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Jovens estão na expectativa de votar pela primeira vez

Os jovens estão cada dia mais engajados na política brasileira. A eleição deste ano é marcada pelo crescimento no número de pessoas entre 16 e 18 anos aptos a votar. Os números de alistamentos eleitorais realizados

A preparação dos jovens para o Enem em meio à pandemia

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O grupo Meta anunciou, em setembro, a implementação de novas diretrizes de segurança voltadas para adolescentes no Instagram, com o objetivo de reforçar a proteção dos jovens diante dos riscos das redes sociais. A medida, denominada “Contas para adolescentes”, irá trazer uma série de limitações e ferramentas de monitoramento para usuários entre 13 e 17 anos, visando minimizar os impactos negativos à saúde mental e aumentar a segurança no ambiente online. 

As contas desses adolescentes passarão a ser privadas por padrão, restringindo quem pode interagir e quais conteúdos podem ser visualizados. Além disso, qualquer jovem menor de 16 anos que deseje criar um perfil público normalmente com a intenção de atuar como influencer irá precisar da autorização dos pais. Essa exigência se aplicara a novos usuários e a adolescentes já registrados na plataforma. 

Antigone Davis, vice-presidente de segurança da Meta, destacou que essa atualização é essencial para oferecer maior tranquilidade aos pais, que poderão monitorar as atividades dos filhos na rede social, inclusive bloqueando o uso do aplicativo, se necessário. “Estamos focados em fazer as coisas da maneira correta”, afirmou ela. 

Um dos desafios apontados pela Meta é a facilidade com que adolescentes podem mentir sobre suas idades para burlar as proteções. Para contornar esse problema, a plataforma exigirá a comprovação da idade sempre que houver uma tentativa de alteração da data de nascimento. Mesmo assim, a empresa mantém a postura de não verificar a idade de todos os usuários. “Se detectarmos que alguém certamente mentiu sobre sua idade, interviremos”, diz Davis, “mas não queremos forçar 3 bilhões de pessoas a fornecer identificação”. 

Essas medidas surgem em um contexto de crescente pressão sobre a Meta e outras gigantes tecnológicas, após ações judiciais movidas por diversos estados norte-americanos. As queixas acusam as plataformas de contribuírem para problemas como dependência digital, cyberbullying e transtornos alimentares entre jovens. Em resposta a essas preocupações, autoridades de saúde nos Estados Unidos têm sugerido que redes sociais sejam obrigadas a fornecer alertas claros sobre os riscos que os adolescentes enfrentam, de forma semelhante às advertências em pacotes de cigarros. 

A professora do curso de Odontologia da UFN, Lenise Menezes, mãe de duas, destacou a relevância dessas novas diretrizes, afirmando que “As famílias perderam um pouco o controle sobre isso. As crianças ficam prejudicadas, e no futuro, não sabemos o que será desse acesso ilimitado às redes sociais. Não conseguimos governar nem o tempo nem onde eles estão acessando. Então, eu acho bem importante essa medida.”

Lenise, mãe de duas meninas, achou boa a iniciativa da Meta. Foto: Nelson Bofill/Labfem

Ela também ressaltou que, apesar das dificuldades em monitorar a idade dos usuários, é fundamental educar tanto os pais quanto os jovens sobre os riscos e as boas práticas nas redes sociais.

Adam Mosseri, diretor executivo do Instagram, reconheceu que as mudanças podem afetar a popularidade da plataforma entre os adolescentes, mas reafirmou o compromisso da empresa em correr esses riscos para priorizar o bem-estar dos usuários. 

As novas diretrizes serão implementadas gradualmente ao redor do mundo. Nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália, as mudanças devem ocorrer nos próximos dias, com previsão de chegada ao Brasil em janeiro de 2025. 

Os jovens estão cada dia mais engajados na política brasileira. A eleição deste ano é marcada pelo crescimento no número de pessoas entre 16 e 18 anos aptos a votar. Os números de alistamentos eleitorais realizados nos três primeiros meses do ano mostram que o Brasil ganhou 1.144.481 novos eleitores na faixa etária de 15 a 18 anos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Imagem: Divulgação/TSE

No Rio Grande do Sul o crescimento no número de jovens foi de 48,8% na comparação a eleições de 2018, a porcentagem corresponde a 80.044 mil eleitores no estado. Santa Maria é o 5º maior colégio eleitoral gaúcho com 208.727 votantes aptos, destes 2.675 são jovens entre 16 e 17 anos, 1,28% do eleitorado da cidade.

A estudante do 2º ano do ensino médio, Giselle Xavier, de 16 anos, vota pela primeira vez nas eleições do dia 2 de outubro. Ela espera que com o voto possa ter mais controle e estar mais presente nas decisões que influenciam o seu futuro. Giselle acredita que “as pessoas têm que votar, para que assim não deixemos nas mãos dos outros esse poder e sim nós mesmos termos o controle”. Ela conta que fez o título no intuito de ter influência na decisão do futuro do país: “ isso influencia diretamente no meu futuro como jovem”. Ela acredita que muitos jovens irão votar este ano por conta da influência da mídia pois “ferve de informações a respeito dos candidatos, talvez por estarem insatisfeitos com o atual governo ou até mesmo por influência dos pais em casa”.

Nelson Dutra, estudante do 2º ano do ensino médio, tem 17 anos e conta que suas expectativas são boas, pois “ espero que meu voto faça diferença no futuro”. Para ele, votar é muito importante para decidir como o país irá estar posteriormente “ principalmente para quem é jovem”. Dutra conta que fez seu título após a pandemia pois viu que o país não podia seguir da forma que está: “fiz meu título com o intuito de votar pra colocar alguém que realmente cuide do povo brasileiro”. Ele acredita que muitos dos jovens que irão votar este ano não gostam muito de política, mas irão às urnas no dia 2 para mudar a forma que o país é hoje.

