
52ª Feira do Livro de Santa Maria celebrou Érico Veríssimo
Entre os dias 22 de agosto a 06 de setembro ocorreu a 52ª Feira do Livro de Santa Maria.
Entre os dias 22 de agosto a 06 de setembro ocorreu a 52ª Feira do Livro de Santa Maria.
O formato traz a contação de histórias infantis por meio do áudio, explorando a paisagem sonora das narrativas que vão de poemas à livros completos.
Santa Maria tenta, mas a cada dia, é mais difícil esconder os problemas socioestruturais dos cantos da cidade, ou, melhor dizendo, os cantos esquecidos da cidade.
O mundo ficou mais barulhento sem a tua calma. E um pouco mais triste, agora que a cadeira do quintal está vazio, mas ainda há passos leves de uma cadelinha ao seu lado.
Na última sexta-feira, dia 4, ocorreu em Rosário do Sul (RS) o Baile dos Sonhos, uma festa de 15 anos para duas meninas carentes da cidade, promovida pelo Interact Club de Rosário do Sul
Na última terça-feira, 1º de abril, os servidores públicos de Santa Maria realizaram uma manifestação em prol de seus direitos. A paralisação começou às 9h na Praça Saldanha Marinho e seguiu em caminhada à Prefeitura Municipal,
Entre idas e vindas, Santa Maria é conhecida por ser uma cidade universitária que forma acadêmicos em instituições de ensino e capacita-os para ingressar no mercado de trabalho após a entrega do diploma. A cidade recebe interessados em começar o ensino superior que moram em cidades vizinhas, na região sul e em outros estados.
O evento ocorre no dia 11 de dezembro, às 20h, no pátio do prédio 14, no Conjunto III da UFN. A entrada é aberta ao público.
Nesta quarta-feira, 20 de novembro, é comemorado o dia da Consciência Negra. Este é o primeiro ano em que a data será celebrada como feriado nacional.
O curta é produzido na disciplina de Produção em Cinema, sob coordenação da professora Neli Mombelli, e será lançado na Mostra Integrada de Produção Audiovisual da UFN no dia 11 de dezembro.
A Agência CentralSul de Notícias faz parte do Laboratório de Jornalismo Impresso e Online do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) em Santa Maria/RS (Brasil).
Entre os dias 22 de agosto a 06 de setembro ocorreu a 52ª Feira do Livro de Santa Maria. O evento, promovido na Praça Saldanho Marinho e com os espetáculos no Theatro Treze de Maio, teve o objetivo de celebrar os 120 anos de nascimento do escritor brasileiro Érico Veríssimo. Esta edição contou com uma programação variada, incluindo atrações nacionais, apresentações musicais, peças de teatro e conversas com autores.
Os espetáculos do Livro Livre eram realizados no Theatro Treze de Maio durante todos os dias da Feira. Os convites eram retirados no dia de cada apresentação, na bilheteria, e a exibição começava a partir das 19h. Entre várias performances que passaram pelo palco do teatro, estiveram Letícia Wierschowski, escritora e roteirista brasileira, conhecida como autora do romance “A Casa das Sete Mulheres”; Nelson Motta, escritor, compositor e jornalista brasileiro, que realizou um bate-papo sobre os 80 anos de Elis Regina; o Espetáculo Érico – Um Solo de Clarineta interpretado pelo ator Rafa Sieg, onde conta um pouco das memórias de Erico Verissimo, autor de “O Tempo e o Vento” homenageado na Feira do Livro; e Thiago Lacerda, ator que interpretou o filme da obra de Verissimo.
As crianças também foram agraciadas com espetáculos infantis. Durante a semana, os ingressos eram destinados a alunos da Rede Municipal de Ensino de Santa Maria e, aos finais de semana, a retirada era livre ao restante do público. Entre as atrações, estavam Contos de Ananse, encenação onde quatro personagens percorrem o mundo contando histórias ancestrais da África e Em Busca da Amazônia, onde também quatro atores interpretam animais que cansados da vida cidade, decidem buscar um novo começo na selva.
Além disso, tiveram atrações da Feira Fora da Feira, conjunto de atividades descentralizadas da Feira do Livro, que leva a leitura para espaços públicos da cidade. Entre as atrações, houve troca de livros, oficina de quadrinhos e escrita, debates e exposições, em diferentes áreas da cidade.
