostumados com clientes que chegam à procura de indicações de medicamentos, “quando são essas coisinhas cotidianas que todo mundo tem, como dor de cabeça ou garganta, a gente indica algum medicamento. Na falta de sabermos o que a pessoa tem, a gente recomenda a visita ao médico, aí perguntamos se é reincidente, se a pessoa tem sempre, a gente tem esse cuidado de perguntar e atender bem o cliente. Se realmente não sabemos como ajudar, como proceder, aconselhamos que a pessoa vá ao médico, porque só ele poderá dizer ao certo o que é e como agir, o que tomar, como e quando tomar”, diz Lauzimar.

Muitas vezes, os farmacêuticos e funcionários são pressionados pelos clientes que desejam comprar medicamentos sem a receita médica, “muitos deles batem o pé e engrossam a voz, mas a gente não vende, não tem jeito”.

Com o objetivo de ampliar o controle sobre a comercialização de antibióticos orais e injetáveis, para contribuir com a redução da resistência bacteriana na comunidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), incluiu os antibióticos na Portaria SVS/MS nº. 344/98, que lista as substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial no Brasil.  “Esse fato aumentou a venda de anti-inflamatórios”, diz Luciano, funcionário de outra farmácia.

Ao caminharmos pela farmácia encontramos lembretes aos clientes dos riscos da automedicação. Foto: Válery Monteiro
Mais avisos aos clientes. Foto por Válery Monteiro

Luciano, alerta também, para os clientes que querem que a farmácia seja um hospital, “se é uma dor de estômago, ou má digestão após um final de semana, é tranquilo, mas têm clientes que querem que nós sejamos os médicos. Nós não temos a formação do médico, a gente só sabe um pouco, da vida, de trabalhar aqui na farmácia, e da nossa formação, mas é diferente da do médico, claro, e os clientes não entendem isso”.

O  cliente frequente, que faz uso de medicamentos controlados tem consciência da necessidade do documento, Lauzimar explica que sempre há uma conversa com o cliente que acredita que por fazer um tratamento, não há a obrigação de apresentar receita. “Como a gente tem o SNGPC (Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados”, todos os dias a farmacêutica dá baixa nas receitas, nós não fazemos esse tipo de venda, existem ainda farmácias que fazem isso, mas não é o nosso caso”.

 

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