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Joana Seger

Laura Gross atuando como repórter do SBT/RS. Imagem: arquivo pessoal.

Formada em jornalismo na Universidade Franciscana, em 2014, Laura Gross revela não ter sonhado com a carreira jornalística. A decisão pelo curso de comunicação teve a participação da mãe. Não sabia ao certo sobre que caminhos o jornalismo lhe revelaria, mas confiou na percepção materna, ao perceber a filha como uma pessoa muito comunicativa. E Laura expressa: “e deu certo”.

Não pensou em outra opção profissional depois da conversa com a mãe. A jornalista frisa que “apostou as fichas” no jornalismo. Ela percebeu durante a graduação, e ainda assim vê, através das suas diversas atuações na área, que “não faria nada diferente”. Lembra do encantamento ao ingressar na faculdade e começar a entender muitas coisas da profissão.

Das aulas iniciais, como a disciplina de Teorias da Comunicação, em que a maioria, segundo ela, achava “super chato”, começou a analisar a importância da carreira jornalística e suas transformações. Define como uma atividade profissional de impacto à sociedade. Teve diversos professores como referência. Cita o professor Bebeto Badke, no aprendizado da escrita, de contar uma história, indo além das perguntas: “o quê? quando? como? onde? e por quê?”. 

Durante a entrevista, sempre com seu sorriso largo, relembra os momentos em sala de aula com o professor Bebeto. Ela diz sobre as horas que ouvia música e de como aprender a tirar da cabeça as histórias que queria contar “de uma forma tão bonita” e que, por vezes, se percebia sempre tão “direta, seca, curta, grossa, para algo que merecia mais”.

Ainda como universitária, recorda da professora Daniela Hinerasky. Ela “me fez aprender sobre jornalismo online, que era uma coisa que eu também não fazia muito ideia. Ela me inspirou, principalmente na área que eu mais gostava que era de Jornalismo de Moda, era meu sonho. Depois dos primeiros semestres, ele virou o que eu realmente queria fazer da minha vida. Ela foi um ponto muito importante da minha trajetória”.

Descreve as aulas da professora Sibila Rocha: “aulas encantadoras, com sua forma de contar a semiótica”. Revive as aulas de TV com a Professora Glaíse Palma: “foi a partir daí que comecei a pegar gosto em fazer TV”. Passou por mentorias, bolsas, desde o primeiro semestre aproveitou todas as oportunidades. Disse que “ia nos professores e perguntava: tem uma vaguinha aí? Eu quero fazer”. Participou na UFN TV, no Linc, na assessoria de comunicação da Universidade. 

O primeiro estágio remunerado ocorreu no Diário de Santa Maria, no caderno de variedades, onde pode trabalhar com a moda, o que lhe fascina, dentro do jornalismo. Formou-se, e no ano seguinte, em 2015, decidiu morar na Irlanda. Revelou sua preocupação com o mercado de trabalho à época, em não conseguir uma colocação. Ao retornar para o Brasil, encaminhou muitos currículos “para milhares de lugares”, nas palavras de Laura. 

A primeira contratação foi no Jornal Semanário, em Bento Gonçalves, onde assumiu como repórter de geral. Tem sua trajetória marcada na Rádio Guaíba, como repórter de geral e de esporte. Foi enquanto repórter de torcida que Laura sofreu o episódio de assédio no futebol. Um torcedor, antes do início de um jogo da Libertadores, no estádio Beira-Rio, tentou beijá-la à força. A jornalista seguiu com a identificação e denúncia do agressor. 

Laura Gross estampa em sua carreira “Deixa ela trabalhar”. Imagem: arquivo pessoal.

Laura pontua a demissão no período da pandemia de Covid-19. Passado esse hiato mundial, ingressa como freelancer no SBT, na produção dos jornais locais, e, depois, na RBS TV, como editora de texto do esporte. Volta para o SBT para atuar na produção de entretenimento, onde está atualmente como editora de texto. Trabalha no SBT Rio Grande e, por vezes, é repórter, editora e apresentadora do jornal do geral e do esporte.

Ela também destaca que, “os jornalistas precisam ser multi. Nossa profissão é multi. Não tem como dizer eu só faço uma coisa. Os lugares estão cada vez mais se fechando para pessoas que só aceitam fazer uma coisa”. Na configuração atual das  empresas, contrata-se menos pessoas com múltiplas tarefas e define “essa é a lógica do sistema. Fundamental é estar preparado”.

