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“A Desconstrução do estereótipo feminino” foi tema da 3ª edição do Underground

A 3 ª edição do Underground do curso de Design de Moda da Universidade Franciscana, ocorreu na noite de ontem, 27, às 19h no estacionamento do prédio 15, no conjunto III da UFN. Teve como tema este ano a “Desconstrução do estereótipo feminino” no intuito de incentivar os acadêmicos a escolherem uma quebra de padrões impostos pela sociedade às mulheres. 

Acadêmicos do curso de Design de Moda e suas criações. Imagem: Juliano Mendes

 A professora do curso de Design de Moda, Caroline Brum, conta que é muito importante que os alunos aprendam a organizar um evento deste porte, “isso vai fazer parte da vida deles, pois muitos já tem sua marca própria. Toda a estrutura que damos para eles, a organização que fazemos é uma estrutura de vida real, de como podem fazer quando tiverem uma oportunidade de replicar”.

 A maior parte dos designers estão no 3º semestre e a disciplina que organizou é  do 5º semestre. A produção tem o intuito de estimular uma integração entre os mais novos com os mais experientes. Natalia Krum participou como produtora, designer e modelo e teve como inspiração: “Colocar a mulher no espaço dominado por homens,  a minha roupa foi inspirada em mulheres no automobilismo”. A parte em que mais sentiu dificuldade foi na modelagem experimental, pois é cheia de recortes, além da produção. Para ela, exercer tantas funções em um evento como esse envolve muita adrenalina, “mas causa uma sensação muito boa de ver os meus colegas, as pessoas que eu gosto sendo criativas e colocando as ideias delas em prática”. “Pra mim talvez a parte mais fácil tenha sido modelar porque é a parte mais livre para criar do meu jeito”, conta Natalia.

Natalia Krum vestindo sua criação. Imagem: Caroline Freitas

O designer Ewdwardz teve como inspiração buscar a feminilidade onde a sociedade não vê, a transformação, ” tive muita inspiração de pessoas não binárias e de pessoas transexuais e das vivências delas. A asa representa transformação, é como um casulo, é a pessoa trans passando pelo portão da transição. Isso representa toda essa desconstrução, de que a feminilidade não se encontra só em corpos femininos mas também em uma gama de corpos plurais”. Para ele, a experiência de fazer parte do desfile é boa e agrega muito em sua vida profissional.

Hercules Hendges desfilando a criação de Ewdwardz. Imagem: Patrício Fontoura

A acadêmica Vanessa Maltes conta que: “o que tentei levar em consideração a partir do tema foram  questões minhas. Onde a mulher tem que estar sempre muito preocupada com que roupa ela vai sair de casa e se isso vai afetar a rotina dela. Como por exemplo vestir uma roupa mais curta ela pode  sofrer algum tipo de assédio. Sempre tem aquela pergunta na cabeça cobrir ou mostrar?”. O vestuário também pode ser uma questão política e social. “Não apareceu, mas eu escrevi em caneta alguns adjetivos pejorativos que só são válidos para mulheres. Por exemplo vagabunda, o cara vagabundo é uma pessoa que é encostada que não faz nada, já a mulher vagabunda é uma mulher desqualificada que não presta. Para a mulher os adjetivos sempre  tem uma conotação mais pesada do que para os homens”.

Roupa desenhada pela designer Vanessa Maltes. Imagem: Caroline Freitas

Ela acredita que é necessário dar visibilidade a esse tipo de evento, “tanto é que o desfile foi bastante político, conseguimos expressar tudo que realmente queríamos e tivemos liberdade para isso.  Teve representatividade trans e negra, então acredito que conseguimos quebrar um pouco dos paradigmas”. Destaca também que esse tipo de interação traz muitos ganhos para sua vida acadêmica pois ganha experiência, “na questão pessoal eu entendo que as pessoas aceitam essas diferenças, estamos sempre em uma bolha onde achamos que vamos ser julgados e questionados.  Muitas vezes falta  dar a cara a tapa para tornar comum para todo mundo as diferenças”. O mais importante é que ela consegue mostrar o seu trabalho, “o que eu vim fazer aqui é roupa, não tenho plano B. É isso que eu quero para a minha vida”.

