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Bibiana Iop

Bibiana Iop

MC Carol desenhada por Wander Schlottfeldt.

O Brasil é um país é originado de várias culturas e reflete toda a inspiração, gosto e atitude do povo. O funk conquistou o público mais pelo ritmo do que pelas letras, passando a mensagem do movimento e da dança. As várias vertentes do funk passam por letras sexuais aos famosos proibidões, mas também podem falar de assuntos sérios como exclusão social, marginalização, racismo e corrupção política. O funk carioca conquistou seu lugar ao ser consumido pelas classes média e alta, e se popularizou ao falar gírias, palavrões e expressões da periferia, além de discutir a realidade social. Apesar da objetificação feminina nas letras do funk, as mulheres tem se inserido cada vez mais nesse mercado para deixar um recado direto contra o machismo, o preconceito racial e social. O psicólogo Alves afirma que, ao mesmo tempo que o funk apresenta a mulher como um corpo de consumo, ele também “faz passagem para dizer que ela pode dançar e se sentir à vontade com a sua expressão do corpo”. Nomes como Lexa, MC Carol, Iza e MC Rebecca são destaques no cenário musical atual.

A cantora Anitta começou sua carreira no funk e levou suas músicas ao estrelato através do YouTube, no qual ostenta 13 milhões de inscritos em seu canal. Em 2018, ela conquistou o posto de maior cachê feminino da publicidade nacional e se tornou garota-propaganda do YouTube Music para a América Latina. A Pesquisa Cultura nas Capitais identificou que o funk está entre um dos estilos musicais prediletos do público com idades entre 12 e 24 anos, chegando a ser o mais votado entre jovens de 12 e 15 anos em todos os estratos sociais.

Segundo a Video Viewers, o maior canal do YouTube brasileiro de 2019 é o KondZilla, também entrando em 4º lugar no ranking mundial. Pertencente à produtora de clipes KondZilla Filmes, não é nenhuma surpresa que o clipe brasileiro mais acessado da plataforma esteja neste canal. Lançado no dia 8 de março de 2017, o clipe da música “Bum Bum Tam Tam” do MC Fioti foi o 1º clipe brasileiro a alcançar 1 bilhão de visualizações. Foram 18 meses de audiência alta dentro e fora do Brasil e, segundo dados do YouTube, quase dois terços das visualizações vieram de fora do país. Após o sucesso, a música ganhou uma versão em três idiomas, com participação do colombiano J. Balvin e do rapper estadunidense Future.

Dados divulgados pelo Spotify afirmam que a busca nele pelo funk tem aumentado em média 51% ano a ano desde 2014, quando a plataforma chegou ao Brasil. Foi também apontado que os estados brasileiros que mais escutam funk no Spotify são São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, respectivamente. Enquanto funks mais ouvidos de todos os tempos, a “Bum Bum Tam Tam” do MC Fioti leva o 1º lugar, seguida por “Olha A Explosão” do MC Kevinho e “Vai Malandra” da Anitta. Entre os artistas que conseguem fazer sucesso no exterior, Anitta é a mais bem-sucedida, levando “Vai Malandra” para o Top 200 de 15 países, enquanto “Deu Onda” do MC G15 e “Amor de Verdade” do MC Kekel chegam em primeiro lugar apenas no Paraguai e Portugal, dois consumidores ávidos dos hits brasileiros.

Alves defende que a Anitta é uma expressão máxima hoje da possibilidade do funk ser nacional e internacional. “Assim como o samba, o funk sofre preconceito, mas logo pode vir a se tornar a cara da música brasileira, ao longo que o estilo vai sendo “embranquecido” e inserido dentro das casas de classe média alta”. Apesar de suas músicas terem seguido um caminho mais pop, Anitta não se acanha para falar do funk e explicou sobre sua origem em uma palestra em Harvard. Segundo informações da Folha, ela disse: “O funkeiro canta a realidade dele. Se ele acorda, abre a janela e vê gente armada e se drogando, gente se prostituindo, essa é a realidade dele”. Sem romantizar o estilo musical, a artista ainda ressaltou que as letras do funk só vão mudar quando a realidade dos morros for outra.