Durante muitos anos, os espetáculos do Livro Livre eram realizados em um palco na Praça Saldanho Marinho. Neste ano, houveram reclamações das filas de espera para retirar ingressos e várias pessoas não puderam assistir por ser no teatro. Questionada sobre o assunto a secretária de Cultura da cidade, Rose Carneiro, explicou o porquê de as atrações do Livro Livre não serem mais realizadas na praça desde 2020. “Existem razões importantes para essa escolha, visto que o espaço oferece condições técnicas e de infraestrutura superiores às da Praça Saldanha Marinho, onde o evento era realizado anteriormente. Isso inclui a proteção contra instabilidades climáticas, garantindo que os eventos não sejam cancelados e que o público possa desfrutar da programação com conforto.” Ela ressalta que “A Secretaria entende a preocupação sobre a fila e a capacidade limitada do Theatro. A democratização do acesso se dá pela participação das escolas. Neste ano, praticamente todas as noites tiveram a presença de turmas de escolas públicas de EJA e Ensino Médio, algumas vezes de mais de uma escola.”
Durante a feira, a Universidade Franciscana esteve presente com a Nave de Histórias, um projeto de extensão que é promovido pelos cursos de Jornalismo, Design, Letras e Pedagogia. O projeto apresenta uma série de podcasts criados a partir de livros infanto-juvenis das autoras santa-marienses Onilse Noal Pozzobon, Vera Campos, Maria Rita e Maria das Graças Py. As histórias infantis foram contadas por meio de áudio, dentro de uma nave espacial, criada pelos alunos. As história estão disponíveis também no Spotify.
Bate-papo com Nelson Motta. Imagem Enzo Martins/ LABFEM
A Nave de Histórias deste ano apresenta uma série de podcasts criada a partir de livros infanto-juvenis das autoras santa-marienses Onilse Noal Pozzobon, Vera Campos, Maria Rita e Maria das Graças Py. O formato traz a contação de histórias infantis por meio do áudio, explorando a paisagem sonora das narrativas que vão de poemas à livros completos.
São 7 episódios de diferentes obras das autoras: o livro O Tatu Amigo, de Vera Campos; os livros A Bruxa Bruxilica e O Fantasminha Pluminha, de Onilse Noal Pozzobon; e 4 poemas do livro Poemas para Brincar, de Amélia Morcelli, Maria Rita e Maria das Graças Py.
A Nave está pousada na Feira do Livro no palco da praça para que os viajantes do mundo da leitura e do planeta do áudio adentrem nela e comandem a astronave dando play no episódio que queiram ouvir. Ela recebe visitação das 14h às 18h30 de segunda a sexta-feira. Nos sábados e domingos, o atendimento é das 10h às 18h30, até o dia 06 de setembro, último dia de Feira.
Gabriel Silva, de 4 anos, foi o primeiro a pilotar a Nave deste ano: “Vou voar para longe. Tchau papai!”
Nave de Histórias é um projeto de extensão da Universidade Franciscana e envolve quatro cursos de graduação. A turma da disciplina de Áudio para Mídias Digitais do curso de Jornalismo, ministrada pela professora Neli Mombelli, produziu os podcasts de contação de histórias. Em uma das unidades, o conteúdo trabalhado é storytelling. Foi então que os estudantes soltaram a voz e a imaginação para dar sonoridade às histórias dos livros infantis. Os roteiros, produção e locuções foram realizados por Andressa Rodrigues, Bruno Bertulini, Enzo Martins, Gabriel Deõn, Karina Fontes, Laura Pedroso, Luiza Fantinel, Rhuan Braga e Samuel Marques. O suporte técnico foi de Clenilson Oliveira.
Já os responsáveis para dar uma uma nova forma para a nave foram os estudantes do curso de Design Ana Clara Valadão, João Pedro Pires Carvalho e Julia Trevisan Kiling, com orientação dos professores Ciria Moro e Roberto Gerhardt, e suporte de marcenaria de Sandro Robert Rodrigues Vargas. A programação do painel de controle ficou por conta do professor do curso de Jornalismo Iuri Lammel. Ainda, se juntam ao projeto da Nave alunos do cursos de Letras e de Pedagogia, orientados pelas professoras Dulcineia Libraga Papalia De Toni e Talita Valcanover Duarte que, junto com alunos do curso de Jornalismo coordenados pela professora Glaíse Bohrer Palma, irão levar as histórias para escolas públicas e produzir podcast autorais desenvolvidos em salas de aula.
E para quem não puder embarcar na Nave de Histórias durante a Feira do Livro, pode acessar os episódios no Spotify, buscando pelo perfil Nave de Histórias.
Texto e Imagens: Neli Mombelli
Foto: Marcelo Oliveira (PMSM)
Santa Maria tenta, mas a cada dia, é mais difícil esconder os problemas socioestruturais dos cantos da cidade, ou, melhor dizendo, os cantos esquecidos da cidade. Para aqueles que penetram os centros urbanos durante o dia e retornam para suas casas durante a noite, isso é ainda mais evidente. É quase como se não fossem pertencentes deste admirável mundo novo, isolado geograficamente por longas estradas esburacadas, que o precário transporte público leva, com sorte, 1h para chegar.
