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Brasil é um estado laico?

A intolerância religiosa é o ato de discriminar, ofender religiões e agredir pessoas por conta das práticas religiosas e crenças.

Religião brasileira completa 114 anos de existência

”A umbanda é paz e amor; é um mundo cheio de luz”. Assim diz o hino da umbanda, composto por José Manoel Alves (letra) e Dalmo da Trindade Reis (música), em 1961. A umbanda, religião que

A Páscoa e as diferenças culturais

A Páscoa é a data comemorativa mais importante do calendário cristão. Porém, se tornou tão comercial que o significado se perdeu. Para os católicos é a passagem da morte para a vida e um recomeço livre de

A fé moveu milhares em Santa Maria

250 mil pessoas, segundo a Brigada Militar,  foi o número de romeiros que caminharam os 2,2 KM da Catedral Metropolitana até a Basílica da Medianeira, na procissão à padroeira do Estado, Nossa Senhora Medianeira, na manhã

Setembro: o mês da Bíblia

A partir de 1971, setembro passou a ser considerado pela Igreja Católica como o mês da Bíblia. A data que inspirou esta escolha foi 30 de setembro, data da morte de São Jerônimo, no ano de

Santa Maria: feriado de fé na Gare da Estação

Cerca de cinco mil pessoas, a maioria jovens, se reuniram no evento gospel “Coração Louva” para orar pela cidade de Santa Maria no feriadão de Páscoa. A intenção da organização era trazer alegria e mobilizar a

A intolerância religiosa é o ato de discriminar, ofender religiões e agredir pessoas por conta das práticas religiosas e crenças. No império romano, os cristãos foram perseguidos e criminalizados. Isso indica que os atos de inflexibilidade a partir da crença religiosa de alguém não são acontecimentos novos na nossa sociedade. Um dado fornecido pelo antigo Ministério dos Direitos Humanos relatou que, de 2015 a 2017, houve uma denúncia de intolerância religiosa a cada 15 horas no Brasil. O número 100 do disque denúncia durante esse período, foi predominante nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A maior parte das vítimas de intolerância é composta por adeptos de religiões de matriz africana, segundo o Ministério dos Direitos Humanos.
As religiões de matriz africana estão presentes no Brasil desde os séculos XVI e XIX. De acordo com a Agência brasil, os casos de ataque às religiões de matrizes africanas aumentaram cerca de 270% só em 2021, com aproximadamente 244 casos, 160 a menos que em 2020. Documentos do IBGE revelam que cerca de 1 milhão de pessoas no Brasil fazem parte de alguma religião africana. Tais documentos mostraram que em 2010, 0,4% da população eram de alguma religião africana, já em 2017 esse número alcançou 1% da população.

Cerimônia cultural da Umbanda. Imagem: iStock

Muitas pessoas acabam fazendo pré-julgamentos sobre algumas culturas e religiões, sem saber o real significado e como aquela religião age na sociedade. Desde os primórdios, temos conflitos culturais, políticos, por esporte e religião. E porque isso acontece? De acordo com a revista Portal da Comunicação, conflitos religiosos, ocorrem por sua maioria, por interesses além da própria religião. Entre esses interesses, temos interesses regionais por exemplo, onde uma cultura domina uma certa região, e acaba despertando ódio como no Afeganistão, de um lado não muçulmanos contra fundamentalistas radicais mulçumanos.

Perseguições, fanatismo e ideologia fazem parte de diversos aspectos no Brasil, a democracia por muitas vezes acaba dando espaço para conflitos. Diante disso podemos confirmar que estamos longe de um Brasil democrático quando o assunto é religião.

Acompanhe no infográfico abaixo as principais religiões no Brasil em 2020, segundo o Datafolha em 2020.

Fonte da informações: Religião Católica: Brasil Escola / Religião Evangélica: G1 / Sem religião: Instagram / Religião Espírita: Brasil Escola

Na próxima sexta-feira, dia 10, começa o maior evento religioso da região central e um dos maiores do estado. A 80ª Romaria Estadual da Medianeira ocorre até o dia 12 e é uma celebração que conta com apoio da Prefeitura de Santa Maria e das secretarias de Desenvolvimento Econômico e Turismo e de Cultura.

