A Agência CentralSul de Notícias faz parte do Laboratório de Jornalismo Impresso e Online do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) em Santa Maria/RS (Brasil).
Era 2016. Matheus, o colorado apaixonado desde criança pelo seu time do coração, o Sport Club Internacional de Porto Alegre. Matheus morava na pequena e pacata cidade de Dilermando de Aguiar, município com pouco mais de 3 mil habitantes. Distante 50 quilômetros de Santa Maria e 340 quilômetros da capital gaúcha, Porto Alegre. Matheus sonhava em ir no jogo do Inter mas, pela distância do estádio, era inviável. Ele morava com seus pais, Dona Rosa e seu João, um casal de agricultores. A “grande” família ainda tinha mais dois integrantes, as irmãs de Matheus, Débora e Monica. Ambas moravam em Santa Maria.
Matheus já havia concluído o ensino médio e ajudava seu pai na lavoura de soja. O fanático colorado tinha uma vida de agricultor. Acordava e dormia cedo, exceto quando chovia. Em dias chuvosos Matheus acordava mais tarde, pois não tinha muitas coisas para fazer. A salvação dele era a internet. Muitas vezes lenta. Ainda piorava com a chuva, mas era o que tinha. Então, Matheus pegava seu notebook e acessava o YouTube. Crente na pesquisa, ele digitava “jogos do Inter no Beira Rio”. E assim se entretia por horas olhando os vídeos da torcida organizada “guarda popular” cantar, pular e torcer para seu time do coração. A cada jogo que Matheus assistia do Inter na Globo, quartas à noite ou domingos à tarde ele se imaginava dentro do estádio lotado, em um jogo do seu time do coração.
Matheus era primo de Genara que, por sua vez, tinha uma irmã que morava na capital Porto Alegre, casada com Douglas. Ele também colorado fanático, acostumado a ir em jogos decisivos no gigante Beira Rio. Certo dia, Genara convidou Matheus para passar uns dias em Porto Alegre, na casa da casa da irmã dela. Mas, tinha que pagar passagem até a capital. Então, Matheus ligou para sua mãe e pediu autorização para ir viajar. Mas, dona Nair taxativa não estava gostando da ideia. Conversa vai, conversa vem, Matheus convenceu sua mãe.
Matheus com sorriso estampado no rosto, pulava de alegria, pois viajaria à capital gaúcha. Acostumado a ir de Dilermando a Santa Maria, estava incrédulo com a ida a Porto Alegre. Então, ele fez as malas, pegou suas melhores roupas e, claro, a camiseta do seu time de coração. Chegando na rodoviária da capital, estava lá Douglas para buscar ele e sua prima Genara. No percurso longo e entusiasmado de 45 minutos da rodoviária até a casa de Douglas, Matheus pensava: “poxa, sábado tem jogo do Inter”. Matheus e Genara então chegaram na casa de Douglas.
De noite, na hora da janta, Douglas perguntou se Matheus não queria ir no jogo do Inter, no sábado, no Beira Rio contra o Sport. Matheus então tentando conter o entusiasmo fala: “bah, seria um sonho!”. Douglas pega seu celular e liga para um amigo, que era sócio do Sport Club Internacional, e pergunta: “Carlos, estou com o primo da Genara aqui em casa, e ele gostaria de ir no jogo sábado. Tu empresta carteirinha de sócio para o Matheus?”. Douglas então ficou em silêncio por 10 segundos, o que perecia 10 anos para o Matheus e disse: “certo Carlos! Sábado passamos aí e pegamos ela”.
Matheus já não se aguentando de ansiedade escuta de Douglas: “sábado tu vai no jogo!”. Matheus lacrou um sorriso empolgado no rosto. As 40 horas que passaram, até a hora de ir para o jogo, foram as horas mais demoradas na vida de Matheus.
Chega o dia. Matheus toma um banho, coloca sua camiseta vermelha radiante do Inter, arruma o cabelo e, junto com Douglas, vai para o estádio Beira Rio. Mas antes eles teriam que ir até a casa de Carlos, amigo de Douglas, para pegar a carteirinha de sócio. O trajeto durou 60 minutos intermináveis para Matheus. Quando ele está com a carteirinha na mão e nota que a modalidade é de sócio master (entra na melhor área do estádio sem pagar entrada) Matheus quase chora emocionado, mas se contém. Já no estádio, Matheus, que nunca havia visto o magnifico Beira Rio de perto, se impressiona com o tamanho e a beleza. Ao adentrar no estádio, mais entusiasmo, pois Matheus entra na área das cadeiras, atrás do banco de reserva dos jogadores. Ele vê todo aquele campo verde, e olha ao redor do estádio pintado de vermelho, magnífico.