Esse povo dos cantos travestido pela natureza de seus amargos empregos encaram diariamente uma derradeira constatação: há uma cidade feita para o centro e outra feita para seus arredores subjacentes.
Cultura, música, arte, símbolos históricos… estão sempre concentrados no centro. Nos cantos periféricos da cidade, o trabalhador, após um longo dia de labor, só encontra espaços públicos degradados, como as praças com equipamentos precários de musculação fornecidos pela prefeitura. Essas pessoas são verdadeiros impostores na cidade à parte, para a qual produzem, mas não pertencem.
O pobre pai de família, ao tentar frequentar esses centros, é olhado de cima para baixo ou esnobado por aqueles que, com seus egos inflados, o enxergam como verdadeiro forasteiro do seu mundo ideal. Esses forasteiros passam o dia inteiro trancafiados no centro, privados de ver a luz do sol, muitas vezes convivendo com forasteiros de outros cantos. Quando o senhor feudal, dono do tempo deste cidadão, é questionado por outro senhor feudal sobre ele, responde apenas: “não ligue, ele mora para aqueles cantos”.
Artigo produzido na disciplina de Narrativa Jornalística no 1º semestre de 2025. Supervisão professora Glaíse Bohrer Palma.
Morre um homem que não tinha nada, mas carregava tudo.
José Mujica ou apenas Pepe, como o mundo o conhecia, não deixou fortunas, palácios, nem herdeiros políticos ambiciosos. Deixou uma cadeira de madeira na varanda de sua chácara, um fusca azul envelhecido pelo tempo e um silêncio que grita nas esquinas do Uruguai (e da América Latina).
Não usava palavras difíceis, mas fazia a verdade parecer simples. Talvez por isso a sua morte doa tanto, porque nos lembra que é possível ser honesto em voz alta. E agora essa voz se calou. Pepe viveu com os pés no barro e o coração na utopia. Lutou, apanhou, foi preso, resistiu. E mesmo depois de tudo, não falou com rancor. Falou com esperança. Uma esperança que hoje parece sentar sozinha na cadeira vazia do quintal, à sombra da sequoia onde Manuela descansa.
Manuela, sua cadelinha de três patas, atropelada por um trator que o próprio Mujica dirigia em um acidente que só aumentou o elo entre os dois.
A cachorrinha acompanhou o ex-presidente por mais de duas décadas, em atos oficiais, entrevistas, manhãs de trabalho na chácara e tardes de silêncio. Dormia ao lado da cama dele, sentia quando ele ia viajar e festejava sua volta com uma alegria que só os animais conhecem. Foi, nas palavras de Pepe, “a integrante mais fiel” do seu governo. E agora, segundo o próprio desejo do ex-presidente, será com ela que ele descansará, com suas cinzas espalhadas sob a mesma árvore onde ela foi enterrada.
Mujica sabia há meses que o fim estava próximo. Em janeiro, anunciou que não seguiria com o tratamento contra o câncer que havia se espalhado pelo fígado. Pediu aos médicos que não o fizessem sofrer em vão. Pediu à vida apenas o tempo suficiente para se despedir da terra, das ideias, e talvez também da utopia.
Sua morte, no dia 13 de maio de 2025, aos 89 anos, não é apenas o adeus de um ex-presidente. É o fim simbólico de uma era em que ainda se acreditava que política podia rimar com ética, que revolução podia calçar alpargatas, e que a coragem podia andar de mãos dadas com a ternura.
Milhares foram às ruas de Montevidéu para se despedir. Não apenas de um líder, mas de um modo de estar no mundo, com menos vaidade, menos ruído, menos pressa.
O que nos resta é continuar, talvez com menos romantismo, mas com mais urgência. Porque se Pepe ensinou algo, é que não há tempo a perder com ódio, consumo desgovernado ou ambição vazia.
O mundo ficou mais barulhento sem a tua calma.
E um pouco mais triste, agora que a cadeira do quintal está vazio, mas ainda há passos leves de uma cadelinha ao seu lado.
Hasta siempre, Pepe.
Na última sexta-feira, dia 4, ocorreu em Rosário do Sul (RS) o Baile dos Sonhos, uma festa de 15 anos para duas meninas da cidade, promovida pelo Interact Club de Rosário do Sul – Serra do Caverá. O Interact Club é uma organização internacional que tem como objetivo realizar projetos que melhorem a sociedade onde atua. Este clube é composto por jovens entre 12 e 18 anos e é filiado ao Rotary Internacional.
O projeto consiste em realizar uma festa de debutante para meninas que não teriam condições, proporcionando a elas uma experiencia única em suas vidas. Através do voluntariado e a ajuda da comunidade local, o evento contou com patrocínio para decoração, vestidos, produção, janta, valsa, e muitos outros detalhes escolhidos pelas aniversariantes. A festa foi realizada no CTG Crioulos do Caverá e cada aniversariante pode levar 60 amigos e familiares. Além dos convidados das debutantes, também estavam presentes os membros interactianos, rotarianos e a Governadora de Rotary do distrito 4780.