Laura Gross, ao falar em preparação profissional, traz Marilice Daronco. “Uma pessoa que me ensinou muito no Diário de Santa Maria. A Mari tem um dos melhores textos que eu já li na minha vida. Ajudou muito no meu primeiro emprego, quando eu era repórter de jornal impresso. Ensinava como escrever um título que chamasse a atenção, com as informações, um lide, enfim, como amarrar bem o texto para o impresso. Foi uma pessoa que mudou a minha trajetória logo no meu começo”. 

E Marilice também expressa o tempo em estiveram juntas como colegas no Diário. “Uma época em que cobrimos shows e outros eventos culturais. Os olhos atentos, a vontade de aprender, o coração que não queria descobrir só a profissão, mas o mundo. Desde aquela época mostrava-se uma profissional e pessoa especial. Sinto muito orgulho de ver todo o crescimento dela ao longo dos anos e poder dizer que mais do que uma grande colega jornalista, é uma amiga maravilhosa”. 

Depois de tantos momentos retratados, Laura, sem perder o brilho entusiasta no olhar, deixa uma mensagem, em especial, aos estudantes de Jornalismo: “tenham certeza de que continuar na faculdade, que se formar, que estudar para a profissão que a gente escolheu é essencial. Não se faz jornalismo de uma forma correta, justa, ética, sem estudo. Não se fechem para somente uma coisa”. Para ela é necessário enxergar além. Saber falar para a rádio, TV, gravar, escrever, estar aptos às exigências de trabalho. Buscar informações em diversas áreas é um caminho para o sucesso. 

Perfil produzido no 1º semestre de 2023, na disciplina de Narrativa Jornalística , sob orientação da professora Sione Gomes.

Lorenzo Franchi atuando como repórter do SBT/RS. Imagem: Arquivo Pessoal.

Lorenzo Franchi Rodrigues apresenta-se publicamente como Lorenzo Franchi. Hoje é repórter e produtor do SBT para o interior do Rio Grande do Sul. Concluiu o jornalismo em 2018, na Universidade Franciscana. Para ele, a descendência italiana contribuiu para que a comunicação fosse um caminho profissional. Lorenzo relembra que o “ambiente comunicativo, com muito incentivo à leitura e ao estudo”, em família, foi um preparo para seguir a carreira jornalística. 

Ao falar da família, buscamos a mãe Marisa Rodrigues, professora, e que aceitou deixar um relato sobre Lorenzo, o primeiro dos trigêmeos. “Desde cedo, o Lorenzo sempre foi comunicativo. Quando criança ele ganhava microfone e bola de futebol, fazia programas de auditório, palestras para os bonecos e ursos de pelúcia. Marcou bastante a conclusão do curso, com a apresentação do trabalho final. Recordo-me que ele baixou a cabeça e fez tudo em dois finais de semana. Na hora de apresentar, por um descuido, quase ele perde a data. Estávamos programados para acompanhá-lo na segunda-feira de noite, mas era para sexta-feira anterior. Eu acompanhei de camarote. Uma conquista emocionante. Hoje em dia, é sempre especial, quando alguém vem cumprimentar e falar sobre seu trabalho. É gratificante”.

Foi no esporte, em especial com a prática do futebol, que Franchi teve o contato direto com o jornalismo. Contou que “em um triangular final do campeonato estadual de 2008, disputado no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, fui entrevistado e passei a acompanhar a profissão com outros olhos. Recordo-me de ficar conversando com o repórter e perguntar sobre sua rotina e projeções.” Driblado pelo jornalismo, em 2009, decidiu afastar-se da carreira de jogador para praticar a graduação. 

Ao ser indagado sobre ter pensando em outra escolha profissional, ele foi preciso: “sempre entendi o  jornalismo como uma certeza, convicção, espécie de chamado. Desde o momento em que tive o contato com a profissão e busquei mais informações, nunca tive dúvidas”. Relato que veio entre risos. Lembrou, ainda, que “às vésperas de prestar vestibular pela primeira vez, em 2012, flertei com o Direito e a Administração, mas logo deixei de lado e me mantive convicto no Jornalismo. Não me arrependo. Aliás, só tenho a agradecer”.