Já para Jordana Dutra, de 18 anos, as expectativas são “que os candidatos que eu vou votar ganhem”.  Para ela o voto é “super importante para o nosso país, nosso estado, nosso município. Pois de alguma forma o povo tem voz”. Jordana acredita que muitos jovens decidiram votar após a pandemia, pois “todos passamos por várias situações complicadas e não houve interesse do poder público perante estes acontecimentos”.

O primeiro turno da votação será realizado no próximo domingo, dia 2 de outubroJá o segundo turno, nos estados e nacionalmente, caso preciso, ocorrerão em 30 de outubro, o último domingo.

O prazo para que todos os brasileiros que tenham 16 anos ou mais façam o seu titulo do eleitor ou regularizem o documento termina dia 04 de maio. O titulo pode ser tirado de forma remota através do site do TSE pelo sistema do Titulo Net ou presencialmente nos cartórios eleitorais. No Rio Grande do Sul cerca de 2,2% da população ainda não regularizou o mesmo. A transferência do local de voto e a solicitação do uso do nome social de pessoas transexuais e travestis também podem ser solicitadas através do site do Tribunal Superior Eleitoral.

O aumento do número de jovens a partir dos 16 anos que já fez a solicitação do registro é bastante significativo. As campanhas realizadas por pessoas famosas fez com que hovesse maior engajamento da juventude na causa pois pessoas dessa faixa etária não são obrigadas a votar. O TRE do Rio Grande do Sul registrou o aumento de 86,7% em um mês no número de adolescentes de 16 anos que fizeram o título de eleitor no Estado. Entre os de 17 anos, o acréscimo foi de 35,7% no período.

 Conforme justificou Giselle Garcia, estudante 2°ano do ensino médio, que tem  16 anos, “tirar o título  é importante para assumir o compromisso e não deixar na mão dos outros o que queremos para o futuro do país e o nosso.  Penso que seria hipócrita falar de política e não fazer nada para mudar. Acredito que  votando temos o poder de tentar fazer um futuro melhor”. Quando questionada sobre o aumento de jovens que fizeram o titulo de eleitor ela acredita que alguns fatores podem ter colaborado: ” Pode ser tanto por insatisfação com o governo atual, quanto por influência da mídia e do mundo em que vivemos, muitos se sentem pressionados a votar, pelos amigos e pela família”. Para ela, essa eleição vai ser muito debatida, uma vez que diversos jovens tiraram seus títulos e estão mobizilizados para este evento. 

Já para Marina Pacheco de 17 anos, que está no primeiro semestre de Letras Inglês da UFSM, o sentimento é de engajamento com os destinos do País. Ela define sua participação como jovem na política de essencial e desabafa uma frustração dizendo: “eu esperava que mais do que nunca a juventude estivesse interessada em tirar o título de eleitor e tentar de alguma forma modificar o que estamos passando, mas é decepcionante ver que as taxas de jovens menores de idade que podem votar são as menores desde 2010”.

O primeiro turno da votação será realizado em 2 de outubro, primeiro domingo do mêsJá o segundo turno, nos estados e nacionalmente, caso preciso, ocorrerão em 30 de outubro, o último domingo.

Amanhã, dia 24 de janeiro, ocorre a segunda etapa das provas do Enem em todo Brasil. Depois de muita discussão e protestos na internet, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), foi confirmado para os dias 17 e 24 de janeiro, na versão impressa, ou seja, presencial e nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro na versão digital.

Neste ano, o ENEM está com algumas pequenas mudanças por causa da pandemia do Coronavírus, os portões são abertos meia hora mais cedo do que o normal, às 11h30 e  fechados às 13h. O uso de máscara é obrigatório e também é recomendado que os participantes levem uma máscara reserva para a prova. São medidas que visam controlar as aglomerações e a disseminação do vírus.


2020 foi um ano extremamente atípico e, consequentemente, a preparação dos participantes também foi bem diferente do que o comum. Com aulas remostas por todo o Brasil, os jovens e adultos tiveram que ir mais além nos estudos para se sentirem preparados para as provas no mês de janeiro e fevereiro.

Luiza Castro, recém formada no ensino médio, contou que o colégio onde estuda trouxe várias pessoas que já estudaram ali e passaram na prova para falar um pouco das suas experiências de estudo. Além disso, Luiza comentou que foram realizados trabalhos com psicólogos para aquelas que ainda não tinham um curso em mente ou um norte para o seu futuro próximo, como se fosse uma feira das profissões. Sobre estar ou não preparada para as provas, Luiza disse que “Não, pois a pandemia atrapalhou muito e por ser tudo online dificultou muito o aprendizado”.

Já Carlos Eduardo  terminou o ensino médio em 2019, e tem outra percepção sobre a sua preparação para o Enem. Ele conta que: “A minha preparação para a prova foi bem positiva, organizei e criei uma rotina de estudos, assinei cursos onlines para impulsionar os estudos, comprei algumas apostilas, refiz inúmeros exercícios de provas passadas, assisti alguns canais de Youtube que ajudam os alunos na preparação e o mais importante, preparei bastante a minha mente para não ficar nervoso no dia.”  Carlos já realizou o ENEM 3 vezes e, por isso, esse ano é o que ele se sente mais pronto para a realização da prova.

Manuela Simões Pires também passou o ano estudando para o Enem e comentou um pouco sobre sua preparação no ano de 2020. Confira no vídeo abaixo:

[youtube_sc url=”https://youtu.be/UrlhhRa83Ts”]

 

Texto produzido pelo acadêmico de Jornalismo Lucas Acosta Saraiva na disciplina de Produção da Notícia.

Imagens: divulgação.

 

 

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay.

Não é de hoje que a popularidade das mídias online dissemina-se nos mais diversos espaços sociais. A partir de seus objetivos de aproximação entre indivíduos, o papel da comunicação torna-se peça fundamental no algoritmo deste recurso. Através dele, formulações estatísticas e operações digitais cresceram constantemente no ano de 2020 que, surpreendido pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), fez com que o público buscasse adaptação e interatividade neste âmbito.