As meninas, Tamires Silva e Gabriela Borges, foram escolhidas através de cartas enviadas ao Interact por meio de uma promoção em que cada adolescente poderia responder a pergunta “Por que eu mereço ganhar uma festa de 15 anos?”. O Baile dos Sonhos não ocorria desde 2019 e retornou na Gestão de 2024-2025 presidida pela interactiana Isadora Rodrigues. Segundo a Presidente: “O projeto sempre foi o sonho de cada interactiano que passou pelo clube, sempre escutamos desde o primeiro dia falar sobre ele, e poder retornar nesta gestão é um símbolo de orgulho e felicidade para que possamos mudar pelo menos um pouco a vida dessas meninas.”
Tanto Tamires quanto Gabriela ganharam padrinhos rotarianos, que dançaram valsa com elas na cerimônia e as presentearam com um anel de 15 anos. Além disso, ganharam um book de fotos, quadro de assinaturas, um sapato social e tênis para a festa, entre diversos outros presentes promovidos pela organização.
Colaboração: acadêmica de Jornalismo Isadora Rodrigues
Na última terça-feira, 1º de abril, os servidores públicos de Santa Maria realizaram uma manifestação em prol de seus direitos. A paralisação começou às 9h na Praça Saldanha Marinho e seguiu em caminhada à Prefeitura Municipal, na rua Venâncio Aires. Pela tarde, os manifestantes se concentraram em frente a Câmara de Vereadores. Após o Sindicato dos Professores Municipais solicitar que os vereadores se encaminhassem para a frente da Câmara, os municipários puderam ter suas vozes ouvidas e pedir por seus direitos.
Em discurso, Marta Hammel, Coordenadora de Finanças do Sinprosm (Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria) afirmou que: “Pensamos que nesse momento em que se discute reforma previdenciária, a gente pense na contramão do que vem ocorrendo, que a gente possa sim garantir direitos de servidores e professores municipais”. Em resposta, o Presidente da Câmara de Vereadores Admar Pozzobom destacou que não há projeto pronto referente a reforma da previdência e prometeu diálogo.
A guarda municipal estima que entre 800 a 1000 pessoas tenham participado do movimento entre manhã e tarde, dentre elas, professores, servidores públicos e apoiadores.
Confira mais informações na matéria do Laboratório de Produção Audiovisual do curso de Jornalismo da UFN.
Colaboração: acadêmica de Jornalismo Maria Valenthine Feistauer
Entre idas e vindas, Santa Maria é conhecida por ser uma cidade universitária que forma acadêmicos em instituições de ensino e capacita-os para ingressar no mercado de trabalho após a entrega do diploma. A cidade recebe interessados em começar o ensino superior que moram em cidades vizinhas, na região sul e em outros estados. Entretanto, apenas a qualidade de ensino é ressaltada quando estes jovens se formam e decidem como irão seguir com suas carreiras. A ideia de permanecer e trabalhar na cidade é percebida em poucas falas quando o tema “futuro” é colocado em pauta.
Para os que permanecem na cidade, a tendência explorada é a capacitação para aprimorar conhecimento e se tornarem aptos para buscar empregos com salários mais altos. Para os que partem, a busca por oportunidades surge com a mudança de ares, explorando lugares e empresas que Santa Maria ainda não possui. O empreendedorismo surge como uma terceira via para aqueles que querem se diferenciar daqueles que fazem parte do mesmo mercado de trabalho. A seguir você confere três perspectivas diferentes de profissionais que compartilham suas experiências e percepções sobre a vida acadêmica e profissional em Santa Maria.
O Desafio do Mercado
Francinny Nunes, publicitária de 27 anos, natural de Quaraí, escolheu Santa Maria em 2015 pela proximidade de sua cidade natal e pela qualidade do ensino da Universidade Franciscana (UFN). Após um ano e meio de formada, sua perspectiva mudou drasticamente com a pandemia. “Faltam empregos e um plano de carreira para quem se forma em Comunicação. Santa Maria parece ter um prazo de validade para os estudantes. A maioria acaba indo embora assim que se formam, pois o mercado é limitado”, afirma Francinny.
Ela destaca que as oportunidades e salários como pessoa jurídica são muito melhores fora da cidade. Mesmo com os desafios impostos pela pandemia, a área de comunicação permanece pouco explorada em Santa Maria, onde muitos empreendimentos focam no marketing digital e em serviços terceirizados, como produção de eventos.