Aos poucos o estádio vai enchendo. Se aproxima a hora do jogo, e quando Matheus menos espera entra a torcida organizada “Guarda Popular” proferindo os cânticos de apoio ao time do Inter. Então, Matheus senta na cadeira e fica admirando incrédulo no que está vivendo. Dia 26 de maio de 2016, o dia em que Matheus foi no primeiro jogo do seu clube do coração, no estádio Beira Rio. A data ficará marcada para sempre na memória do fanático torcedor Matheus.
Produção feita na disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o primeiro semestre de 2021, sob coordenação da professora Glaíse Bohrer Palma.
O futebol é um negócio que mobiliza, além da paixão, bilhões de dólares no mundo todos os anos. Gestores não podem mais ser apenas torcedores que trabalham de maneira voluntária, no tempo que encontram para isso. O futebol exige profissionais qualificados, nas mais diferentes áreas. Um negócio que precisa de planejamento, de receita, organização e responsabilidade financeira. E isso pode existir no modelo associativo, da imensa maioria dos clubes brasileiros, ou numa transformação para clube empresa.
“O que falta hoje no nosso futebol é profissionalismo. Não é dinheiro. Dinheiro tem de sobra”, comentou Raphael Gomes. Repórter e produtor da rádio Gaúcha desde 2012. Gomes comentou ainda, que para a dupla grenal não seria a saída vender ações do clube pelo fato de serem clubes gigantes e possuírem muitos torcedores. Ainda, segundo ele, o Grêmio está com uma gestão excelente e conseguindo se estabilizar financeiramente. Já o Internacional está aos poucos tentando melhorar sua situação financeira.
O repórter Tiago Nunes, da Bitcom TV, comentou sobre a nova proposta de transformar a instituição de futebol em clube S.A., que seria uma espécie de sociedade anônima, transformando os clubes de futebol em empresas e abrindo suas ações para investidores. “Eu não vejo como solução no futebol brasileiro em transformar um clube em uma empresa. Porque não adianta se a mentalidade de quem está dentro dos clubes não é de profissionalismo”, afirmou Nunes.
O futebol cada vez mais é um negócio em que uma gestão profissional faz toda a diferença na hora em que a bola rola. No início da década de 1990, os europeus descobriram que profissionalizar e transformar os clubes em empresas era uma saída para conseguir crescimento sustentável, na tentativa de gerar títulos e aumentar sua base de torcedores.
No ano de 2019, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que libera os clubes para se tornarem empresas, algo parecido com o que ocorre na Europa. Hoje, qualquer clube pode ser uma companhia. Há a possibilidade de nascer empresa, a exemplo do Red Bull Brasil, como deixar de ser uma associação e virar uma empresa, como Red Bull Bragantino e Botafogo-SP. Atualmente, em sua maioria, os clubes são entidades sem fins lucrativos e se tornariam sociedades limitadas ou até mesmo anônimas. Em 2020 com a pandemia do novo coronavírus e a paralisação das competições no Brasil, a delicada situação financeira que grande parte dos clubes atravessou ficou escancarada e ganhou holofotes.
Tendo em vista que apenas clubes quais não vem obtendo sucesso com títulos e financeiro, acabam sendo comprados por investidores. Temos alguns exemplos como citado acima Botafogo-SP, houve a tentativa mal sucedida do Figueirense. E clubes internacionais, quais não figuravam no cenário do futebol, e depois da venda se tornaram sucesso. Instituições tais como: Lyon, Manchester City, Juventus e RB Leipzig são casos de sucesso desse novo modelo de gestão.
Para Gomes, a estratégia de transformar o clube em uma empresa não é uma boa opção, principalmente para os clubes de maior torcida. Para o jornalista esse modelo deu certo no Bragantino, por exemplo, pelo motivo de o clube ser uma instituição menor, sem torcida de bairro. Ele ainda citou que o Figueirense não teve sucesso na venda do clube, pelo motivo de já ter uma quantia considerável de torcida.