Colaboração: Luiza Silveira

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A 3 ª edição do Underground do curso de Design de Moda da Universidade Franciscana, ocorreu na noite de ontem, 27, às 19h no estacionamento do prédio 15, no conjunto III da UFN. Teve como tema este ano a “Desconstrução do estereótipo feminino” no intuito de incentivar os acadêmicos a escolherem uma quebra de padrões impostos pela sociedade às mulheres. 

Acadêmicos do curso de Design de Moda e suas criações. Imagem: Juliano Mendes

 A professora do curso de Design de Moda, Caroline Brum, conta que é muito importante que os alunos aprendam a organizar um evento deste porte, “isso vai fazer parte da vida deles, pois muitos já tem sua marca própria. Toda a estrutura que damos para eles, a organização que fazemos é uma estrutura de vida real, de como podem fazer quando tiverem uma oportunidade de replicar”.

 A maior parte dos designers estão no 3º semestre e a disciplina que organizou é  do 5º semestre. A produção tem o intuito de estimular uma integração entre os mais novos com os mais experientes. Natalia Krum participou como produtora, designer e modelo e teve como inspiração: “Colocar a mulher no espaço dominado por homens,  a minha roupa foi inspirada em mulheres no automobilismo”. A parte em que mais sentiu dificuldade foi na modelagem experimental, pois é cheia de recortes, além da produção. Para ela, exercer tantas funções em um evento como esse envolve muita adrenalina, “mas causa uma sensação muito boa de ver os meus colegas, as pessoas que eu gosto sendo criativas e colocando as ideias delas em prática”. “Pra mim talvez a parte mais fácil tenha sido modelar porque é a parte mais livre para criar do meu jeito”, conta Natalia.

Natalia Krum vestindo sua criação. Imagem: Caroline Freitas

O designer Ewdwardz teve como inspiração buscar a feminilidade onde a sociedade não vê, a transformação, ” tive muita inspiração de pessoas não binárias e de pessoas transexuais e das vivências delas. A asa representa transformação, é como um casulo, é a pessoa trans passando pelo portão da transição. Isso representa toda essa desconstrução, de que a feminilidade não se encontra só em corpos femininos mas também em uma gama de corpos plurais”. Para ele, a experiência de fazer parte do desfile é boa e agrega muito em sua vida profissional.

Hercules Hendges desfilando a criação de Ewdwardz. Imagem: Patrício Fontoura

A acadêmica Vanessa Maltes conta que: “o que tentei levar em consideração a partir do tema foram  questões minhas. Onde a mulher tem que estar sempre muito preocupada com que roupa ela vai sair de casa e se isso vai afetar a rotina dela. Como por exemplo vestir uma roupa mais curta ela pode  sofrer algum tipo de assédio. Sempre tem aquela pergunta na cabeça cobrir ou mostrar?”. O vestuário também pode ser uma questão política e social. “Não apareceu, mas eu escrevi em caneta alguns adjetivos pejorativos que só são válidos para mulheres. Por exemplo vagabunda, o cara vagabundo é uma pessoa que é encostada que não faz nada, já a mulher vagabunda é uma mulher desqualificada que não presta. Para a mulher os adjetivos sempre  tem uma conotação mais pesada do que para os homens”.

Roupa desenhada pela designer Vanessa Maltes. Imagem: Caroline Freitas

Ela acredita que é necessário dar visibilidade a esse tipo de evento, “tanto é que o desfile foi bastante político, conseguimos expressar tudo que realmente queríamos e tivemos liberdade para isso.  Teve representatividade trans e negra, então acredito que conseguimos quebrar um pouco dos paradigmas”. Destaca também que esse tipo de interação traz muitos ganhos para sua vida acadêmica pois ganha experiência, “na questão pessoal eu entendo que as pessoas aceitam essas diferenças, estamos sempre em uma bolha onde achamos que vamos ser julgados e questionados.  Muitas vezes falta  dar a cara a tapa para tornar comum para todo mundo as diferenças”. O mais importante é que ela consegue mostrar o seu trabalho, “o que eu vim fazer aqui é roupa, não tenho plano B. É isso que eu quero para a minha vida”.

Colaboração: Luiza Silveira