A publicitária recorda que, em 2015, as opções eram escassas: “Era Santa Maria ou Porto Alegre. Optei por Santa Maria por ser mais perto e porque passei de primeira no vestibular. O plano de estudo da UFN era ótimo, e jamais trocaria isso”. No entanto, após a formatura, as circunstâncias mudaram. “Permaneci em Santa Maria por um ano e meio, mas com a pandemia, pedi demissão e voltei para Quaraí, onde trabalho como PJ (pessoa jurídica) até hoje.”
Quando questionada sobre o que poderia tê-la feito ficar, ela responde: “Talvez se o mercado da comunicação fosse maior e mais valorizado, eu teria mudado de ideia. O que ganho como PJ hoje, jamais ganharia como CLT em Santa Maria”.
Ela ainda observa que a cidade não está preparada para a quantidade de estudantes que se formam anualmente. “Falta emprego, plano de carreira, entretenimento e cultura. Esse foi um dos pilares que me fez ir embora durante a pandemia e não querer voltar mais.”
A busca por pertencimento
Ana Paula Devitte Fontes, psicóloga de 28 anos, mudou-se para Santa Maria após o ensino médio, com o objetivo de cursar Psicologia na UFN. Após a formatura, em 2019, a pandemia complicou suas chances de emprego e ela retornou para Uruguaiana. “Acredito que sempre vi Santa Maria como um lugar transitório. Se tivesse encontrado melhores oportunidades, poderia ter permanecido mais tempo. A falta de um sentimento de pertencimento contribuiu para minha decisão de sair”, revela Ana Paula.
De acordo com o IBGE, com base nos dados coletados no Censo em 2022, Santa Maria tem a população jovem como dominante no município. Cerca de 22.869 dos habitantes têm a faixa etária de 20 a 24 anos.
A visão do comércio Santa-mariense
A evasão de jovens universitários em Santa Maria é considerada um fenômeno normal para Ademir José da Costa, presidente do Sindilojas região central. Ele destaca que em uma cidade, que possui 2 universidades e 8 faculdades, com uma população universitária significativa, a retenção de jovens formados representa um desafio constante. “A retenção não vai ocorrer muito. Sabemos que se a gente pudesse reter aqui metade dos jovens que formam, a cidade daria um pulo de qualidade, mas a gente não consegue. Então, é normal essa situação da juventude buscar outros voos.”, ressalta o empresário.
A preparação inadequada dos estudantes no ensino médio e na graduação contribui para essa evasão: “As universidades têm que formar gente olhando para o lado mais técnico. De maneira geral, as universidades estão formando gente para ser focada em concursos públicos. Isso tem que mudar. A cabeça das universidades tem que gerar empreendedores.”, afirma Ademir. Outro aspecto abordado é o imediatismo: “Os jovens, hoje em dia, buscam resultados rápidos sem ter paciência para esperar que seu negócio tenha êxito.” Ainda de acordo com ele, em Santa Maria, 80% dos empregos são gerados pelo comércio e serviços, limitando a oferta de salários mais altos, uma vez que a matriz industrial da cidade é pequena. Ele acredita que a retenção dos recém-formados depende da capacidade dos jovens de identificar setores promissores: “O jovem precisa pesquisar os setores que estão gerando mais oportunidades hoje, olhando para o futuro, pensando se o mercado não irá saturar de tudo isso.” Ele cita a informática e a tecnologia como áreas em alta, dada a crescente automação nas empresas. “Todos aqueles serviços que são possíveis de serem feitos por máquinas que facilitam a vida do ser humano vão estar sempre em tendência.”, afirma Ademir.
Atualmente, Santa Maria conta com cerca de 74 mil empregos privados, dos quais aproximadamente 45 mil são gerados pelo comércio e serviços. Ademir reconhece que isso traz desafios para a geração de empregos de qualidade. “Nesse sentido, a gente tem um problema da geração do emprego e da retenção das pessoas. As pessoas se graduam e querem trabalhar naquela área, sabe? Mas nem todos os cursos que têm em Santa Maria mantêm essas ofertas de emprego para todo mundo.”
Para Ademir, a retenção de jovens em Santa Maria não depende apenas de um ambiente econômico mais favorável, mas também de uma transformação na educação que prepare os estudantes para um mercado em constante evolução. A mudança de mentalidade e a busca por novas oportunidades podem ser o caminho para que a cidade não apenas retenha seus talentos, mas também prospere.
