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O consumo consciente é realmente possível no capitalismo?

Nos últimos anos, virou tendência falar sobre consumo consciente. Na mídia, nas redes sociais, nas propagandas de marcas e até mesmo nas etiquetas dos produtos, ser “sustentável” virou moda. Comprar menos, evitar desperdícios, dar preferência a

4ª edição do desfile Underground tem como tema o terror

O curso de Design de Moda da Universidade Franciscana (UFN), realizou na noite de segunda-feira (3) a 4ª edição do Underground. O momento reuniu acadêmicos, professores e comunidade em geral, no subsolo do Prédio 15 –

Rita Lee e o máximo da moda

Hoje o céu ganha mais uma estrela, morreu na noite desta segunda-feira (8) a rainha do rock brasileiro, Rita Lee, uma das maiores cantoras e compositoras da história do Brasil. Desde 2021, Rita vivia em uma

Nos últimos anos, virou tendência falar sobre consumo consciente. Na mídia, nas redes sociais, nas propagandas de marcas e até mesmo nas etiquetas dos produtos, ser “sustentável” virou moda. Comprar menos, evitar desperdícios, dar preferência a produtos ecológicos e reutilizar são considerados pilares dessa prática, que busca respeitar o planeta e o meio ambiente. Mas será que é fácil assim? Um estudo realizado pelo Instituto Akatu, organização não governamental que atua na mobilização da sociedade pelo consumo consciente, apontou, em 2022, que apenas 17% da população brasileira tem hábitos realmente conscientes. Os dados mostram que, apesar do discurso, na prática a mudança ainda é difícil. E aí surge o grande questionamento: será que é possível consumir de forma consciente em um sistema capitalista que tem como base o consumismo? 

A indústria da moda é uma das que mais alimenta o consumismo. Imagem: pixabay

A essência do capitalismo como sistema econômico é o consumo — quanto mais se compra, melhor para a economia. O impacto das redes sociais nesse modo de pensar é enorme: toda semana surgem novas “trends”, estilos e produtos. Para estar “na moda”, é preciso acompanhar tudo isso, o que reforça a lógica de consumo constante. Porém, com o aumento dos discursos sobre sustentabilidade, muitas grandes empresas passaram a adotar uma postura mais “eco-friendly” para atrair consumidores. É nesse contexto que surge o greenwashing — quando marcas tentam parecer sustentáveis, mas sem mudar de fato suas práticas. A poluição em larga escala, o desperdício de recursos e a exploração de mão de obra precária continuam acontecendo, e o consumo consciente acaba sendo transformado apenas em uma estratégia de marketing.

Um exemplo claro disso está na indústria da moda, uma das que mais alimentam o consumismo. A produção de roupas baratas, descartáveis, de baixa qualidade e que seguem tendências passageiras é conhecida como fast fashion. Esse modelo envolve a exploração de mão de obra barata, muitas vezes em condições análogas à escravidão, além do uso excessivo de recursos naturais, como água e energia. Também contribui para a poluição do solo, da água e do ar com o uso de agrotóxicos, corantes e outros produtos químicos. Diante desse cenário, algumas alternativas surgiram para tentar amenizar os danos. O movimento slow fashion, por exemplo, valoriza a qualidade, durabilidade e originalidade das roupas, incentivando o consumo local. O minimalismo propõe a redução do consumo e do acúmulo de roupas, com peças versáteis e atemporais. Já o upcycling transforma roupas usadas ou velhas em novas peças, prolongando sua vida útil.

Diante de tudo isso, fica claro que o consumo consciente, apesar de importante, enfrenta muitos limites dentro de um sistema que nos incentiva diariamente ao consumismo. Não dá para ignorar que pequenas mudanças individuais têm valor, mas elas, sozinhas, não resolvem um problema que é estrutural. Enquanto empresas e governos não assumirem responsabilidades maiores e continuarem priorizando o lucro, o impacto real será sempre limitado. Talvez o maior desafio não seja apenas mudar nossos hábitos, mas questionar o sistema que nos induz a consumir cada vez mais.

Artigo produzido na disciplina de Narrativa Jornalística no 1º semestre de 2025. Supervisão professora Glaíse Bohrer Palma.

