Apesar da movimentação da prefeitura municipal, a principal dificuldade dos santa-marienses tem sido rodar e andar de forma tranquila pela cidade. De norte a sul, de leste a oeste é possível encontrar verdadeiras crateras pelas ruas e calçadas de Santa Maria. O fato é que existem vários pontos da cidade em que a circulação de carros e pedestres se torna difícil e, para complicar a situação, a chuva não deu trégua à população.
Com todo o direito de reclamar e pedir melhorias, os cidadãos se organizam via redes sociais. A queixa é antiga. Desde 2014 foram criados vários grupos no facebook, – Buracos em Santa Maria, Rota dos Buracos, Meu buraco, minha rua, entre outros -, onde moradores postam fotos e endereços das suas ruas esburacadas, solicitando medidas por parte da prefeitura municipal, cobrando o destino dos impostos.
A questão afeta a todos. Andrio Dias, 32 anos, há cinco anos taxista relata que a chuva é um fator primordial para o aumento dos buracos no município. “Está horrível a situação. Há poucas semanas atrás testemunhei um acidente na rua Andradas com André Marques”. O taxista tem razão ao falar que a chuva atrapalha. De acordo com Organização Meteorológica Mundial (OMM), Santa Maria registrou 181mm na sexta-feira que passou.
Para Franciel Lima Rodrigues, 26 anos, que trabalha na rua como vendedora, é uma ” situação lamentável. A chuva só atrapalha. Hoje uma mulher caiu, junto com sua filha, na Rua Alberto Pasqualini”, conta em tom de preocupação. “A prefeitura deveria tomar alguma providência, mas não vejo nenhuma atitude do poder público”.
A ACS foi ouvir a Prefeitura Municipal para tentar esclarecer a situação. Paulo Roberto de Almeida Rosa, secretário de Infra-estrutura e Serviços Públicos da Prefeitura Municipal de Santa Maria, em entrevista à ACS, falou sobre as causas e as providências que estão sendo tomadas pelo setor para resolver o problema da pavimentação das ruas na cidade.
Segundo o secretário, o problema vem de muito tempo. Faltam recursos financeiros, houve um aumento populacional desde os anos 90 e a pavimentação correta não acompanhou esse processo. ” Falta uma boa pavimentação, ou seja de uma base boa para não aconteça mais erosões no solo. A Administração Municipal está sem recursos para a manutenção das pavimentações. O asfalto foi lançado sobre um calçamento que não estava regular. A falta de planejamento causou uma impermeabilização do solo. Muitos dos buracos resultam da adequação da rede de saneamento. E a falta de recolocação adequada do asfalto pelos envolvidos da Corsan acaba por danificar ainda mais as ruas da cidade, causando erosão. A pressa das pessoas quanto ao trabalho da Corsan na reparação dos buracos culminam em um serviço feito pela metade, e isso agrega ainda mais ao acúmulo de buracos na cidade, prejudicando o solo e o sub-solo da cidade”, afirma ele.
Almeida Rosa diz que os recursos liberados – um milhão de reais para a área de infraestrutura – através de um decreto de descontingenciamento assinado pelo prefeito serão utilizados não apenas no asfalto, mas Mas sim para todo o gerenciamento da equipe e de maquinários para o início das obras. “Não se limita apenas ao asfalto. Também será necessário uma equipe para limpar os bueiros para colaborar com o trabalho de pavimentação, mas para isso as máquinas terão de ser consertadas. Além disso, o pagamento de horas extras do servidor terá de ser feito é a nossa obrigação”, esclarece o secretário. Ainda segundo ele, uma ação conjunta entre a prefeitura e a Corsan busca solucionar o problema do sub-solo da cidade. Enquanto a prefeitura municipal faz os reajustes das ruas em forma de etapas que podem durar dias – isso tudo para que não tenha problemas no solo futuramente – reintera que a prioridade são as vias de ligação. “Nós estamos com um planejamento de Programa emergencial de restabelecimento de trafegabilidade. Não é nome bonito para operação tapa buraco. O programa vai durar por muito tempo, no entanto, depende de várias situações, recursos humanos e equipamentos são os principais”, afirma.
Questionado se o programa pode durar até o final da atual administração, Almeida Rosa, diz que sim e por isso o prefeito solicitou ao DAER para disponibilizar engenheiros capacitados para diagnosticar o solo e identificar as causas e possíveis providências a serem efetuadas. “Não há tempo para conseguir os recursos, pelo menos nessa administração, por isso vamos continuar chamando de “programa emergencial de reestabelecimento de trafegabilidade. Na primeira etapa de readequação do asfalto das Ruas principais da cidade, as nossas prioridades estão atentas à rua João Batista de Jobim que dá acesso à rodoviária, a General Neto, a Duque de Caxias, a Floriano Peixoto, a Pedro Batista, a Euclides da Cunha, as Presidentes Vargas e Walter Jobim,a Avenida Rio Branco, a Marechal de Deodoro, a Avenida Dores, a Ernesto Becker, a Avenida Borges de Medeiros, entre outras”, conclui o secretário. Agora é ter paciência e esperar.