Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

policia civil

Papo de Responsa na UFN com Roberto Chaves

A Universidade Franciscana promoveu na noite de ontem, quinta-feira, 13, o Papo de Responsa em parceria com a Policia Civil, que ocorreu no Salão de Atos, no prédio 13, do conjunto III da UFN. O bate

Polícia Civil em luto

Gravataí, Rio Grande do Sul, 23 de Junho de 2017, mais uma morte. Mais um policial é vítima da violência e do tráfico na região metropolitana de Porto de Alegre. Rodrigo Wilsen da Silveira, 39 anos,

Policiais e professores ocupam Câmara dos Vereadores

Na tarde desta terça-feira (8), trabalhadores da Policia Civil e integrantes do sindicato Cpers (centro dos professores do Rio Grande do Sul) ocuparam a Câmara dos Vereadores em Santa Maria. Eles estão em busca de seus direitos, pois

Roberto Chaves, Policial Civil do Rio de Janeiro. Foto: Denzel Valiente/LABFEM.

A Universidade Franciscana promoveu na noite de ontem, quinta-feira, 13, o Papo de Responsa em parceria com a Policia Civil, que ocorreu no Salão de Atos, no prédio 13, do conjunto III da UFN. O bate papo foi ministrado pelo coordenador do projeto no Rio de Janeiro-RJ e Policial Civil, Roberto Chaves.

O Papo de Responsa é um programa da Polícia Civil — desde outubro de 2016 no Rio Grande do Sul — que promove diálogos descontraídos sobre a prevenção à violência e o papel do policial na sociedade, tendo como público alvo crianças e jovens. O programa foi criado há 15 anos pelo Inspetor de Polícia Roberto Chaves de Almeida, na Polícia Civil do Rio de Janeiro, propondo essa nova metodologia de integração e diálogo com a comunidade.

Em um papo sério mas extrovertido, o palestrante abordou temas como segurança, violência, tráfico de drogas, maioridade penal, dando muita visibilidade à educação e às desigualdades que caracterizam a sociedade brasileira. Ressaltando que a Universidade é um lugar privilegiado para o desenvolvimento do pensamento crítico, o palestrante várias vezes recorreu ao desconhecimento vigente do processo histórico brasileiro que se construiu tendo como base a defesa dos privilégios da elite. Para ele, cada instituição do país, e entre elas, a polícia é reflexo dessa construção desigual. Segundo Roberto, o país  precisa fundamentalmente de investimentos em educação e só vai se aprimorar se todos os jovens continuarem estudando, buscando seus objetivos, “para construirmos assim uma sociedade mais sábia e com ética”, disse.

O tópico que mais provocou diálogo entre as pessoas que estavam presentes foi sobre a legalização das drogas. Estudantes da UFN, maioria de Direito, puderam expressar as diferentes opiniões sobre o polêmico tópico, em que Chaves terminou com a seguinte frase: ”Cocaína, maconha, crack? O que eu gostaria que fosse mesmo legalizado nesse país é a educação. Uma saúde de qualidade para todos.”

O final do bate-papo trouxe o ponto sobre a relação complexa da Polícia com a comunidade. Para Roberto, a matéria- prima da Polícia Civil é a sociedade, que escolheu a polícia que tem hoje. ”A polícia precisa melhorar? Vamos pensar em melhorar a sociedade primeiro”, argumentou o policial.

 

Gravataí, Rio Grande do Sul, 23 de Junho de 2017, mais uma morte. Mais um policial é vítima da violência e do tráfico na região metropolitana de Porto de Alegre. Rodrigo Wilsen da Silveira, 39 anos, participava de uma operação na região central de Gravataí, com o objetivo desarticular uma quadrilha especializada em tráfico de drogas, quando criminosos reagiram a ação e atiraram contra o policial civil.

O policial foi baleado com um tiro na cabeça e levado ao Hospital Dom João Becker, mas não resistiu e veio a óbito. A esposa de Silveira, também agente da polícia, participava da operação, presenciou a morte do marido.

Colegas de farda e demais agentes da polícia do estado prestaram homenagens durante todo o dia para o escrivão que morreu em serviço. A manifestação começou às 16h, e durou 5 minutos de sirenes ligadas.   

Em Santa Maria a concentração ocorreu na Rua Dos Andradas, em frente a Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) na tarde desta sexta-feira, 23.

De acordo com o coordenador regional do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil (Ugeirm), Pablo de Souza Mesquita, mais de 50 agentes participaram da mobilização em solidariedade ao colega de farda. Durante alguns minutos sirenes tocaram incessantemente.

Pablo de Souza Mesquita, coordenador regional do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil (Ugeirm). Foto: Mariana Olhaberriet, Labfem.

“Às vezes parece que entramos no automático, por fazer isso todos os dias, o que se torna rotineiro. Mas quando acontece uma coisa dessas levamos um choque de realidade, e nos colocamos no lugar do colega e ficamos pensando que podia ter sido com a gente. É um momento bem difícil, e a homenagem é uma forma de se solidarizar não só com a família, mas com toda a corporação, porque nós também somos humanos”, declarou Mesquita.

foto de Nathane Spencer, Laboratório de Fotografia
Integrantes do movimento da Policia Civil e do sindicato Cpers  (Foto: Nathane Spencer/Núcleo de Fotografia e Memória

Na tarde desta terça-feira (8), trabalhadores da Policia Civil e integrantes do sindicato Cpers (centro dos professores do Rio Grande do Sul) ocuparam a Câmara dos Vereadores em Santa Maria. Eles estão em busca de seus direitos, pois desde o mês de julho o governador José Ivo Sartori parcelou em quarto vezes os salários dos servidores públicos. A reunião na Câmara estava marcada para as 15h, mas em surpresa a todos antes do horário marcado, eles se reuniram de forma pacífica na sala de reuniões, para protestar.

” Essa vinda antes do horário para a Câmara foi como uma tentativa de levar a voz dos servidores além da cidade de Santa Maria e também como uma cobrança aos vereadores da base do governo em Santa Maria uma interlocução com o governo, pois já faz oito meses que o governador assumiu e ainda não tivemos diálogo aberto, um debate sobre os assuntos que são de extrema importância tanto aos servidores quanto a população do Rio Grande. Então, essa ocupação da Câmara é uma tentativa de dar visibilidade, e para as pessoas verem o quanto é preocupante esse plano de metas que o governo está pondo em prática”, comentou o líder do Movimento da Policia Civil, Pablo Mesquita.

A cidade de Santa Maria está sem policiamento nas ruas, pois as famílias dos trabalhadores estão bloqueando a saída da policia de seus quarteis.

“Pressão política aos partidos da base aliada. Nós entendemos que estivemos reunidos na sessão passada, a uma semana atrás quando vários vereadores se mostraram a favor da nossa causa. Mas muitas vezes o vereador se manifesta da boca para fora. Então, viemos aqui cobrar dos vereadores e do partido a coerência que eles cumpram com a verdade”,  disse o professor e também participante do sindicato Cpers Gilmar Corrêa.

_DSC0026
Manifestantes cantando o hino do Rio Grande no final da reunião (Foto: Nathane Spencer/Núcleo de Fotografia e Memória)

Após a reunião, os manifestantes cantaram o hino do Rio Grande do Sul e se reuniram em frente à Câmara de Vereadores, e partiram em direção à Praça Saldanha Marinho, onde estava marcado para as 17h uma entrega de folhetos para os que passassem por lá.

Confira o protesto no vídeo produzido pelo Laboratório de Produção Audiovisual do curso de Jornalismo da Unifra.