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Diário de Córdoba I

     A ACS publica a partir de hoje uma sequência de impressões de viagem de Carla Rossa, que está morando na Espanha há dois meses. 

 

Chegamos em Madrid no dia 10 de abril no final da tarde. Não deu tempo pra conhecer nada, mas voltaremos com mais tempo. No dia 11, viemos para Córdoba, en el tren, pouco mais de uma hora para percorrer 400 quilômetros. Ficamos no Hotel até sábado, procurando apartamento. Conseguimos um no barrio Ciudad Jardin, um local muito agradável, perto da estação de trem que o Beto usa todos os dias para o trabalho, do centro, de vários parques, supermercados e duas quadras da Plaza de Toros, local de touradas, que o Beto foi assistir no domingo, 15, e não resistiu meia hora, é um espetáculo aterrorizante ver um touro ser morto. O nosso apartamento é no quarto andar, sem elevador, 68 degraus como o Augusto contou.

A cidade é muito desenvolvida, toda planejada ao redor da Ciudad Vieja. É uma tranquilidade andar pelas ruas, tanto pela segurança de não se preocupar em ser assaltado ou coisa parecida, como por atravessar a rua e os carros pararem, mesmo sem semáforo. Um problema sério são as fezes de cachorros nas calçadas. É um horror, tem que ter todo o cuidado para não sair pisando em caca.

Quase toda a cidade é de prédios, mas não são altos,  E as obras estão por toda parte.

As pessoas são um tanto fechadas, poucos sorrisos. Mas em compensação, a paisagem é fantástica, muitas árvores, monumentos, ruínas…

É impressionante o que esse povo bebe e fuma. Parece que todo mundo leva um cigarro, em todos os lugares, restaurantes, ruas, carros, sempre tem alguém com cigarro na boca. E as mesas de bares estão sempre cheias, ainda mais agora que é início de calor, "salir de tapas" é comum em qualquer horário, tem sempre alguém tomando uma cerveja ou chopp, "caña ou tubo", como chamam. As comidas, regadas a muito azeite de oliva e batatas. Arroz é um prato exótico, os anúncios dos restaurantes dizem: "Hoy dia de Arroces". Os molhos, pães, queijos e presuntos são fenomenais.

As fontes de água são lindas. Em todos os parques e algumas avenidas têm um chafariz.

Maio é o mês do festival das flores e os jardins já estão floridos. Nas sacadas de apartamentos sempre têm um vaso de flor. No domingo, 29, aconteceu a Batalla de Flores, en el Paseo de La Victoria. Uma avenida onde está a Plaza de las Tendillas, uma espécie de mini-camelódromo, e o Mausoleo Romano, um monumento do século I DC.

A Batalla de Flores é muito interessante. São carros alegóricos enfeitadíssimos com flores artificiais onde vão pessoas, também muito produzidas, que ficam jogando cravos para os que estão na rua e estes devolvem as flores e também levam para casa, como fizemos. Muito bonito.

Enfim, essa cidade é um festival de festas e história.

Fazer as carteiras de identidade foi um teste de paciência. Primeiro, quatro horas de espera na subdelegacia de governo, quando chegamos para ser atendidos a criatura diz que não era naquela mesa, e já eram duas da tarde hora que tudo fecha, a sorte que apareceu uma alma caridosa de uma senhora e nos atendeu com a maior delicadeza. Depois, fomos para Comissaria de la Policia. Mais três horas esperando em uma fila no sol. Daqui a 40 dias, teremos identidade espanhola. Quantas horas teremos que esperar para retirar as carteiras? conto depois…

Algo interessante são as publicidades na TV aberta. Carros – em Córdoba é quase impossível encontrar estacionamento e, na maioria, carros último modelo -, e cervejas dominam. Os intervalos são de vinte minutos, no mínimo. E em qualquer programa entra um intervalo publicitário. Alguém já imaginou estar assistindo a Fórmula 1 e entrar uma propaganda de um carro com o Alonso? Pois aqui acontece. E são várias as paradas durante a corrida.