A produtora KondZilla criou e dirigiu a série de televisão Sintonia, que estreou na Netflix em 9 de agosto de 2019. A história conta a vida de três jovens da periferia, Doni, Nando e Rita, que cresceram juntos na mesma comunidade e são influenciados, respectivamente, pelo fascínio do funk, das drogas e da igreja. A série, de 6 episódio e classificação etária de 16 anos, se passa na favela da capital paulista e traz nomes desconhecidos como artistas principais, entre eles MC Jottapê, Christian Malheiros e Bruna Mascarenhas. O MC Jottapê afirma ser o mais parecido com seu personagem por também sonhar em ser um astro do funk, e com uma segunda temporada prometida, o jovem ainda assina as músicas da série ao lado de alguns dos grandes nomes do funk brasileiro.

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É cultura sim

Inserido na perspectiva da arte contemporânea, o funk é uma escolha musical que é feita conscientemente por identificação com o ritmo ou o conteúdo. Ele é uma forma dos grupos sociais extremamente oprimidos e sem voz produzirem cultura e estabelecerem moldes de representação social. Assim, podem revelar os conflitos diários que as camadas menos privilegiadas da população enfrentam, como a repressão policial, precariedade dos transportes coletivos e serviços públicos.

O funk ganhou destaque na mídia, tem influenciado positivamente a economia do mercado musical brasileiro, mas a imagem dos personagens favelados ainda incomoda os que criminalizam o funk. Em contra partida, os jovens começaram a trazer o gênero musical para suas casas, garantindo o lugar do funk nas seções culturais dos grandes jornais do país. É, então, que ele começa a dar visibilidade às suas expectativas e frustrações através da expressão juvenil que introduz a glorificação do funk como um espetáculo sobre a cultura urbana periférica. O psicólogo Thiago fala que o funk se insere na vida das pessoas da periferia como uma expressão da sua realidade, mas que as pessoas ficam muito ligada a ideia da favela do Rio quando, na verdade, existe periferia em toda cidade. Qualquer lugar que tem centro, tem periferia, e ela se alimenta daquilo que pode ter, como as relações humanas, a mutualidade e a resistência.

MC Fioti desenhado por Wander Schlottfeldt.

Ocupando o 5º lugar do ranking do estado que mais escuta funk, o Rio Grande do Sul também deixa sua fama de tradicionalista de lado pra abrir a porta para o funk. Com seis anos de produção de festas em Santa Maria e região, Pedro Bittencourt conta que a procura por bailes funks tem sido predominante ao longo do tempo, e que os artistas mais procurados são, normalmente, os das grandes produtoras de funk como GR6 e KondZilla. “Não é qualquer artista, uma boa produção não basta”, ele explica que a idade, estilo de vestir e, principalmente, as músicas são o que mais chama atenção do público que é 99% jovem. Trabalhando com a Touch Produta, Bittencourt fala da repressão das pessoas mais velhas com o rotulo do baile funk como um lugar com coisas ruins. Ele ainda ressalta que, por mais que em alguns lugar existam brigas e consumo de drogas, qualquer evento está sujeito a esse tipo de coisa, mas que “o preconceito é maior com o funk por se relacionar com pessoas de menor poder aquisitivo”.

No dia 11 de outubro deste ano, acontecia a primeira edição da festa “M4ND3L40” (Mandelão) no Clube Comercial de Santa Maria. Ao reunir jovens em uma funkeira chamada “raiz”, por não levar o repertório para a vertente pop e comercial, as fotos da festa foram divulgadas na página do Facebook da produtora. Em poucos dias de publicação, a repercussão das fotos era grande, mas pelos motivos errados. O álbum recebeu 954 comentários e foi compartilhado 687 vezes, o teor dos comentários eram de ridicularização e puro preconceito, com “brincadeiras” que incitavam que “só de olharem as fotos já haviam sido assaltados” ou pedindo pra “acender a luz pra enxergarem esse pessoal bonito”. O organizador da festa entrou em contato com a Justiça por conta da grande repercussão das fotos e dos muitos comentários racistas e preconceituosos, mas, infelizmente, não se sabe o andamento atual do processo.

