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igualdade de gênero

Seminário sobre Educação Sem Machismo

Na próxima sexta-feira, dia 15, a UFSM recebe o “Seminário Educação Sem Machismo” O evento que ocorrerá das 8:00h ás 11:00h é um projeto da  Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa com instituições ao combate ao machismo e

Estádio é lugar de mulher sim

No país do futebol, as mulheres já chegaram à presidência da República, ao comando da principal corte de Justiça, e mesmo assim continuam em busca de espaço na sociedade, principalmente no meio esportivo. Gurias gremistas, apaixonadas

Para encerrar a disciplina de Gênero e Comunicação neste primeiro semestre, ocorre o ‘3º Desconstruindo: Precisamos Falar Sobre Gente’ na próxima quarta-feira, 10 de julho, às 14 h no hall do prédio 15, conjunto III. Organizado pelos alunos de Publicidade e Propaganda junto às professoras Cláudia Souto e Pauline Fraga, a discussão girará em torno da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2019 que trouxe debates sobre igualdade de Gênero na mídia e na sociedade.

A disciplina Gênero e Comunicação faz parte das optativas ofertadas pelos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, hoje de maneira integrada.  As convidadas são a acadêmica de Publicidade e Propaganda da UFSM, Janaína Wille que também atua como repórter e comentarista da Rádio Universidade 800 AM; Tatiane Dias, ex-atleta e árbitra da Federação Gaúcha de Handebol, e Claudia Kessler, jornalista e cientista social.

Para a professora Cláudia Souto as convidadas trarão um enriquecimento de discussões, pois abrangem diversas áreas. Também comentou a necessidade desses debates sobre os temas que envolvem a igualdade de gênero, “nós temos muito o que caminhar, exatamente quando começamos a discutir que identificamos a necessidade de ampliar ainda mais as discussões”, finaliza.

Para se inscrever basta entrar no evento no Facebookou na hora. Depois do bate-papo haverá também uma gincana e uma exposição de fotos sobre o tema.

 

 

 

 

Na próxima sexta-feira, dia 15, a UFSM recebe o “Seminário Educação Sem Machismo”

O evento que ocorrerá das 8:00h ás 11:00h é um projeto da  Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa com instituições ao combate ao machismo e a promoção da igualdade.

Tendo como público alvo os docentes, esse seminário terá como objetivo principal incentivar e preparar os presentes para que realizem oficinas e aulas com as temáticas machismo e desigualdades de gênero, afim de desconstruir estereótipos e fomentar o empoderamento desde a infância, garantindo a equidade no ambiente de ensino e o respeito ás escolhas de cada um.

O seminário terá como palestrantes a Professora do Centro de Educação da UFSM, Valeska Fortes de Oliveira, a representante do  Diretório Central de Estudantes (DCE),  Laila Toledo, e a deputada Manuela d’Ávila que também é Procuradora Especial da Mulher da Assembleia Legislativa e organizadora original do evento.

A entrada é gratuita.

Grupo de torcedoras da Força Tricolor Feminina SM antes da viagem a Porto Alegre. (Foto: Arquivo pessoal)

No país do futebol, as mulheres já chegaram à presidência da República, ao comando da principal corte de Justiça, e mesmo assim continuam em busca de espaço na sociedade, principalmente no meio esportivo.

Gurias gremistas, apaixonadas pelo time e apreciadoras do esporte, tomaram a iniciativa de criar um grupo exclusivo de mulheres para buscar espaço e afirmação no futebol e na torcida. O objetivo da Força Tricolor Feminina SM é levar cada vez mais mulheres para os estádios.

O grupo realiza excursões para os jogos do Grêmio, em Porto Alegre. As viagens são exclusivamente para mulheres e todas são bem-vindas.

Mesmo com a evolução que ocorreu nos últimos anos, das mulheres cada vez mais indo aos estádios, torcendo e vibrando, o preconceito ainda é presente e incomoda quem gosta de acompanhar o esporte. E é esse um dos motivos que levou Caroline Melgarejo, uma das organizadoras da Força Tricolor Feminina, a organizar as excursões.