Em 2017 um grupo de investidores assinou com o Figueirense um contrato para transformar o clube em uma empresa de sociedade limitada. A terceirização da gestão foi aprovada no conselho deliberativo por 80 votos a 2. Em abril de 2018, o Figueirense foi campeão do Campeonato Catarinense. Poderia ser o prenúncio de bons tempos, mas, no mesmo ano, os problemas de gestão se agravaram e o número de processos trabalhistas ultrapassou a faixa dos 150. Hoje, por ora, o Figueirense segue com gestão interina, mas parte da cúpula ainda não desistiu do modelo empresarial.
O exemplo também foi citado por Tiago Nunes que concorda que se os clubes não forem profissionais, vão acabar falindo. Ele ainda comentou que a CBF deveria instruir as instituições para profissionalizá-las, assim tendo regras que favorecem os clubes. Nunes deu como exemplo o Grêmio, que é um exemplo de organização como instituição que visa apenas alegrar o torcedor.
Sobre os clubes do interior do Rio Grande do Sul, que não possuem estruturas e torcedores suficientes para manter suas receitas, Nunes afirmou ”eu não vejo a possibilidade de transformar em empresa. Porque são diferentes, apaixonados. Eles acabam administrando na paixão, e não na razão”.
Texto: Matheus Andrade
Produção feita na disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o primeiro semestre de 2021, sob coordenação da professora Glaíse Bohrer Palma.
Em todo o Brasil, 46 mil crianças e adolescentes vivem em abrigos, segundo o Conselho Nacional de Justiça. Há um total de 7.493 crianças e adolescentes que estão no Cadastro Nacional de Adoção. Destas, 4.826 (10,5% das crianças que vivem em abrigos) crianças estão disponíveis para adoção. Outras 2.667 ainda estão vinculadas a suas famílias, ou seja, os processos de adoção começam enquanto ainda há possibilidades de recursos por parte da família biológica, o que gera riscos para os adotantes. As demais, cerca de 38 mil crianças, ainda nem tiveram seus processos de destituição do poder familiar iniciados, e estão crescendo nos abrigos. Alguns dos motivos para isso são a morosidade da Justiça, leis ultrapassadas e pessoas que não abrem mão da guarda dos filhos, mesmo não os querendo. Apenas para não perder benefícios sociais.
“Se uma mãe está na dúvida para adotar, não adote! Maternidade e paternidade isso não se faz com dúvida. Filho é realização, mas filho é responsabilidade, é preocupação, é zelo e isso é 26 horas por dia”, declarou Márcia Marinho de Faria, jornalista, sobre mães que estão na dúvida em relação adoção.
Márcia e Rodrigo de Faria ganharam a guarda do B.M.F em dezembro de 2018, na época ele tinha 11 anos. A adoção está por ser concluída. Assim que sair a sentença. Márcia e Rodrigo poderão ter a certidão do filho com o sobrenome do casal.
Em Santa Maria existe o Grupo de Apoio e Incentivo a Adoção, Gaia. Ele prepara os candidatos para a realidade afetiva de uma adoção, a responsabilidade paterna e materna e o caráter legal.
Processo de adoção
O caminho da adoção é longo. Primeiro, há um processo de habilitação que consiste em uma série de documentos entregues pelos futuros adotantes, além de avaliação técnica com um Assistente Social e psicólogo forense para avaliar as principais condições psicológicas e afetivas do casal. Depois de entregue ao cartório do fórum a documentação solicitada, o órgão remete ao Juizado da Infância e da Juventude, e o juiz autoriza ou não a habilitação para adoção. Feito tudo isso, o casal começa a fazer parte do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) – que está em transição para Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA).
Posteriormente, há perfis da parte adotada e do adotando. Quando eles se cruzam é porque as características descritas em cada perfil são compatíveis . Quando isso acontece a família é chamada na vara da infância a que está vinculada a criança, o que pode ser em qualquer região do País, pois a adoção é nacional. Posteriormente, com autorização do juiz daquela comarca são passadas para o casal algumas informações da criança, aquilo que seja mais grave para evitar que ocorra devolução. Em primeiro lugar são levados aos pretendentes os detalhes das crianças, quais as suas necessidades e o que ela vai precisar da nova família.
Primeiro há uma visita despretensiosa, apenas para conhecer a instituição sem a criança saber. Depois sim, ela vai ser notificada que o casal veio conhecê-la e, com o consentimento do menor, realiza-se o encontro. Lembrando que, conforme o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) essas perguntas são feitas apenas para maiores de 10 anos, pois eles têm, legalmente, maturidade psicológica e intelectual para responder acerca do próprio bem estar.
B.M.F, filho de Márcia e Rodrigo, é o 12º adotado na família. Além de ser uma prática nada incomum para a família, Márcia pondera que teve outros motivos particulares para realizaram adoção e que era um sonho do casal.