Não chegou a realizar outro curso superior, mas confessa ter se interessado pela Publicidade e Propaganda. E vem mais memórias: “certa vez, provocado pelos professores Bebeto Badke e Cristina Jobim, iniciei os estudos na PP. Foi uma experiência fantástica. Aprendi a olhar a comunicação não só como meio (mídia), mas também como produto. Com a publicidade, busquei abrir minha cabeça para novos conceitos que me ajudaram a visualizar o todo”. 

Em 2016, pela Rádio Web Unifra (atual Universidade Franciscana/UFN). Imagem: Arquivo Pessoal

Depois de três semestres em PP, decidiu dedicar-se exclusivamente ao Jornalismo, percebendo na rádio, em 2008, um atrativo maior. Na instituição, participou de forma voluntária dos laboratórios de rádio (Rádio Web UFN) e da Agência Central Sul. O foco na época era “trabalhar em rádio e fazer coberturas multimídias”. Recorda da importância da prática na faculdade: “me abriu portas profissionais logo cedo”. Em 2014, atuou como estagiário na Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (Apusm), com promoção a auxiliar de comunicação um ano depois.

Na caixa de lembranças, Lorenzo revela guardar “no coração, a assessoria de imprensa, com o professor Bebeto. A disciplina era dividida em duas etapas, uma teórica, com planejamento, organização e outra 100% prática, com o desenrolar de ações e cobertura”. Isso acarretou a participação na Feira do Livro de Santa Maria, em 2015, assessorando e contribuindo para a definição do slogan Vire a página para virar realidade, além da identidade visual junto à turma de criação da PP, aqui orientados pela professora Cristina Jobim.

Sentiu-se tão envolvido com a cobertura da Feira do Livro de 2015, através das histórias contadas e oportunidade de conhecer pessoas, que atuou em mais duas edições até se formar. Estendeu seu envolvimento com o ambiente literário na primeira feira do livro realizada na quarta colônia, em São João do Polêsine, no ano de 2016. Foi assessor do evento. 

Franchi acredita que por ter se dedicado nos laboratórios da universidade, desde o início do curso, a inserção ao mercado de trabalho se deu de maneira natural. Em seu primeiro estágio extracurricular, já teve como sequência a efetivação como assessor de comunicação na Apusm, onde permaneceu por 2 anos. Em seguida, ingressou como assistente de conteúdo no Grupo RBS, na redação integrada Diário de Santa Maria, RBS TV, Zero Hora e Rádio Gaúcha. A Rádio Imembuí veio em 2017, local onde o sonho de experienciar em rádio, “como sempre quis”, tornou-se realidade. Foi produtor, repórter e apresentador.

A mudança de cidade se deu em 2018, quando contratado pelo Sistema S de Comunicação, em Bento Gonçalves, assumindo como jornalista investigativo, repórter de geral e pauteiro no Jornal Semanário e Rádio Rainha. “Na metade daquele ano, por questões familiares, voltei para Santa Maria e abri, junto de um amigo, uma agência para assessoria de comunicação, na qual seguimos até hoje”. Em 2020, voltou ao “hardnews” na cidade de Santa Cruz do Sul, realizando reportagens policiais para a multiplataforma do Grupo Gazeta de Comunicação.

Devido à pandemia de Covid-19, retornou para Santa Maria. Depois, atuou no SBT/RS e na Rede Record, em Santa Catarina. Em março de 2022, define a ocupação atual como repórter e produtor no SBT, abrangendo a região central do Rio Grande do Sul, com o SBT Brasil e Primeiro Impacto. Como empreendedor, tem a agência Fluída Comunicação, que presta assessoria de comunicação para empresas.

Lorenzo Franchi percebe o jornalismo com “comprometimento, vocação e paixão. Dias difíceis, duros, com pautas sofridas, histórias tristes”, como a que acompanhou na cidade de São Gabriel, do caso Gabriel, um jovem de 18 anos morto depois de uma abordagem policial, em 2022. Ele acrescenta: “mas também haverá outros com conquistas épicas, encontros inesperados e pessoas calorosas. Não há jornalismo com vaidade. É bonito aparecer na televisão, falar no rádio, ter uma coluna no jornal ou ser o hype da rede social, mas jornalista precisa ser humilde para perguntar. Desfrute com sabedoria, com o máximo de leveza que puder”. 