De acordo com Caroline, elas buscam se sentir mais à vontade em um espaço dominado por homens e que é culturalmente considerado um esporte exclusivo dos homens. Por isso, as excursões para os campeonatos regionais e nacionais são praticamente feito só por homens.

Nesta última quarta-feira (16), o grupo de meninas foi pela quarta vez à Arena do Grêmio. As 21 gurias foram a Porto Alegre torcer e alentar a equipe gremista, que ganhou pelo placar de 1×0 do Cruzeiro, de Belo Horizonte. Foi o primeiro jogo pelas semifinais da Copa do Brasil 2017. O próximo confronto será no dia 23, em Belo Horizonte. O Grêmio, o atual campeão da competição, busca o sexto título.

Com campanhas online como #PrimeiroAssédio, criado pelo Think Olga, onde mulheres contam o primeiro contato com a violência sexual, devido ao caso da menina Valentina, do programa Master Chef, que foi assediada por homens no Twitter, feministas estão protestando nas ruas e na internet. A hashtag foi replicada 82 mil vezes em respostas à comentários machistas.
Com isso, nas redes sociais está acontecendo uma espécie de “guerra fria” entre páginas ditas de direita e esquerda. No último domingo, 1, foi derrubada a página Orgulho de ser hetero, via denúncias de usuários do Facebook. No mesmo dia a página foi devolvida ao moderador e pelo menos cinco páginas feministas e pró LGBTs foram derrubadas, como a Feminismo sem demagogia e Jout Jout Prazer. As usuárias feministas tiveram seus perfis bloqueados por um tempo, inclusive, algumas mulheres ainda não conseguiram recuperar seu perfil.

Arte: divulgação/ThinkOlga
Arte: divulgação/ThinkOlga

Julia Tolezano, vlogueira do canal Jout Jout Prazer e moderadora da página, tuitou na terça-feira que não estava conseguindo acessar a página e nem seu perfil no Facebook. A colunista da Cosmolitan teve sua conta de volta na quarta-feira. E postou em seu perfil uma mensagem de carinho para os seguidores, também fez comentários sobre a “guerra” entre as páginas online.

As moderadoras da página Feminismo sem Demagogia também estão chocadas com o bloqueio e ainda não conseguiram recuperar a conta. O perfil da militante Stephanie Ribeiro também foi bloqueado, ela luta contra o machismo e racismo, com postagens de denúncia. Agora só consegue postar fotos via instragam para o Facebook e usar o bate-papo inbox, seus seguidores estão a acompanhando via twitter.

O blog Escreva Lola Escreva, também está sofrendo ameaças. A doutora em literatura, dona do site, Lola Aronovich, escreveu um desabafo sobre os fakes do blog que estão circulando e postando conteúdos inapropriados, misóginos, racistas, em seu nome. Um dos nomes fakes criados é o “Lola escreva Lola”. Foi criada uma hashtag de apoio à feminista, #ForçaLola, com mensagens de indignação e revolta aos ataques machistas.

O site Think Olga publicou um texto de solidariedade com as páginas que foram derrubadas, dando força para as feministas, afirmando que não calarão as mulheres! Em meio a tanta violência e agressividade contra mulheres e contra quem luta pelo feminismo – que visa a desconstrução dos papéis de gênero e a não objetificação da mulher – as feministas buscam forças em conversas e marchas contra o assédio e discriminação de gênero. Recentemente, com o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio abordar a persistência na violência contra a mulher brasileira, elas encontram esperanças e se tornam cada vez mais fortes, nas ruas e nas redes sociais. Visto os protestos contra o projeto de lei de Eduardo Cunha – que restringe os direitos à vítimas de estupro – e vídeos, como o do canal Jout Jout Prazer, incitando as mulheres a não se calarem, e fazerem um escândalo diante de abusos sexuais.

