O papel do jornalista é buscar e tornar públicas informações que são de importância e de interesse para a sociedade. O jornalismo tem o compromisso com a verdade, e sabemos que a verdade é relativa, principalmente quando se trata de assuntos políticos. Segundo o Relatório da Violência Contra os Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil , só no ano de 2015, foram registrados 137 casos de violência. Em 2014 foram três assassinatos de jornalistas no Brasil. Já em 2015 houve duas mortes, sendo uma de jornalista estrangeiro. No mesmo ano, radialistas, comunicadores populares e blogueiros foram vítimas de nove casos de homicídio.
Ainda segundo o Relatório, na maioria dos casos, desde 2013, a violência partiu de policiais militares devido às manifestações de rua. Como foi possível acompanhar em 2013 e 2014, durante as principais manifestações políticas pelo país, tanto manifestantes quanto jornalistas foram agredidos pela PM. Por serem facilmente identificáveis, os repórteres cinematográficos e fotográficos são as maiores vítimas. E são justamente eles que tem o poder, tem as armas, capazes de identificar os responsáveis pelas injustiças do momento e divulgá-las.
Em 2013 o país estava em 10ª posição no ranking de países mais perigosos para o trabalho de jornalista segundo pesquisa do Committee to Protect Journalists (Comitê de Proteção aos Jornalistas). Nos dados de 2015 o país aparece empatado com o Iraque em terceiro lugar.
Não é fácil sentir-se seguro para trabalhar em um país tão corrupto como o Brasil, que quase todo dia é descoberto algum “podre” de políticos. O medo de ter uma morte encomendada também é real. Além de outras questões, a insegurança também prejudica a liberdade de imprensa. É uma questão óbvia, o jornalista sente medo, acredita que não vale a pena, então não vai atrás de apurar ou publicar uma matéria que possa causar algum perigo para ele ou sua família. Por ser a região que mais concentrou manifestações, o Sudeste também representa a região do país com maior registro de agressões, sendo 55,81% em 2014 e 41,6% em 2015.
É necessário tomar medidas que amparem o jornalista, para que ele possa realizar seu trabalho e desempenhar seu papel social com segurança, sem ser prejudicado e sem correr riscos. E para que a sociedade também não seja prejudicada, deixando de ser informada sobre a realidade do país, pois de prejudicial já basta a manipulação de informações.
Arcéli Ramos, acadêmica do quarto semestre de Jornalismo da Unifra, santa-mariense, apaixonada por Jornalismo Literário. Texto originalmente produzido para a cadeira de Legislação e Ética em Jornalismo