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Santa Maria, RS, Brazil

“Saber de tudo um pouco, mas não deixar de se apaixonar por alguma área”

Flora Quinhones no estúdio de audiovisual do curso de Jornalismo na UFN. Imagem: Arquivo Pessoal.

Flora Botin Quinhones é movimento. A jornalista, formada em 2021 na Universidade Franciscana, encaminha áudios enérgicos, cheios de expressividade e muita ousadia. Hoje está na Austrália. Entre trabalho, estudos e diversão, dedicou um tempinho para participar como perfilada dos 20 anos da Comunicação na UFN.  

O perfil é de Flora , mas quem começa falando é o empresário Deiverson Abrantes, com quem ela atuou por quatro anos e é um nome que lhe traz muitos significados. Ele fala sobre a jornalista de forma poética: “Precisamos de mais ‘Floras’, por sua dedicação e empenho em tudo o que faz, desde uma simples pesquisa até uma apresentação detalhada e abrangente. Pessoa corajosa, que se entrega completamente, comprometida em melhorar constantemente, e disposta a deixar uma marca positiva por onde passa. É esse espírito de perseverança, dedicação e paixão que realmente transforma o mundo e nos faz progredir. Nesse contexto, sou grato por ter a Flora em nossa empresa, e espero que o mundo seja preenchido por mais pessoas como ela”.

Agora, Flora por Flora. Ela não se recorda de quando teve o prelúdio pelos estudos jornalísticos, mas ainda no ensino médio achava “muito legal”. A partir dessa simplificação, resolveu fazer o vestibular para o Jornalismo. Num primeiro momento, disse que ia experimentar. Mas se apaixonou pelo curso, pelos professores, e concluiu a graduação cheia de histórias para contar.

Flora em São Paulo no Beco do Batman. Imagem: arquivo pessoal

No decorrer da conversa, as memórias surgem com intensidade. E Flora traz: “antes de eu escolher o Jornalismo, eu gostaria de ser psicóloga. Ainda acho que deveria ter sido psicóloga”. Gargalhadas após o comentário, mas logo vem a afirmativa: “Escolhi o jornalismo. Eu gosto muito do que faço. Eu gosto dessa profissão”. Ainda no Colégio Estadual Manoel Ribas, o Maneco, participou de algumas oficinas de jornalismo. Gostava de ouvir rádio.

Ingressante do curso em 2015, a jornalista cita que não teve oportunidade de trabalhar em rádio. Ou melhor, salienta que “ainda não teve”. No período acadêmico, foi buscando identificações. Descobriu que não tinha “vocação” para a TV, comenta. “Assim, eu não tinha muito jeito para TV, então eu foquei mais na área de assessoria de imprensa para empresas, mas já com um olhar para a política. Embora não estivesse conseguindo”.

O último semestre coincidiu com o período eleitoral, foi quando a professora Sione Gomes a indicou para um político da cidade. Não teve dúvidas em estar ali. Trabalhou durante toda a campanha e passou a compor o gabinete do vereador Ricardo Blattes, eleito à época. Lá permaneceu por dois anos, e relata ter aprendido muito naquele ambiente, aplicando o conhecimento jornalístico em assessoria de imprensa na área política.

E os pensamentos voltam para os laboratórios da academia. Foi monitora do Laboratório de Multimídia em Jornalismo (Multijor), também atuou na Agência Central Sul, além de uma breve passagem pela assessoria de comunicação da UFN, como estagiária. Procurou estar sempre envolvida nas atividades e participou de um documentário que acendeu seu interesse pelo gênero. “Falava sobre meninos que tocavam na rua”, lembra.

O professor Maurício Dias faz parte das recordações acadêmicas. “Ele me acompanhou durante toda a graduação. Uma pessoa com quem eu dividia muitas coisas, minhas angústias. O início do meu entendimento sobre multimídia, sobre redes sociais, marketing…  Foi ele quem me deu o start para querer aprender, e perceber como isso é importante na vida do jornalista”. O professor foi orientador do TCC da Flora, com o título: Como o jornal da Intercept faz reportagens para os stories.