O grupo de machistas que derrubou ambas as páginas também está tentando derrubar a Quebrando o Tabu, com 2.097.032 curtidas, e a Travesti Reflexiva, com 174.016 curtidas. Inclusive, essa última, teve uma postagem censurada pelo Facebook, ao postar uma foto com os dizeres “sejam bem-viados”. Outras páginas de esquerda também estão sendo atacadas.
De acordo com as regras do Facebook, um post ou página pode ser bloqueado se for uma violação clara dos termos de uso da plataforma (como em casos de quebra de direitos autorais e perfis falsos) e em temas considerado “conteúdo ofensivo”. E deve haver uma justificação para a denúncia, após um funcionário do Facebook analisa a página ou perfil denunciado.

Assista ao vídeo de Julia Tolezano sobre a violência sexual e a voz das mulheres:

(Imagem: divulgação/MEC)
(Imagem: divulgação/MEC)

Mulheres que lutam contra a violência de gênero e contra a submissão na sociedade atual comemoraram com fervor o tema de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ocorrido nos dias 24 e 25 deste mês. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) divulgou no início da tarde de domingo, após o fechamento dos portões dos locais de prova, o tema da redação “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. Contendo dados estatísticos sobre a violência e abusos sofridos pelas mulheres e a consistência dos mesmos, a cartilha com as informações foi compartilhada nas redes sociais, com alegria, por feministas e militantes.

A professora do laboratório de redação do Curso e Colégio Objetivo Maria Aparecida Custódio afirmou ao G1 que o tema não deixou dúvidas e opções para defender a violência, visto que vai contra as normas dos Direitos Humanos e do edital da prova. “No ano em que o Enem propôs movimento migratório, ele dividiu os candidatos. Alguns foram mais a favor, outros acharam que ia ter falta de emprego no Brasil. No ano passado, com o tema da publicidade infantil, os candidatos também ficaram um pouco divididos. Por um lado, a publicidade ajuda a aquecer a economia, estimula o consumo, gera empregos. E tem o outro lado, o do estímulo ao consumo desenfreado, de não contribuir para a formação de cidadãos conscientes”.

(Imagem: divulgação/O Roubo da Pitangueira)
(Imagem: divulgação/O Roubo da Pitangueira)

A organização online Think Olga, que visa o empoderamento feminino, comemorou com seus seguidores a escolha do tema. “Neste momento, são 7,7 milhões de pessoas discorrendo sobre um tema essencial, mas sempre tratado como uma questão menor. Quem acompanha a Think Olga já estava preparada (o) – não apenas para tirar boas notas, mas para criar um país mais igualitário e justo”. Bem como a página O Roubo da Pitangueira, que postou dados sobre a violência doméstica contra a mulher, e depoimentos de meninas que fizeram o Exame Nacional. A repercussão do tema está gerando vários debates online, nas páginas e grupos feministas.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça, Departamento Penitenciário Nacional e Secretaria de Políticas para as Mulheres, dos 332.216 mil casos de denúncia de violência delatados às varas especializadas de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, apenas 33,4% desses casos foram julgados.
Em um país onde o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, restringe os direitos da mulher vítima de estupro ao atendimento emergencial do Sistema Único de Saúde e ao procedimento de aborto em caso de gravidez, o tema foi uma pequena vitória. 7,7 milhões de pessoas pensando e argumento sobre essa realidade tão assustadora e com dados alarmantes. O Mapa da Violência 2013: Homicídios e Juventude no Brasil revela que, de 2001 a 2011, o índice de homicídios de mulheres aumentou 17,2%, com a morte de mais de 48 mil brasileiras nesse período.

Laura ressalta as discussões que o tema está gerando nas redes sociais (foto: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)
Laura ressalta as discussões que o tema está gerando nas redes sociais (Foto: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)