Desafios de uma profissional em busca de crescimento
Franciele de Oliveira é assistente financeira e tem 30 anos. Formada em Administração desde 2018, na Faculdade Integrada de Santa Maria (FISMA), veio de Formigueiro em busca de oportunidades. Embora tenha se adaptado à vida na cidade, ela também sentiu falta de oportunidades para os formados em sua área. “Profissionalmente, trocaria de cidade sem pensar duas vezes. Santa Maria parou no tempo. O mercado é escasso e as oportunidades são limitadas. O custo de vida alto torna a situação ainda mais complicada”, afirma. Segundo o site Expatistan, que calcula o custo de vida nas cidades do mundo, o custo mensal para uma única pessoa morar em Santa Maria é o valor de R$3.257,00. Apesar do aumento salarial anunciado em 2024, passando para R$1.412,00, a inexistência dos planos de carreira se torna um dos fatores para escolher sair da cidade, assim como a falta de benefícios oferecidos pelas empresas, como vale alimentação e plano de saúde.
Para Franciele, o empreendedorismo pode ser uma saída, mas enfrenta desafios como a alta concorrência e os custos iniciais elevados. “Faltam empresas que fomentem o crescimento profissional na cidade. O distrito industrial, que poderia ser uma solução, está subutilizado”, ressalta Franciele. Entre os assuntos citados pelos candidatos à prefeitura de Santa Maria nas eleições municipais de 2024, o apoio ao Distrito Industrial surge para atrair eleitores que criticam o descaso com o distrito, sendo um dos geradores de emprego da cidade.
Empreender pode ser uma via?
A vontade de sair de Santa Maria é um tema comum nas conversas dos jovens sobre o mercado de trabalho. Mateus Frozza, professor e coordenador do curso de Administração na Universidade Franciscana, além de mestre em Ciências Econômicas, ressalta que a cidade enfrenta um grande desafio para manter seus formandos. Segundo ele, há muitas oportunidades fora de Santa Maria. “Formamos muitos profissionais mas, com tantas opções disponíveis em outros lugares, é natural que os jovens queiram buscar novos caminhos”, explica.
Frozza observa que muitos recém-formados parecem descompromissados com as exigências do mercado, buscando flexibilidade e qualidade de vida em vez de empregos que exigem mais dedicação. “O que as empresas esperam são profissionais que valorizem a responsabilidade e o cumprimento de horários. Essa desconexão entre o que os jovens querem e o que o mercado oferece é uma barreira”. Enfatiza a importância de reconhecer as diversas oportunidades que surgem em torno das indústrias e serviços em Santa Maria, como contabilidade, marketing e finanças, áreas que ainda precisam de profissionais qualificados.
Além disso, o professor sugere que o empreendedorismo pode ser uma saída viável para aqueles que não se veem inseridos nas profissões tradicionais. “Se os jovens olharem para o que está sendo demandado, como a criação de conteúdo e serviços digitais, poderão encontrar caminhos promissores”, analisa. Ele argumenta que, assim como a diferenciação de produtos no mercado, os profissionais também devem se destacar em suas áreas para garantir sua relevância.
Frozza destaca que a cidade, com suas universidades e instituições de ensino, tem um potencial incrível para formar líderes e inovadores. “Os jovens precisam enxergar que a educação vai além do diploma; é uma ferramenta para se tornarem agentes de mudança em Santa Maria”. Para ele, criar um ambiente de colaboração entre estudantes, empresários e instituições pode ser a chave para revitalizar a economia local e manter os talentos na região.
Assim, para o professor, manter os jovens em Santa Maria vai além de apenas oferecer empregos. É uma oportunidade de mudar a forma de pensar e de se preparar para o mercado. Estar disposto a buscar novas chances e a inovar pode realmente ajudar a cidade a se desenvolver. Se os jovens se dedicarem a isso, Santa Maria não só poderá reter seus talentos, mas também crescer e ter um futuro mais promissor.
Entre permanência e partida
Uma pesquisa exploratória realizada por nossa equipe de reportagem revelou aspectos importantes sobre a intenção de permanência de universitários em Santa Maria após a graduação. De 43 entrevistados, 70% não são naturais da cidade e vieram para cursar o ensino superior. No entanto, 24 desses estudantes afirmaram não ter planos de permanecer no município após se formarem, enquanto outros 19 estudantes responderam que pretendem continuar em Santa Maria.
Entre os motivos mais citados pelos que desejam deixar a cidade, destacam-se a falta de oportunidades para desenvolvimento profissional e a ausência de mercado de trabalho em diversas áreas. Um dos participantes ressaltou que, apesar das boas opções de ensino, “as condições para o desenvolvimento pós-graduação são limitadas e as áreas de trabalho estão ficando escassas”. A pesquisa questionou o que teria que mudar para que os jovens permanecessem na cidade: a necessidade de mais cursos de pós-graduação, maior número de oportunidades de emprego e incentivo ao empreendedorismo tiveram destaque entre as respostas. Também foram citadas melhorias no transporte público, condições mais acessíveis para jovens inexperientes e ajustes nos valores de serviços. “Seria necessário que a cidade se desenvolvesse em áreas socioculturais e abrisse mais espaços para a juventude”, afirmou outro participante.
