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Leituras indicadas para o vestibular da Unifra: Bagagem de Adélia Prado

Foto: Imagens Google.

 “Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira.” Foi assim que Adélia Prado, um dos mais importantes nomes da poesia feminina brasileira do século XX, iniciou seu livro Bagagem. Com o poema “Com Licença Poética”, o qual se inspira claramente no poema “Sete faces” de Carlos Drummond de Andrade. Anuncia já no primeiro poema do livro seu objetivo com a obra: apresentar seus sentimentos em relação ao universo que a cerca, mesmo com todas as limitações impostas pela sociedade da época à mulher.  Adélia constrói seus poemas a partir de estruturas bastante simples, não costuma fazer uso de palavras rebuscadas nem emprega recursos formais muito sofisticados.

   Bagagem foi seu livro de estreia, lançado em 1976, é considerado um dos principais livros de poesia publicados por mulheres nas últimas décadas. Sua obra interessante e diversa é marcada pela simplicidade com que trata de temas do cotidiano. Ela foi descoberta por Afonso Romão de Sant’Anna, que apresentou a obra para Drummond, o qual achou muito interessante e quis que Adélia fosse conhecida pelo Brasil, pois sua obra é totalmente retratada com sua espontaneidade.

Adélia Prado, um dos mais importantes nomes da poesia feminina brasileira do século XX. Foto: Imagens Google.

A autora divide o livro em cinco partes: Modo Poético, com 66 poemas; Um Jeito e Amor, com 19 poemas; A Sarça Ardente – I, com 14 poesias; A Sarça Ardente – II, com 13 poesias; e Alfândega, com um poema. Retrata sua condição feminina várias vezes e em vários pontos. O amor é outra temática abordada, ele aparece de forma muito simples. Há também uma presença constante do cotidiano, cenas da vida corriqueiras que ganham um tom lírico, porque ela faz parte de um grupo de poetas mineiros que traz de volta o lirismo para dentro da poesia.

   As relações familiares, como o amor entre mãe e filho, a relação entre pai e filha, ou entre marido e mulher também são retratadas. Adélia escreve também sobre a questão da memória, relembrando acontecimentos vividos por gerações anteriores. Outro aspecto importante de destacar é a questão da religiosidade e relação com o sobrenatural.

De acordo com a professora de literatura, Adriana Aires, o livro tem uma importância totalmente especial porque a autora é uma dessas poetisas que traz muito forte questões de busca de igualdade entre gêneros, a busca do espaço da mulher de se ver como um ser capaz de ultrapassar algumas barreiras existentes. Não que ela vá vencer esses aspectos, mas que pode ser mãe, esposa, companheira, entretanto também ser aquela mulher que vai em busca dos seus objetivos.

“É muito necessário abordar essas temáticas femininas dentro de uma sociedade machista da década de 70. Ainda que em 2017 ainda exista bastante questões de machismo, abordar uma temática dessas em plena época de ditadura, onde ela apresenta vivências de mulheres, esposas, mães, dá voz a essas mulheres comuns, e ainda traz questões de amor e religiosidade, é realmente legal de ver o quanto esse empoderamento já era dado através da literatura e da poesia”, analisa a professora.

O Laproa produziu um comentário em vídeo sobre bagagem. Confira!

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Foto: Imagens Google.

 “Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira.” Foi assim que Adélia Prado, um dos mais importantes nomes da poesia feminina brasileira do século XX, iniciou seu livro Bagagem. Com o poema “Com Licença Poética”, o qual se inspira claramente no poema “Sete faces” de Carlos Drummond de Andrade. Anuncia já no primeiro poema do livro seu objetivo com a obra: apresentar seus sentimentos em relação ao universo que a cerca, mesmo com todas as limitações impostas pela sociedade da época à mulher.  Adélia constrói seus poemas a partir de estruturas bastante simples, não costuma fazer uso de palavras rebuscadas nem emprega recursos formais muito sofisticados.

   Bagagem foi seu livro de estreia, lançado em 1976, é considerado um dos principais livros de poesia publicados por mulheres nas últimas décadas. Sua obra interessante e diversa é marcada pela simplicidade com que trata de temas do cotidiano. Ela foi descoberta por Afonso Romão de Sant’Anna, que apresentou a obra para Drummond, o qual achou muito interessante e quis que Adélia fosse conhecida pelo Brasil, pois sua obra é totalmente retratada com sua espontaneidade.

Adélia Prado, um dos mais importantes nomes da poesia feminina brasileira do século XX. Foto: Imagens Google.

A autora divide o livro em cinco partes: Modo Poético, com 66 poemas; Um Jeito e Amor, com 19 poemas; A Sarça Ardente – I, com 14 poesias; A Sarça Ardente – II, com 13 poesias; e Alfândega, com um poema. Retrata sua condição feminina várias vezes e em vários pontos. O amor é outra temática abordada, ele aparece de forma muito simples. Há também uma presença constante do cotidiano, cenas da vida corriqueiras que ganham um tom lírico, porque ela faz parte de um grupo de poetas mineiros que traz de volta o lirismo para dentro da poesia.

   As relações familiares, como o amor entre mãe e filho, a relação entre pai e filha, ou entre marido e mulher também são retratadas. Adélia escreve também sobre a questão da memória, relembrando acontecimentos vividos por gerações anteriores. Outro aspecto importante de destacar é a questão da religiosidade e relação com o sobrenatural.

De acordo com a professora de literatura, Adriana Aires, o livro tem uma importância totalmente especial porque a autora é uma dessas poetisas que traz muito forte questões de busca de igualdade entre gêneros, a busca do espaço da mulher de se ver como um ser capaz de ultrapassar algumas barreiras existentes. Não que ela vá vencer esses aspectos, mas que pode ser mãe, esposa, companheira, entretanto também ser aquela mulher que vai em busca dos seus objetivos.

“É muito necessário abordar essas temáticas femininas dentro de uma sociedade machista da década de 70. Ainda que em 2017 ainda exista bastante questões de machismo, abordar uma temática dessas em plena época de ditadura, onde ela apresenta vivências de mulheres, esposas, mães, dá voz a essas mulheres comuns, e ainda traz questões de amor e religiosidade, é realmente legal de ver o quanto esse empoderamento já era dado através da literatura e da poesia”, analisa a professora.

O Laproa produziu um comentário em vídeo sobre bagagem. Confira!

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