A feminista Laura Lena Bastos, estudante de Artes Visuais da UFSM, considera que o tema tem de ser discutido com urgência. “Acredito que, antes de mais nada, foi um tema muito próximo da vida dos participantes do Enem. E convenhamos, é uma realidade horrenda que vivemos todos os dias, foi de extrema importância tratar deste tema, já que muitas escolas e famílias se recusam a tratar. Foi um incentivo a todos e todas de enfrentar o assunto. A repercussão que ele deu foi ótima para a discussão de gênero”, comemora.
A universitária Júlia Fleck, do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano, afirma que temos hoje um Congresso completamente conservador no comando do nosso país – o qual aceitou a proibição da venda de pílulas do dia seguinte, o que deveria ser direito de todas as mulheres. Isto, somado ao fato de que mulheres ainda continuam sendo mortas apenas por serem mulheres, o tema veio a calhar e se encaixou perfeitamente na atual situação do país. “O feminismo é algo que tem que ser discutido, ao passo que as pessoas, em sua grande maioria, têm uma ideia errada do que o movimento realmente se trata. O machismo mata. O feminismo pode salvar vidas”.

A luta das mulheres por direitos civis e sociais iguais aos dos homens, a luta contra o assédio nas ruas e contra a violência de gênero se fortalece cada vez mais em Santa Maria. A Marcha das Vadias tomou força na cidade e ganhou apoio de vários grupos sociais locais.
Porém, algumas feministas declaradas sofrem ataques de homens que não aceitam o empoderamento e a união feminina. A força que as mulheres estão ganhando assusta alguns homens que partem para a agressão – via online e fisicamente.
Um grupo de feministas fez uma manifestação em repúdio à violência no dia 5 de setembro. A mobilização teve como  motivo repudiar a agressão que uma menina sofreu em frente à boate Macondo Lugar, no estacionamento do outro lado da rua.

Laura já foi assediada em uma discussão sobre a hipersexualização de mulheres em vídeo-games (foto por: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)
Laura Lena Bastos acredita que os homens que criticam feministas nunca leram sobre o movimento (Foto: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)

Na página do protesto, muitas meninas foram atacadas verbalmente, expostas e assediadas por dois meninos que entraram no grupo para menosprezar o movimento. E infelizmente, muitas mulheres feministas sofrem isso todos os dias.
“Eles te chamam de vadia, qualquer coisa que venha na cabeça, e criticam com tudo que podem o movimento. É muita desinformação. Em primeiro lugar, muita carga que vem do início da luta feminista. Os homens que nos atacam nunca leram sobre o movimento e carregam o machismo, que está impregnado”, nota Laura Lena Bastos, estudante de Artes Visuais da UFSM, que já foi assediada algumas vezes nas redes sociais por sua militância. Ela também foi assediada em uma discussão sobre a hipersexualização de mulheres em vídeo-games.

(foto por: Tabata da Cruz/Laboratório de Fotografia e Memória)
Ana Carolina Bragança discutiu nas redes sociais com homens que atacam o feminismo (Foto: Tabata da Cruz/Laboratório de Fotografia e Memória)

No grupo online, estava Ana Carolina Bragança, que discutiu com os meninos por comentários num post. “Quem participa do movimento está exposta a sofrer esse tipo de violência. E mesmo quando não ocorre diretamente contigo, tu te afetas porque eles atacam o feminismo. Quem nos agride geralmente procura o porquê que lutamos e transformam em deboche ou menosprezam”, nota Ana Carolina. “Me senti violada,, como se nenhuma mulher pudesse votar, como se nós não tivéssemos que fazer isso, não tivéssemos que lutar por nossos direitos e nossas reivindicações. Temos que desvincular o feminismo do ódio, as pessoas acham que o feminismo é como o machismo, mas na verdade é igualdade que queremos e não excluir o gênero masculino”, explica a estudante.

Agressões físicas praticadas por desconhecidos

Thays já foi atacada na rua por um grupo de meninos (foto por: Roger Haeffner/Laboratório de Fotografia e Memória)
Thays já foi atacada na rua por um grupo de meninos (Foto: Roger Haeffner/Laboratório de Fotografia e Memória)

“Esse poder de diálogo com os homens só acontece quando eles sabem respeitar e param de atacar o movimento. As mulheres não gostam de falar sobre a causa com pessoas que só as atacam e criticam a luta. Hoje em dia a gente vê muito mais o empoderamento feminino do que diálogos com os homens. As mulheres estão percebendo o universo de privilégios masculinos e sabem que o patriarcado precisa ser derrubado. Elas enxergam muito mais disso do que aberturas para conversas com homens”, argumenta Thays Campagnol, que revela ter sido atacada várias vezes. Para a estudante de Direito, os ataques vêm de pessoas que não têm conhecimento da causa e de quem está no meio político.

