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sustentabilidade

Estilo de vida a favor de outras vidas

Para além do vegetarianismo, o veganismo é um estilo de vida e um modo de ser e pensar em todas as áreas da sociedade e em si, como indivíduo. Na prática, além de repensarem suas formas

Feicoop conta com apoio da comunidade para ser realizada

Prevista para ocorrer de 11 a 14 de julho, a Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop), que completa 26 anos em 2019, costuma dar à Santa Maria o título de capital latino-americana do cooperativismo. Mesmo a potência

Consumir de forma sustentável é uma necessidade

O conceito de sustentabilidade ainda é bastante discutido e passou a ser utilizado de forma banalizada nos últimos anos. O significado está relacionado com a sobrevivência envolvendo recursos naturais, desenvolvimento econômico e a própria sociedade. A

A lição do “R” para um estilo de vida consciente

Desde a década de 1990 ouvimos falar do “princípio dos três R’s da sustentabilidade”, que tem como pilares os verbos Reduzir, Reutilizar e Reciclar, apresentados na Agenda 21. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, essa conjuntura

As potências dos Sistemas Agroflorestais

Um assunto recorrente no atual contexto político do Brasil é, sem dúvida, a problemática ambiental. Desde o final das eleições, as redes sociais e outros meios de divulgação de notícias foram bombardeados por declarações polêmicas de

UFN abre salas de exposições durante o vestibular

Enquanto os vestibulandos estão concentrados realizando a prova, os familiares esperam nos ambientes da UFN. Pensando nisso, a Instituição realiza atividades paralelas; uma delas é a exposição “Brincando Moda”, que está montada no prédio 14, do Conjunto III,

Garimpo da Moda reforça a sustentabilidade

Sustentabilidade é a nova moda, trocar, reinventar, customizar são pequenas coisas que podem ser feitas para uma maior economia no bolso e de recursos naturais. Optar por brechós e garimpos pode ser uma saída para aqueles

O colégio Tiradentes apresentou, por meio de seus alunos de ensino médio, projetos que trabalham a sustentabilidade. Com estes exemplos, encerramos a série de textos sobre as pesquisas que a comunidade pode conhecer na Jornada do Meio Ambiente, JIMA, que ocorreu na UFN na segunda-feira passada, dia 6 de junho. Confira a seguir.

Cultivando o Amanhã 

 O Projeto Cultivando o Amanhã, dos alunos do Colégio Tiradentes de Santa Maria, tenta, de forma simples, disseminar ideias sustentáveis que possam ser aplicadas no cotidiano. Devido à pandemia de COVID-19, a forma encontrada para a execução foi através das redes sociais. “Desenvolvemos pesquisas e criamos vídeos sobre diversos assuntos que foram desde a separação de lixo ao descarte correto do lixo eletrônico”, comenta Rafaela Tamiosso, aluna do segundo ano do ensino médio. 

O trabalho dos estudantes visa a produção de vídeos para conscientização. Imagem: Petrius Dias.

O foco na utilização do Instagram vem de uma pesquisa realizada pelo Poder360, que revela que cerca de 81% dos jovens utilizam a plataforma, sendo a mais utilizada por este público atualmente. Dentro da rede, os alunos realizaram processos de pesquisa, roteirização, edição e criação de layout para postagens. Por fim, além da vinculação ao Instagram, o projeto também foi apresentado para cerca de 180 alunos do colégio e no espaço de reunião do Projeto Tribos. 

O Tribos é um projeto vinculado à Unesco com foco na ação social. Busca operar por meio de crianças e adolescentes que queiram transformar a realidade da sua região. Os encontros, realizados de forma online, propõem a ação em diferentes temáticas.  

  Semeando a Solidariedade 

 O Projeto Semeando a Solidariedade foi criado pelos alunos do Colégio Tiradentes de Santa Maria e tem o foco na reciclagem como forma de cuidado com o meio ambiente. A ideia central foi a criação de vasos de plantas, produzidos com garrafas pet recicladas, para o cultivo em locais com pouco espaço. “A ideia de utilizar os recipientes pequenos foi pensando nas pessoas que moram em apartamentos ou lugares com o espaço bastante limitado. Além disso, desenvolvemos vasos autoirrigáveis, pensando nas pessoas que, por causa dos afazeres do cotidiano, podem vir a esquecer do cultivo”, comenta Lorenzo Krewer, membro do projeto. 