Ao questionado sobre o caso da festa Mandelão, o DJ M do Vietnã comenta que os eventos de Santa Maria tem estado muito divididos entre um público de classe média alta e um de classe baixa. “Eu não comentei nada sobre as fotos, mas eu vejo que as pessoas julgam mais é o modo de vestir”, destaca. Ele também fala que a cidade tem uma cultura de funk que rende muito, mas que os DJs precisam de mais espaço e ter o seu trabalho valorizado.

O funk conquistou seu lugar como um fenômeno brasileira, o qual engloba vários temas e pontos que podem ser condicionados a pesquisas. A distribuição das músicas evoluiu e tornou possível a popularização dos mais diversos estilos musicais. Thiago Alves aponta que, por conta da popularização dos streamings e do YouTube, as músicas não são apenas escutadas como também consumidas. As pessoas não querem ver o clipe apenas pela música, mas pela atriz, pelo biquíni de fita adesiva, e até pela experiência da realidade da periferia mostrada. A cultura do funk foi “glamourizada” e tornou-se um produto para todas as classes do país, vendendo a moda e estilo de vida da favela. Enquanto as casas da periferia são muito próximas e não tem muita estrutura, os jovens de classe média e alta se veem presos na bolha de seus apartamentos e condomínios fechados. Não são poucos os clipes que exaltam a periferia e expõem a realidade em seus clipes, como, por exemplo, “Cria de Favela” da MC Mirella, que durante as gravações foi surpreendida por um tiroteio e escolheu deixar os registros no produto final.

Segundo Thiago, “mesmo com a extrema desigualdade, as pessoas de classe média alta vão acessar elementos periféricos por não poderem vivenciar aquilo e por chamar atenção”. Além do aumento do consumo e procura pelas festas que tocam funk, a cultura desse estilo musical se torna importante pelo seu lugar na vida do jovem que estão a margem de algumas situações sociais e econômicas. Não só oferecem a esperança da possibilidade de uma vida justa com ganhos financeiros altos, como também dão a chance do jovem se enxergar na representação do funk, se reconhecer, sentir que pertence aquele meio e se orgulhar da sua história. O gênero ganha essa dimensão tanto na cena musical quanto no espaço da mídia, mostrando a força, garra e resistência que existe na arte e na vida periférica.

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Reportagem produzida por Bibiana Rigão Iop e Wander Schlottfeldt na disciplina de Jornalismo Investigativo, com orientação da professora Carla Torres.

O curta-metragem é um suspense chamado Post-It. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Já é tradição. Todos os anos, na disciplina de Cinema II, os acadêmicos do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana produzem um curta-metragem. As gravações deste semestre começaram no último sábado, dia 29. No início do semestre, cada um dos alunos escreveu um argumento, ou seja, um pré-roteiro de uma história que foi apresentado para uma banca. Entre eles, o roteiro vencedor para a execução foi o Post-It, escrito pela acadêmica Estela Biscaino. O curta está sendo dirigido pela estudante de Design de Moda, Ana Luísa Trevisan, matriculada na disciplina.

A história é um suspense que conta sobre a vida de Giovana, uma estudante universitária que mora sozinha e começa a encontrar post-its com frases suspeitas e ameaçadoras em sua casa. Intrigada, a personagem desconfia de invasão domiciliar, enquanto sua saúde mental desmorona. Estão previstos três dias de gravação e a equipe conta com dez pessoas com funções distribuídas entre produção, direção de arte, montagem, microfonia, fotografia still, redes sociais e continuidade. No elenco estão Daiana Ferreira, Carolina Borin e Glaíse Palma. A direção fotográfica é de Alexandro Pedrollo, sob orientação das professoras Neli Mombelli e Maria Cristina Tonetto. A estreia do curta-metragem ainda não tem data prevista.

