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Santa Maria, RS, Brazil

Comunicação e política: interesses publicos ou privados?

 

Para a primeira palestra da segunda noite do IV Fórum de Comunicação Social da Unifra, nada melhor que um assunto polêmico para aguçar os ânimos dos participantes. Conversar sobre ‘Comunicação, Políticas e Interesses Públicos e Privados’ e todos os seus pormenores pode lá não ser tão simples assim, porém nas mãos da professora Drª Maria Helena Weber, da Universidade Federal do   Rio Grande do Sul, o assunto adquiriu algumas questões a mais.

 Da falta de políticas públicas para a comunicação até os interesses mercadológicos das mídias, encontram-se vários fatores que atuam contra a tão sonhada comunicação comprometida. Tais ingredientes adicionados a fartas doses de interesses  políticos  torna-se um prato que provoca asco em muitas pessoas. Mas não adianta torcer o nariz, pois “a história da comunicação e da política estão muito ligadas, elas se relacionam” afirma Maria Helena Weber.

 

Para entender melhor esse envolvimento, a professora faz sua explanação a partir de aspectos históricos da política brasileira, dos quais o jornalismo e até mesmo a publicidade fizeram grande uso. Dentre eles, ela lembra em especial do caso do ex-ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, que sem saber que era gravado, fez declarações de corrupção no governo em que atuava. Recorda também da participação importante da mídia no pontos decisivos para a deposição de Fernando Collor do governo.

 

Maria Helena Weber ainda salienta o papel da publicidade dentro do governo nacional, de onde surgem as chamadas propagandas de interesse público. “Eles não podem fazer propaganda simplesmente para si mesmo e pronto. A propaganda tem que atender a algum ponto de interesse da população, para aí sim, divulgar a imagem do governo” comenta. E diante de tal aspecto fica até difícil não desabafar: “tudo que se refere a políticas públicas para a comunicação no Brasil é muito complicado”.

 

 De acordo com a professora, há muitos pontos delicados neste assunto, que motivam questionamentos e dúvidas. “Uma redemocratização pode vir dessa mídia que faz a vigilância da democracia, entretanto, essa mídia tem que estar distante de interesses e envolvimentos políticos, um aspecto bem complicado”, menciona. No entanto, para ela o mais importante é não se conformar com as falhas e tentar agir para modificar o que está errado. “Temos que ter consciência de que não adianta nos acomodarmos com o pensamento de que as coisas são assim e não vão mudar. Temos que fazer as coisas mudarem,  quem se conforma com as coisas não precisa nem pensar em entrar em uma faculdade, porque não vai adiantar nada”, arremata.

 

Fotos: Vinícius Freitas (Laboratório de Fotografia e Memória) 

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 Da falta de políticas públicas para a comunicação até os interesses mercadológicos das mídias, encontram-se vários fatores que atuam contra a tão sonhada comunicação comprometida. Tais ingredientes adicionados a fartas doses de interesses  políticos  torna-se um prato que provoca asco em muitas pessoas. Mas não adianta torcer o nariz, pois “a história da comunicação e da política estão muito ligadas, elas se relacionam” afirma Maria Helena Weber.

 

Para entender melhor esse envolvimento, a professora faz sua explanação a partir de aspectos históricos da política brasileira, dos quais o jornalismo e até mesmo a publicidade fizeram grande uso. Dentre eles, ela lembra em especial do caso do ex-ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, que sem saber que era gravado, fez declarações de corrupção no governo em que atuava. Recorda também da participação importante da mídia no pontos decisivos para a deposição de Fernando Collor do governo.

 

Maria Helena Weber ainda salienta o papel da publicidade dentro do governo nacional, de onde surgem as chamadas propagandas de interesse público. “Eles não podem fazer propaganda simplesmente para si mesmo e pronto. A propaganda tem que atender a algum ponto de interesse da população, para aí sim, divulgar a imagem do governo” comenta. E diante de tal aspecto fica até difícil não desabafar: “tudo que se refere a políticas públicas para a comunicação no Brasil é muito complicado”.

 

 De acordo com a professora, há muitos pontos delicados neste assunto, que motivam questionamentos e dúvidas. “Uma redemocratização pode vir dessa mídia que faz a vigilância da democracia, entretanto, essa mídia tem que estar distante de interesses e envolvimentos políticos, um aspecto bem complicado”, menciona. No entanto, para ela o mais importante é não se conformar com as falhas e tentar agir para modificar o que está errado. “Temos que ter consciência de que não adianta nos acomodarmos com o pensamento de que as coisas são assim e não vão mudar. Temos que fazer as coisas mudarem,  quem se conforma com as coisas não precisa nem pensar em entrar em uma faculdade, porque não vai adiantar nada”, arremata.

 

Fotos: Vinícius Freitas (Laboratório de Fotografia e Memória)