Brasil é um estado laico?
A intolerância religiosa é o ato de discriminar, ofender religiões e agredir pessoas por conta das práticas religiosas e crenças.
A intolerância religiosa é o ato de discriminar, ofender religiões e agredir pessoas por conta das práticas religiosas e crenças.
Em termos religiosos e culturais, ‘páscoa’ significa ‘passagem’ e existem dois sentidos para a celebração. Para os hebreus, que eram escravos no Egito Antigo, significa libertação. Já para os cristãos, renascimento. Segundo o professor de História do
A Agência CentralSul de Notícias faz parte do Laboratório de Jornalismo Impresso e Online do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) em Santa Maria/RS (Brasil).
A intolerância religiosa é o ato de discriminar, ofender religiões e agredir pessoas por conta das práticas religiosas e crenças. No império romano, os cristãos foram perseguidos e criminalizados. Isso indica que os atos de inflexibilidade a partir da crença religiosa de alguém não são acontecimentos novos na nossa sociedade. Um dado fornecido pelo antigo Ministério dos Direitos Humanos relatou que, de 2015 a 2017, houve uma denúncia de intolerância religiosa a cada 15 horas no Brasil. O número 100 do disque denúncia durante esse período, foi predominante nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A maior parte das vítimas de intolerância é composta por adeptos de religiões de matriz africana, segundo o Ministério dos Direitos Humanos.
As religiões de matriz africana estão presentes no Brasil desde os séculos XVI e XIX. De acordo com a Agência brasil, os casos de ataque às religiões de matrizes africanas aumentaram cerca de 270% só em 2021, com aproximadamente 244 casos, 160 a menos que em 2020. Documentos do IBGE revelam que cerca de 1 milhão de pessoas no Brasil fazem parte de alguma religião africana. Tais documentos mostraram que em 2010, 0,4% da população eram de alguma religião africana, já em 2017 esse número alcançou 1% da população.
Muitas pessoas acabam fazendo pré-julgamentos sobre algumas culturas e religiões, sem saber o real significado e como aquela religião age na sociedade. Desde os primórdios, temos conflitos culturais, políticos, por esporte e religião. E porque isso acontece? De acordo com a revista Portal da Comunicação, conflitos religiosos, ocorrem por sua maioria, por interesses além da própria religião. Entre esses interesses, temos interesses regionais por exemplo, onde uma cultura domina uma certa região, e acaba despertando ódio como no Afeganistão, de um lado não muçulmanos contra fundamentalistas radicais mulçumanos.
Perseguições, fanatismo e ideologia fazem parte de diversos aspectos no Brasil, a democracia por muitas vezes acaba dando espaço para conflitos. Diante disso podemos confirmar que estamos longe de um Brasil democrático quando o assunto é religião.
Acompanhe no infográfico abaixo as principais religiões no Brasil em 2020, segundo o Datafolha em 2020.
Fonte da informações: Religião Católica: Brasil Escola / Religião Evangélica: G1 / Sem religião: Instagram / Religião Espírita: Brasil Escola
Em termos religiosos e culturais, ‘páscoa’ significa ‘passagem’ e existem dois sentidos para a celebração. Para os hebreus, que eram escravos no Egito Antigo, significa libertação. Já para os cristãos, renascimento. Segundo o professor de História do Centro Universitário Franciscano, Odilon Machado, Moisés recebeu uma visão de Deus, na qual lhe disse que livraria o povo hebreu das mãos de Faraó. “Por motivos climáticos, nuvens de gafanhotos destruiram a agricultura. Além disso, a morte do filho do Faraó foi um sinal de que Deus os libertava”, explica.
Já a acadêmica de jornalismo Luisa Neves, explica que a primeira páscoa foi quando Deus pôs à prova o coração de Faraó que não queria liberar os hebreus. “O Senhor avisou que o anjo da morte iria ferir todos os primogênitos do Egito, inclusive dos animais. Porém, na casa dos hebreus, não aconteceu nada. Com isso, Faraó entendeu que deveria obedecer e liberou os hebreus. Esta ocasião passou a ser lembrada todos os anos em uma festa judaica chamada Páscoa”, relata. A acadêmica comenta que, durante a Páscoa, um dos condenados à morte poderia ser liberto. “Foi nesta data que Pilatos lavou as mãos e Jesus foi julgado. Os judeus escolheram libertar o assassino Barrabás e crucificar o filho de Deus. Como ele ressuscitou justamente no domingo que se comemorava a páscoa, o cristianismo passou a relacionar a data com a ressurreição de Cristo”, enfatiza.
O professor comenta que, segundo o cristianismo, Jesus disse que seria açoitado e morto antes de passar para a vida eterna e que a Páscoa tem dois significados: históricos e religiosos, tanto para os Hebreus que comemoram essa passagem a mais de 5 mil anos, quanto para os cristãos que comemoram a 2015 anos. “Pela História, Jesus foi castigado por afirmar que era filho de Deus e rei. Porém, naquela época o imperador Cezar Augusto era absoluto no poder e somente ele poderia ser chamando de rei. Judeus e cristãos comemoram a páscoa, cada um no seu sentido principal. Para os judeus a festa remete à libertação. Já para o cristianismo ela é o renascimento de Cristo’, ensina.
Símbolos e tradições da Páscoa
Velas, coelhos, chocolates, chá de macela, pipas no céu e outros elementos colorem o feriado de Páscoa. Mas, o que esses símbolos significam? Vida, ressurreição, cura, um ano doce, amizade, família, entre outros temas, são lembrados na data por meio de suas diversas simbologias.
O professor explica que muitas tradições foram criadas. “Os judeus, por exemplo, comemoram com o ” Pão Ázimo“, feito sem fermento” relata. O professor conta ainda que, este alimento era dado para os hebreus, na época da escravidão, com vinho, uma bebida típica do Oriente. No Brasil, esta é uma excelente época para consumir chocolates, o presente preferido da maioria das pessoas. Além disso, os cristãos trocam presentes, comemoram a vida, a família, a humildade. No entanto, chocolates e presentes, muitas vezes, se resumem na questão comercial.
A questão cultural
“A verdade é que a páscoa é comemorada no mundo inteiro, mas difere no modo cultural. Alguns fazem de um jeito e outros fazem de outro, mas a questão religiosa é única,” relata o professor Machado. Ele conclui que a tradição vem das famílias e das escolas, as quais costumam desenhar coelhos e ovos, além de confeccionar caixas ‘ninhos’.
“Para mim, páscoa é relembrar a libertação do povo de Israel, que vivia como escravo no Egito. Essa passagem bíblica me faz pensar em minha própria libertação por meio do sacrifício de Jesus na cruz,” declara a acadêmica de jornalismo do Centro Universitário Franciscano, Victória Papalia. Já para a dona de casa, Maria Noal, a quinta -feira também é santa. Ela conta que a família rezava Il Pianto di Maria – oração italiana repetida durante os quarenta dias da quaresma. “A cada dia, acrescentava-se um , Pai Nosso”, recorda.
Seja para comemorar, passear ou estar em família, a Páscoa é importante. Não importa a intenção ou a origem, aproveite o feriado da melhor forma possível, de preferência celebrando a vida.
Por: Bruna Bento Milani e Patrícia Ribeiro