Os alunos da disciplina de Projeto Experimental do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana apresentam hoje, dia 28, seus trabalhos para as bancas avaliadoras. Esta disciplina, ofertada no sétimo semestre do curso, tem como objetivo principal a aplicação dos conhecimentos adquiridos pelos discentes ao longo de sua formação acadêmico-profissional. O resultado da disciplina consiste em um produto experimental que será disponibilizado em plataformas condizente com a sua natureza e um artigo com a reflexão sobre os processos de sua produção. As bancas de Projetos Experimentais são abertas ao público e ocorrem na sala 601, no 6º andar do Prédio 14, Conjunto III da UFN.

17h –  Mariana Olhaberriet
Das Ruas – fotoducumentarismo social
Orientadora: Laura Fabrício
Banca: Rosana Zucolo e Iuri Lammel

18h – Leonardo Machado
YouTube: o crescimento do futebol inglês no Brasil através das mídias digitais
Orientadora: Rosana Zucolo
Banca: Gilson Piber e Maurício Dias

19h – Thayane Rodrigues
Ensaio-Fotoilustrativo-Exposição: Fala, Santa Maria
Orientadora: Laura Fabrício
Banca: Maurício Dias e Glaíse Palma

20h – Alex Batista
Jornalismo Institucional na produção de drops televisivos
Orientadora: Glaíse Palma
Banca: Bebeto Badke e Neli Mombelli

21h – Mariama Granez
Change: contribuições do intercâmbio na vida dos estudantes
Orientadora: Kytta Tonetto
Banca: Rosana Zucolo e Bebeto Badke

Um projeto inédito no Brasil entra no seu segundo ano e lança amanhã, 28 de junho, mais um episódio do primeiro desenho animado produzido inteiramente em libras.  Trata-se da animação Min e as mãozinhasvoltada para crianças surdas e sem condições de exercitar a fala. Embora existam muitas produções culturais infantis, são raras as que englobam esse público. Foi pensando nisso que Paulo Henrique dos Santos decidiu criar um desenho inteiramente em libras.

Santos trabalhou sete anos com animações, tendo feito parte da produção de desenhos como Turma da Mônica e Sítio do Pica-pau Amarelo. O episódio piloto do desenho foi lançado no YouTube no dia 26 de setembro de 2018, marcado como o Dia do Surdo, e é voltado para crianças de três e seis anos, tendo como objetivo educar e mostrar que as crianças surdas também se divertem e tem as mesmas necessidades daquelas com a audição preservada.

Na animação, Min é uma garota surda que fala Libras. A cada episódio, ela passa por várias aventuras com seu amigo Esquilo, super agitado e que está aprendendo Libras com a amiga. Nessas aventuras, Min e Esquilo conhecem outros personagens, que não conseguem se comunicar direito por causa das línguas diferentes. “Cada um tem a sua língua, o gato fala ‘gatês’, o elefante fala ‘elefantês’ e por aí vai, mas com tantas línguas diferentes, é difícil um entender o outro! Mas a Min está pronta para ensinar Libras para todos, uma língua que vai incluir e aproximar todos esses mundos”, diz a legenda do primeiro episódio do desenho no Youtube.

Na história, é possível ouvir uma melodia bem leve de fundo e qualquer som é ilustrado na tela através de onomatopeias – “Clap, Clap” para o movimento das mãos em ritmo de palmas; “Toc, Toc” usado para representar a batida de uma porta, “Tuc,Tuc” para o lançamento de uma pedrinha, “Tum, Tum” para a queda do galho.

Cada capítulo do desenho irá ensinar cinco sinais de libras, pretendendo promover a inclusão e diversão, para que os surdos se divirtam e os ouvintes aprendam sobre essa comunidade e como interagir com eles. Santos pretende produzir e lançar mais 13 episódios para a primeira temporada. A produção tem apoio da  Lei Rouanet, e patrocínio do grupo Potencial, além da captação pelo financiamento coletivo através do site Apoia-se, neste link. O valor de produção de cada episódio é de R$ 30.000,00, para pagar todo o trabalho de roteiro, cenário, animação, edição, professores de Libras, intérpretes e músicos.