 O objetivo do Semeando a Solidariedade é desenvolver o espírito de coletividade em meio às incertezas trazidas pela pandemia. Além disso, os alunos também buscaram alternativas de despertar a consciência sobre a poluição do meio ambiente e sobre a reciclagem por meios criativos. A escolha do material ocorreu por meio de uma pesquisa realizada em cima do descarte inapropriado do PET, material que pode ficar até quatro séculos até se decompor na natureza.  

O projeto trabalha com possibilidades de reciclagem. Foto: Petrius Dias

 Como resultado, o projeto alcançou aproximadamente 120 pessoas através de palestras e doações dos vasos. Ao serem doados, os membros do grupos também ensinam como produzir hortas, levando assim o conhecimento ao público. O projeto realizado pelos alunos foi desenvolvido a partir de ideias propostas no Tribos, projeto vinculado à UNESCO com foco na ação social. Busca opera por meio de crianças e adolescentes que queiram transformar a realidade da sua região. Os encontros, realizados de forma online, propõem a ação em diferentes temáticas.  

 

A ACS está publicando essa semana uma série de textos sobre a Jornada Integrada do Meio Ambiente. Veja aquiaqui e aqui o que já foi publicado na série sobre a JIMA. Este é o último texto.

  • Texto e fotos produzidos durante o primeiro semestre de 2022 pelo acadêmico Petrius Dias, na disciplina de Jornalismo Especializado do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana.

Para Bruna, entre tantos outros motivos para ser vegana, o amor pelos animais é um dos principais. Na foto, em aula prática do curso de Medicina Veterinária Foto: arquivo pessoal

Imagens: Raw Pixel

Para além do vegetarianismo, o veganismo é um estilo de vida e um modo de ser e pensar em todas as áreas da sociedade e em si, como indivíduo. Na prática, além de repensarem suas formas de consumir, subsistir e viver, os adeptos do veganismo lutam pela causa, desde os pequenos atos particulares do dia a dia.

O termo foi cunhado na década de 1940 e tem adeptos ao redor do mundo. No Brasil, tem se popularizado e conquistado muitos membros  nos últimos anos. Marcas de vestuário e cosméticos, restaurantes, dentre outros nichos de mercado, já tem se segmentado para atender a este público que cresce e requer cada vez mais espaço.

A acadêmica de Medicina Veterinária Bruna Carnelosso, 21 anos, é vegetariana há oito anos e vegana há mais de três.

Para Bruna, ser vegano é…

Respeito

Veganismo é, para mim,  sinônimo de respeito. Respeito à natureza, aos animais e, sobretudo, aos direitos destes: de ser livre, se não sentir dor e desconforto, de poder exercer seu comportamento natural, de não ser explorado… de viver!

Luta

Veganismo também é luta. É lutar pelos direitos daqueles que não têm voz. É lutar por um consumo mais consciente e empático. Lutar para ser ouvido no meio dessa sociedade tão dura, que não se importa com minorias, com quem pensa diferente. É cansativo às vezes, mas não é difícil quando você pensa que, aos pouquinhos, você está mudando o mundo.

Consciência

Estamos tão acostumados a viver no automático que, às vezes, não questionamos nada ao nosso redor, mesmo que algumas dessas coisas nos pareçam erradas. Afinal, não é um pouco hipócrita amar os animais e contribuir com uma indústria que mata, maltrata e subjuga esses seres em sua grande maioria? Penso que quando abrimos nossas mentes para pensar nessas questões, estamos fazendo um exercício que pode contribuir a nos tornarmos seres humanos melhores em muitos aspectos.

Alternativa

Optar ou não pelo veganismo é uma escolha de cada um. É uma escolha muitas vezes difícil, pois geralmente somos acostumados desde pequenos a consumir produtos animais, seja na alimentação, vestuário ou outros produtos que nem imaginamos que contém substâncias derivadas de animais. É importante então mostrar para as pessoas que existe essa opção, que existem alternativas para substituir esses usos e popularizar esse estilo de vida cada vez mais, para que assim, futuramente, talvez esta não seja uma decisão tão difícil de tomar.

Amor

Há muitas formas de expressar o amor, e penso que optar pelo veganismo é uma delas. Afinal, há muitas vantagens nesse estilo de vida: para a natureza, para os animais, para nossos próprios corpos. E optar por uma alternativa melhor para todos é um ato de amor também.


Ninguém é apenas o nome, idade, formação, profissão ou naturalidade. Somos um conjunto de infinidades. Entre tudo o que te identifica, qual é a sua parte favorita? Você também pode fazer parte deste projeto ou indicar alguém que é excelente numa área bem diferente da formação ou profissão, um especialista (ou quase) pela vivência.

