Luvas, mantas, meias, chapéus e toucas de lã e guarda-chuvas são artigos que passam a ser oferecidos pelo mercado informal no inverno. Quem pode oferecer outros produtos além dos CDs e DVDs tem venda garantida.
O pior do inverno é a chuva, segundo a vendedora de CDs e DVDs Lucimara Pereira Ribeiro. Poucas pessoas saem às ruas e há risco de estragar os produtos. Segundo os vendedores, em torno de 70% dos compradores só leva algum produto para casa por passar na frente das bancas. Para o vendedor Ariovaldo Oliveira, a própria profissão já é insegura, o clima prejudica ainda mais. Ele espera melhorias com a construção do shopping popular.
Mas a chuva não é ruim para todos. Para o vendedor Flávio, que não quis revelar o sobrenome, dias chuvosos dão lucro com a venda de guarda-chuvas. Rodrigo Carvalho também explica que a pouca venda dos outros produtos é compensada com a venda dos guarda-chuvas e capas.
Maria Fátima Gomide, que produz as mercadorias que vende, diz que no início do inverno se vende mais. Na primavera, quando o clima é indeciso, é mais complicado de vender. No verão vende vestidos e blusas e no inverno faz mantas, sapatinhos para bebê, meias e toucas de lã.
Para o Poeta, que vende seus produtos na rua Acampamento, a culpa não é do tempo: “Só ocupo lugar no espaço, o que passa por perto não me prejudica, o grande pensamento é vender”.
A tranqüilidade de se vender no inverno é o que mais agrada a Luiza Halm de Fraga. Isso porque os adereços que aquecem vêm de São Paulo e têm nota fiscal, diferente dos outros períodos em que as mercadorias são trazidas do Paraguai. "No inverno também as pessoas ficam mais elegantes, apesar do frio é bom trabalhar", diz.
Fotos: Gabriela Perufo (Núcleo de Fotografia e Memória)