Brasil

No Brasil, cerca de 9,7 milhões de pessoas são surdas ou tem deficiência auditiva, segundo levantamentos do IBGE. No entanto, somente no ano de 2002  a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi oficialmente reconhecida.  E somente em 2005, que o Decreto 5.626 incluiu libras como uma disciplina curricular obrigatória na formação de professores surdos, professores bilíngues, pedagogos e fonoaudiólogos.

O sistema de Libras, para a comunidade surda, é considerada língua materna, antes mesmo do idioma nativo, apresenta uma série de palavras, sinais e expressões que formam uma estrutura própria gramatical e semântica. Assim como cada povo desenvolveu seu idioma oral, cada comunidade criou sua língua de sinais, ou seja, há versões para diferentes países.

Confira o primeiro episódio abaixo e amanhã acesse o canal para assistir ao novo episódio.

Na próxima quinta-feira, dia 27, ocorre a abertura da exposição Retalhos Fabulosos de um País das Maravilhas, na Sala de Exposições Angelita Stefani, no Prédio 14, Conjunto III da Universidade Franciscana. Organizado por Ana Cláudia Barin, a exposição apresenta múltiplos elementos para compor as materialidades da pesquisa de Doutorado em Educação de Ana Cláudia, na linha de Educação e Artes na Universidade Federal de Santa Maria.

A exposição é um convite ao universo de Lewis Carroll através de retalhos de livros, fotografias, garrafas, pedras e quinquilharias, proporcionando encontros com “Alice” e com o conceito de devir-criança. Uma criança que não remete a uma determinada idade, que está aberta ao fluxo de uma experiência que não se fecha e, enquanto afeita a sua própria infância, também passa a experimentar.

‘Retalhos Fabulosos de um País das Maravilhas’ pode ser visitado até o dia 18 de julho. A Sala de Exposições funciona todas as tardes, de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h e, na quinta-feira, somente das 9h às 12h. É aberto ao público e gratuito.

Na próxima sexta-feira, dia 21, ocorre o vestibular de inverno da Universidade Franciscana. Mais 2 mil candidatos são esperados nos Conjuntos I e III, onde vão ocorrer a Prova de Redação UFN e a Prova do Vestibular completa. Enquanto os candidatos realizam as provas, seus acompanhantes poderão participar de uma programação paralela ao processo seletivo.

Conjunto I da UFN
13h30 às 15h30 – Exposição ‘Ciência em Cena: objetos que contam história’, no Hall do prédio 7.
13h30 às 15h30 – Espaço de Orações, na Capela do Prédio 7.
14h – Saída da Van para visitação gratuita no Museu Histórico e Cultural das Irmãs Franciscanas (vagas limitadas – reservar com equipe de recepção e acolhimento do Vestibular).
15h – Retorno da Van do Museu Histórico e Cultural das Irmãs Franciscanas.
15h30 – Café de acolhimento.

Conjunto III da UFN
13h30 às 18h – Exposição do Projeto [com] VIDA, promovido pelo curso de Arquitetura e Urbanismo da UFN no Bairro Nossa Senhora do Rosário em Santa Maria (Rosário Novos Olhares), na Sala de Exposições Angelita Stefani, prédio 14.
13h30 – Celebração de acolhimento aos acompanhantes dos vestibulandos, na Capela São Francisco de Assis, prédio 15.
14h10 – Saída da Van para visitação gratuita no Museu Histórico e Cultural das Irmãs Franciscanas (vagas limitadas – reservar com equipe de recepção e acolhimento do Vestibular).
15h – Retorno da Van do Museu Histórico e Cultural das Irmãs Franciscanas.
15h30 – Café de acolhimento.

 

Na próxima sexta-feira, dia 21 de junho, ocorre o Vestibular de Inverno da Universidade Franciscana, com começo das provas marcado para às 13h30. A  prova do vestibular com redação tem duração de 4 horas e será realizada pelos candidatos que optaram pelos cursos de Medicina e Odontologia. Já  os candidatos dos demais cursos farão apenas a Redação ou aproveitarão a nota da Redação ENEM 2015, 2016, 2017 ou 2018.

