A vida na Espanha
Depois de duas semanas aqui, a vida começa a se organizar. Os guris já estão na escola e jogando futebol, preocupações a menos. Tanto nas escolas como no time de futebol foram muito bem recebidos. As
Depois de duas semanas aqui, a vida começa a se organizar. Os guris já estão na escola e jogando futebol, preocupações a menos. Tanto nas escolas como no time de futebol foram muito bem recebidos. As
Depois de oito anos, estamos de volta a Córdoba, na Espanha. Muita coisa mudou. A primeira impressão na chegada a Madri foi a de que a crise econômica espanhola ainda não acabou. Pela primeira vez fomos abordados
A Agência CentralSul de Notícias faz parte do Laboratório de Jornalismo Impresso e Online do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) em Santa Maria/RS (Brasil).
Depois de duas semanas aqui, a vida começa a se organizar. Os guris já estão na escola e jogando futebol, preocupações a menos. Tanto nas escolas como no time de futebol foram muito bem recebidos. As aulas já se encaminham para o final de curso, pois o calendário escolar é de setembro a junho. O sistema educativo espanhol é constituído de educação infantil (do zero aos seis anos), não obrigatória. Os ciclos obrigatórios compreendem educação primária (dos seis aos 12 anos); educação secundária (dos 12 aos 16 anos) e o bacharelato (16 aos 18 anos), que é a última etapa antes da faculdade. São oferecidas as opções de ciência e tecnologia, humanas e ciências sociais e artes. Na última semana, o assunto predominante foi as eleições andaluzas, realizadas no domingo, 22, com a vitória do Partido Socialista Operário Espanhol para a presidência da Junta Andaluza, que também obteve o maior número de deputados. No entanto, os partidos que mais cresceram nessas eleições foram Podemos e Ciudadanos.
Outro assunto que preocupa grande parte dos espanhóis é a intervenção no Banco de Madrid. O problema foi a intervenção do Principado de Andorra no Banco Privado de Andorra, proprietário do Banco de Madrid, sob a acusação de lavagem de dinheiro, aí incluído o dinheiro da máfia chinesa e russa. Por enquanto, os clientes do Banco de Madrid podem sacar dois mil e quinhentos euros semanais, para desespero de muitos que têm a economia de uma vida na poupança daquele banco.
A crise econômica, a austeridade da política de governo, o confisco de moradias por parte dos bancos e a falta de emprego motivaram milhares de pessoas a se concentrar em Madrid no sábado, 21. Sob o tema Pão, Trabalho, Teto e Dignidade, as Marchas da Dignidade reúnem pessoas de todas as províncias que saem de suas localidades e marcham até a capital do país.
O terrorismo é o fantasma a rondar os espanhóis. O último ato foi em um atentado no Museu Bardo, na Tunísia, onde morreram dois espanhóis e outros ficaram feridos. Além disso, nas últimas semanas foram detidos em Madri vários suspeitos de pertencer ao grupo Estado Islâmico.
A primavera veio trazendo chuvisco em Córdoba, chuvas fortes em Andalucía e mantendo o friozinho. Na região mais ensolarada da Espanha não pudemos acompanhar o eclipse por conta da falta do sol. A próxima semana será cheia de novidades. Vamos poder acompanhar pela primeira vez a Semana Santa. Talvez o período mais importante para os espanhóis. É a semana em que grande parte da população viaja, já que de 27 de março a 5 de abril as aulas estão suspensas e, muitos, também não trabalham nesse período. Expectativa para as procissões das diversas irmandades e confrarias da cidade que começam no domingo de Páscoa e se estendem por toda a semana.
Por Carla Rossa, jornalista e colaboradora da ACS na Espanha.
Depois de oito anos, estamos de volta a Córdoba, na Espanha. Muita coisa mudou. A primeira impressão na chegada a Madri foi a de que a crise econômica espanhola ainda não acabou. Pela primeira vez fomos abordados por mendigos. Foram três em menos de uma hora, enquanto comíamos em um restaurante na estação de trem.
Na chegada a Córdoba mais uma surpresa – a sujeira predominava na estação de trem por conta da greve de trabalhadores de limpeza, sem perspectiva de solução a curto prazo.
Córdoba também cresceu muito. O número de construções é impressionante, com novas moradias e novos centros comerciais. Mesmo assim, o desemprego atinge quase 40% da população, segundo dados oficiais.No entanto, conforme um taxista, já são mais de 50% os parados. Tudo culpa dos chineses e indianos, segundo ele.
Eleições e corrupção – Nessa primeira semana, os assuntos que mais ouvimos foram eleição e corrupção. O calendário eleitoral espanhol não apresenta datas específicas para as eleições, que acontecem separadas: nacionais, regionais e municipais. As autonómicas e as municipais se realizam em 24 de maio. Mas nem todas as comunidades autônomas celebram as eleições em maio. Aqui na Andaluzia será em 22 em março.
Nas eleições municipais podem votar todos os residentes na Espanha, maior de idade, dos países da União Europeia e dos países com acordos onde se reconhece esse direito. É o caso de países como Bolívia, Chile, Cabo Verde, Colômbia, Coreia, Equador, Noruega, Peru, Trinidad e Tobago, entre outros.
Caracóis –
E, para finalizar, por enquanto, estamos no início da feira dos ‘caracoles’. São mais de 40 pontos de venda, entre tendas e restaurantes, onde são servidos caracóis nos mais diversos tipos de molhos. O ponto alto será a festa gastronômica, a ‘Caracola”, que acontecerá no dia 17 de maio. Provei e gostei. É uma carne suave. O que não é muito agradável é o molho, cheio de curry.