A reflexão de sua trajetória está em suas palavras finais nesta entrevista. “O ano de 2023 tem sido de muitos desafios e crescimento. A televisão não era minha preferência no início da graduação, mas se tornou uma grande paixão. Sou grato ao carinho e confiança dos colegas. Televisão é trabalho em equipe, mas para ser equipe é preciso ter empatia, deixar a vaidade e ego de lado. Isso só é possível quando entendemos que a nossa função social é fundamental para o bom funcionamento da sociedade”. 

Perfil produzido no 1º semestre de 2023, na disciplina de Narrativa Jornalística, sob orientação da professora Sione Gomes.

A jornalista, em 2013, na cobertura de uma Batalha dos Bombeiros, de rimas, na Praça dos Bombeiros de Santa Maria. Imagem: Arquivo pessoal.

A conversa começa de maneira alegre, expansiva. Assim é o jeitinho de Gabriela Perufo. Doce e intensa, ela vive as múltiplas oportunidades, que na caminhada lhe couber. Formada em Jornalismos desde 2012, recorda da adolescente que já pensava em fazer graduação na área das ciências sociais e humanas. 

Chegou a cogitar outros cursos. Mas, foi no pré-vestibular da cidade, com a professora de inglês Denise Braga, estudante de Jornalismo na Unifra à época, que teve seu primeiro contato com a comunicação. Lembra do dia que Denise “perguntou aos alunos quem queria cursar Jornalismo, e eu sinalizei. Então, me convidou para ir junto com ela, em um dia de aula. Rapidamente fiz um tour pelo 7º e 8º andar do prédio. Já vi de cara que meu lugar era ali”.

Trouxe algumas fotografias. Ela pensou em estudar Música, Filosofia e Ciências Sociais. “No mesmo ano em que ingressei no Jornalismo na UFN fui aprovada no curso de Cinema e Animação da UFPel, e nesse período fiquei em dúvida de qual seria minha escolha. Estudar Cinema também era um desejo, mas decidi pelo Jornalismo”.   

Na graduação disse ter muitas disciplinas como inspiração. Nos primeiros anos de curso, gostava muito de Fotojornalismo e História do Jornalismo. Depois vieram as práticas, presenciando a rotina de uma redação ou emissora. Foi com Estética e Comunicação que sentiu sua mente abrir, se encantou pela história da arte. Partiu para o Laboratório de Fotografia e Memória, onde tornou-se monitora. 

Em 2008, no primeiro ano da faculdade, no Laboratório de Fotografia.
Imagem: Arquivo pessoal.

Ela revela: “entrei nos primeiros dias de graduação sem saber nada de fotografia. A professora Laura Fabrício, que depois virou uma grande amiga, me incentivou e inspirou a buscar olhares. Aprendi muito da técnica. O fotojornalismo virou uma paixão”. Gabriela escreveu textos para a Agência Central Sul, embora tenha publicado mais fotos do que matérias para o site. Também passou pela TV da instituição.

O marco de estágios foi na Câmara de Vereadores de Santa Maria. Ela aponta que, “além de ser remunerado e ajudar nas despesas mensais, foi minha primeira experiência fora da universidade. Estrutura diferente, equipamentos diferentes, uma rotina bem voltada à política institucional. Lá pude praticar um pouco de telejornalismo, de edição de vídeos, de fotografia e de assessoria de comunicação, o que ajudou na bagagem profissional”.

Formada em Jornalismo, seguiu para um MBA em Mídias Digitais na UFN. O interesse pelo jornalismo online só apareceu depois da formação, e através da pós-graduação pode perceber o importante passo para ingressar no universo digital. No mesmo ano da formação foi contratada para atuar na campanha política de Helen Cabral como assessora de comunicação. “De novo, ir para as ruas me fez aprender muito. Conheci cada canto e cada rua da cidade nesse período”. 

Ainda em 2012, trabalhou no jornal A Razão. “Era para ficar só um mês, substituindo férias. Em janeiro de 2013 houve o incêndio na boate Kiss”. Inicia, assim, sua experiência na redação. Avançou para diferentes editorias, como na produção de programas da Rádio Santamariense, com entradas ao vivo. 

Gabriela Perufo com Rodrigo Nenê, em 2020,
durante as lives de notícias, ao estilo de um telejornal,
para o Diário de Santa Maria. Imagem: Arquivo pessoal.