A listagem dos inscritos com seus respectivos locais de prova está disponível no site da instituição. A participação do candidato no vestibular só é permitida com a identificação na entrada da sala de prova, sendo possível que o documento de identificação seja a cédula de identidade (RG), carteira de habilitação (CNH), carteira de trabalho (CTPS), passaporte ou carteira de registro profissional.

Além da identificação, também é permitido que o candidato leve para a prova o comprovante de pagamento da inscrição, uma garrafa de água sem rótulo e transparente, alimentos dentro de embalagem transparente, lápis de corpo liso ou lapiseira de corpo transparente, borracha, apontador de lápis e, o mais importante e indispensável, uma caneta esferográfica preta ou azul, ponta média, tipo bic, de corpo transparente.

Na realização da prova, o candidato receberá uma folha rascunho, uma folha-resposta, uma folha para a redação definitiva e um caderno contendo a proposta do tema da redação e as questões de múltipla escolha, que serão de responsabilidade do candidato até o fim do exame.

Ao receber as folhas, é importante que o número da inscrição seja conferido e o nome assinado no lugar indicado. A folha-resposta deve ser preenchida com calma e cuidado, pois não será substituída. O rascunho da redação deverá ser feito no caderno de questões, no espaço reservado para este fim, e passado a limpo, com letras legíveis e sem rasuras, na folha de redação definitiva. A folha da redação definitiva não deverá conter nenhuma forma de identificação do candidato.

A prova do vestibular é constituída de uma redação de 20 a 27 linhas, e 50 questões objetivas de múltipla escolha, com 5 questões de cada disciplina do núcleo comum do ensino médio: língua portuguesa, física, biologia, matemática, química, literatura brasileira, geografia, história, filosofia e língua estrangeira. Na redação serão avaliados como critérios a estrutura da prova, domínio da linguagem e o mecanismo linguístico adequados à organização do texto dissertativo-argumentativo. Para saber mais sobre os conteúdos das disciplinas que integram aprova, confira a página 28 do manual do candidato, cujo download pode ser feito aqui.

75% das escolas municipais aderiram a greve geral. Fotos: Mariana Olhaberriet/LABFEM

No início da tarde da última sexta-feira, dia 14 os professores da rede municipal de ensino se reuniram entre a Prefeitura Municipal, em uma manifestação pública para solicitar um encontro com o prefeito Jorge Pozzobom.

A coordenadora de Organização e Patrimônio do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm), Martha Najar, explica que entre as pautas do ato está o descongelamento do auxilio alimentação, que permanece o mesmo valor desde 2014, e a garantia do tempo de planejamento para os educadores. “Nossas condições de trabalho não são respeitas, esse tempo de planejamento está no nosso plano de carreira, no mínimo 20% da carga horária deve ser destinada ao planejamento e isso não acontece em todas as escolas”, conta Martha.

Já sobre a questão salarial, os professores receberam uma reposição de 3,75% atrasada e parcelada, e não receberam o aumento de salário referente ao piso nacional.

“Não podemos aceitar que um governo eleja a educação e os educadores como os inimigos da nação”, diz Martha Najar.

Entre as professoras municipais aposentadas que se uniram a causa, Eva Bastianello esperava por mais colegas presentes. “Esperamos, com este ato, um retorno do prefeito que até agora não nos recebeu”, afirma Eva. Ao solicitarem a presença do prefeito, foram convidados a formar uma comitiva para entrar e conversar com ele, porém, após uma votação, decidiram que manteriam suas exigências de que todo o grupo de manifestantes fosse recebido. Porém, o prefeito Jorge Pozzobom não concordou com a decisão, se negando a ir receber os professores.

Eloiz Guimarães Cristino, coordenador da Central Única do Trabalhador.

Ás 16 horas, o ato se encaminhou para a Praça Saldanha Marinho, onde estudantes e trabalhadores se reuniam para protestar contra a reforma da previdência proposta pelo governo federal. Uma das frentes organizadoras deste ato foi a Central Única dos Trabalhadores (CUT), da qual Eloiz Guimarães Cristino é coordenador. Ele alega que, neste dia, a classe trabalhadora do país inteiro luta para mostrar ao presidente que irão resistir até o fim e que não querem a aprovação do projeto da reforma da previdência.