Adoção de recém-nascido e adoção tardia
Márcia é categórica, é contra a decisão dos pais adotivos de não contarem às crianças sobre a verdade do passado. A não transparência pode gerar no futuro sensações de traição, engano e não pertencimento. Muitas vezes, na adoção de crianças novas, os pais não contam à criança sobre a adoção, o que pode criar problemas futuros.
Já na adoção tardia há o medo que a criança seja rebelde. Márcia destaca que é importante ter a consciência que a adolescente/criança acima de 10 anos está sendo adotada e adotando. Por já ter vivido um tempo com a família biológica antes de ser retirada dela, as vezes ela vivia em um ambiente de violência e hostilidade mas, mesmo assim, há casos de resistência na separação da família. Então, os vilões para essas crianças podem ser o conselho tutelar e a rede de proteção. São casos delicados de lidar, que precisam de paciência e dedicação da família adotante.
“Há pretendentes que ainda cometem o luxo de viver com a criança, vender uma ilusão de família, e depois a família não se adaptar e devolver ela para o sistema. Isso aconteceu com meu filho três vezes. Há mais risco para crianças que para o pretendente”, comentou Márcia quando se referiu a adoção tardia, com crianças acima de 10 anos.
Sobre os riscos legais, se o processo ocorrer dentro do que regra a legislação da Infância e da Juventude do Brasil não há riscos, e se os pretendentes estiverem a par disso não haverá ameaças no processo.
A adoção tardia é um processo em que a criança responde por si. Ela participa da audiência e responderá se aceita ficar com os pretendentes. “Esse foi o momento mais bonito. Ele foi ouvido o tempo todo”, comentou Márcia sobre o processo que envolveu seu filho na adoção tardia. Ela ainda destacou: “E ouvir desse menino diante do juizado da infância, promotor de justiça e do ministério público que você e seu marido são os pais que ele sempre quis, isso é indescritível”.
Esmiuçando os dados
Segundo o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário, antes da promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), as instituições existentes para acolhimento de crianças e adolescentes eram os antigos orfanatos, educandários ou colégios internos, amparadas pelo Código do Menor. Durante décadas, essas instituições ficaram conhecidas como espaços de abandono, funcionando como grandes instituições fechadas, isolados da comunidade e atendendo muitas crianças ao mesmo tempo. Nelas, as crianças e adolescentes permaneciam até completar 18 anos.
A planilha abaixo mostra um resumo dos dados em que podemos concluir que nenhum dos critérios acima impede crianças e adolescentes de serem adotados, já que a proporção de pretendentes dispostos é sempre maior.
Quanto a idade, na tabela abaixo é possível ver, na segunda coluna, o número de crianças e adolescentes para adoção e na terceira e última coluna o número de pessoas dispostas a adotar.
O dado preocupante é que, a partir dos 11 anos das crianças, os pretendentes habilitados que os aceitam é menor que o número de crianças e adolescentes disponíveis.
Para mais informações sobre o processo de adoção, acesse a página do Adoção Brasil. Em Santa Maria é possível participar do Gaia, Grupo de Apoio e Incentivo à adoção, que se propõe ser um “Espaço para divulgar, incentivar e principalmente receber todos os interessados e simpatizantes com a ideia da adoção.”
Matéria produzida na disciplina de Jornalismo III, no 2º semestre de 2019, e supervisionado pela professora Glaíse Palma.
Estudo liderado pelo economista e consultor em finanças e gestão do esporte Cesar Grafietti projetou as receitas do Brasileirão 2019: cerca de R$ 2 bilhões. No ano que vem, os 20 clubes da Série A conhecerão um novo formato de divisão de cotas pela transmissão de 380 jogos. A Rede Globo recompensará os clubes em diferentes etapas: cota fixa, audiência, questão técnica e desempenho no Pay Per View. Por direitos de uso de imagem, Grêmio e Inter receberão cerca de R$ 108 milhões nesta temporada.
Atualmente a dupla conta com R$ 60 milhões. Já por outro lado Corinthians e Flamengo contam com R$ 170 milhões. Vasco, anualmente na série A do brasileirão fatura R$ 100 milhões. O modelo atual considera dois contratos diferenciados: TV aberta e fechada, placas de publicidade dos estádios e direitos internacionais, o que é negociado clube a clube; e um contrato global de Pay Per View, cuja distribuição dos recursos se dá a partir de uma pesquisa de torcedores feita em nove capitais brasileiras.