Com a ida para estudar em Portugal, durante quatro meses aprofundou-se em cadeiras de Jornalismo, como a de Cinema, de Jornal e de Multimídia, que incluía rádio, TV e web, e uma de Publicidade. Cooperou com a produção do documentário chamado Solo, que tratava sobre o êxodo dos jovens de Portugal. Flora analisa que lá, na assessoria de imprensa, o foco era para empresas, “não era tão news como no Brasil. Foi bem interessante”.

A assessoria de imprensa, então, firma-se na carreira da jornalista. Ela refere-se à oportunidade junto ao vereador Blattes como um momento muito importante. “Ele me ensinou muito sobre o olhar que a gente tem que ter sobre as coisas, sobre os cenários, como relatar. E assessoria de imprensa, normalmente, tu vais ser parcial, porque tu precisas defender a empresa, ou o lugar, o projeto que tu trabalhas. Neste sentido, ele me ensinou muito sobre como defender um ponto, sabe?”.

A jornalista quando assessorava o político Ricardo Blates na Câmara de Vereadores de Santa Maria.

Flora acrescenta que aprendeu a “analisar a política, de como a gente não pode esquecer dos aspectos históricos, daquilo que aconteceu e não aconteceu. Essas coisas são muito relevantes para o jornalismo político. E como a sociedade é um pouco de não lembrar mais do que aconteceu há três meses, é sempre importante ter esse olhar histórico, que faz parte do jornalismo”.

Hoje, Flora Quinhones está em intercâmbio na Austrália, e não exerce o jornalismo. O intuito é se aprimorar na língua inglesa para melhorar sua atuação e expandir suas possibilidades de trabalho quando retornar ao Brasil: “Eu pretendo voltar para o Brasil no ano que vem e, provavelmente, trabalharei com assessoria de imprensa”. Ela acredita que, para sua jornada, é necessário a persistência e o domínio multimídia. E conclui: “aprender de tudo um pouco, saber de tudo um pouco, porque o mercado de trabalho exige isso do jornalista. Mas não deixar de se apaixonar por alguma área. Eu acho que na assessoria de imprensa política, tu fazes parte de um projeto, da construção de algo que pode ser bom para o país, que vai ser bom não só para ti, naquele momento, mas vai ser bom para uma grande maioria”.

Perfil produzido no 1º semestre de 2023, na disciplina de Narrativa Jornalística , sob orientação da professora Sione Gomes.

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Flora Quinhones no estúdio de audiovisual do curso de Jornalismo na UFN. Imagem: Arquivo Pessoal.

Flora Botin Quinhones é movimento. A jornalista, formada em 2021 na Universidade Franciscana, encaminha áudios enérgicos, cheios de expressividade e muita ousadia. Hoje está na Austrália. Entre trabalho, estudos e diversão, dedicou um tempinho para participar como perfilada dos 20 anos da Comunicação na UFN.  

O perfil é de Flora , mas quem começa falando é o empresário Deiverson Abrantes, com quem ela atuou por quatro anos e é um nome que lhe traz muitos significados. Ele fala sobre a jornalista de forma poética: “Precisamos de mais ‘Floras’, por sua dedicação e empenho em tudo o que faz, desde uma simples pesquisa até uma apresentação detalhada e abrangente. Pessoa corajosa, que se entrega completamente, comprometida em melhorar constantemente, e disposta a deixar uma marca positiva por onde passa. É esse espírito de perseverança, dedicação e paixão que realmente transforma o mundo e nos faz progredir. Nesse contexto, sou grato por ter a Flora em nossa empresa, e espero que o mundo seja preenchido por mais pessoas como ela”.

Agora, Flora por Flora. Ela não se recorda de quando teve o prelúdio pelos estudos jornalísticos, mas ainda no ensino médio achava “muito legal”. A partir dessa simplificação, resolveu fazer o vestibular para o Jornalismo. Num primeiro momento, disse que ia experimentar. Mas se apaixonou pelo curso, pelos professores, e concluiu a graduação cheia de histórias para contar.

Flora em São Paulo no Beco do Batman. Imagem: arquivo pessoal

No decorrer da conversa, as memórias surgem com intensidade. E Flora traz: “antes de eu escolher o Jornalismo, eu gostaria de ser psicóloga. Ainda acho que deveria ter sido psicóloga”. Gargalhadas após o comentário, mas logo vem a afirmativa: “Escolhi o jornalismo. Eu gosto muito do que faço. Eu gosto dessa profissão”. Ainda no Colégio Estadual Manoel Ribas, o Maneco, participou de algumas oficinas de jornalismo. Gostava de ouvir rádio.