Segundo Franciéli Barcellos de Moraes, coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFSM, a greve geral é uma paralisação apoiada por mais de uma categoria usada para parar a geração de capital e para parar o comércio, afim de mostrar as pautas pelas quais estão lutando e dialogar com a população que passa pelo centro comercial da cidade. Sobre o projeto da previdência, Franciéli diz que “não é uma reforma, mas um desmonte que vai atacar os mais pobres” e que o DCE se reuniu aos trabalhadores “porque a gente também é filho de trabalhador, vai ser da classe trabalhadora, também quer se aposentar com qualidade e entrar no mercado de trabalho com dignidade”.

Tânia Lopes, professora estadual aposentada.

Já o estudante de filosofia da UFSM, Arthur de Oliveira Machado, manifesta que a proposta da previdência “vai fazer com que o trabalhador trabalhe mais e ganhe menos, recebendo apenas 60% do salário médio”. Participando também da manifestação, a professora aposentada do estado e escritora infantil, Tânia Lopes afirma que “se a gente cala, a gente se submete ao que o poder central disser, mas nós temos que ter voz e vez, é isso que a nossa presença deve representar”. Além disso, os estudantes do Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (CTISM) se fizeram presente na manifestação, o aluno Kassio Ventura conta que “nesse momento histórico para o povo brasileiro, nós devemos nos unir para lutar pelos nossos direitos e que para que nossas vozes sejam ouvidas”.

Foi às 17h que a manifestação tomou seu rumo pelas ruas de Santa Maria, saindo da Praça Saldanha Marinho, descendo a Avenida Rio Branco até a Rua Silva Jardim, voltando para passar embaixo do Viaduto Evandro Behr. Logo, seguiu na Rua do Acampamento até a Avenida Nossa Senhora das Dores, entrando na Rua Riachuelo e subindo a Rua Ângelo Uglione até a Praça novamente.

Cartazes, banners e sinalizadores coloridos deram vida as ruas de Santa Maria neste 14 de junho.
Acadêmicos de Jornalismo na produção do programa Literatura em Foco. Foto: Denzel Valiente/LABFEM

Na disciplina de Radiojornalismo II, os alunos do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana aprendem sobre a programação radiofônica, a produção em rádio e a coberturas radiofônicas ao vivo.

No primeiro semestre deste ano, foram produzidos dois documentários radiofônicos sob orientação do professor Gilson Piber. O primeiro grupo desenvolveu o tema da literatura enquanto cultura em Santa Maria, na criação do programa Literatura em Foco, produzido pelos acadêmicos Bibiana Iop, Felipe Monteiro, Pablo Milani e Tiago Teixeira.

Já o segundo grupo produziu o programa Não é apenas um dia após o outro sobre a vida de estudantes, e os integrantes são Estela Biscaino, Juliana Brittes, Milena Dias e Valéria Auzani.

Confira os programas na sequência.

Alunos e professores assistem a abertura da copa do mundo feminina. Fotos: Beatriz Bessow/LABFEM

Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Sérgio Lopes: sentados no tapete e em grandes bancos de madeira arrastados até à frente da pequena televisão, os alunos dos anos finais se reuniram, atentos, para assistir a abertura da copa do mundo feminina. O silêncio era absoluto, mesmo porque as caixas de som não ajudam muito na acústica da sala de convivência, localizada em um grande contêiner sem qualquer tratamento térmico ou acústico, ao lado da escola. Alunos e professores olhavam atentamente para a TV. Seus diversos troféus e medalhas ao fundo enfeitando a sala, junto aos diversos cartazes sobre empoderamento feminino, direitos igual, e o lugar da mulher no esporte.

A Escola ” Sérgio Lopes” , como é popularmente conhecida, se encontra no bairro Renascença, nos fundos do Shopping Praça Nova, região periférica de Santa Maria.  Era conveniada com uma instituição filantrópica até 2016, ano em que recebeu uma nova direção do município. Desde então, participa dos Jogos Esportivos de Santa Maria (JESMA), no qual cerca de 70 escolas se inscrevem para jogar. A escola Prof. Sérgio Lopes tem ganho grande destaque entre as escolas municipais.