Planejava sair do jornal para um intercâmbio, quando abriu uma vaga para o Diário de Santa Maria, ainda era do grupo RBS. Assumiu como repórter de geral e online. Demitida em 2015,em janeiro de 2017, sob nova administração, voltou a integrar a equipe do Diário de Santa Maria como editora de online. Ela fez produções diárias de vídeos e lives de notícias. Surgiu o desafio de lançar o Bei, um portal com um DNA próprio, que traz fatos sobre segurança pública, oportunidades de emprego e serviços da cidade.

Em 2022, com 10 anos de formação jornalística e uma bagagem significativa na área, integrou a GZH como editora-assistente digital de Comportamento, que também incluía Educação, Saúde, Tecnologia e Meio Ambiente. Gabriela comenta que ficou quase um ano em GZH, “onde tive uma breve passagem pela editoria de Esporte, quando participei da cobertura da Copa do Catar”. 

Perufo deixou o veículo esse ano, e pensa muito sobre o papel do jornalismo “raiz” e como a profissão mudou. Prestou serviços à agência de comunicação Padrinho. Atualmente é freelancer. 

Sobre as conexões realizadas por onde passou, a jornalista, aos risos, falou: “são tantas vozes que formaria um coral. O Luiz Roese, carinhosamente conhecido como Tigre, foi um grande jornalista. Tive a honra de trabalhar com ele em A Razão na redação e no jornalismo diário. Luiz Norberto Roese teve a vida abreviada em 2019, por complicações de uma esclerose múltipla. 

Sobre Silvana Silva, Gabriela menciona que ela foi sua editora no Diário, em diferentes momentos. “Aprendi desde a melhorar a apuração, a escrita e a apresentar a informação da melhor forma possível ao leitor. Ela também me deu muitos conselhos, pessoais e profissionais, que levo até hoje”.

Silvana Silva percebeu o potencial da “Gabi”, assim refere-se à jornalista. “Ela sempre proativa, super antenada em redes, uma menina que gostava de game, que tinha uma linguagem muito de internet. Lá nos idos 2013 e 2014. Uma pessoa extremamente responsável, extremamente comprometida com a qualidade do trabalho dela”. Chamaram a Gabriela para a segunda equipe do Diário Online.

A editora do Diário de Santa Maria ressaltou ainda a criatividade da Gabriela, com ideias de produtos digitais interessantes. Recordou que estavam na busca por um dia do gaúcho diferente e que Gabriela Perufo trouxe algo na reunião seguinte. Foi lançado o Baita Chefe. “A Gabi foi a mentora”. Silvana saiu da redação em 2019, e Gabriela a substituiu naturalmente, assumiu a edição do Diário. A amizade segue fortalecida. “Gabi é uma pessoa que a gente pode contar sempre. Ela tem um coração de ouro. Eu desejo todo o sucesso sempre”.

Gabriela, revivendo algumas de suas escolhas, afirma que o jornalismo de hoje oferece muitas possibilidades, e diante das mudanças na profissão se dispôs a estudar coisas diferentes como copy, redes sociais e marketing. Vê a necessidade de experienciar novos meios para poder se posicionar dentro do jornalismo.

Para ela, o jornalismo de hoje oferece muitas possibilidades, e diante das mudanças na profissão, Gabriela se dispôs a estudar coisas diferentes como copy, redes sociais e marketing. Vê a necessidade de experienciar novos meios para poder se posicionar dentro do jornalismo.

Independente dos rumos, ela frisa: “nunca esqueçam que o jornalismo serve para o público, para as pessoas, e que ele tem como objetivo sempre informar para manter a democracia. Ser jornalista é uma responsabilidade imensa, tem um propósito lindo demais e pode ser incrível se feito da forma mais transparente possível. E acima de tudo: ser humano, sempre, sem nunca perder a capacidade de se indignar”. 

Encerra a conversa com esse jeitinho sorridente e muito focado. Seu companheiro de vida é o Pedro Piegas, também egresso de Jornalismo da UFN. Estão há 5 anos juntos, compartilhando a comunicação e a vida de casal. A filha canina, Capitu, completa os dias da jornalista. O perfil de Gabriela Perufo não está completo, porque sempre há algo a mais para ser relembrado.

Perfil produzido no 1º semestre de 2023, na disciplina de Narrativa Jornalística , sob orientação da professora Sione Gomes.

Flora Quinhones no estúdio de audiovisual do curso de Jornalismo na UFN. Imagem: Arquivo Pessoal.