 Dom Leomar Antônio Brustolin é o arcebispo da arquidiocese de Santa Maria. Imagem: Ariéli Ziegler/PMSM

“Enquanto município e instituição, temos dialogado com Dom Leomar desde a sua vinda para Santa Maria. É fundamental que a cidade perceba esta oportunidade, não só na questão religiosa e da devoção à Medianeira, mas como as oportunidades para a cadeia do turismo na totalidade. Aproveitar a oportunidade para cada vez pensar mais na maneira de acolher o romeiro, participante da Romaria, o que também rende frutos para a economia. Assim como no ano passado, vamos mobilizar a rede hoteleira para fazer pacotes especiais e oferecer ofertas diferenciadas para os visitantes que teremos na cidade durante estes três dias”, destaca a secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Ticiana Fontana.

A programação da romaria terá na abertura, no dia 10 às 18h, a Santa Missa com benção aos colaboradores da romaria, presidida pelo Pe. Cristiano Quatrin, Reitor da Basílica. Mais tarde o Altar Monumento será palco do show do grupo Família Lima e de bandas locais, às 20h30. No dia 11, a programação é repletas de shows e missas, com destaque para a primeira missa que tem inicio às 8h, presidida pelo Dom Liro V. Meuer, Bispo de Santo Ângelo. Já no domingo,12, às 8h começa a acolhida dos romeiros na Catedral Metropolitana, com início da procissão as 8h30, e encerramento com a benção da cidade às 19h30.

Lembrando que durante os três dias haverá venda de doces, salgados e bebidas nas praças da fé e da paz, e na copa e no salão venda de cucas, pães e assados. No domingo haverá almoço com risoto.

A programação completa você confere no site da Prefeitura Municipal de Santa Maria.

  • Com informações da Prefeitura Municipal de Santa Maria.

A comunidade de Santa Maria celebra o dia de Nossa Senhora Imaculada Conceição no dia 8 de dezembro. Apesar de não ser um feriado nacional, muitas cidades, incluindo doze capitais e alguns estados no Brasil param as atividades para a celebração. A data é referente ao dogma mariano da Igreja Católica.

Segundo a fé cristã, todo homem carrega o peso do pecado original cometido por Adão. É apenas por meio do batizado que este pecado é perdoado. Entretanto, Maria de Nazaré teria sido preservada do pecado original no momento de sua concepção por vontade divina. Isto se deu devido à sua missão de conceber e guiar Jesus de Nazaré.

“A Imaculada Conceição celebra essa ação de Deus de manter essa pessoa na graça original e sem concurso humano para conceber Cristo”, afirma o Padre Antônio Bonini. Referindo-se à forma como o dogma chegou à Santa Maria, o padre ressalta a influência portuguesa: “A crença foi trazida pelos militares portugueses que lutavam contra os almirantes espanhóis na fronteira entre Brasil e Paraguai”.

Segundo o criador de conteúdo católico, Alam Carrion, “o motivo desta preservação do pecado original que Maria teve, foi devido a paixão de Cristo. Para Deus, todo o tempo é presente, não há passado ou futuro. Portanto, os méritos da Cruz de Cristo são utilizados na preservação de Maria no momento da concepção”.

Durante o século XVIII, tropas portuguesas acampavam na região que hoje corresponde à Santa Maria. Os portugueses já eram seguidores da crença da Imaculada Conceição antes mesmo de o dogma ser oficialmente proclamado pelo Papa Pio IX em 1854. Foi neste período dos acampamentos jesuítas que houve a construção da primeira igreja da cidade.

No dia cinco de dezembro de 1909, o bispo de Porto Alegre foi chamado à Santa Maria para consagrar a Igreja Matriz da cidade. Foi no dia oito de dezembro do mesmo ano que realizaram a festa de inauguração da capela, comemorando também o dia de Nossa Senhora Imaculada Conceição.

O Padre Antônio Bonini ressalta que a data não é dia santo, mas sim um feriado municipal. Apesar disto, a Catedral Metropolitana de Santa Maria tem missas às 10h e às 18h, como de costume.

”A umbanda é paz e amor; é um mundo cheio de luz”. Assim diz o hino da umbanda, composto por José Manoel Alves (letra) e Dalmo da Trindade Reis (música), em 1961. A umbanda, religião que surgiu no Brasil em 15 de novembro de 1908, completou seus 114 anos ontem.  Com forte influência de outras religiões, ela mistura elementos do candomblé, do espiritismo e do catolicismo.