Por outro lado, o questionário também apontou os motivos daqueles que planejam permanecer em Santa Maria após a formatura. Para muitos, a cidade oferece condições favoráveis e uma estrutura que outras localidades, especialmente interioranas, não conseguem proporcionar. Um dos participantes comentou que Santa Maria é uma cidade “que proporciona oportunidades melhores, mesmo com muitos profissionais na minha área, é uma cidade que ‘abraça’ todos”. Ele destacou que, em comparação com sua cidade natal, o município é mais desenvolvido e oferece melhores condições de vida.
Outros estudantes mencionaram a variedade de opções de entretenimento, comércio e lazer. “Aqui tem mais atrativos não só na área de trabalho, mas em outros aspectos, como entretenimento e lazer”, comentou um entrevistado. Outro participante reforçou a vantagem do custo de vida na cidade, mencionando que “Santa Maria possui um potencial grande e um custo de vida bom para os padrões atuais”. Para alguns, o desejo de permanecer está ligado ao fato de já estarem bem adaptados à vida na cidade. “Me adaptei à cidade, não quero voltar para a minha antiga, e já tenho um lugar fixo para morar, sem pagar aluguel”, declarou um participante. Outros planejam ficar até se estabilizarem financeiramente, para então decidir sobre o futuro.
Os dados mostram que, embora muitos estudantes planejem partir após a graduação, uma parcela significativa encontrou em Santa Maria um lugar para viver, construir uma carreira e desenvolver laços com a cidade.
Acompanhe a seguir o debate sobre o tema.
Reportagem produzida por Aryane Machado, Michélli Silveira e Luíza Maicá Gervásio na disciplina de Narrativa Multimídia, no 2º semestre de 2024, sob orientação da professora Glaíse Bohrer Palma.
A 11ª edição da Mostra Integrada de Produções Audiovisuais (MIPA) da UFN traz o tema: “O que nos move?”, convidando todos a refletirem sobre o que inspira e impulsiona a criação e a produção audiovisual, conectando as ideias e os sentimentos que nos motivam no dia a dia. O evento ocorre no dia 11 de dezembro, às 20h, no pátio do prédio 14, no Conjunto III da UFN. A entrada é aberta ao público.
Organizada pelo LabSeis, o Laboratório de Produção Audiovisual dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, a MIPA tem o objetivo de incentivar a produção e o compartilhamento das criações audiovisuais dos alunos da universidade. Ao longo dos anos, a Mostra tem se tornado um espaço importante para os estudantes exporem seus trabalhos.
PERÍODO DE INSCRIÇÃO:
As inscrições para a 11ª MIPA estão abertas até o dia 29 de novembro de 2024. Qualquer estudante ou egresso da UFN pode participar, desde que o audiovisual tenha sido produzido no âmbito de alguma disciplina ou laboratório da instituição a partir de 2023. Os interessados devem inscrever seus trabalhos em uma das seguintes categorias do edital:
As inscrições podem ser feitas por meio de um formulário disponível no site da Mostra. O limite máximo de duração das obras é de 20 minutos. Para mais detalhes sobre critérios de avaliação e seleção, acesse o edital no site oficial da MIPA.
Os trabalhos selecionados serão divulgados no dia 6 de dezembro, pelo Instagram @lab_seis e pelo site www.labseis.ufn.edu.br.
A MIPA se destaca por ser um espaço de troca entre os alunos dos cursos de comunicação da UFN e também entre o público. Ela dá a chance para os estudantes experimentarem e apresentarem diferentes formatos de audiovisual, além de ser uma oportunidade para o público conhecer a produção dos futuros profissionais da área.
Maria Eduarda Rossato, estudante de Jornalismo da UFN e diretora do curta-metragem “Desejo errado”, que será exibido na 11ª MIPA, destacou sobre a experiência de criação do filme. “A gente se preocupou muito com os detalhes na hora de criar o curta. Antes e durante as gravações, a equipe se reunia para planejar os cenários, os objetos, as falas, e até os movimentos de câmera. A gente queria que tudo fosse bem pensado, para não deixar nada passar batido”, conta a acadêmica. Para ela, essa atenção aos detalhes fez toda a diferença para o resultado final.
No entanto, como em qualquer trabalho coletivo, o processo não foi sem desafios. “O maior desafio foi ouvir as opiniões dos colegas e saber escolher o que fazia sentido. Tinha muita ideia boa, mas era preciso filtrar o que realmente funcionava para o projeto. Decidir sozinho pode ser difícil, mas também é importante tomar essas decisões”, explica a diretora.
Nesta quarta-feira, 20 de novembro, é comemorado o dia da Consciência Negra. Este é o primeiro ano em que a data será celebrada como feriado nacional, medida que foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro de 2023. Este dia remete ao marco da morte do líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores lutadores contra a escravidão no país. Este dia serve para refletirmos sobre o duro caminho que ainda é preciso percorrer em rumo a uma sociedade mais justa e igualitária. A escravidão de pessoas humanas acabou, mas a segregação fruto do racismo ainda impacta a inserção da população negra no mercado de trabalho.