Flora Botin Quinhones é movimento. A jornalista, formada em 2021 na Universidade Franciscana, encaminha áudios enérgicos, cheios de expressividade e muita ousadia. Hoje está na Austrália. Entre trabalho, estudos e diversão, dedicou um tempinho para participar como perfilada dos 20 anos da Comunicação na UFN.  

O perfil é de Flora , mas quem começa falando é o empresário Deiverson Abrantes, com quem ela atuou por quatro anos e é um nome que lhe traz muitos significados. Ele fala sobre a jornalista de forma poética: “Precisamos de mais ‘Floras’, por sua dedicação e empenho em tudo o que faz, desde uma simples pesquisa até uma apresentação detalhada e abrangente. Pessoa corajosa, que se entrega completamente, comprometida em melhorar constantemente, e disposta a deixar uma marca positiva por onde passa. É esse espírito de perseverança, dedicação e paixão que realmente transforma o mundo e nos faz progredir. Nesse contexto, sou grato por ter a Flora em nossa empresa, e espero que o mundo seja preenchido por mais pessoas como ela”.

Agora, Flora por Flora. Ela não se recorda de quando teve o prelúdio pelos estudos jornalísticos, mas ainda no ensino médio achava “muito legal”. A partir dessa simplificação, resolveu fazer o vestibular para o Jornalismo. Num primeiro momento, disse que ia experimentar. Mas se apaixonou pelo curso, pelos professores, e concluiu a graduação cheia de histórias para contar.

Flora em São Paulo no Beco do Batman. Imagem: arquivo pessoal

No decorrer da conversa, as memórias surgem com intensidade. E Flora traz: “antes de eu escolher o Jornalismo, eu gostaria de ser psicóloga. Ainda acho que deveria ter sido psicóloga”. Gargalhadas após o comentário, mas logo vem a afirmativa: “Escolhi o jornalismo. Eu gosto muito do que faço. Eu gosto dessa profissão”. Ainda no Colégio Estadual Manoel Ribas, o Maneco, participou de algumas oficinas de jornalismo. Gostava de ouvir rádio.

Ingressante do curso em 2015, a jornalista cita que não teve oportunidade de trabalhar em rádio. Ou melhor, salienta que “ainda não teve”. No período acadêmico, foi buscando identificações. Descobriu que não tinha “vocação” para a TV, comenta. “Assim, eu não tinha muito jeito para TV, então eu foquei mais na área de assessoria de imprensa para empresas, mas já com um olhar para a política. Embora não estivesse conseguindo”.

O último semestre coincidiu com o período eleitoral, foi quando a professora Sione Gomes a indicou para um político da cidade. Não teve dúvidas em estar ali. Trabalhou durante toda a campanha e passou a compor o gabinete do vereador Ricardo Blattes, eleito à época. Lá permaneceu por dois anos, e relata ter aprendido muito naquele ambiente, aplicando o conhecimento jornalístico em assessoria de imprensa na área política.

E os pensamentos voltam para os laboratórios da academia. Foi monitora do Laboratório de Multimídia em Jornalismo (Multijor), também atuou na Agência Central Sul, além de uma breve passagem pela assessoria de comunicação da UFN, como estagiária. Procurou estar sempre envolvida nas atividades e participou de um documentário que acendeu seu interesse pelo gênero. “Falava sobre meninos que tocavam na rua”, lembra.

O professor Maurício Dias faz parte das recordações acadêmicas. “Ele me acompanhou durante toda a graduação. Uma pessoa com quem eu dividia muitas coisas, minhas angústias. O início do meu entendimento sobre multimídia, sobre redes sociais, marketing…  Foi ele quem me deu o start para querer aprender, e perceber como isso é importante na vida do jornalista”. O professor foi orientador do TCC da Flora, com o título: Como o jornal da Intercept faz reportagens para os stories.

Com a ida para estudar em Portugal, durante quatro meses aprofundou-se em cadeiras de Jornalismo, como a de Cinema, de Jornal e de Multimídia, que incluía rádio, TV e web, e uma de Publicidade. Cooperou com a produção do documentário chamado Solo, que tratava sobre o êxodo dos jovens de Portugal. Flora analisa que lá, na assessoria de imprensa, o foco era para empresas, “não era tão news como no Brasil. Foi bem interessante”.