Imagem gerada com recurso da IA. Foto: Freepik

Antigamente, quando era preciso escolher um corte de cabelo, as pessoas procuravam em revistas os modelos usados por atrizes e celebridades. Para saber como se vestir sem sair de moda, bastava folhear a revista até a parte dos desfiles e analisar cada look. Hoje em dia, as coisas ficaram mais modernas e práticas: basta um vídeo viralizar no TikTok ou uma foto ser postada no Instagram e pronto, está lançada uma nova tendência. Roupas, acessórios e até jeitos de se vestir se espalham rapidamente. Mas será que estamos realmente escolhendo nosso estilo ou apenas copiando o que vemos nas redes?

Isso é algo que vem de muito antes — a prática de buscar inspiração em revistas já reforçava a ideia de que “nada se cria, tudo se copia”. No entanto, as redes sociais mudaram completamente a forma como lidamos com a moda. De um lado, há pontos positivos: hoje, qualquer pessoa pode mostrar seu estilo, influenciar outras e até criar novas tendências. Isso dá mais visibilidade à diversidade e ajuda a romper padrões antigos.

Além disso, os números mostram o impacto dessa influência: segundo pesquisa do Sebrae de 2023, 73% dos brasileiros já realizou compras influenciados por conteúdos nas redes sociais. Isso revela como o ambiente digital se tornou um verdadeiro influenciador de consumo.

Por outro lado, essa liberdade esconde uma nova forma de pressão. Quando todo mundo segue o que está em alta e quem decide manter seu estilo próprio pode se sentir excluído. A vontade de agradar e “estar por dentro” acaba apagando o gosto pessoal.

Diante disso, é importante refletir: estamos escolhendo nossas roupas porque gostamos ou porque queremos aprovação? A moda é uma forma de expressão, não de comparação ou obrigação. Encontrar um estilo próprio, mesmo com tanta influência externa, pode ser um ato de liberdade. Usar o que gostamos e o que combina com a nossa personalidade é mais importante do que agradar o algoritmo.

No fim, a pergunta que fica é: você se veste para se sentir bem ou para ganhar curtidas?

Artigo produzido na disciplina de Narrativa Jornalística no 1º semestre de 2025. Supervisão professora Glaíse Bohrer Palma.

Imagens: divulgação Royal

Na noite da última terça-feira, 06, o Royal Plaza Shopping realizou o Royal Fashion Walk, desfile de moda para apresentar as coleções de outono e inverno deste ano. O evento contou com 40 modelos percorrendo os três andares e representando 17 lojas do shopping.

Segundo a Social Media do Royal, Ana Cecília Montedo, a inspiração surgiu de um desfile realizado em Dubai, que ocorreu em frente a um shopping center. O objetivo era que lojas trouxessem os seus clientes para um coquetel e já proporcionar a oportunidade de assistir a um desfile de moda.

A proposta era que o evento fosse aberto ao público, para que as pessoas se sentissem parte da experiência. Além disso, a produção e organização foi feita por pessoas que moram ou tiveram alguma relação com Santa Maria, para mostrar que o ambiente faz parte da história da cidade.

O evento encerrou com a participação de 25 produções desenvolvidas por estudantes e professores do curso de Design de Moda da Universidade Franciscana. Um dos destaques da apresentação foi que os próprios estudantes desfilaram com suas peças na passarela, assumindo não apenas o papel de designers, mas também de modelos.

Imagem: Divulgação Royal

Colaboração Maria Valenthine Feistauer

Garimpo da Moda ocorre todo semestre na UFN. Imagem: Enzo Martins/LABFEM

Na manhã de terça-feira, 15, o Hall do prédio 15 da UFN lotou com pessoas da comunidade a procura de peças a um bom preço no primeiro Garimpo da Moda do ano. Com o objetivo de fazer a moda circular, os produtos podiam ser comprados ou trocados. O evento é realizado desde 2016 e a ideia é, principalmente, incentivar o trabalho dos alunos. Neste semestre, ocorreu nos dias 15 e 16 de abril.