Com diversas linhas de trabalho, essa religião busca trazer conforto espiritual e material para os necessitados, por meio da incorporação de espíritos de luz em médiuns. Mediunidade é a capacidade que muitas pessoas têm de se comunicar com os desencarnados, seja por meio da visão, da audição, de sonhos ou até mesmo da incorporação. 

A falta de conhecimento sobre a religião faz com que muitas pessoas tenham medo de frequentar os terreiros, ou templos, como são chamados os espaços destinados à prática da umbanda. É importante dizer que na incorporação não acontece de a alma do médium sair do corpo para que outra possa entrar, muito menos de qualquer espírito ”incorporar “. O  que ocorre, depois da preparação e do desenvolvimento do médium, é a ligação entre a alma do médium e do espírito de luz (guia ou entidade). Isso só deve ocorrer com a permissão de um Pai de Santo e de um Diretor Espiritual em algum terreiro que seja preparado.

Sessão de Preto Velho aberta ao público no Centro de Umbanda Caboclo Tupiriciguá e Pai Benedito de Aruanda.

Muitas vezes, a umbanda é confundida com outras religiões como o candomblé. Entre suas diferenças, está a origem. O Candomblé é uma religião afro-brasileira, originária da África, trazida pelos povos escravizados e sofreu algumas alterações ao chegar no Brasil. Enquanto isso, a Umbanda é uma religião brasileira, que começou no Rio de Janeiro. Dentre outras diferenças das religiões, o Candomblé trabalha com pontos (cantigas) em iorubá (língua nígero-congolesa), e nas incorporações os médiuns ficam inconscientes e incorporam o próprio orixá. Já na Umbanda, os pontos cantados são em português e não há incorporação de orixás, pois acredita-se que nenhum ser humano poderia receber a energia divina deles, então, quem incorpora são espíritos de luz que vibram na força de um dos orixás.

A umbanda trabalha com diversas linhas e as mais conhecidas são os caboclos (espíritos de índios), os pretos-velhos (espíritos de negros que foram escravizados) e os exus (espíritos que buscam a redenção de seus erros por meio da caridade). O principal lema da religião é o amor e a caridade, por isso, em casas de Lei*, não são feitos de forma alguma trabalho para prejudicar alguém. Acredita-se que o livre-arbítrio deve ser respeitado e o universo irá devolver as energias que você emana.

Os passes podem ser coletivos e individuais.

Segundo Ronaldo Dias Gonçalves, de 61 anos, dirigente do Centro de Umbanda Caboclo Tupiriciguá e Pai Benedito de Aruanda, e Pai de Santo há mais de 40 anos, a umbanda representa os caminhos da evolução moral e espiritual, por meio da pregação da fé, do amor, da humildade e da caridade. Com a mistura de ritos e dos orixás do candomblé, sincretizados com os santos católicos e com a ideia de reencarnação do espiritismo, surge a umbanda.

Pai Ronaldo incorporado do Pai Benedito de Aruanda.

O começo da Umbanda

Em meados de 1907, o jovem Zélio Fernandino de Moraes, de 16 anos, começou a apresentar comportamentos estranhos, como mudar a personalidade e a voz. Ele foi levado ao médico e não foi identificada nenhuma doença. O médico recomendou que ele procurasse um padre, mas a família resolveu buscar ajuda em um centro espírita. Muitas vezes espíritos ancestrais de índios e negros escravizados tentavam se manifestar nas mesas, mas eram ‘’mandados embora’’ por serem considerados maus ou ignorantes, devido ao preconceito contra esses povos na época.  Em 15 de novembro de 1908, em uma sessão mediúnica na Federação Espírita de Niterói, se manifesta, no médium Zélio, o Caboclo das 7 Encruzilhadas, espírito de um indígena que determinou a criação da umbanda, para que todos os espíritos, sejam encarnados ou desencarnados, brancos ou pretos, pudessem buscar a evolução espiritual. 

