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brechós

O sustentável está na moda

 A moda sustentável veio para ficar nas novas tendências, com o intuito não só de pensar no  meio ambiente mas também no bolso do consumidor.  Os produtos de segunda mão com boa qualidade são vendidos por valores

 A moda sustentável veio para ficar nas novas tendências, com o intuito não só de pensar no  meio ambiente mas também no bolso do consumidor.  Os produtos de segunda mão com boa qualidade são vendidos por valores mais baixos do que quando foram comprados pela primeira vez. Assim eles não serão descartados de forma indevida e ficarão anos esperando para se decomporem.

Brechós de roupas infantis Achadinhos CP Imagem: Vitória Oliveira

 Na tentativa de fugir deste mundo capitalista em que vivemos, os brechós vem para trazer mais sustentabilidade, onde aquela roupa que estava esquecida no fundo do guarda-roupa torna-se uma forma de renda. As donas de brechós tem como maior responsabilidade a curadoria das peças que chegam até elas. 

A dona da João e Maria Brechó Infantil e João e Maria Boutique Brechó, Gisleia Carvalho,  conta que teve a ideia de entrar no ramo de brechós porque: “eu gosto muito de reaproveitar as coisas, customizar as peças e eu acho que tem muitas peças boas que podem ser reaproveitadas”.  Ela começou em 2015 apenas com peças infantis, depois ampliou o espaço para peças adultas. Gisleia nos conta que as roupas que chegam até a loja são todas selecionadas juntamente com as fornecedoras. “Eu vejo se as peças não são rasgadas, se não tem manchas. Eu peço pra pessoa sempre levar as roupas higienizadas, antigamente eu mandava para  a lavanderia, porém agora o custo ficou muito alto. Ao chegar revisamos todas as peças”. Assim que os produtos passam por esse processo são colocados à venda e ficam em consignação, “depois de vendidas eu pago 40%”. Não chegam ao brechó apenas peças de roupa mas também bolsas, brinquedos e jogos.

João e Maria Brechó Infantil e João e Maria Boutique Brechó fica no centro de Santa Maria. Imagem: Vitória Oliveira

A proprietária afirma que vê o crescimento na procura de brechós, principalmente após a pandemia, “são peças de qualidade e o preço das roupas são acessíveis”. Ouça a seguir o que Gisleia nos conta sobre o tipo de público que frequenta seu estabelecimento: 

Alexandra Feldmann, proprietária do Brechó Infantil Achadinhos CP, decidiu voltar a ter sua independência financeira, “me foi oferecido um brechó que estava à venda, então eu e minha irmã fizemos uma sociedade”. Quando adquiriram o brechó veio um estoque considerável, e as pessoas que querem desapegar as procuram para trocar ou revender  suas peças.  “Ao chegarem na loja as peças são avaliadas. Então os fornecedores são contatados sobre valores e informados sobre quais roupas foram escolhidas. As peças que não são selecionadas acabam por serem  devolvidas ou doadas com a permissão dos fornecedores”, conta Alexandra.

Alexandra Feldmann é proprietária do Achadinhos CP. Imagem: Vitória Oliveira

Para ela, “Reutilizar não tem a ver só com a crise financeira, mas com o entendimento do que está acontecendo no mundo, associado ao novo paradigma da sustentabilidade que tem favorecido o ramo dos brechós, por oferecer um preço atrativo das roupas em bom estado”. Alexandra conta que escolheu ter um brechó voltado apenas para o público infantil pois queria “oferecer um bom atendimento, um visual da loja e organização, para que quando as pessoas pensem em roupa infantil associem ao Brechó Achadinhos CP”. Ouça a seguir o que Alexandra tem como lema de seu brechó e para quem é direcionado:

 A moda dos Brechós está incluso na nova onda do slow fashion. O termo é utilizado para definir uma alternativa socioambiental de frear o fast fashion, trazendo uma revolução na indústria, priorizando a diversidade, a tradição, a qualidade, a criatividade, a ética e o valor ao produto e ao meio ambiente. Por mais que o termo slow seja traduzido como lento para o português, não é necessariamente um movimento que contrapõe a velocidade, é apenas uma quebra ao fast.  O movimento surge no momento crucial para a moda global, na tentativa de solucionar os problemas causados pelas grandes empresas fast fashion. As principais dificuldades vêm de um fator essencial, que é a emissão de carbono. O setor de produção de roupas é responsável por cerca de 10%  de toda geração de carbono no mundo.

Infografia com fatos e números sobre a utilização da água para a produção têxtil. Fonte: Parlamento Europeu

 Mas sabemos que a moda sofre mudanças continuamente e essa não é a primeira vez que o vintage invade o cotidiano dos consumidores. A diferença, desta vez , é que a onda das roupas usadas surge com base em mudanças nos hábitos de consumo. A exclusividades das peças e a maneira autêntica de se vestir fez com que muitas pessoas abrissem seus corações para as roupas usadas. O meio ambiente agradece esta nova direção que os fashionistas estão optando. 

Matéria produzida no primeiro semestre de 2022, na disciplina de Linguagem das Mídias do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana.

No Rio de Janeiro do século XIX, um homem de nome Belchior criou a primeira loja de venda de roupas e objetos de segunda mão que por isso ficaram conhecidas como lojas de belchior. Com o uso e a pronúncia de forma errada, ao longo do tempo, transformou-se em “brechó”, também conhecido como bazar de caridade. Neles, são vendidos produtos usados, como roupas, calçados, bijuterias, livros et.

A volta da febre dos brechós pega carona na tendência internacional de resgatar atributos e objetos de diferentes décadas a cada estação, a moda vintage. O vintage valoriza a qualidade e originalidade das melhores peças  de um período, o que se pode observar também nos Antiquários. Uma das estrelas americanas  mais conhecidas, Julia Roberts, entrou na onda vintage ao usar um vestido vintage Valentino em recente entrega do Oscar.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Mas não só as estrelas de Hollywood podem usar looks peças que já fizeram sucesso em outra época. Se você gosta usar e ousar com um estilo diferenciado e exclusivo, característico da moda dos brechó, você pode dar uma mexida no guarda-roupa da vovó e encontrar o look ideal.

Em Santa Maria hádiversas opções de brechós e aproveitamos para visitar alguns deles, onde a gente encontra peças para montar looks masculinos ou femininos casuais, de festa e streetwear. Tem para todos os gostos, tamanhos e bolsos. O Garagem_Mix, por exemplo, conta com um baú de peças disponíveis por apenas R$ 1. Famílias com menos condições podem se beneficiar.

Aproveita as sugestões de looks em torno de 50 reais que montamos para vocês. Quem pesquisa, fica na beca.

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Blazer R$ 20, calça social R$ 10 e blusão R$ 18. Foto: Laura Gross

 

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Look casual chic. Vestido R$ 1, lenço R$ 4 e sapato R$ 20. Foto: Laura Gross

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Blazer R$ 35, calça social R$ 20 e sapato R$ 25. Foto: Laura Gross

Por Laura Gross e Taís Hoerlle

Matéria realizada para a disciplina de Jornalismo de Moda