A assessoria de imprensa, então, firma-se na carreira da jornalista. Ela refere-se à oportunidade junto ao vereador Blattes como um momento muito importante. “Ele me ensinou muito sobre o olhar que a gente tem que ter sobre as coisas, sobre os cenários, como relatar. E assessoria de imprensa, normalmente, tu vais ser parcial, porque tu precisas defender a empresa, ou o lugar, o projeto que tu trabalhas. Neste sentido, ele me ensinou muito sobre como defender um ponto, sabe?”.

A jornalista quando assessorava o político Ricardo Blates na Câmara de Vereadores de Santa Maria.

Flora acrescenta que aprendeu a “analisar a política, de como a gente não pode esquecer dos aspectos históricos, daquilo que aconteceu e não aconteceu. Essas coisas são muito relevantes para o jornalismo político. E como a sociedade é um pouco de não lembrar mais do que aconteceu há três meses, é sempre importante ter esse olhar histórico, que faz parte do jornalismo”.

Hoje, Flora Quinhones está em intercâmbio na Austrália, e não exerce o jornalismo. O intuito é se aprimorar na língua inglesa para melhorar sua atuação e expandir suas possibilidades de trabalho quando retornar ao Brasil: “Eu pretendo voltar para o Brasil no ano que vem e, provavelmente, trabalharei com assessoria de imprensa”. Ela acredita que, para sua jornada, é necessário a persistência e o domínio multimídia. E conclui: “aprender de tudo um pouco, saber de tudo um pouco, porque o mercado de trabalho exige isso do jornalista. Mas não deixar de se apaixonar por alguma área. Eu acho que na assessoria de imprensa política, tu fazes parte de um projeto, da construção de algo que pode ser bom para o país, que vai ser bom não só para ti, naquele momento, mas vai ser bom para uma grande maioria”.

Perfil produzido no 1º semestre de 2023, na disciplina de Narrativa Jornalística , sob orientação da professora Sione Gomes.

A Petrobras anunciou a redução na refinaria dos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Justifica-se esse movimento pela mudança na estratégia de preços. Assim, elimina-se a chamada política de paridade de importação de combustível, e deixa de alinhar os valores com o mercado de petróleo e a taxa de câmbio.

Os valores devem subir alguns centavos na virada do mês. Imagem: Pixabay

A expectativa é que o corte de R$0,40 por litro de gasolina comum na refinaria chegue até às bombas com uma redução, em média, de R$0,29. Já o litro do diesel deve sair R$0,44 mais barato. O gás liquefeito de petróleo (GLP) teve anunciada uma diminuição em R$0,69 por quilo, oferta ao consumidor final pelo preço aproximado de R$100,00 para o botijão de 13Kg.

No Rio Grande do Sul já se confere, em alguns postos de combustíveis, o valor de R$5,00 para o litro da gasolina comum. É verdade que as empresas podem definir os preços de revenda, porém, com o mercado retraído, é provável que repassem o desconto ao consumidor.

Como na virada do mês terá uma mudança no cálculo do ICMS, aplicado igualmente em todo o país, o estado passará a aumentar seu ICMS, porque atualmente o valor estabelecido aqui é menor, o que poderá respingar nos combustíveis e gás de cozinha em até R$0,20 de acréscimo.

Em Santa Maria os motoristas encontram a gasolina comum por R$4,99, o diesel a R$5,04 e o botijão de gás com 13Kg chega aos R$103,00. No Brasil não há tabelamento de preços, portanto fatores como impostos e as margens de lucros da distribuição e das revendas podem gerar a “flutuação” dos preços.

Em contato com a gerente do posto Ferrari I, ela disse que o movimento cresceu 10% desde a baixa dos preços. O posto estava cobrando R$5,69 o litro da gasolina comum, hoje a R$5,04, e aos finais de semana fica por R$4,87. Para o diesel, comentou que passaram de R$5,79 para R$4,99. Ressaltando que os valores diferem de acordo com a forma de pagamento: à vista ou no crédito.

            O Governo Federal instituiu o dia 24 de maio para o “mutirão do preço justo” em todo o país, a fim de monitorar o repasse da redução nas distribuidoras e revendas, proteger e evitar práticas abusivas e deletérias ao consumidor brasileiro. A coordenadora do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/SM), Dra Márcia Moro da Rocha, relatou à Agência Central Sul que o monitoramento iniciou na semana passada, que não receberam denúncias, apenas informações pelos canais de atendimento. Acrescentou que “não encontramos irregularidades. A redução da refinaria é dada direto na compra pela distribuidora (e essa é quem vende aos postos), ou seja, verificamos redução no combustível.”