O Caboclo colocou algumas premissas: assegurou que todas as entidades seriam ouvidas, orientou que os umbandistas deveriam aprender com os espíritos que soubessem mais e ensinar aos que soubessem menos, instruiu que não deveriam virar as costas para ninguém e nem dizer não, pois esta era a vontade do Pai Celestial e preconizou que o verdadeiro umbandista viveria para a umbanda, e não da umbanda. Além disso, o Caboclo vinha para criar uma nova religião, fundamentada no Evangelho de Jesus, e que teria Cristo como seu maior mentor.

Vela, arruda e água são alguns dos elementos utilizados para o trabalho.

Imagens: Camilla Motta

*casas de Lei são as que trabalham com entidades apenas para a prosperidade, por meio da caridade, sem fazer trabalhos para prejudicar outrem. Além disso, elas devem ser legalizadas nos órgãos competentes, o que garante a seriedade do trabalho prestado.

Neste ano, mais de 350 mil pessoas vieram para a procissão da 73ª Romaria Estadual da Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças, que teve como lema: Mãe de Misericórdia, Rogai por Nós, intercedei a Deus por Nós. A Missa campal em frente ao Altar Monumento foi presidida por Dom Leomar Brustolin, bispo auxiliar de Porto Alegre.

A Romaria se caracteriza como o maior evento religioso do Estado do Rio Grande do Sul. A atriz e acadêmica de Publicidade e Propanda e de Jornalismo, Geórgia Fröhlich, 19 anos, participa da procissão desde que seu irmão veio morar em Santa Maria, há 5 anos.

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Procissão na Romaria da Medianeira. Foto: Arquivo.

“Eu sou católica desde que me conheço por gente e quando fui amadurecendo fui vendo a importância que a religião tem na minha vida. Ir na Romaria é mais uma maneira de aprofundar a minha fé, agradecer pelo ano e renovar os pedidos. Meus pais fizeram uma promessa que se o meu irmão passasse no vestibular pra medicina iriam em todas as romarias da medianeira até ele se formar. Então todos os anos eles vem pra SM na data”, acrescentou a atriz e estudante.

A procissão teve início às 8h30, em frente à Catedral Metropolitana. A imagem da Medianeira foi transportada em uma caminhonete da Brigada Militar. Em volta do veículo havia guardiões da imagem, brigadianos, religiosos e políticos.

Ivete Oliveira, cabeleireira, 57 anos, de Quaraí, participa da Romaria há quatro anos. ” Venho pois é uma forma de agradecer tanto pelas coisas boas quanto pelas ruins”, disse a cabeleireira.

“Eu gosto de participar por ver a união de tanta gente em nome da fé. Acredito que crer em algo bom é fundamental para enfrentarmos os desafios. Como a romaria é no final do ano, começo a me sentir preparada pra uma nova etapa, com esperança de que algo bom está por vir”, finalizou Geórgia.

 

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A Páscoa é a data comemorativa mais importante do calendário cristão. Porém, se tornou tão comercial que o significado se perdeu. Para os católicos é a passagem da morte para a vida e um recomeço livre de pecados. A Páscoa está inserida na Semana Santa que tem como objetivo simbolizar os passos de Jesus até sua ressurreição. Tem início no domingo de ramos e se estende até o domingo pascal.

Aqui no Brasil, o ápice da celebração é a sexta-feira da paixão e o domingo de Páscoa. Já é tradição na sexta-feira as pessoas se reunirem e se alimentarem com peixe, simbolo da comunhão à Cristo através da abstinência da carne e pão e vinho, ambos representam a vida eterna,  já que o pão para os católicos é o corpo de Jesus e o vinho seu sangue. No domingo,  o simbolismo está ligado à Cruz que denota a vitória de Jesus sobre a morte.

Todavia, outros símbolos fazem parte da comemorações católicas ligada a páscoa: os ramos, relembra a entrada de Jesus em Jerusalém; o cordeiro, significa o sacrifício de Cristo em favor do seu rebanho;  o círio pascal, vela acessa no sábado de aleluia que representa Cristo ressurgindo para iluminar nosso caminho; o coelho, simboliza a fertilidade e a capacidade da Igreja em conquistar novos discípulos e o ovo, que remete ao nascimento e começo de uma vida nova.