Sabe-se que, além da relevância comunicativa encontrada nas mídias digitais, principalmente no período pandêmico, o contato estabelecido nas inter-relações fortifica-se diante desta ferramenta. Exemplo disto pode ser visto por meio da capacidade noticiosa tanto local, como nacional e internacional, assim como a conectividade entre perfis nas plataformas como Instagram e Facebook.

Um estudo realizado pela consultoria Kantar aponta que, em 2020, o uso do Whatsapp cresceu em torno de 76%, em escala global, quando comparado ao ano anterior. O mesmo vale para o Instagram que, por meio de uma apuração realizada pela Reuters Institute Digital News Report 2020, deu um salto de 3% a 36%, de 2014 até 2020. Estatística esta que destaca o crescimento da interatividade virtual, especificamente em 2019 e 2020. 

No mais, atribui-se uma referência ao Instagram, que consideravelmente tornou-se a rede social mais popular no Brasil, até 2019. Conhecida por conectar bilhões de pessoas simultaneamente por meio dos recursos e acessibilidades encontradas, a plataforma cresce mais do que qualquer outro aplicativo (em escala anual), com o contato entre usuários de diferentes países.

Amanda Beltrame finalizou o ensino médio em 2020 e participou de um evento para jovens lideranças nos EUA. Imagem: arquivo pessoal.

Exemplo disto pode ser citado entre jovens que, nos dias de hoje, encontram-se altamente engajados neste ambiente. Amanda Beltrame, de 17 anos, finalizou o ensino médio no colégio Riachuelo em 2020, em Santa Maria.  Sua conta no Instagram, @amandabbeltrame, agrega mais de 1.500 seguidores, os quais refletem vivências pessoais da jovem, vinculadas às relações internacionais na composição de seu perfil. A estudante comenta que o objetivo de sua rede social, até então, é para uso pessoal, sem aspectos comerciais.

Em 2019, Amanda participou de uma conferência internacional, com jovens de mais de 145 países. Com o nome de Global Young Leaders Conference (GYLC), o evento promoveu o encontro, que ofereceu uma experiencia na troca de ideias e técnicas comunicativas. “Foi algo bem desafiador, mas o tempo que passamos em contato fez com que nos adaptássemos a novos hábitos e comportamentos linguísticos”, afirmou Amanda. Segundo a jovem, após o fim do encontro, ficou nítida a importância do diálogo e do saber dialogar nas entrelinhas e em diferentes ambientes. “Pude notar como o ato de comunicar-se é essencial. Todos temos conhecimentos e vivências distintas, o que torna gratificante ter tido esta oportunidade”, reiterou.

Ligado ao evento, ela destaca o grau de amplitude na relação interpessoal, proporcionada pelo ambiente web. Amanda comenta que, mesmo que hoje ele não fale tanto com seus colegas de viagem, em decorrência da pandemia, as mídias sociais são os laços que tornam a ligação ainda possível: “A rede social é o pilar da comunicação e o que deixa este contato vivo. Ela segue tomando grandes proporções com o passar do tempo, o que consequentemente proporciona momentos ótimos entre as pessoas”.

Fica perceptível o nível de interatividade online e os laços formados virtualmente, construídos pelo diálogo. Fatores estes que, permeados pelo compartilhamento de informações,  contribuem para o enraizamento de vínculos estabelecidos pelo avanço tecnológico.

Vini Guasso usa as redes para divulgar seu trabalho como DJ. Imagem: arquivo pessoal.

Além do uso das redes sociais para interatividade e entretenimento, esses meios também são utilizados para a divulgação de trabalhos pessoais, como é o caso do estudante, que finalizou o terceiro ano do Ensino Médio no Colégio Marista Santa Maria, Vinicius Guasso. Vinicius, de 18 anos, é DJ e divulga seu trabalho através da plataforma do Instagram, em @viniguasso, onde possui cerca de 2.000 seguidores. 

Ele conta que para ter uma boa comunicação com seus seguidores, aposta na apresentação do seu perfil, como uma vitrine, onde compartilha fotos pessoais e de trabalhos já realizados por ele. Vinicius conta também que no início do período pandêmico, em meados de março, a interatividade com seu público aumentou porque a maioria das pessoas passaram a usar as redes sociais com mais frequência, porém a comunicação foi perdendo força com o tempo. “Na minha visão, agora as coisas estão voltando mais ao normal’’, comenta. 

Como forma de manter o engajamento durante a pandemia, Vinicius relata que foi convidado para participar de um grupo online onde outras pessoas que também trabalham no ramo musical se apoiam dando audiência e visibilidade nas redes sociais. “Um amigo me convidou para participar de um grupo onde há 80 pessoas que interagem sobre a profissão de DJ, de todo o Brasil, inclusive com grandes nomes. Então, os integrantes do grupo devem curtir, salvar e compartilhar as postagens um do outro para garantir o engajamento. Eu acho que isso tá me ajudando agora no final’’, explica. 

Ainda com relação a comunicação nas redes sociais, o estudante afirma que houve um aumento significativo da disseminação de informações na internet, que fez com que as notícias falsas também aumentassem. Para ele, é necessário um maior cuidado por parte das pessoas que compartilham conteúdos na internet, a fim de manter uma relação benéfica para todos no mundo virtual. 

Júlia tem mais de 10.000 seguidores no Instagram. Imagem: arquivo pessoal.

Júlia Emanuelli, 17 anos, que também finalizou o ensino médio em 2020, criou uma conta no Instagram com intuito de divulgar um trabalho pessoal. Em 2017, começou a publicar as maquiagens que produzia. Porém, o perfil  @juliaastt cresceu, e hoje conta mais de dez mil seguidores. Os assuntos também ampliaram, e, atualmente, Júlia elabora conteúdo sobre autocuidado, autoestima e moda. 

