Percorrer as ruas de Santa Maria a pé é constatar o quanto está difícil se locomover com segurança. Falta passeio público adequado, ruas estreitas abrigam paradas de ônibus e dificultam a vida do usuário, falta sinalização, motoristas que não respeitam o pedestre. E, em alguns casos, para complicar, há buracos nas vias fazendo com que o motorista desvie perigosamente, colocando vidas em risco.
Os exemplos são muitos.
Na edição de hoje, a ACS traz o caso da rua vereador Antonio Dias, principal via do bairro Campestre do Menino Deus, que leva à estrada do Perau. Trata-se de um pequeno trajeto no final da Euclides da Cunha, sem parada de ônibus adequada. Nenhuma sinalização indica o local do ponto de ônibus. A população sabe onde esperar, porque mora no local há algum tempo. Também não existe placa de sinalização para alertar motoristas que o ônibus pode parar no local.
Rayska Noevo, 16, estudante, diz: “Acho um perigo isso aqui, porque o carro passa bem próximo. Teria que ter uma proteção melhor.”
Este não é o único problema da rua. Além de ser bem estreita, ela é paralela à linha do trem e possui um passeio público totalmente irregular, cercado de matagal, o que dificulta o trajeto dos pedestres que transitam ali com muita insegurança.
O problema é agravado nos turnos de saída e entrada das escolas da redondeza, quando as crianças caminham pelo trajeto, correndo risco de vida, porque os carros costumam passar pelo local em alta velocidade.
Juliana da Silva Costa, 24, dona de casa, diz: “Sinto-me insegura ao fazer o trajeto com meus filhos, porque a falta de sinalização vem desde o início do triângulo e os motoristas não respeitam nem crianças”.
Os problemas não acabam aí. Um buraco entre a rua e via do trem está se abrindo cada vez mais, e não tem nenhum aviso do perigo. Piora à noite, porque não existe iluminação adequada no local. Ali, num período de 10 meses, ocorreram dois acidentes gravíssimos que resultaram em morte.
Eliana de Lima, 43, dona de casa, mãe de uma das vitimas, acredita que é um descaso com as pessoas. Segundo ela, falta segurança por não haver proteção entre as vias, e teme pelas crianças que estão vindo da escola. Ela ressalta: “Só vão tomar providência depois que morrer mais uns quatro.”
É direito da população conseguir fazer um trajeto com toda a tranquilidade e segurança necessária, como está previsto na legislação. A repórter tentou falar várias vezes com o Secretário de Controle e Mobilidade Urbana, Marcelo Bisogno, que chegou a agendar entrevista, mas adiou, alegando outros compromissos.
Fotos: Ana Carolina Grützmann da Silva (Laboratório de Fotografia e Memória)