Um misto de loja, ponto turístico e museu. Quem se deslocar até o final da Rua Manoel Ribas, na colorida e aconchegante Vila Belga, chegará até o Museu do Azulejo e do Piso. Há 11 anos em Santa Maria, sendo os últimos quatro no endereço atual, abriga cerca de 750 mil peças de azulejos com ampla variedade de tamanhos e cores.
De acordo com o proprietário, Daniel Guazina Posser, de 44 anos, a principal procura são peças de reposição e, em casos mais específicos, algumas para a confecção de mosaicos e “patchwork”. Podem ser encontrados modelos de fabricação atual até exclusividades da década de 50, com preços que variam de R$ 2,00 a R$ 40,00 a unidade. Sob encomenda, azulejos portugueses legítimos podem ser adquiridos pelo preço médio de R$ 60, 00 a peça.
Em sua terceira ida ao Museu do Azulejo, o comerciante Gérson Silva Santos, de 59 anos saiu, mais uma vez, satisfeito. “Imagina se não tivesse isso aqui, precisaríamos fazer uma fantasia na parede ou reformar uma peça inteira da casa. Além disso, aqui neste bairro antigo, o Museu se encaixou bem na ideia de conservação”, comenta.
O proprietário realiza visitas a outras lojas do gênero e costuma comprar materiais tanto de distribuidoras locais, quanto de lojas de Porto Alegre, Caxias do Sul e cidades de Santa Catarina. Não há regra quanto à procura e aquisição do material.
Sustento do lixo – Em um sábado qualquer, atraído pela beleza de azulejos descartados por um antigo café do centro de Santa Maria, Posser retirou as mais de 400 peças de um de coletor de tele- entulho. Na terça-feira seguinte, uma senhora foi até o Museu onde se mostrou interessadíssima pelo peculiar modelo, comprando todas as peças. “Um dinheiro tirado do lixo”, brinca o proprietário.
De empresário a colecionador – Além de azulejos, o estabelecimento também dispõe de pisos, telhas, madeiras e tijolos de demolição e antiguidades, como máquinas de costura, vasos e utensílios em geral. A pesquisa e coleta de materiais descartados acabaram influenciando os interesses e a vida pessoal do proprietário, que se tornou um colecionar de antiguidades. “Eu gosto muito de trabalhar aqui, o contato com ‘o antigo’ despertou em mim uma sensibilidade e eu adquiri o hábito de colecionar. Em casa estou montando uma sala com meus objetos antigos.”
Segundo os frequentadores, o Museu que já faz parte do contexto da Vila Belga, virou ponto turístico e integra o passeio pela histórica vila ferroviária. Já recebeu visitantes americanos, portugueses e de diversos locais do Brasil, os quais sempre levam para casa uma recordação de Santa Maria materializada em uma peça de azulejo.
Origem da palavra – Azulejo provém do árabe, de “alzuleicha”, que significa pedra polida ou pedra cintilante. O nome não tem necessariamente relação com a cor azul – o uso do azulejo é anterior à predominância da cor azul. A Azulejaria é uma das expressões mais originais da arte portuguesa. Foram os mouros quem introduziram a técnica da azulejaria na Península Ibérica, onde as antigas referências utilizam o termo “louça de barro vidrado”.
A peça de pouca espessura, é geralmente quadrada. Além do valor decorativo, é mais procurada por suas características impermeabilizantes, sendo colocado em cozinhas, banheiros e demais áreas hidráulicas. Fonte: http://www.rioecultura.com.br
Por Pâmela Rubin Matge
Museu do Azulejo e do Piso
Endereço: Rua Manoel Ribas, nº 2110, Vila Belga – Santa Maria/RS. Cep: 97010-300. Fone: (55) 3222 7344
Horário de atendimento:
Segunda à sexta: 8h30 às 12h/ 13h30 às 18h – Sábados: 8h30 às 12h.
Mais informações: http://museudoazulejo.blogspot.com.br/
Uma resposta
Cumprimentos pela fantástica iniciativa. Sempre visito o Museu do Azulejo em Lisboa. Gostaria de escrever sobre esse Museu de Santa Maria – que , com certeza, vai tornar-se, cada vez mais, uma atração turística da cidade. Excelente matéria.