A acadêmica de Jornalismo Gabriele Bordin desenvolveu o Projeto Experimental em Jornalismo, no curso de Jornalismo da UFN, durante o primeiro semestre de 2020. O projeto foi orientado pela professora Glaíse Palma e teve uma história por semana publicada neste espaço.

Leia as matérias do projeto Lado B:

Garimpo da Moda na UFN. Foto: Denzel Valiente/LABFEM

Com a intenção de promover o desapego e a troca de roupas que estão guardadas e sem uso, nesta tarde de segunda-feira, 10 de junho, os alunos do Design de Moda da Universidade Franciscana, estão promovendo mais um Garimpo da Moda.

A professora de Publicidade e Propaganda e também coordenadora do Garimpo, Caroline Brum, conta que objetivo da iniciativa é a promoção da moda sustentável e o ciclo de recompra de terceira, quarta mão. “A real de consumir sem entrar na onda coleção do ano”, afirma Caroline.

A aluna de moda Luana Medeiros também pensa que é importante praticar o desapego, devido ao consumo, isso faz com que se crie uma maior consciência das coisas. “Tu pegar roupas de pessoas que já usaram bastante e dar uma nova utilidade para elas” finaliza.

 

Prevista para ocorrer de 11 a 14 de julho, a Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop), que completa 26 anos em 2019, costuma dar à Santa Maria o título de capital latino-americana do cooperativismo. Mesmo a potência que representa pelo grande número de pessoas que atrai, cerca de 300 mil por edição, a feira tem enfrentado dificuldades para conseguir toda a estrutura necessária para a sua realização. Isso porque a estrutura de lonões, onde ocorrem os debates e oficinas que envolvem formações e discussões de políticas públicas referentes à sustentabilidade, meio ambiente e economia solidária, é uma das mais caras para bancar.

Devido às dificuldades em captar recursos governamentais e projetos com outras entidades, o Projeto Esperança/Cooesperança e a Cáritas, responsáveis pela organização da Feicoop, lançaram uma campanha de financiamento coletivo cujos recursos serão destinados para a estrutura física e logística da feira. A campanha “Juntos pela Feicoop” recebe colaborações pelo site da Cáritas ou por meio de depósito bancário  em conta do Banco do Brasil (Agência 0010-8, Conta 26.292-7). Qualquer valor é bem-vindo.

O texto de divulgação da campanha destaca a participação de vários países anualmente na Feicoop que tem por objetivo promover a geração de trabalho e renda, a partir de uma economia mais justa e solidária. “Seja doador e participe desta transformação, garantindo que centenas de famílias tenham a oportunidade de buscar o seu sustento e qualidade de vida.”

É possível acompanhar informações sobre a Feira e sobre a campanha pela fanpange da Feicoop no Facebook. Diversos vídeos com depoimentos de pessoas que vivem da economia solidária e de pessoas que apoiam e acreditam na ideia têm sido publicados. E para quem quiser conhecer mais sobre a feira, a TV OVO produziu um documentário chamado Cultura de Afetos, que retrata a teia de vidas e histórias que constroem essa bonita história.

Sinopse:

Transformar o modo de vida, formar coletivos e desenvolver a conscientização sobre economia solidária pela educação popular. É a partir da Feira Estadual do Cooperativismo, em Santa Maria, que, há 25 anos, as redes de solidariedade se conectam pelo mundo e se entrelaçam numa cultura de afetos que defende a diversidade e a sustentabilidade. É uma luta de resistência que promove políticas públicas para o país desde os pequenos produtores aos prossumidores.

Orangotangos em extinção em Bornéus. Foto: E-smile/Pixabay

O conceito de sustentabilidade ainda é bastante discutido e passou a ser utilizado de forma banalizada nos últimos anos. O significado está relacionado com a sobrevivência envolvendo recursos naturais, desenvolvimento econômico e a própria sociedade. A base do conceito vem de uma expressão britânica chamada Triple Bottom Line constituído de três pilares: econômico, social e ambiental, em que para qualquer empreendimento ser viável precisa ser socialmente justo, ambientalmente responsável e economicamente lucrativo.

A versão mais difundida do termo está associada ao desenvolvimento sustentável, apresentado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1987, pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente. O documento ficou conhecimento como Relatório Brundtland, nome da presidente da conferência, a então primeira ministra norueguesa Gro Harlem Brundtland. A definição de desenvolvimento sustentável refere-se a “satisfazer as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir as suas próprias necessidades” e está diretamente relacionado com o consumo.