Segundo a professora do curso de Design de Moda da UFN e Coordenadora do Laboratório de Núcleo de Pesquisa e Atendimento ao Mercado, Carol Colpo, o Garimpo tenta oportunizar o máximo de experiência ao consumidor. Muitos consumidores são de fora da Universidade por conhecer e saber que são preços de desapego. Nesse semestre alguns alunos desenvolveram e venderam peças autorais e, por isso, os preços dessas marcas são mais elevados.

Consumidoras experimentando as peças do brechó. Imagem: Enzo Martins/LABFEM

A experiência tem a proposta de explorar os cinco sentidos do ser humano. Então, o paladar fica por conta da pipoca oferecida pelo curso, a audição com a DJ Vie tocando músicas ao vivo, tato com as roupas que a comunidade pode tocar e experimentar, olfato pelo cheiro do café também oferecido pelos universitários, e a visão que se transforma no ambiente pelo evento estar com cara de brechó.

Para as acadêmicas do primeiro semestre de Design de Moda, Ana Julia Coradine e Lavínia Venturine, que venderam suas peças no brechó, a experiência do Garimpo foi importante pois as roupas ganham um novo significado e incentiva a moda cíclica. Na sequência, a consumidora Betina Menine contou que ficou muito satisfeita com o evento e que conseguiu garimpar peças por um preço super acessível.

Nesta edição, 30 expositores participaram. O evento, que ocorreu das 9h às 19h no hall do prédio 15 do conjunto III na UFN, retorna no segundo semestre de 2025.

Colaboração da acadêmica de Jornalismo Maria Valenthine Feistauer

Na próxima semana, nos dias 15 e 16 de abril, terça e quarta-feira, ocorre o Garimpo da Moda. O evento é realizado todo ano e traz a troca e venda de produtos com a ideia de moda cíclica. Nos dois dias o Garimpo começa às 9h e vai até às 19h , no hall do prédio 15 do conjunto III da UFN.

O objetivo é incentivar a moda cíclica. Imagem: arquivo ACS

Qualquer aluno, funcionário ou professor pode participar da venda ou troca de produtos. É preciso fazer a inscrição até dia 13 abril na Teciteca, que fica no térreo do prédio 15 da instituição. Quem for estudante ou professor de Moda paga uma taxa de participação de R$ 30, os demais R$ 40. O evento é aberto a toda a comunidade que queira visitar.

Segundo a estudante de Moda Júlia Serres, os objetivos do evento são vários, como fazer circular os produtos, incentivar a moda sustentável, colaborar na diminuição da poluição, além de conectar as pessoas e divulgar o trabalho dos estudantes.

Colaboração: Acadêmica de Jornalismo Maria Valenthine Feistauer

Com um grande número de pessoas atingidas pelas chuvas em Santa Maria e região, o curso de Design de Moda da Universidade Franciscana (UFN), iniciou um projeto para confeccionar roupas íntimas para serem doadas.

Maria Gelci, costureira, técnica administrativa e designer de Moda, corta os tecidos para posterior montagem. Imagem: Emanuelle Rosa / Central Sul Agência de Notícias

O projeto, coordenado pela professora Rubiana Sandri, conta com apoio de 15 quinze alunos, quatro professores, três técnicas administrativas da UFN e 22 costureiras solidárias da cidade. Segundo a professora Rubiana: “A ideia inicial era produzir as roupas íntimas somente para as pessoas atingidas em Santa Maria, mas como teve um aumento na demanda vindo de fora da cidade, conforme o aumento da produção iremos enviar para as cidades vizinhas também”. A primeira remessa das roupas tem destino certo, será disponibilizada para as pessoas do bairro Itararé.

Segundo Diênifer Petry, aluna do curso de Design de Moda e que está atuando no projeto: “a estimativa de produção da primeira remessa das roupas deve ser de 2 mil peças, focando em tamanhos grandes, pois é onde há mais procura. Nos tamanhos infantis, estão sendo produzidas peças de todos os tamanhos (P, M e G), e no feminino, haverá produção até o tamanho “XG”. Com essa iniciativa é esperado alcançar um grande número de pessoas que precisam das doações e, desta forma, trazer um pouco de conforto à população”.