*Carla Rossa é Jornalista.

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Chegamos em Madrid no dia 10 de abril no final da tarde. Não deu tempo pra conhecer nada, mas voltaremos com mais tempo. No dia 11, viemos para Córdoba, en el tren, pouco mais de uma hora para percorrer 400 quilômetros. Ficamos no Hotel até sábado, procurando apartamento. Conseguimos um no barrio Ciudad Jardin, um local muito agradável, perto da estação de trem que o Beto usa todos os dias para o trabalho, do centro, de vários parques, supermercados e duas quadras da Plaza de Toros, local de touradas, que o Beto foi assistir no domingo, 15, e não resistiu meia hora, é um espetáculo aterrorizante ver um touro ser morto. O nosso apartamento é no quarto andar, sem elevador, 68 degraus como o Augusto contou.

A cidade é muito desenvolvida, toda planejada ao redor da Ciudad Vieja. É uma tranquilidade andar pelas ruas, tanto pela segurança de não se preocupar em ser assaltado ou coisa parecida, como por atravessar a rua e os carros pararem, mesmo sem semáforo. Um problema sério são as fezes de cachorros nas calçadas. É um horror, tem que ter todo o cuidado para não sair pisando em caca.

Quase toda a cidade é de prédios, mas não são altos,  E as obras estão por toda parte.

As pessoas são um tanto fechadas, poucos sorrisos. Mas em compensação, a paisagem é fantástica, muitas árvores, monumentos, ruínas…

É impressionante o que esse povo bebe e fuma. Parece que todo mundo leva um cigarro, em todos os lugares, restaurantes, ruas, carros, sempre tem alguém com cigarro na boca. E as mesas de bares estão sempre cheias, ainda mais agora que é início de calor, "salir de tapas" é comum em qualquer horário, tem sempre alguém tomando uma cerveja ou chopp, "caña ou tubo", como chamam. As comidas, regadas a muito azeite de oliva e batatas. Arroz é um prato exótico, os anúncios dos restaurantes dizem: "Hoy dia de Arroces". Os molhos, pães, queijos e presuntos são fenomenais.

As fontes de água são lindas. Em todos os parques e algumas avenidas têm um chafariz.

Maio é o mês do festival das flores e os jardins já estão floridos. Nas sacadas de apartamentos sempre têm um vaso de flor. No domingo, 29, aconteceu a Batalla de Flores, en el Paseo de La Victoria. Uma avenida onde está a Plaza de las Tendillas, uma espécie de mini-camelódromo, e o Mausoleo Romano, um monumento do século I DC.

A Batalla de Flores é muito interessante. São carros alegóricos enfeitadíssimos com flores artificiais onde vão pessoas, também muito produzidas, que ficam jogando cravos para os que estão na rua e estes devolvem as flores e também levam para casa, como fizemos. Muito bonito.

Enfim, essa cidade é um festival de festas e história.

Fazer as carteiras de identidade foi um teste de paciência. Primeiro, quatro horas de espera na subdelegacia de governo, quando chegamos para ser atendidos a criatura diz que não era naquela mesa, e já eram duas da tarde hora que tudo fecha, a sorte que apareceu uma alma caridosa de uma senhora e nos atendeu com a maior delicadeza. Depois, fomos para Comissaria de la Policia. Mais três horas esperando em uma fila no sol. Daqui a 40 dias, teremos identidade espanhola. Quantas horas teremos que esperar para retirar as carteiras? conto depois…

Algo interessante são as publicidades na TV aberta. Carros – em Córdoba é quase impossível encontrar estacionamento e, na maioria, carros último modelo -, e cervejas dominam. Os intervalos são de vinte minutos, no mínimo. E em qualquer programa entra um intervalo publicitário. Alguém já imaginou estar assistindo a Fórmula 1 e entrar uma propaganda de um carro com o Alonso? Pois aqui acontece. E são várias as paradas durante a corrida.

*Carla Rossa é Jornalista.