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Santa Maria, RS, Brazil

Na Páscoa, aumenta procura e falta concorrência

 Os ovos de páscoa estão em média 12% mais caros que no ano passado. No geral, o custo de vida está mais alto. E não são só os chocolates que dobram os valores, os artesanatos com motivos pascais também elevam seus preços.  Essa é a cara do Brasil, como diria Cazuza em uma de suas composições, “quero ver quem paga pra gente ficar assim.”

E não é por falta de consumidores, pelo contrário. Segundo o economista José Maria Pereira, coordenador da pesquisa sobre o custo de vida em Santa Maria, as empresas sabem que existe um aumento no consumo e, justamente por isso, aumentam seus valores. Parece algo contraditório, se existe um aumento no consumo, o preço deveria baixar ao invés de subir, mas, como neste mercado uma única  multinacional domina 80% do lucro, não existe competição, e os valores não baixam.

 

 Em um supermercado da cidade, no dia 23 de março, uma caixa de bombons da marca Ferrero Rocher custava R$ 16.99. Uma semana antes, o valor estava na média dos R$ 12 reais e, atualmente está na faixa dos R$ 14.50. Esta é uma jogada de marketing das lojas para vender esses produtos e que atinge quem não costuma pesquisar preços. Nesta hora, a solução é correr atrás de produtos que tenham a mesma qualidade, mas que sejam mais acessíveis.

 

 

 

 Nesta época, índios costumam vir para a cidade. Vendem artesanato, especialmente cestas de páscoa,  macela e artesanato. Eles são da tribo dos caingangues e consideram Santa Maria uma das melhores cidades tanto com relação às vendas quanto à receptividade.

Segundo Adrinei Ferreira, 19, índia caingangue, Santa Maria é a única cidade que lhes permite vender artesanatos no centro da cidade. “Em outros lugares a gente tem que caminhar muito, a gente cansa, não deixam nós ficar no centro, aqui a gente vem pro calçadão e fica sentado”. Sua irmã Elisa Mara, 23 anos, diz que “a gente tá acostumado a vir pra cá e também as pessoas nos ajudam.”

 

 A estudante Roberta Comaru, 15 anos, diz que procura comprar enfeites dos índios que vêm para a cidade nesta época do ano. “Acho original os artesanatos por eles produzidos, é importante para eles vender e mais fácil pra gente comprar”.

 Dona Áurea Rosa, 55 anos, aposentada, diz que todo ano compra coisas dos índios e não só enfeites de páscoa, ela tem costume de comprar também os chás. “as cestinhas que compramos damos para as crianças e o chá  tomamos, fazemos um bem para nós, e também para eles.”

 

 

Fotos: R
ogério  Gomes (Laboratório de Fotografia e Memória)

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 Os ovos de páscoa estão em média 12% mais caros que no ano passado. No geral, o custo de vida está mais alto. E não são só os chocolates que dobram os valores, os artesanatos com motivos pascais também elevam seus preços.  Essa é a cara do Brasil, como diria Cazuza em uma de suas composições, “quero ver quem paga pra gente ficar assim.”

E não é por falta de consumidores, pelo contrário. Segundo o economista José Maria Pereira, coordenador da pesquisa sobre o custo de vida em Santa Maria, as empresas sabem que existe um aumento no consumo e, justamente por isso, aumentam seus valores. Parece algo contraditório, se existe um aumento no consumo, o preço deveria baixar ao invés de subir, mas, como neste mercado uma única  multinacional domina 80% do lucro, não existe competição, e os valores não baixam.

 

 Em um supermercado da cidade, no dia 23 de março, uma caixa de bombons da marca Ferrero Rocher custava R$ 16.99. Uma semana antes, o valor estava na média dos R$ 12 reais e, atualmente está na faixa dos R$ 14.50. Esta é uma jogada de marketing das lojas para vender esses produtos e que atinge quem não costuma pesquisar preços. Nesta hora, a solução é correr atrás de produtos que tenham a mesma qualidade, mas que sejam mais acessíveis.

 

 

 

 Nesta época, índios costumam vir para a cidade. Vendem artesanato, especialmente cestas de páscoa,  macela e artesanato. Eles são da tribo dos caingangues e consideram Santa Maria uma das melhores cidades tanto com relação às vendas quanto à receptividade.

Segundo Adrinei Ferreira, 19, índia caingangue, Santa Maria é a única cidade que lhes permite vender artesanatos no centro da cidade. “Em outros lugares a gente tem que caminhar muito, a gente cansa, não deixam nós ficar no centro, aqui a gente vem pro calçadão e fica sentado”. Sua irmã Elisa Mara, 23 anos, diz que “a gente tá acostumado a vir pra cá e também as pessoas nos ajudam.”

 

 A estudante Roberta Comaru, 15 anos, diz que procura comprar enfeites dos índios que vêm para a cidade nesta época do ano. “Acho original os artesanatos por eles produzidos, é importante para eles vender e mais fácil pra gente comprar”.

 Dona Áurea Rosa, 55 anos, aposentada, diz que todo ano compra coisas dos índios e não só enfeites de páscoa, ela tem costume de comprar também os chás. “as cestinhas que compramos damos para as crianças e o chá  tomamos, fazemos um bem para nós, e também para eles.”

 

 

Fotos: R
ogério  Gomes (Laboratório de Fotografia e Memória)