As discussões da ONU foram consequência da publicação do estudo Limites do crescimento, em 1972, pelo Clube de Roma, considerado um marco na história do pensamento ambientalista. O livro foi o primeiro estudo sobre a possibilidade de esgotamento de recursos para a existência humana.

 Impacto da produção de alimentos baseada em monocultura

A cada ano diferentes tipos de alimentos são identificados como “super” alimentos e se tornam os “queridinhos” das dietas. No entanto, em muitos dos casos são produtos exóticos – pouco conhecidos ou produzidos em regiões específicas – em que o aumento da procura muda a economia da região produtora. Isto pode ter benefícios econômicos, mas também grande impacto ambiental.

Grão da Quinoa.Foto: Susana Martins/Pixabay

A quinoa, por exemplo, em 2013 foi declarada como Alimento do Ano pelas Nações Unidas, por meio da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO[1]). O que era um alimento tradicional da região dos Andes, produzido, principalmente, na Bolívia, Peru e Equador por pequenos agricultores e consumido na América do Central e do Sul, passou a ser produzido para exportação. O preço do grão para consumo local ficou elevado e mais moradores começaram a produzir visando lucro da exportação afetando outras atividades agrícolas. Estudos na região, divulgados pela própria FAO, identificaram a diminuição das variedades cultivadas e a degradação da terra nos três primeiros anos provocando a diminuição também de animais como as lhamas.

As consequências do crescimento desenfreado do consumo de determinados produtos são ainda maiores no caso do óleo de palma. Atualmente pesquisas já associam o consumo do óleo ao aumento de algumas doenças, revelando ainda o lado menos saudável. O óleo de palma é atualmente o óleo mais produzido no mundo e a indústria que causa maior destruição mundial de florestas tropicais. Utilizado em alimentos, cosmética, estética, produtos químicos e combustíveis, a produção óleo de palma ameaça pequenos agricultores, tribos nativas e animais como orangotangos[2] – metade da população de orangotangos de Bornéus, na Ásia, foi exterminada nos últimos 16 anos.

Palmeiras. Foto: Bishnu Sarangi /Pixabay

O Greenpeace (2018[3]) revelou, em relatório, que 130 mil hectares de floresta tropical foram desmatados de 2015 a 2018, sendo que 40% do desmatamento foi na Indonésia, na província de Papua. A exploração do óleo de palma afeta diferentes regiões do planeta e comunidades locais, como denuncia a Rainforest[4], emitindo elevada concentração de gases de efeito estufa, desde a produção ao transporte.

 Consumo de impacto positivo

Socialmente justo, ambientalmente responsável e economicamente lucrativo requer a valorização da produção local. Mas podemos pensar o incentivo ao consumo local em vários níveis e não necessariamente somente no nosso bairro. O turismo é um dos grandes exemplos quando se refere ao impacto do consumo local. Não é à toa que em muitas regiões os moradores têm protestado contra o turismo de massa. Neste sentido, priorizar o empreendedorismo local fortalece a comunidade e valoriza também a cultura.

A preferência por restaurantes locais e comidas de rua do que comer em fastfood internacionais. A hospedagem pode ser em pousada e alojamento local, ao invés de grandes redes hoteleiras. Na hora de comprar lembrancinhas, por exemplo, pode optar pelo artesanato local, o que vai dar ainda autenticidade ao produto e possibilitar o contato direto com os artesãos. Ações que contribuem para melhorar a experiência da própria viagem.

 Consumo consciente requer pesquisa

No âmbito do consumo de produtos de multinacionais procure sempre pelos selos de comércio justo. Existem diversas organizações mundiais como a Organização Mundial do Comércio Justo (WFTA -World Fair Trade Association) e o selo das Organizações Internacionais de Rotulagem do Comércio Justo (FLO Internacional – Fair Trade Labelling Organisations International).

No Brasil, a realização do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, em 2003, é considerado o ponto de partida nas mobilizações, encontros e a construção de estratégias do campo da Economia Solidária. Na ocasião, se consolidou o Fórum Brasileiro da Economia Solidária[5]. No mesmo ano, foi surgiu a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), criada no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego.

O princípio da economia solidária é que os benefícios da atividade econômica estejam ao alcance dos trabalhadores, uma forma de organização da produção, consumo e distribuição da riqueza, caracterizada pela igualdade e valorização do humano, articulando as dimensões econômicas, políticas e sociais.