A estudante afirma que a partir do perfil no Instagram foi possível desenvolver habilidades comunicativas, como a fala e a escuta. Apesar da insegurança no início, Júlia passou a entender que se as pessoas estão dispostas a ouvir e a interagir, então, ela deve continuar nesse caminho e utilizar a voz que tem nas redes sociais para promover algo positivo. 

Além disso, Júlia também declara que para transmitir uma mensagem precisa de uma ponte: “A comunicação e o diálogo são as bases de tudo, seja nos relacionamentos pessoais ou com o público do Instagram”, aponta a estudante. Júlia ainda entende que as plataformas digitais possibilitam e facilitam essa comunicação, assim como, são capazes de ampliar o conhecimento. 

Stéphane Powakzuk, mais conhecida como Teka, é jornalista e trabalha com redes sociais há oito anos. A trajetória como Digital Influencer começou quando participou de um concurso de beleza plus size. A partir desse momento, Teka, que sempre compartilhou dicas de moda, beleza, e mais recentemente saúde, ganhou seguidores e conseguiu parcerias com várias marcas. “Meu objetivo é inspirar mulheres para que elas não deixem que o peso seja um fator determinante para a felicidade”, relata Teka. Hoje, o perfil da jornalista @tekapowaczuk conta com mais de 19 mil seguidores.

Teka é jornalista e trabalha como redes sociais há 8 anos. Imagem: arquivo pessoal.

O percurso de Teka como Influencer acompanhou a evolução das redes sociais. Antes do Instagram, ela já produzia conteúdo para blog, fotolog e fanpage e afirma que o curso de Jornalismo foi fundamental nesse caminho. Para Teka, as disciplinas práticas do curso, assim como, o trabalho com a Rádio foram essenciais para desenvolver habilidades comunicacionais nas redes sociais. 

Além disso, a jornalista sempre procurou se manter atualizada sobre as redes sociais, tanto por meio do estudo do plataforma do Instagram, quanto pela realização de um MBA em Mídias Sociais. Teka entende que para expandir um perfil no Instagram é necessário fazer pesquisas para compreender os nichos e o público-alvo. Por fim, deixa um conselho: “Sejam verdadeiros. Estudar os conteúdos e pensar o que você quer oferecer para o público é uma forma inteligente para crescer, e demanda muita dedicação!”.

Texto produzido pelos acadêmicos de Jornalismo Gianmarco de Vargas, Laura Gomes e Lavignea Witt.

Foto: Juliano Dutra/ Labfem

“Hoje eu estou na bad”. “Estou na maior bad do mundo”. “Que bad”. “Hoje eu só vou curtir a bad”. “Essa música é boa para curtir numa bad”. Se você tem o hábito de utilizar a internet e frequentar as redes sociais, provavelmente já se deparou com alguma destas frases ou suas variantes. Tão provável quanto é que você já tenha publicado alguma bad em rede social ou usado a expressão para conversar com alguém próximo.

Mas afinal, o que é bad? Essa é uma pergunta difícil e complexa de ser respondida, pois a bad é um sentimento subjetivo e complexo em cada um, mas basicamente podemos dizer que é uma tristeza. Ter sentimentos é bom, normal e saudável, inclusive se sentir triste. A tristeza faz parte da vida, assim como, as alegrias. O problema está na proporção. Bad é um termo que ficou naturalizado na internet, mas que em diversos casos esconde sentimentos profundos e perigosos que necessitam de atenção.

“Na verdade, eu falo que estou na bad quando minha depressão aparece querendo arrancar minha porta. É quando meu corpo começa a doer por causa da minha dor psicológica. Mas as pessoas não gostam de ouvir pessoas com depressão, sobre a doença. É como se ao admitir nossos sintomas e sentimentos estivessemos deixando de lutar, sendo fracos (…). Chamo só de bad o que na verdade me coloca num chão de lama” – depoimento anônimo.

Em uma pesquisa online realizada com 200 participantes foi possível entender um pouco mais sobre o que é e como se manifesta a bad, os dados obtidos com ela serão utilizados em toda a reportagem. O questionário foi divulgado no Twitter e em grupos do Facebook, principalmente. Foram feitas treze perguntas, nem todas sendo obrigatória a resposta. Os participantes são residentes de mais de dezesseis estados e Distrito Federal, o que demonstra a pluralidade de pessoas alcançadas. As idades variam de “menos de 16 anos” (1,5%) até “mais de 25 anos” (18,5%), mas a maioria está na faixa etária que vai dos 19 anos aos 22 anos, sendo 40% dos participantes. Quando questionados quanto ao nível de escolaridade 53,5% afirmaram ter Ensino Superior Incompleto, ou seja, a maior parte está cursando a faculdade. Outros níveis de escolaridade também apareceram, como Fundamental Completo (0,5%), Ensino Médio Incompleto (5,5%), Ensino Médio Completo (11,5%), Ensino Superior Completo (22%) e Pós-graduação (7%).

Se sentir momentos de tristeza é normal, também é natural vivenciar situações de bad. Por isso, a pesquisa mostra que 98,5% têm bad, sendo este valor referente a 197 pessoas. Mas se é normal, por que problematizar a bad? O problema, como dito antes, está na proporção e também na frequência, já que 42,5% diz ter bad pelo menos uma vez na semana e 27% todos os dias. Para alguns, bad é somente uma gíria da moda, para outros é um problema real e uma forma de conseguir falar sobre os sentimentos.

Crédito: Formulário Google/ gerado automaticamente

Para a psicóloga Gabriela Quartiero, as respostas dos questionário são parecidas ou remetem às mesmas situações. “Várias coisas são ligadas a redes sociais e como você vê a vida do outro bem”, esclarece. A psicóloga Natacha Ferrão acredita que o problema está na comparação que os sujeitos fazem da própria vida com a dos outros. “Na internet, com as redes sociais as pessoas se modificam, uma pessoa que está numa bad pode ver uma outra pessoa que está tudo lindo e maravilhoso, então há muita comparação e mascaramento do estado real”, destaca. “Às vezes alguém que está chateado e desanimado em um dia de chuva, por exemplo, tira uma selfie sorrindo e mostrando a tarde feliz que está curtindo. Outra pessoa, que está na mesma situação, de chateação e desânimo, pode ver aquela foto e achar que só ela está se sentindo daquela forma”, complementa Gabriela.