Segundo a acadêmica Thays, são microataques que passam despercebidos, como participar em debates políticos e ser silenciada. “O fato que ocorreu, por exemplo, no grupo do Facebook ”Não Passarão! Manifestação em Repúdio à Violência Contra a Mulher! foram dois meninos que assediaram e ofenderam (além de expor) mulheres que participavam do protesto. Um deles tem 16 anos, e claramente não entende o movimento. Temos artefatos para processá-lo, mas sabemos que a Justiça não nos ajuda! Ele também fez uso do slut shaming, que é quando a sexualidade da mulher é reprimida, ela só é bem vista quando é para o homem. E eles usam isso na rua e fazem a gente se sentir violada”, desabafa a moderadora do grupo.

A feminista conta que no meio político existe uma rixa, pois as pessoas diminuem a causa, e eles atacam as mulheres que lutam chamando-as de ‘feminazi’, o que é absurdo, comparar a luta feminista com o nazismo, absurdo e ignorante.”São coisas que tem que haver uma compreensão. Os homens que estão no movimento estão lá para apoiar, e não para se colocar no lugar da vítima ou silenciá-la. Tu deves apoiar e entender, mas em momento nenhum ele deve apontar o dedo para uma de nós e atacar. Eles teriam que entender os privilégios e fazer essa desconstrução com eles mesmos, mas isso não ocorre, então é desconfortável para ambas as partes”, destaca a estudante.

Como Thays, outras feministas também já sofreram ataques físicos inclusive, na rua, por homens desconhecidos. Uma menina de 17 anos, feminista, que não quis se identificar (justamente por conta da violência), contou sobre a violência que sofreu no mês de abril deste ano. “Eu estava voltando do Parque Itaimbé, estava na rua Serafim Valandro, eram seis horas da tarde, tinham quatro meninos vindo na minha direção. Eles me viram e conversaram entre si, eles vieram e me colocaram contra a parede, passaram a mão em mim, me xingaram, eles sabiam que eu era feminista não sei como. Eles diziam ‘é isso que feminista precisa, você tem sorte por não te estuprarmos aqui mesmo’. Depois eles me empurraram e saíram e enquanto caminhavam me mandaram ‘ter cuidado’. Eu fiquei em estado de choque, fui pra casa e no dia seguinte fui na delegacia da mulher (DEAM) e tentei fazer uma ocorrência, mas por alguns desentendimentos não consegui registrar”, contou a menina.

Ela afirma que esse incômodo dos homens com a luta é por eles não estarem acostumados com isso, com mulheres se emponderando e tentando alcançar o lugar em que eles estão. Para a jovem, feminismo ganhou muita força agora, e as meninas os enfrentam e sabem que têm vez e voz para lutar, e eles ainda enxergam as mulheres como submissas.

A desinformação sobre o atendimento às vítimas

Débora Dias fala sobre a importância de registrar qualquer crime contra o corpo da mulher (foto por: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)
Débora Dias fala sobre a importância de registrar qualquer crime contra o corpo da mulher (Foto: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)

A delegada da Delegacia de Polícia para Mulheres, Débora Dias, afirma que é muito importante que se faça a ocorrência para criar antecedentes criminais, pois, quem faz esse tipo de violência contra a mulher geralmente fará de novo ou já fez outras vezes. E depois da segunda ocorrência de assédio ele cumpre uma pena, segundo Débora geralmente ele cumpre serviço comunitário. “Quando ocorre o estupro, que é um ato violento, com ou sem penetração, com ações libidinosas no corpo da vítima, o homem é preso imediatamente após a comprovação das investigações”, explica a delegada.

Assista ao depoimento captado pelo Laboratório de Produção Audiovisual (Laproa)
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