Era para ser assim a Praça da Matriz de Itaara. Os moradores do município criticam a prefeitura que parou as obras da praça da cidade. O projeto foi aprovado na administração anterior que obteve do Ministério do Turismo a liberação de uma verba no valor de R$ 110 mil para a construção, e encerrou o mandato no final de 2008.
O proposta arquitetônica e de paisagismo da praça Matriz projetada pela empresa Marcuzo construção e arquitetura, que também assinava em 2006 como colaboradora do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Itaara/RS, está na gaveta. A obra de construção da Praça da Matriz parou em 2009.
Segundo Rony Carnieletto (PP), ex-prefeito da cidade, a sua administração encerrou o mandato e deixou verba em caixa para dar continuidade ao projeto que faz parte do plano diretor do município. Na época, a então administração da prefeitura buscou parceiros e negociou a liberação do local para iniciar o projeto. E isto só foi possível porque dois moradores cederam parte dos seus terrenos para a obra. Antes de entregar a prefeitura, a gestão concluiu o aterramento da área.
Na atual administração a construção da praça foi planejada em três etapas. Até agora somente uma foi concluída. Quem chega ao centro de Itaara, na Avenida Guilherme Kurtz em frente à Igreja Matriz, vê uma construção inacabada de aproximadamente 100m² que inclui quatro banheiros e duas lanchonetes. Vê também um pergolado de madeira de 50m², parte do projeto original da praça.
A Agência Central Sul foi ouvir o engenheiro responsável pela obra, Nelson Pascotto. Segundo ele, esta etapa da construção custou R$109 mil, praticamente o valor total da verba obtida junto ao governo federal na administração anterior. Questionado sobre tais valores, o engenheiro disse que o preço está abaixo do mercado e que a madeira usada na construção do pergolado é nobre, madeira de lei, consequentemente, mais cara.
A primeira etapa da obra ficou pronta em meados de 2009, e desde então parou. Os banheiros ainda não foram abertos para uso público, o que causou protesto dos moradores durante as comemorações da semana da pátria. A prefeitura alugou banheiros químicos para uso da população e manteve fechadas as portas dos banheiros já construídos.
O engenheiro Pascotto, que também assina a obra de ampliação do Posto de Saúde do Município e a da construção da sede da Câmara de Vereadores, ao lado da Prefeitura, acredita que a medida tomada está correta, já que o terreno está coberto só por terra e os banheiros seriam depredados se fossem usados antes da finalização da praça.
Por sua vez, os moradores acreditam que a construção vai se deteriorar pela ação do tempo e a não manutenção do local. Também questionam a aplicação de recursos na construção de outra sede para a Câmara dos Vereadores, diante de tantas outras demandas que o município tem.
Fotos: Yuri Weber, Laboratório de Fotografia e Memória.