“As redes sociais me parecem vender uma realidade inexistente e inalcançável que promovem uma sensação de fraqueza e derrota. Além disso, perde-se mais tempo observando a vida ‘maravilhosa’ das pessoas do que se empenhando na própria. As redes sociais são incríveis ferramentas, mas bastante tóxicas quando usadas em excesso ou sem ‘filtro’. Talvez estejamos no momento mais profundo da Era do Espetáculo, em que mostrar vale mais do que viver. Essa sensação de ‘bad’ me parece ser, muitas vezes, um drops da depressão causada por uma sociedade bem desconexa, apesar de fortemente conectada.” – resposta anônima do questionário

Crédito: Formulário Google/ gerado automaticamente

“Esse negócio de comparação que é criado com certeza é um fator para que a gente não se aceite e não veja nossa vida como algo massa também. Obrigado pelo formulário, faz bem escrever sobre isso” – resposta anônima do questionário.

Sobre o uso da expressão bad, foi possível observar que são diversas as situações em que as pessoas utilizam o termo. “Algumas pessoas entendem como uma ‘situação bad’, mas muitas não tratam como um sentimento de depressão, outras utilizam a expressão para falar sobre a própria depressão”, explica Gabriela. “Tem pessoas que mostram uma angústia muito grande e que podem estar com uma bad mais voltada a depressão. Como pessoas que disseram não ter vontade de levantar da cama, que querem tomar remédio para dormir ou que ficam muito tristes em ver as outras pessoas felizes na rede social”, acrescenta.

“Sinto vontade de sumir, desistir de tudo o que faço porque nada faz sentido e nada vai dar certo. Fico desanimada” – resposta anônima do questionário.

Crédito: Formulário Google/ gerado automaticamente

Por dentro da internet

Para que frequenta Blogs, canais no Youtube, Instagram de diversas personalidades diferentes, a experiência é uma. Mas e para quem decide compartilhar sua vida em vídeo todos os dias?

Foto: Arquivo Pessoal

A Isabella Saldanha e o Felipe Luz são os youtubers do canal “Isabella e Felipe”, que antes se chamava “Fotografando a mesa”. Com mais de 500 vídeos e ultrapassando a marca de 3 milhões de visualizações totais, eles estão há um ano postando vídeos todos os dias. Em cada publicação diária eles compartilham sua rotina, mostram lugares para conhecer em São Paulo, as peripécias da vida adulta, viagens, aventuras capilares e todas as outras coisas que envolvem seus interesses pessoais e a vida que levam. Como todas as pessoas, eles tem seus momentos de bad e como não poderia ser diferentes, alguns destes momentos geram reflexões que estão nos vídeos.

Isabella contou que a frequência dessas bad é de aproximadamente uma vez por mês, mas não chegam a acontecer uma vez na semana. “Depois que tive depressão, eu evito muito ter esses momentos. Sei que é muito difícil sair, então tenho alguns truques para não entrar nessa bad”, comenta. Para ela o que desencadeia a bad é a falta de vontade de fazer as coisas e a facilidade em questionar a validade do próprio trabalho, pois é algo diferente. “Para a gente é muito fácil fazer isso, fazemos um negócio que não dá cem por cento certo”.

São incontáveis o número de bloggers e youtubers que trabalham hoje com a internet, porém é raro ver essas pessoas falando sobre os sentimentos. Para Isabella não é fácil falar sobre o assunto, por serem coisas muito íntimas e as pessoas julgarem, mas é melhor que a alternativa de fingir que está tudo bem. “Quando você opta por fazer o que nós fazemos no Youtube, seria necessário uma frieza muito grande para excluir os momentos de bad. Você tem que encarar só como um trabalho e nada mais. É mais fácil você sair de casa (para ir trabalhar) e esconder esses sentimentos. A gente começou a pensar no conteúdo que não consumimos, por que é tudo muito falso e feliz o tempo todo. Eu não concordo que a felicidade o tempo seja necessária, acho até que seja meio doentio”, revela a youtuber. “Quando você está na bad é importante saber que você não está sozinho”, completa Isabella.

Foto: Juliano Dutra/ Labfem

Como sair da bad?

Não existe uma fórmula mágica, pois cada pessoa vivencia os sentimentos da sua forma. Mas algumas coisa podem ajudar, como:

  • Ouvir uma música que te faça feliz. E dançar também, porque não?
  • Fazer exercícios. Você não precisa sair correndo para se matricular em uma academia. Uma caminhada pelo bairro já ajuda.
  • Conversar com os amigos.
  • Exercitar ou aprender um novo hobby.
  • Ler. Experimentar uma nova vivência, mesmo que através das páginas de um livro, pode ajudar a colocar os acontecimentos reais em uma nova perspectiva.

“A bad é desencadeada por diversos fatores, pessoas que tratam mal umas às outras, pressão para estarmos sempre perfeitos. E isso pode culminar em uma depressão. É perigoso. Nós precisamos estar mais atentos a pessoas que ficam constantemente na bad. Obrigada pela conversa.” – resposta anônima do questionário.


Reportagem produzida para a disciplina de Jornalismo Investigativo, do Curso de Jornalismo da Unifra, durante o primeiro semestre de 2017.
Edição: Professora Carla Simone Doyle Torres.

Os jovens estão cada vez mais sendo empreendedores de seus próprios negócios, de suas vidas e carreiras. Se, há alguns anos, a principal opção de emprego para os jovens eram os concursos públicos, hoje muitos deles investem em suas ideias como fonte de renda. Segundo a pesquisa “Global Entrepreneurship Monitor”, de 2015, 24 a cada 100 brasileiros, com idades entre 18 e 64 anos, possuem o próprio negócio ou estão envolvidos com a criação de um.

