A segunda temporada da série “febre” do momento estreou no dia 27 de outubro. Stranger Things, é uma produção original Netflix e está atualmente entre as séries mais assistidas e comentadas.
Segundo o site Cine Pop, após sua estréia, a série teve 7,2 milhões de interações nos primeiros três dias nas redes sociais. Cerca de 15,8 milhões viram o episódio de estréia da segunda temporada e 361 mil pessoas assistiram aos nove episódios no dia do lançamento. Diferente da 1ª temporada, o novo lançamento da série conta com 9 episódios inéditos, novos personagens e tem alcançado um público de em média 11 milhões na faixa de 18 a 49 anos.
A série, produzida pelos irmãos Matt e Ross Duffer, teve sua inspiração em inúmeros sucessos cinematográficos dos anos 1970 e 1980 como ET – Extraterrestre (1982); Os Goonies (1985); Chamas da vingança (1984); Contatos imediatos do terceiro grau (1977); Poltergeist (1982); Conta comigo (1982); Scanner, sua mente pode destruir (1981); Viagens Alucinantes (1980); A fúria (1978); O enigma de outro mundo (1982); Alien (1979).
Para Jean Paim, de 24 anos, acadêmico do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano, a inspiração nos filmes de 1980 foi o que cativou o público que é fã dos clássicos. “Confesso que quando terminei a primeira temporada, achei que não precisaria de uma segunda, pois muitas séries são ”estragadas” quando sofrem pressão do público para serem lançadas. Mas não foi o caso. Abriram novas visões de fatos que mereciam ser mais explorados, como o trabalho do diretor e autor em explorar as referências dos filmes de 1980. Essa foi a peça-chave para o sucesso da série.Muitas pessoas assistem porque gostam encontrar referências de clássicos do cinema.
Na segunda temporada, os eastereggs foram mais usados até mesmo na divulgação do filme que recria cartazes de clássicos da ficção. Para mim, a cena mais importante nesse sentido foi à referência ao filme E.T, na primeira temporada. ”, finaliza.
Artista de Stranger Things é barrado com posse de drogas em L.A
O artista Charlie Hampton, que interpreta Jonathan Byers na série, esteve ausente durante a premiere da segunda temporada por ter sido barrado no aeroporto de Los Angeles, no dia 28 de outubro, com rastros de cocaína em sua mala. O site Omelete divulgou o seguinte pedido de desculpa do artista para a revista people: “Minha viagem planejada aos Estados Unidos na semana passada foi afetada por um problema na imigração que estou trabalhando para resolvê-lo o mais rápido o possível. Quero esclarecer que não fui preso ou acusado de crime algum, e cooperei por completo com os policiais no aeroporto de Los Angeles. Peço desculpas para os fãs e minha família de Stranger Things por ter perdido a premiere. Estamos muito orgulhosos dessa temporada e não gostaria que essa história impactasse negativamente o programa“.
A adultização de Millie Bobby Brown e o real sentido por trás das câmeras
Após aparecer maquiada, com vestido de couro, e sapato de salto na premiere da segunda temporada da série, a atriz Millie Bobby Brown foi assunto em muitos sites. O assunto repercutiu devido à atriz aparentar um estilo mais “adulta”, diferente do ano anterior.
Em entrevista para a revistapontocom, a autora da tese de doutorado “Relações dialógicas em revista infantil: o processo de adultização de meninas”, Cristiane Ferreguetti, explica o interesse por trás da publicidade: “A adultização precoce da menina é construída discursivamente e pode ser observada pelos modelos adultos apresentados como referência de como a menina deve se vestir, maquiar, pentear e do modo como ela deve agir e ser, a fim de promover e incentivar o consumo de produtos normalmente desnecessários para uma criança. Adultizar uma criança significa inseri-la precocemente no mundo adulto”.
Segundo a pesquisadora, a adultização pode ocorrer a partir da introdução da criança no mercado de trabalho, como no início da industrialização, ou pelo consumismo, como o uso de maquiagem e sandálias de salto alto. “Para a indústria e o comércio, isso é muito bom, no sentido em que uma criança que vive sua infância com comportamento de criança consome muito menos do que uma criança adultizada. E, sim, existe uma banalização deste comportamento no sentido que a sociedade passa a aceitar isso como normal e adequado”, argumenta.
Diante da exposição sofrida por crianças e adolescentes, o Ministério Público abriu inquérito em 2015 com a investigação “violação ao direito ao respeito e à dignidade de crianças/adolescentes” no Brasil, cujo alvo eram cantores de funk mirins e adolescentes como Mc Melody, MCs Princesa e Plebéia, MC 2K, Mc Bin Laden, Mc Brinquedo e Mc Pikachu que cantavam e produziam músicas de conteúdo erótico.
Por trás desta aceleração está a mídia. Seja pela publicidade, como propagandas de maquiagens e sapatos, ou com músicas de conteúdos sensuais ou programas de televisão, onde as próprias crianças apresentam e são lançadas ao mundo da fama. É necessário compreender que as crianças e adolescentes não pensam, nem falam como adultos, e incitá-las a isto seria prejudicial a sua saúde emocional no futuro.
Mariana Tabarelli
Disciplina: Jornalismo Digital 1
Professor: Maurício Dias