O Ministério do Trabalho e Emprego, levantou dados do seguro desemprego para pessoas resgatadas em condições análogas à escravidão, de 2022 a 2024, mostram que 66% que recebem o benefício são negros. Já os dados de Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do 2º trimestre de 2024, apontam que as mulheres negras são as mais prejudicadas no mercado de trabalho. Segundo a RAIS, no 2º trimestre de 2024, havia 7,5 milhões de desocupados e a taxa de desemprego média é de 6,9%. Para os homens não negros, é de 4,6% e 10,1% para as mulheres negras.
O relatório de transparência salarial de 2023, baseado em dados da RAIS, aponta que mulheres ganham, em média, 20,7% menos que homens nas mesmas funções. A desigualdade é ainda mais acentuada para mulheres negras, que recebem apenas 50,2% do salário de homens brancos. Além disso, em 42,7% das empresas analisadas, mulheres pretas ou pardas representam até 10% do quadro de trabalhadores.
Por outro lado, houve avanços na escolaridade no Brasil, especialmente entre a população com 15 anos ou mais. Entre 2019 e 2024, cresceu o número de pessoas com nível médio completo e superior incompleto, com destaque para mulheres negras e não negras no aumento de diplomas de nível superior.
Quanto ao mercado de trabalho, dos 101,8 milhões de ocupados no segundo trimestre de 2024, 38,6% estavam na informalidade. A taxa de informalidade era maior para homens negros (44,1%) e mulheres negras (41%) em comparação com seus pares não negros. A subocupação atingiu 5,1 milhões de pessoas, e a taxa composta de subocupação e desocupação foi de 11,6%, mas chegou a 16,7% para mulheres negras, mais que o dobro da taxa para homens não negros (7,5%).
Os dados apresentados reforçam as profundas desigualdades de gênero e raça no mercado de trabalho brasileiro, evidenciando que as mulheres, especialmente as negras, enfrentam barreiras significativas tanto na remuneração quanto nas oportunidades de inserção e permanência em empregos formais. Apesar dos avanços na escolaridade, que indicam um caminho promissor para a redução dessas desigualdades, ainda há um longo percurso a ser trilhado para assegurar condições equitativas para todos os grupos. A superação desses desafios exige ações estruturais e políticas públicas focadas na inclusão e na justiça social.
Os acadêmicos do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) estão produzindo seu primeiro curta-metragem, chamado Desejo Errado, desenvolvido na disciplina de Produção em Cinema, sob coordenação da professora Neli Mombelli. A atividade proporciona aos acadêmicos uma experiência prática na produção audiovisual durante sua formação jornalística, permitindo o contato com o cenário e a ambiência em um espaço de filmagem.
Protagonizado pela acadêmica do curso de Teatro da Universidade Federal de Santa Maria, Vivian Machado, o curta trata sobre a história de Alice, uma adolescente de poucas relações sociais, que percebe uma reviravolta em sua vida após derrubar seu telefone no vaso sanitário. A equipe é composta por 8 acadêmicos e 3 técnicos-administrativos, sob a condução da professora Neli, que acompanha de perto todos os passos referentes ao processo de produção. A direção e roteiro do filme são de competência da acadêmica Maria Eduarda Rossato, tendo Luiza Silveira como assistente de direção. Vitória Oliveira e Yasmin Zavareze estão como responsáveis pela direção de arte. Já Nelson Bofill assume o papel de diretor de produção, e Emily Pilar e Ian Lopes são assistentes. A fotografia do curta fica à encargo do técnico Alexsandro Pedrollo, a edição e finalização de imagem será de Jonathan de Souza e a finalização de som de Clenilson Oliveira. A professora Glaíse Palma, do curso de Jornalismo, faz o papel da mãe da protagonista.
De acordo com Maria Eduarda Rossato, acadêmica do curso de jornalismo e participante do curta-metragem, o processo de criação do curta foi extremamente minimalista. Antes e durante as gravações a equipe dialogava e decidia a organização dos cenários e objetos, as falas, os movimentos de câmera. Os pequenos detalhes foram devidamente ponderados, com intuito de que nada passasse despercebido. Além disso, o maior desafio foi escutar as diferentes opiniões dos colegas, saber selecionar o que era válido, o que fazia sentido, e ser assertivo nas definições.
O curta-metragem Desejo Errado tem previsão de lançamento para o mês dezembro, durante a 11ª edição da Mostra Integrada de Produções Audiovisuais da UFN (MIPA), evento destinado à rememorar as produções audiovisuais realizadas pelos acadêmicos.