Ingressante do curso em 2015, a jornalista cita que não teve oportunidade de trabalhar em rádio. Ou melhor, salienta que “ainda não teve”. No período acadêmico, foi buscando identificações. Descobriu que não tinha “vocação” para a TV, comenta. “Assim, eu não tinha muito jeito para TV, então eu foquei mais na área de assessoria de imprensa para empresas, mas já com um olhar para a política. Embora não estivesse conseguindo”.

O último semestre coincidiu com o período eleitoral, foi quando a professora Sione Gomes a indicou para um político da cidade. Não teve dúvidas em estar ali. Trabalhou durante toda a campanha e passou a compor o gabinete do vereador Ricardo Blattes, eleito à época. Lá permaneceu por dois anos, e relata ter aprendido muito naquele ambiente, aplicando o conhecimento jornalístico em assessoria de imprensa na área política.

E os pensamentos voltam para os laboratórios da academia. Foi monitora do Laboratório de Multimídia em Jornalismo (Multijor), também atuou na Agência Central Sul, além de uma breve passagem pela assessoria de comunicação da UFN, como estagiária. Procurou estar sempre envolvida nas atividades e participou de um documentário que acendeu seu interesse pelo gênero. “Falava sobre meninos que tocavam na rua”, lembra.

O professor Maurício Dias faz parte das recordações acadêmicas. “Ele me acompanhou durante toda a graduação. Uma pessoa com quem eu dividia muitas coisas, minhas angústias. O início do meu entendimento sobre multimídia, sobre redes sociais, marketing…  Foi ele quem me deu o start para querer aprender, e perceber como isso é importante na vida do jornalista”. O professor foi orientador do TCC da Flora, com o título: Como o jornal da Intercept faz reportagens para os stories.

Com a ida para estudar em Portugal, durante quatro meses aprofundou-se em cadeiras de Jornalismo, como a de Cinema, de Jornal e de Multimídia, que incluía rádio, TV e web, e uma de Publicidade. Cooperou com a produção do documentário chamado Solo, que tratava sobre o êxodo dos jovens de Portugal. Flora analisa que lá, na assessoria de imprensa, o foco era para empresas, “não era tão news como no Brasil. Foi bem interessante”.

A assessoria de imprensa, então, firma-se na carreira da jornalista. Ela refere-se à oportunidade junto ao vereador Blattes como um momento muito importante. “Ele me ensinou muito sobre o olhar que a gente tem que ter sobre as coisas, sobre os cenários, como relatar. E assessoria de imprensa, normalmente, tu vais ser parcial, porque tu precisas defender a empresa, ou o lugar, o projeto que tu trabalhas. Neste sentido, ele me ensinou muito sobre como defender um ponto, sabe?”.

A jornalista quando assessorava o político Ricardo Blates na Câmara de Vereadores de Santa Maria.

Flora acrescenta que aprendeu a “analisar a política, de como a gente não pode esquecer dos aspectos históricos, daquilo que aconteceu e não aconteceu. Essas coisas são muito relevantes para o jornalismo político. E como a sociedade é um pouco de não lembrar mais do que aconteceu há três meses, é sempre importante ter esse olhar histórico, que faz parte do jornalismo”.

Hoje, Flora Quinhones está em intercâmbio na Austrália, e não exerce o jornalismo. O intuito é se aprimorar na língua inglesa para melhorar sua atuação e expandir suas possibilidades de trabalho quando retornar ao Brasil: “Eu pretendo voltar para o Brasil no ano que vem e, provavelmente, trabalharei com assessoria de imprensa”. Ela acredita que, para sua jornada, é necessário a persistência e o domínio multimídia. E conclui: “aprender de tudo um pouco, saber de tudo um pouco, porque o mercado de trabalho exige isso do jornalista. Mas não deixar de se apaixonar por alguma área. Eu acho que na assessoria de imprensa política, tu fazes parte de um projeto, da construção de algo que pode ser bom para o país, que vai ser bom não só para ti, naquele momento, mas vai ser bom para uma grande maioria”.

Perfil produzido no 1º semestre de 2023, na disciplina de Narrativa Jornalística , sob orientação da professora Sione Gomes.