Para ajudar de alguma forma, o curso de Design de Moda aceita doações de malhas, roupas ou divulgando o projeto nas redes sociais através do Instagram do curso. Também está disponível uma chave PIX para doações: 55 996349221, em nome de Caroline Manucelo Colpo. O valor arrecadado será utilizado para compra de material para a confecção das peças.

O curso de Design de Moda da Universidade Franciscana (UFN), realizou na noite de segunda-feira (3) a 4ª edição do Underground. O momento reuniu acadêmicos, professores e comunidade em geral, no subsolo do Prédio 15 – Conjunto III da UFN, e teve como tema a ‘(Under) The Dark’ no intuito de mostrar que todos temos um lado encoberto. 

O desfile reuniu 14 criações. Imagem: Luiza Silveira

As atividades foram organizadas por acadêmicos do 4º semestre. Neste ano a exibição do trabalhos trouxe uma inovação, as roupas desfiladas foram desenvolvidas em várias disciplinas ao longo de 2022 e 2023. A ação é organizada pela disciplina de Comunicação e Eventos de Marcas de Moda e ministrado pela professora Caroline Brum. A curadoria das peças desfiladas no Underground foi feita pelos próprios alunos.

A ideia para o tema surgiu da acadêmica Jordana Barbosa, que se baseou no horror e em como podemos encontrar o que está escondido por trás das sombras. Também remete à busca de beleza no aterrorizante, sendo assim considerado um ato disruptivo que exige coragem. Ao total foram desfiladas cerca de 14 criações produzidas pelos estudantes, abordando as mais variadas temáticas do terror.

O look
O design criado por Diênifer foi inspirado na fragilidade. Imagem: Isadora Druzian

Diênifer Petry é uma das alunas de moda que participou do desfile, expondo duas roupas produzidas por ela. A acadêmica ressalta a importância de participar do evento por conta da experiência real que proporciona, tanto em organização técnica, os bastidores e o funcionamento completo do desfile. Já quando se fala em sentimento, a futura designer comenta que: “Poder ver uma criação tua sendo desfilada na passarela é incrível. Uma experiência maravilhosa”.

Nesta edição do desfile as peças produzidas pela acadêmica tiveram como tema o filme ‘O Iluminado’, inlcusive que já havia participado no Fashion Premiere de 2022.  Já a outra representa o ‘Frági’, sendo este um adorno corporal criado na disciplina de  Adornos e Acessórios, ministrado pela professora Salette Marchi. “Os dois looks trazem elementos impactantes. Na criação deles utilizei elementos impactantes para transmitir o poder e a força, junto com a quebra do delicado”, explica Diênifer.

O desfile também contou com o apoio do Laboratório de Audiovisual (LabSeis) e Laboratório de Fotografia e Memória (LabFem), os dois vinculados aos cursos de Publicidade e Propaganda e Jornalismo. Também participaram o Diretório Acadêmico e coordenação de Design de Moda.

Imagens: Luiza Silveira/ Laboratório de Fotografia e Memória (LabFem)

Hoje o céu ganha mais uma estrela, morreu na noite desta segunda-feira (8) a rainha do rock brasileiro, Rita Lee, uma das maiores cantoras e compositoras da história do Brasil. Desde 2021, Rita vivia em uma luta constante contra o câncer de pulmão. A cantora era um exemplo de determinação e inovação, tanto no meio artístico quanto no pessoal. Uma das frases mais famosas e marcantes dela é: “Meu epitáfio será: Nunca foi um bom exemplo, mas era gente fina”, o que representa muito o seu papel no mundo na moda ao passar das décadas.

A roupa toda de tela, apenas com estrelas feitas de lantejoulas pratas, foi uma das mais icônicas de Rita Lee. Foto: Reprodução.

Ela, que viveu sua vida ao extremo, não podia deixar de expressar sua personalidade expansiva e sem vergonha nenhuma. Na hora de sair de casa não deixava a desejar. Para isso a compositora usava um estilo ousado e maximalista, muitas vezes afrontando a época em que estava inserida. Desde seu marcante cabelo vermelho vivo que sempre contrastavam com suas vestes coloridas, estampadas e com silhuetas volumosas. Mesmo através das décadas, Rita Lee não abandonou esta forma de ser, onde quer que fosse ela ia para causar. 