A celebração do domingo, que leva o nome de Páscoa tem seu termo originado do hebraico Pessach e isto não é uma coincidência. Afinal, a páscoa cristã surge a partir da páscoa judaica, apesar dos significados e o dia da cerimônia serem distintos. No judaísmo a data celebra a libertação do povo judeu no Egito e ocorre de 22 à 30 de abril, de acordo com o calendário hebraico deste ano. Dentre as comemorações estão: Chamêtz e Matzá, que começa a partir das 9h30, da primeira manhã do Pessach; O jejum dos primogênitos, um dia antes da celebração e o Seder, principal ceia da festividade.

O Chamêtz e Matzá, é a quando os judeus cortam de suas refeições todo alimento que contenha trigo, aveia, cevada, centeio e outros cereais durante a comemoração. Isso acontece porque os alimentos estão sujeitos à fermentação quando entram em contato com a água e quando isso acontece se tornam chamêtz. Assim, todo o produto à base de farinha não faz parte da mesa. 

Neste período podem ser consumidos normalmente carnes, aves e peixes – abatidos conforme as leis judaicas – frutas, verduras, legumes e laticínios e o matzá. “Quando os hebreus fugiram em busca da terra prometida, não tiveram tempo para esperar o crescimento do pão que os alimentaria durante a jornada, daí a proibição do fermento. Esse fato explica o uso da fécula de batata para fazer o matzá (pão)”, explica a chef Simone Chevis, do Centro de Cultura Judaica. Vale ressaltar que se o pão judaico for feito com farinha de trigo e água, o preparo não deve ultrapassar 18 minutos sob o risco de iniciar a fermentação.

o Jejum dos Primogênitos, começa no alvorecer e pode ser quebrado a assim que a pessoa participa de uma benção na sinagoga e é feito em gratidão por Deus te-los polpado da morte, na décima praga. Se a festa cair em um sábado, como é o caso deste ano, o jejum deve ser realizado na quinta-feira que o antecede. Mas neste caso, mais importante que o dia da festa é o ritual, Bedicat Chamêtz (a busca pelo alimento fermentado). Esta preparação envolve a eliminação de qualquer tipo de alimento fermentado e não basta retirar de dentro da casa, tem que embrulhar e queimar. Ainda, os utensílios de cozinha devem ser limpos, por isso, muitas famílias guardam jogos de pratos, panelas e talheres para serem usados exclusivamente no Pessach.

A eliminação dos produtos fermentados é uma forma de purificar a alma e o coração humano. As imperfeições morais do ser humano são comparados ao processo de fermentação. De acordo com misticismo judaico, assim como a massa se enche de ar e cresce, o homem se preenche de vaidade. 

Porém, o ponto alto do Pessach é o Seder e só pode ocorrer após a casa da família estar completamente limpa de alimentos proibidos. A ceia festiva, que este ano ocorre no dia 23 de abril,  tem como objetivo relembrar toda a história de escravidão e libertação do povo judeu no Egito, contada pela Hagadá Shel Pessach (Relato de Pessach). Nos relatos também constam todos os detalhes para a condução do Seder, como o ritual religioso e as músicas típicas. Já no que se refere às refeições judaicas, principalmente no Pessach, os ingredientes são muito mais do que uma simples comida no prato e todos os alimentos servidos possuem um significado especial:

  • Matzá – recorda a pressa com que nossos antepassados tiveram que sair do Egito. É costume colocar três matzot à mesa, que simbolizam as linhagens Cohen, Levi e Israel do povo judeu.
  • Vinho – símbolo de alegria. Durante o Seder se deve tomar quatro copos, que representam as quatro expressões de redenção mencionadas na Torá: “Eu vos tirarei (Hotsêti) de sob as cargas dos egípcios”; “e vos salvarei (Hitsálti) do seu serviço”; “e vos redimirei (Gaálti) com braço estendido e grandes juízos”; “e vos tomarei (Lacáchti) por Meu povo, e serei para vós Deus…” (Êxodo 6:6-7).