Em Santa Maria, temos exemplos de jovens que estão inovando e sendo donos de seus negócios. É o caso da dupla de publicitários, Rodrigo Silveira e Lívia Vieira, proprietários do “Espaço 42”, uma mescla de café e bar com temática nerd, que funciona no Centro da cidade. Ambos trabalharam em agências de publicidade logo após a formatura, mas decidiram depois de um tempo trocar de emprego e de área. Foi assim que eles se conheceram e iniciaram uma amizade, que resultou na abertura de um negócio. O conceito do lugar não foi proposital, muito menos planejado minuciosamente; a intenção era de ter um local onde as pessoas e eles se sentissem em casa. Tanto deu certo, que grande parte da decoração do Espaço é composta por objetos dos proprietários.

O conceito nerd do Espaço 42 não foi proposital, ele surgiu a partir da composição de objetos de gosto pessoal dos proprietários. Foto: Maria Luísa Viana / Lab. de Fotografia e Memória
O conceito nerd do Espaço 42 não foi proposital. Ele surgiu a partir da composição de objetos de gosto pessoal dos proprietários. Foto: Maria Luísa Viana / Lab. de Fotografia e Memória

Para começar o negócio, Rodrigo e Lívia precisaram consultar o SEBRAE, onde foram orientados sobre quais seriam os primeiros passos. Lá eles perceberam que a primeira ideia não era viável; foi então que, com uma mudança de planos, o projeto levou oito meses e R$60.000 para se concretizar. Hoje, o Espaço já tem clientes fiéis, que se encontram lá e interagem com as propostas do lugar. Os sócios dedicam-se exclusivamente ao negócio e têm planos de crescimento para o bar, mas ainda não sabem exatamente o que será.

Para iniciar o projeto, Lívia e Felipe consultaram o SEBREA. Hoje já pensam no crescimento do negócio. Foto: Maria Luísa Viana / Laboratório de Fotografia e Memória
Para iniciar o projeto, Lívia e Rodrigo consultaram o SEBREA. Hoje já pensam no crescimento do negócio. Foto: Maria Luísa Viana / Laboratório de Fotografia e Memória

No Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o SEBRAE, os futuros empresários e empreendedores podem buscar auxílio na hora de desenvolverem seus projetos e colocá-los em prática. O SEBRAE é um agente de capacitação e de promoção ao desenvolvimento, que trabalha desde 1972 para estimular o empreendedorismo. O serviço atua em educação empreendedora, capacitação dos empreendedores e empresários, articulação de políticas públicas que criem um ambiente legal mais favorável, acesso a novos mercados, acesso a tecnologia e inovação, orientação para acesso aos serviços financeiros. Todos os brasileiros podem buscar atendimento no SEBRAE, mesmo aqueles que já são proprietários de negócios.

Uma pesquisa realizada em 2015 pela Confederação Nacional dos Jovens Empresários, a CONAJE, apontou em um relatório publicado em 2016 o “Perfil do Jovem Empreendedor Brasileiro”. A pesquisa foi desenvolvida por meio de um questionário online e teve a participação de 5 mil jovens, com idades entre 18 e 39 anos, residentes em 26 estados. O resultado apontou que 27% dos empreendedores buscam apoio do SEBRAE para abertura ou crescimento da empresa.

As amigas Carolina Peukert Lozza, advogada, Mariana Peukert Lozza e Carolina Mello Jacques, estudantes de Desenho Industrial, são as idealizadoras da Physalis Estúdio, um projeto que une o amor pela papelaria e a vontade de produzir a partir dos conhecimentos de estamparia aprendidos na faculdade. No estúdio elas desenvolvem estampas exclusivas que viram capas de cadernos artesanais, todos montados e costurados a mão. As ideias de estampas surgem dos interesses pessoais do trio e das sugestões dos clientes.

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Foi a partir de trabalhos da faculdade e do amor pela papelaria que surgiu a Physalis. Foto: Juliano Dutra / Laboratório de Fotografia e Memória

 No inicio elas não pensavam que a Physalis se tornaria um negócio, acreditavam que só amigos e familiares iriam se interessar pelos cadernos, mas hoje seu maior público é de jovens que elas nem mesmo conhecem. Em fevereiro de 2016, o trio começou a criar e contou com dinheiro emprestado pelos pais para a primeira produção. Com a primeira venda, que teve uma tiragem pequena de cadernos e aconteceu em um bazar da faculdade, elas já puderam pagar o empréstimo e desde então o negócio vem se mantendo sozinho. Hoje elas pensam em expandir o negócio e já trabalham com encomendas de empresas que procuram produtos para personalizados para festas de fim de ano, convites de aniversário e lembrancinhas.

POSSIBILIDADE PARA QUEM QUER EMPREENDER EM SANTA MARIA

 Além do SEBRAE, os futuros empresários de Santa Maria que precisam de ajuda para começar podem recorrer à Incubadora Tecnológica do Centro Universitário Franciscano. A ITEC é um ambiente de inovação que oferece suporte a projetos desenvolvidos por acadêmicos, graduados, professores e funcionários da instituição e comunidade em geral. Atua desde 2011, no auxílio e estímulo ao desenvolvimento das empresas com prestação de serviço nos setores jurídico, financeiro e de marketing.

FORMAS DE FINANCIAMENTO PARA QUEM DESEJA COMEÇAR UM NEGÓCIO

Na maioria das vezes, uma ótima ideia e a força de vontade para empreender não são o suficiente para começar, é preciso dinheiro. Uma das formas de financiamento que estão mais em alta é o Crowdfunding, ou financiamento coletivo. O crowdfunding é uma espécie de “vaquinha”, são pessoas que por meio de plataformas colaborativas contribuem para a realização de projetos. Com a internet esse tipo de financiamento tem mais alcance e existem diversos sites que atuam como mediadores das contribuições.