Troféus da JESMA expostos na sala de convivência.

Cartazes podem ser vistos colados em todo o corredor e por toda a sala de convivência, e remetem ao esforço da escola em trabalhar projetos que incentivem os alunos. A diretora Andréia Aparecida Liberali Schorn conta que em um deles estão trabalhando o esteriótipo de gênero que delimita o que meninos e meninas podem fazer ou não. “A gente começou a puxar pelo lado do futebol para eles entenderem, já que aqui as meninas ganham muito no futebol do JESMA”, comenta Andréia.

Cada sala de aula tem um nome escolhido que homenageia uma mulher importante na história, e os cartazes dispostos em suas portas explicam o porquê  de terem sido escolhidas. Entre elas podemos encontrar Frida Kahlo, Djamila Ribeiro, Marie Curie, Maria Rita Py Dutra, Carolina Maria de Jesus, sem esquecer da Marta Vieira da Silva que ocupa o nome da sala do 3º ano.

 Apesar da pouca estrutura, os alunos da Sérgio Lopes participam em diversas categorias. Jogam tanto nos esportes coletivos quanto nos individuais, e mesmo que não tenham cesta de basquete para os treinos, improvisam com cadeiras empilhadas para compreenderem o básico do lançamento. Além disso, a vice diretora, Vanessa Flores explicou que a professora de Educação Física trabalha todas as modalidades  do esporte em aula, mas como o interesse dos alunos é grande, foi criado um projeto no turno inverso em que um professor proporciona 4 horas de futebol para os times feminino e masculino praticarem.

Raiane Lamach Almeida tem 12 anos e ganhou o troféu de primeiro lugar em xadrez no ano passado.

A Sérgio Lopes é bicampeã entre as escolas municipais, tendo arrecadado mais pontos pela grande participação em muitas categorias. No ano passado, o único título geral que ganhou foi no xadrez com a aluna Raiane Lamach Almeida do 6º ano, na categoria infantil. Ela conta que não achou ganharia, pois costumava perder nas partidas em aula, mas ficou muito feliz por poder representar o colégio. “Gosto muito da escola. Sempre que eu precisei eles me ajudaram”, confessa Raiane. Apesar de na hora nem acreditar que havia ganhado, a menina de 12 anos levou um troféu só dela para casa.

Desde 2016, quando a escola começou a participar JESMA, a realidade das crianças foi melhorando. O ex-aluno, Eduardo Conceição de Abreu, de 15 anos afirma que antes não era assim, “era só aula atrás de aula”. Foi quando mudou para escola municipal que Eduardo sentiu o incentivo ao esporte fazer uma diferença nos seus dias. “Eu sinto muita saudade da escola, venho ajudar aqui, às vezes, porque eu me sinto em casa; é como uma segunda casa pra mim”, expressa.

Além dos alunos aprenderem muito sobre disciplina e trabalho em grupo, a vice diretora, Vanessa Flores, relata também ter aprendido muito com eles. “Acho que o esporte é fundamental, tudo que eles aprendem influencia na aula, principalmente para trabalhar o companheirismo”, afirma Vanessa. Apesar das condições não serem das melhores, como precisarem descer no Rio Cadena para busca a bola quando cai, a vice diretora destaca a garra de seus alunos por nunca se vitimizarem, sempre manterem a determinação e persistirem, fazendo o que gostam. Mesmo no JESMA já foram elogiados pela organização, por sua educação e comportamento e, ainda,  por dificilmente receberem cartões durante as partidas.

“Elas voam com o futebol”, comenta a diretora Andréia sobre a participação das meninas no esporte.

A vice diretora ressalta que acha muito importante mostrar que acredita neles, e que  notou uma transformação quando o esporte começou a ser mais incentivado. “Eles se uniram muito mais em questão do esporte”, menciona. Mesmo quando um ex aluno vai participar de jogos, ela é convidada e sempre marca presença na plateia para torcer por seus alunos.