Na Keará shel Pessach (Bandeja de Pessach), deve conter os seguintes itens:

  •  Batsá (ovo cozido) – símbolo de luto, recorda a destruição dos Templos de Jerusalém. Seu formato simboliza também o fato de a vida “dar voltas”, ou seja, que da escravidão passamos a ser livres.
  •  Zeroá (osso de perna de boi ou frango) – assim como o ovo, recorda a destruição do Templo. O osso deve ser preferencialmente de perna, para simbolizar também a saída dos judeus do Egito.
  • Marór (erva amarga) – representa a amargura da escravidão no Egito.  Escarola ou alface para os Sefaradim e raiz forte entre os Ashquenazim
  • Karpás – ramos de salsa ou salsão entre os sefaradim. Salsinha, cebola e batata na mesa dos Ashquenazim – estão ligados ao renascimento, a liberdade e a esperança no futuro.
  • Charósset – simboliza a argamassa usada pelos escravos judeus na construção do Egito. É feita com maçãs raladas, nozes moídas, vinho tinto e canela.
  • Água salgada – representa todas as lágrimas do povo hebreu ao longo da história.

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Milhares de romeiros se reuniram ao redor do Altar Monumento para realização da missa campal (Foto: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)

250 mil pessoas, segundo a Brigada Militar,  foi o número de romeiros que caminharam os 2,2 KM da Catedral Metropolitana até a Basílica da Medianeira, na procissão à padroeira do Estado, Nossa Senhora Medianeira, na manhã do último domingo.

Para Maria Clara Neves, 48, que fez a caminhada de pés descalços pela segunda vez, foi a maior Romaria que já presenciou e crê que a manifestação religiosa irá crescer mais ainda nos próximos anos. “Minha prece na última Romaria foi atendida, as pessoas estão renovando sua fé com tempo e cada vez mais irão vir agradecer a mãe Medianeira”, completou a romeira.

A missa campal rezada pelo bispo auxiliar de Aparecida, Dom Darci José Nicioli, reuniu os milhares de romeiros que não se importaram com o sol e demonstraram fortes manifestações de fé. Francisco Pereira, 68, que veio de Cachoeira do Sul para a Romaria, enfrentou o sol durante a procissão e a missa para agradecer a padroeira pela cura de pneumonia no fim do ano passado. “Passei por tempos difíceis e, graças a Medianeira, hoje estou bem, então vim agradecer”, conta o agricultor que diz ter pretensão de vir nas próximas Romarias também.“Enquanto a saúde permitir, irei sempre agradecer a Nossa Senhora”, afirma.

Na tarde da próxima segunda-feira, 11 de novembro, a Diocese Sul Ocidental, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), realiza o lançamento da Cartilha de Prevenção e Enfrentamento à Violência Doméstica Contra as Mulheres. O texto foi desenvolvido pelo Serviço Anglicano de Diaconia e Desenvolvimento (SADD). Através da cartilha, a Igreja pretende colocar-se à disposição das autoridades envolvidas diretamente com a causa para, junto a essas instituições, prestar auxílio às vítimas e agressores.

O encontro ocorrerá às 17h, no Restaurante Divino, localizado na Avenida Rio Branco, Centro de Santa Maria. Além do Bispo Diocesano, o evento terá como convidadas a Drª. Débora Dias, titular da Delegacia da Mulher do município, e a Reverenda Elineide Oliveira, vinda de Rondônia, que contará a experiência com mulheres vítimas de violência, as quais ampara em uma casa de apoio na cidade de Ariquemes, no estado de Tocantins.

Após a reunião, a Igreja oferece um coquetel aos participantes. A comunidade santa-mariense está convidada para o lançamento.

A partir de 1971, setembro passou a ser considerado pela Igreja Católica como o mês da Bíblia. A data que inspirou esta escolha foi 30 de setembro, data da morte de São Jerônimo, no ano de 420 d.C. São Jerônimo traduziu a Bíblia do hebraico e grego para latim, tradução chamada de VULGATA. Além de ser apaixonado pela Bíblia, foi presbítero, escritor, filósofo, retórico, teólogo, gramático, historiador, exegeta, dialético e doutor como ninguém nas Sagradas Escrituras.

O teólogo estudou as línguas originais para entender as Escrituras e assim, traduziu com precisão os textos inspirados. Para ele, quem ignorava a Bíblia, ignorava a Cristo, pois Cristo é o poder e a sabedoria de Deus, revelado nas Escrituras. Diante de sua dedicação ao estudo da Palavra de Deus, a Igreja Católica declarou São Jerônimo padroeiro dos estudos bíblicos.