O novo modelo prevê ainda mais contratos. Um será para TV aberta e fechada, cuja divisão de valores se dará da seguinte forma: 40% dividido igualitariamente entre os 20 clubes, 30% de acordo com a quantidade de jogos transmitidos no ano e 30% pelo desempenho ao final do campeonato, do campeão ao 16º colocado. Onde por exemplo a dupla, a dupla neste ano 2º e 4º colocados receberia mais que R$ 60 milhões.
Audiências ajudarão à medida que 30% do valor serão distribuídos por exposição ou quantidade de jogos transmitidos.<>Não está claro como será a divisão, mas certamente audiência e desempenho na competição nortearão a decisão por transmitir algum clube em detrimento de outro, favorecendo a cota anual dos únicos clubes gaúchos que disputam a série A do Campeonato Brasileiro.
Produzido para a disciplinas de Jornalismo Digital I sob a orientação do professor Maurício Dias
Milhares de devotos participaram, neste domingo (11), de uma das principais celebrações religiosas do Rio Grande do Sul a Romaria de Nossa Senhora Medianeira, em Santa Maria. Os fiéis saíram da Catedral Metropolitana e percorreram cerca de três quilômetros até o Santuário da Medianeira. Nas mãos dos devotos, flores, terços, velas e imagens de Nossa Senhora da Medianeira.
Mesmo de cadeira de rodas, o agricultor Edson Luis Rossi, 55 anos, participa de todas as romarias. Ele virou devoto da Mãe Medianeira depois de sofrer um acidente: “Venho todos os anos e hoje vim agradecer por estar vivo”, confessou Rossi.
Durante o trajeto da procissão e na missa celebrada em frente ao Altar Monumento no domingo, foram muitos os pedidos e os agradecimentos feitos à Mãe Medianeira.“As pessoas vem para Romaria em busca de fé, suporte espiritual e esperança para suas vidas. O mundo necessita de compaixão e boas intenções. A minha expectativa é que tenhamos muita paz”, disse Sirlei Barcelos, aposentada, 62 anos.
A romaria atraiu também pessoas de outras cidades. Eliane Bastos, 35 anos, moradora de Porto Alegre veio pela primeira vez na procissão. “Acredito que, assim como eu, a maioria dos romeiros vem em busca de fortalecer a fé e esperança de um mundo melhor”, comentou.
Já por outro lado, há inúmeros fiéis da cidade. Levam ao pé da letra a palavra “fidelidade”, pois não perdem uma romaria. Rosa Maria Fogaça, 52 anos, bancária aposentada comenta: “Venho desde criança. Todos os anos, as pessoas vêm em busca da renovação da fé devido às dificuldades que cada um passa. Eu noto que cada ano cresce o número de romeiros”.
A solução para resolver o problema dos buracos nas ruas de Santa Maria está encaminhada. Por mais que a maioria dos vereadores, por meses vetavam o empréstimo para o conserto das ruas do município, foram convencidos pela calamidade das ruas da cidade. A Câmara de Vereadores aprovou, por unanimidade, o projeto que autoriza a prefeitura a contratar o empréstimo que soma R$ 78 milhões para fazer melhorias nas ruas, paradas de ônibus e estradas rurais de Santa Maria.
Como já existe uma licitação em aberto para a recuperação do asfalto, a projeção do Executivo é que quando a primeira parcela entre nos cofres do município, as máquinas já comecem a trabalhar. Apesar de ter sido aprovado por unanimidade, o projeto enfrentou muita resistência dentro da Câmara de Vereadores.
Os empréstimos foram feitos em duas partes: R$ 28 milhões do Programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), da Caixa Econômica Federal. Do total, 26 milhões devem ser investido nas piores ruas, R$ 1 milhão para fazer abrigos de ônibus e R$ 1 milhão para compra de maquinários e equipamentos. O prazo para pagamento do empréstimo é de dez anos.
Já, os outros R$ 50 milhões são do Programa Avançar Cidades, do Ministério das Cidades, se liberado, R$ 1,3 milhão do recurso será usado para contratação de uma empresa que vai fazer o estudo das necessidades para a recuperação de 64 ruas, que equivalem a 75 quilômetros. Os trâmites para este empréstimo são mais complexos. Assim, este recurso deve ter o primeiro repasse ao município em 2019, o prazo de pagamento é de 20 anos.
Produzido para a disciplina de Jornalismo Digital 1 sob a supervisão do professor Maurício Dias