 

Esta reportagem foi desenvolvida na disciplina de Jornalismo Especializado, do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano, durante o segundo semestre de 2016.

Ser adolescente é uma revolução muito grande, a nível corporal, hormonal e emocional. A inconstância atormenta a mente dos jovens há gerações, pois não é nem criança nem adulto – está em uma transição. É,  então, a  fase da afirmação social, a afirmação em relação às preferências sexuais, a afirmação em relação ao seu papel na sociedade, e elas geram ansiedade, e podem levar a uma ingestão alimentar inadequada.

“Exijovens1ste uma rotulação em cima dos alimentos. Nem todo alimento que se pensa ser bom é bom, adequado ou é inadequado. Se coloca que jovens comem apenas alimentos chamados “Junck food” ou “Fast food”, que são os alimentos mais ricos em gordura e açúcar. Mas eu penso que não é somente isso. O que existe é uma questão comportamental, está muito claro que muitas vezes o jovem vai comer algum alimento inadequado porque é o que a turma dele comeria, não que de fato o jovem vá priorizar esse alimento por conta própria.”, afirma Tereza Cristina Blassi, professora do curso de Nutrição na Unifra, com especialização em Terapia Nutricional e mestrado em Ciência e tecnologia dos alimentos, voltado para a imunologia.

A geração atual é provavelmente a mais preocupada com comida saudável de todos os tempos. Está em alta ser vegetariano, eliminar a carne vermelha do cardápio e preferir produtos com o rótulo diet. Mas nem todos os adolescentes se alimentam corretamente No RS já há mais de 30% dos jovens com sobrepeso e mais de 20% com obesidade; e onde existem mais meninas do que meninos obesos, o que é justificado até mesmo pela questão hormonal.

Ao entrevistar quatro estudantes universitários, Alana Souza, Luísa Girardon e Rômulo Cattani, todos com 17 anos, e Luiza Lima, com 18 anos, percebe-se que mesmo com as inúmeras tentações, elas mantém a alimentação saudável, buscam comer frutas e verduras diariamente, fazem de 3 a 6 refeições por dia, mas não negam que fora de casa fogem da rotina alimentar nutritiva. Ao sair com os amigos, acabam comendo alimentos altamente calóricos e pouco nutritivos, mesmo que raras vezes. “Se o adolescente teve, na sua casa, no período da primeira infância e segunda infância e tem como evento durante a adolescência uma educação nutricional, ele vai saber diferenciar o que é bom ou ruim para o seu organismo, ele vai comer  o alimento ruim, mas ele vai se alimentar normalmente nos outros momentos. É uma questão educacional “, acrescentou Tereza Cristina Blassi.

O Slow food

Comer é fundamental para viver, e a forma com que a população se alimenta tem influencia no seu bem-estar, naquilo que se vê, sente e, até mesmo, naquilo que se é. No mundo já existem movimentos como o “slow food”, criado pelo italiano Carlo Petrini para sair das coisas líquidas e rápidas, para apreciar mais o alimento, e para olhar o tempo com a velocidade real. Para ele, o grande problema é a pressa6c346635bca028db84faa1d64f0144ff com que os jovens fazem tudo, e acabam, muitas vezes, esquecendo de comer, ou comem em frente ao celular ou ao computador… quando se come deve se prestar atenção naquilo que se está comendo. “É inútil forçar os ritmos da vida. A arte de viver consiste em aprender a dar o devido tempo às coisas.” diz ele.

Há tempos, a preocupação com a alimentação dos jovens tomou proporções mundiais. A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, levanta a bandeira da alimentação saudável desde 2009. Ela defende a modificação de embalagens dos alimentos a fim de melhor informar seu valor nutritivo e seu conteúdo calórico.

“Esses alimentos inadequados acarretam uma série de doenças como, obesidade, diabetes, hipertensão. Quando esse adolescente não teve todo o processo educativo alimentar adequado, naturalmente ele vai seguir se alimentando mal, e vai ter um aumento, principalmentel na obesidade. ” declara também a nutricionista Tereza,

Segundo ela, é importante na adolescência a identificação com o outro, com o grupo. Existem hoje, dentro do comportamento alimentar, algumas restrições que se encontram muito nos grupos, os distúrbios alimentares, como a bulimia e a anorexia, a busca pelo estereótipo de beleza. Nesse cenário é comum focar equivocadamente no adolescente, julgando-o por comer “errado”, quando na verdade não é bem assim. O adolescente precisa ter exemplos em casa, sejam eles bons ou ruins, é o que vai influenciá-lo.

Conforme a legislação brasileira, a idade legal para o consumo de álcool é 18 anos. Contudo, dados do 2º Lenad (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas), realizado pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), divulgados em 2014, comprovam que os brasileiros começam a consumir bebidas alcoólicas por volta dos 15 anos. A ingestão de álcool entre os jovens pode ocorrer por diferentes motivos, seja pela influência familiar, curiosidade sob a bebida ou até mesmo, para integrar-se a um grupo.

O engenheiro agrônomo Fábio Knebel, 25, afirma que começou a ingerir bebida alcóolica aos 15 anos. O motivo que o levou a beber precocemente foi a “influência de ver os outros bebendo”. Knebel alega, ainda, que seus pais não concordaram com sua decisão, mas aceitaram a opção do filho. “Foram contra. Mas bebem junto”, comenta o engenheiro.

Karoline Pimentel, 21, estudante, relata que também começou a beber por influência de amigos e do namorado, aos 16 anos. A estudante afirma beber pouco e apenas socialmente, porém “toma uma cerveja todo fim de semana”.

Beber precocemente pode ocasionar doença

A pesquisa realizada pela Unifesp com 1.742 jovens de 14 a 25 anos, de 149 municípios do Brasil, identificou que, 26% dos entrevistados afirmaram ingerir bebidas alcoólicas antes de completar 18 anos. O consumo precoce de álcool tornou-se uma conduta cada vez mais frequente e o hábito de ingerir a bebida muito cedo, pode acarretar no futuro, o alcoolismo e ainda outras consequências.