O corpo discente do Centro Universitário Franciscano é composto por alunos de diferentes religiões, porém a maioria não lê a Bíblia. De quarenta e sete jovens que estudam na Instituição, apenas nove leem e 39 mencionaram que não tem o costume de ler as Escrituras Sagradas.

De acordo com a teóloga Elisete Souza, 45 anos, os jovens da atualidade não leem a Bíblia porque não foram ensinados e porque o Livro Sagrado não é mais considerado a verdade que revela Deus e o seu propósito para a humanidade. “Por vivermos em um país eclético e laico, onde a diversidade religiosa e a relatividade tem tomado força, a Bíblia tem se tornado apenas uma opção de fé e até mesmo um preconceito religioso”, comenta.

A teóloga acredita que a Bíblia influencia o comportamento da juventude. Ela afirma que a leitura bíblica estabelece nos jovens os valores criados por Deus e afirma que todos aqueles que seguem suas orientações terão suas vidas livres dos males que atuam tão precocemente na sociedade, como o desrespeito, a degradação física e moral, a violência, a dependência química, a desestruturação familiar, etc.

O Frei Valdir Pretto, responsável pelo SER Unifra, trouxe a celebração para o calendário universitário. Ele convidou a todos os colaboradores, professores e alunos a meditarem na Palavra de Jesus Cristo durante esse mês. “Em nossas reuniões, faremos memória do conhecimento que se encontra no Livro Sagrado, retratando a história humana abençoada por Deus através dos tempos, desde o Antigo até o Novo Testamento”, declarou.

Para o Frei, a leitura bíblica é importante para uma compreensão correta sobre a luta pela vida. “O ser humano atravessa por desertos, vales de lágrimas, escuridões e sofrimentos, porém, a Luz se faz presente quando nele existe a fé que se traduz no amor, na caridade, na solidariedade em vista do bem maior: a vida, protegida e abençoada por Deus” finalizou.

No dia 12 de agosto acontecerá uma celebração Eucarística – Missa, às 17:45h, na Capela Sant’Anna, para comemoração da data com toda a comunidade acadêmica.

Jovens reunidos para orar por Santa Maria. Foto: Divulgação.

Cerca de cinco mil pessoas, a maioria jovens, se reuniram no evento gospel “Coração Louva” para orar pela cidade de Santa Maria no feriadão de Páscoa. A intenção da organização era trazer alegria e mobilizar a fé da juventude entristecida pela maior tragédia do Rio Grande do Sul.

Foram quatro dias de adoração a Deus através de músicas e ministrações com a presença do cantor Oséias Costa, de Santa Maria, do carioca Davi Saccer, do pastor Lúcio Barreto Júnior, Belo Horizonte, e das bandas Filhos do Homem (Paraná) e The Chinelo Brothers.

O pastor Lucinho, como é conhecido, tem um ministério que alcança jovens do Brasil e do mundo através da linguagem próxima deles. Bem-humorado, dá conselhos que levam a um comportamento saudável, e aproveita a popularidade nos sites de redes sociais, onde tem 170 mil seguidores, para interagir com fiéis. “Estou nas redes sociais porque é lá que os jovens estão”, declara o pastor Lucinho.

O Coração Louva foi promovido pela OMESM (Ordem dos Ministros Evangélicos de Santa Maria). Segundo o pastor Jaderson Maretoli, organizador do evento, Santa Maria precisa voltar a ter alegria após a perda dos 241 jovens. “A cidade é o coração do Rio Grande e esse coração chora a perda. Mas Santa Maria não vai mais ser conhecida como a cidade da tragédia e sim como um lugar de esperança e recomeço”, enfatiza o religioso.

Segundo a professora Liziane Pereira, uma das organizadoras, o grande propósito desses dias de evento é reanimar Santa Maria. “Nunca mais vamos esquecer aquelas vidas, mas a cidade precisa voltar a sorrir” comenta..

A maior tragédia do Rio Grande do Sul aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2012 na boate Kiss. Duzentos e quarenta e um jovens perderam a vida em consequência de um incêndio provocado por um sinalizador utilizado pelo vocalista da Banda Gurizada Fandangueira. A Boate Kiss funcionava de maneira irregular e não havia saídas suficientes para o número de frequentadores naquela noite.

Por Luísa Neves