Ao falar desta grande estrela do rock, não podemos deixar de lado os paradigmas do vestuário feminino que foram rompidos e os estereótipos machistas que, para ela, não tinham espaço em seu cotidiano. Ela que ousou e usou roupas que contavam histórias no decorrer de seus álbuns. Na década de 60 afrontou a sociedade ao se apresentar no Festival Internacional da Canção juntamente com a banda Os Mutantes. Apareceu vestida de noiva para cantar “Caminhante Noturno”, o que gerou protesto dos jurados, e, ao final a artista soltou a frase polêmica de Caetano Veloso “É Proibido Proibir”.

Um raro registro de Rita Lee com o vestido em 1969. Foto: Reprodução.

Algumas roupas icônicas da atriz são replicadas até hoje, principalmente no bloco de Carnaval Ritaleena, que estrou em 2015, com o objetivo de homenagear a artista paulista. Em entrevista ao Estado de São Paulo, no ano 2000, o filho Beto Lee falou sobre a influência do estilo da mãe na hora de subir ao palco: “Ela me ensinou que é um lugar sagrado. Não dá para chegar com a mesma roupa que você usa no dia-a-dia. Ela sabe montar um visual como ninguém.”

Para quem acha que estilo é coisa de jovem, a artista expressou sua personalidade até os últimos dias, deixando a sua essência transparecer e conquistar os corações dos brasileiros. A rainha do rock foi um exemplo de liberdade e atitude para as mulheres, não apenas na moda como na vida. VIVA RITA LEE!!!

O curso de Design de Moda da Universidade Franciscana (UFN) realizou na quarta-feira (08) uma homenagem ao Dia das Mulheres. Painéis interativos com um varal de relatos foram expostos no pátio do conjunto III. A ação foi organizada pelo diretório acadêmico de Moda juntamente com a Teciteca.

A exposição foi realizada no pátio do conjunto III da UFN. Imagem: Vitória Oliveira

Frases como “Pela maior parte da história, ‘anônimo’ foi uma mulher” da escritora, ensaísta e editora britânica Virginia Woolf ganharam destaque nos murais. Quem passou pelo local também pode deixar o seu recado pois foram disponibilizados marcadores de páginas e canetas coloridas para que as frases que fossem escritas pudessem ser coladas no mural.

Diênifer Petry, vice-presidente do diretório academico do curso de Moda, explica que “trouxemos também um varal de relatos reais de violências, assim como conscientização sobre quais são os tipos de violência vividos pelas mulheres, como identificar e como denunciar. E por fim, mas muito importante, um painel com frases e dizeres de empoderamento, de mulheres para mulheres. As mensagens foram muito bem acolhidas por todas que passaram pelo pátio e esperamos que não só nesse dia, mas que todos os dias lembrem das palavras lidas”. Para ela, a importância da ação é trazer o questionamento acerca de como a moda interage com as mulheres individualmente e coletivamente.

Mesmo tendo sido criado no ano 1917, o dia 8 de março só foi oficializado em 1975, mais de 60 anos após sua criação, em uma assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU). Essa data é marcada pela celebração da luta pelos direitos das mulheres, sendo um marco essencial para o reconhecimento e fortalecimento do feminismo e, portanto, da luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

Tem como objetivo conscientizar sobre as diversas formas de violências vividas pelas mulheres, o projeto seguirá sendo exposto no prédio 15 do conjunto III da UFN,  em frente à Teciteca.

Imagens: Vitória Oliveira

Na noite de quinta, 10,  ocorreu o desfile do projeto Brincando com moda 2022, no prédio 15 do conjunto III da UFN. O projeto é realizado anualmente pelo curso de Design de Moda da Universidade Franciscana e tem como finalidade apresentar os resultados das peças de vestuário infantil baseada no reaproveitamento de matéria-prima que se encontra em desuso.