Tiago de Assis Brasil, 38, técnico em informática, sabe o quão nocivo o álcool pode ser. Ele começou a beber com 12 anos. “Gostava do estilo copo na mão e cigarro na boca, escorado em um bar”, lembra. Segundo ele, a atração pode ter origem nos filmes e na música country que passavam na televisão nos anos de 1980. Porém, com o passar dos anos a ingestão de álcool foi se intensificando, tornando-se, uma necessidade fisiológica. “Eu pensava em beber direto e achar uma desculpa para estar em um bar bebendo”, recorda Brasil. Durante cinco anos, sentiu as sensações de despreocupação e poder que, segundo ele, a ingestão de álcool proporcionava. Tiago Brasil, após uma forte dor de garganta foi diagnosticado com esofagite. Ao retornar pra casa, com o apoio da namorada parou de beber. Há quatro anos, a bebida que o técnico em informática consome é cerveja 0% de álcool.

Outra recente pesquisa sobre o tema, divulgada pela Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), aponta que pessoas na faixa etária entre 14 e 17 anos são responsáveis por consumir 6% do álcool vendido em todo o território nacional. Bruno (nome fictício), 16, estudante, corresponde aos dados da pesquisa. Menor de idade, Bruno afirma que começou a beber por curiosidade e isso tonou-se um hábito. Ele afirma que já passou do limite quando começou a ingerir álcool. Hoje, bebe quando tem festa e eventualmente no fim de semana.

A liberdade entra em questão

Há outros jovens que não aderem à bebida na sua vida, como é o caso do estudante Raulino Conceição, 19, que relata não sentir prazer em experimentar bebida alcoólica e prefere investir dinheiro em algo que o faça bem. Ao contrário dos dados apresentados pelas pesquisas, o estudante declara “me sinto ultrapassado, perdido”. Conceição postula que um dos motivos para que seja precoce o índice de jovens que bebem se deve a autonomia que os pais concedem os filhos. “A culpa é dos pais, que estão dando liberdade demais aos filhos muito cedo”, argumenta o jovem.

Por: Joana Camargo e Victória Luiza

 

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 Com o avanço de fabricação de aparelhos tecnológicos cada vez mais potentes, os jovens têm passado mais tempo conectados, seja no computador, seja nos celulares. Segundo o IBOPE Nielsen Online, o Brasil é o país em que os internautas mais passam tempo na rede. Em junho, a média de navegação foi de 44h59, aumento de 10% em relação a maio.

Ainda de acordo com a pesquisa, os brasileiros passam o tempo online navegando por portais, ferramentas de internet, redes sociais e e-mail. Ela revelou também que atualmente no Brasil 25,6 milhões de pessoas têm computador conectado em casa e 62,3% podem acessar a internet de outros lugares, como no trabalho, lan-houses e escolas.

 Conectados em qualquer lugar

Com a possibilidade de acessar a internet pelo celular, os jovens não desgrudam de seus aparelhos. E mesmo quem não tem uma internet paga aproveita as redes de wifi de restaurantes, escolas, cursinhos, bares. Victória Munari, 16 anos, estudante, chega a passar seis horas diárias na internet. “Uso para fazer pesquisas, mas principalmente para conversar no bate-papo do facebook”, comenta.

Vinicius: trabalho escolar e bate-papo estão juntos. Fotos: Luana Iensen

Vinicius Vargas Martins, 17, estudante, afirma que os relacionamentos pessoais são facilitados pela web. “Aproveito para conversar mais, escutar música e me informar”, relata o jovem que se conecta por cerca de quatro horas diárias.

Ricardo Fitz Pereira, 26, psicólogo, Não acredita que relacionamentos vividos através de meios virtuais sejam falsos ou não verdadeiros, “de alguma forma o meio virtual nos mostra nitidamente o que a nossa sociedade do espetáculo deseja, portanto, podemos considerar isso como uma verdade”.

A simplicidadede acesso à rede deixa os jovens ansiosos por ficarem “mais um pouquinho” no bate-papo, o que, às vezes, facilita a realização de pesquisas e em outras diminui o contato presencial com os amigos.

 Cuidado com os excessos

Com tanto tempo conectado, esse uso exagerado pode causar danos físicos e psicológicos. Os principais problemas são dores nas costas, tendinite e problemas de visão. Entre os psíquicos, está o afastamento social, afirma Pereira.  O psicólogo ressalta que mesmo o jovem conversando no bate-papo com os amigos, os relacionamentos afetivos diminuem e isso prejudica o desenvolvimento do adolescente.

No trabalho, a conexão é essencial; já em casa, Vitória controla o tempo dos filhos no computador.

Para evitar que seus filhos, adolescentes de 19 e 14 anos, não fiquem tanto tempo conectados, Vitória Del Fabro, 40, secretária, já retirou os cabos de conexão de casa e os levou para o trabalho. “Enquanto a nota escolar não melhora, não libero a internet. Já cheguei a excluir a conta do Facebook de minha filha e depois ela fez outro”, comenta. Vitória conta que também pede a senha da menina para conferir com quem ela conversa e troca e-mails. Já sobre o filho mais velho, a mãe afirma que ele já tem mais consciência sobre o tempo de ficar online, uma vez que está se preparando para o vestibular.

Francisco Braz Hertz, 15, estudante, também dosa seu horário na internet para não atrapalhar os estudos. “Conecto-me mais aos finais de semana, pois aproveito para assistir filmes”, afirma o jovem que, durante a semana, usa a internet para conversar.

Quanto ao exagero ou não dos cuidados dos pais, Pereira comenta que quem deve estabelecer os limites em uma família são os pais, “isso é necessário e importante, mas o interessante é se os jovens conseguissem administrar suas atividades de forma independente”. Com bom senso, é possível aproveitar a conexão para os estudos e para o lazer.

Por Luana Iensen Gonçalves, acadêmica de jornalismo.