Desfile propôs uma moda igualitária, que prega a tolerância. Créditos: Gabriela Neto / ASSECOM UFN

O desfile contou com a participação de crianças, alunas da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Santa Maria. Na APAE também foram desenvolvidas outras atividades com as crianças. As acadêmicas que desenvolveram as peças desfiladas demonstraram o propósito de uma moda igualitária como um fenômeno sociocultural.

A professora Caroline Colpo explica que ” estamos vivendo tempos de intolerância. Com este projeto queremos ir além de educar as nossas crianças e nos educar com o desfile. Tornar o mundo mais tolerante,  solidário e empático, além de tudo isso, um mundo que abraça a diversidade de pessoas e  personalidades. E que nós enquanto designers saibamos cada vez mais produzir coleções de moda que englobem a representatividade. Hoje é o nosso propósito trabalhar a moda enquanto este fenômeno sociocultural inclusivo e também sustentável para um futuro melhor”. Durante a cerimônia de abertura a professora citou a frase do compositor Alexandre Lemos : “Crianças são como borboletas ao vento … algumas voam rápido … algumas voam pausadamente. Mas todas voam do seu melhor jeito…  cada uma é diferente, cada uma é linda e cada uma é especial”.

A acadêmica Jordana Dutra participou como designer e contou sobre sua inspiração para a roupa: “foi o mágico e o coelho da cartola, pois eu queria algo clássico e fofo. Decidi misturar os dois personagens e fazer como se o coelho fosse mágico. Eu queria um look que fosse a cara da minha modelo, a Mel, visto que ela é delicada e divertida. Acho que eu consegui combinar bem os elementos para traduzir essa ideia”. Ela afirma que seu processo de criação iniciou assim que conheceu e tirou as medidas de Melissa, que não era sua modelo até então. “Eu fiquei encantada com ela e decidi que ela precisava ser a minha modelo. Depois foi a hora de criar. Pesquisei por referências clássicas relacionadas ao circo e cheguei na ideia do mágico e do coelho da cartola, então fiz um croqui pensando em um look que combinasse com a meiguice da Mel. Já na hora de tirar a ideia do papel, a Toninha, a técnica de costura do curso, me auxiliou em todo o processo da modelagem e montagem da peça”.

Para a acadêmica o sentimento é de orgulho e paixão: “ É extremamente gratificante participar de um projeto em que tu acredita”. Jordana também explica qual a diferença de trabalhar com modelos mirins: “os modelos mirins definitivamente precisam de mais atenção que os adultos. As crianças gostam de brincar, conversar, perguntar, então sem criar um vínculo com elas, fica difícil de trabalhar. Mas eu amo crianças, então eu curto muito essa parte. Se precisar entrar na brincadeira com elas, eu entro sem problema”. A designer explica que o Projeto Brincando é de extrema importância, pois ele traz à comunidade para o ambiente da universidade e o mundo da moda. “Esse ano, com a participação dos alunos da APAE no desfile, o Brincando dá um passo a mais na direção de uma moda mais inclusiva e consciente. Eu acredito que a moda por si só é linda, mas quando ela tem propósito, se torna muito mais especial”.

Louise Krusser também participou como designer, que teve como inspiração para sua criação os palhaços: “A estampa criada pela minha colega Victoria também foi incluída, onde traz uma certa ilusão de óptica entre rostinhos de palhaço e borboletas. A inspiração foi pensada de acordo com a energia alegre que os palhaços trazem ao circo”. Seu processo criativo foi iniciado por meio de pesquisas de referências de elementos relacionados ao circo, desenhos e experimentações. Louise expõe que é uma sensação de poder expor a arte produzida da forma mais lúdica e pura possível. Ela admite que é um tanto quanto desafiador, pois “exige bastante cuidado e o dobro de dedicação em questões de criação e produção da peça mas, no final, vale a pena. É gratificante ver os pequeninos participando e admirando nossa arte conosco”.

Participam do projeto as acadêmicas Anna Carolina Gonçalves, Carine de Menezes, Dienifer Petry, Eduarda Martins, Gabriela Colman, Gisela de Oliveira, Jordana Dutra e Louise Krusser. Além de Isabella Viana e Victória Maldonado, que estão trabalhando na organização do evento. A atividade conta com a orientação da professora Caroline Manucelo Colpo.