A cidade de Santa Maria é referência quando se trata de economia solidária e acolhe a realização da Feira Latino Americana de Economia Solidária e a Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop comemorou 25 anos, em 2018) realizadas anualmente no mês de julho.

Além dos benefícios econômicos em se investir na produção local, é também mais sustentável ao reduzir o impacto dos transportes e, ainda, saudável consumir produtos da época e da região. Estima-se que em Santa Maria, por exemplo, existem em torno de 15 feiras de hortifrutigranjeiros e produtos coloniais. Pesquise sempre a melhor opção de acordo com as suas necessidades. Em diversas cidades é possível comprar cestas de produtos orgânicos até para entrega em casa ou no trabalho, surgindo, assim, novas oportunidades de negócio.

[1] http://www.fao.org/home/en/
[2] https://www.bbc.com/portuguese/geral-44745555
[3] https://www.greenpeace.org/international/publication/18455/the-final-countdown-forests-indonesia-palm-oil/
[4]https://d3n8a8pro7vhmx.cloudfront.net/rainforestactionnetwork/pages/17708/attachments/original/1493246815/RAN_PepsiCo_Profits_Over_People_Planet.pdf?1493246815
[5] http://fbes.org.br/

 

 

Alice Dutra Balbé,  doutora em Ciências da Comunicação e mestre em Informação e Jornalismo pela Universidade do Minho, Portugal,  jornalista egressa UFN.

 

 

Foto: Annca – Pixabay

Desde a década de 1990 ouvimos falar do “princípio dos três R’s da sustentabilidade”, que tem como pilares os verbos Reduzir, Reutilizar e Reciclar, apresentados na Agenda 21. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, essa conjuntura tem como foco a não-geração de resíduos, estímulo ao consumo sustentável para conter o desperdício e poupar os recursos naturais, ou seja, propostas de alteração aos padrões de consumo (como refere o Capítulo 4 do documento)[1]. Contudo, a ordem dos termos acabou sendo invertida, se falando mais em reciclagem no que nos demais termos, mesmo com a inserção de novas iniciativas.

O documento, que ficou conhecido como Agenda 21, é resultado da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, também conhecida como Rio-92, Eco-92 ou Cúpula da Terra. As referências a essa expressão dos R’s podem ser encontradas também como “políticas dos R’s” ou “diretrizes” propostas pela Agenda. Em 2019, continuam atuais e necessárias mudanças estruturais, principalmente na gestão de resíduos, apesar da Política Nacional de Resíduos Sólidos de 2010 (Lei nº 12.305/10). Lembrando que os lixões a céu aberto deveriam ter sido extintos em 2014.

O termo que deveria ser o foco principal é Reduzir. O primeiro e mais importante verbo pode ser encarado como o maior desafio. É ele que provoca uma avaliação pessoal do consumo versus consumismo, a necessidade versus vontade (ou ostentação, para usar palavras do momento). Reduzir o uso de transporte individual, o consumo de carnes e derivados animais, as compras impulsivas, o desperdício de energia, compras de grandes empresas para valorizar o comércio local e justo, são alguns exemplos.

Apesar de ser uma expressão que parece semelhante com a reciclagem, Reutilizar significa otimizar ao máximo a finalidade de determinado “produto” antes do descarte, prolongar a “vida útil”. Ainda que o descarte seja feito de forma adequada, é possível adiá-lo com a reutilização. Não existe o “jogar fora”. Além disso, não são apenas objetos que podem ser reutilizados, a água e alimentos, por exemplo, também podem ser reaproveitados.

Para poder Reciclar, em primeiro lugar, é preciso que se faça a coleta seletiva[2] e que seja eficiente. A reciclagem é o processo de transformação dos resíduos em novos materiais. Ou seja, é uma alternativa, mas não é a solução. No Brasil, os índices de reciclagem são bastante baixos, de acordo com estudo do Compromisso Empresarial para Reciclagem, o Cempre (2018)[3], somente 22% dos municípios tem programas de coleta seletiva.

Segundo estudos do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), 40% dos resíduos gerados tem destino inadequado. Anualmente no país, são produzidos 78,3 milhões de toneladas de resíduos sólidos, com mais de 10 milhões de toneladas procedentes do plástico. Isso significa que haveria um retorno de 5,7 bilhões de reais à economia se o plástico produzido fosse reciclado. Justamente pelo valor econômico, desde 2001 o Brasil vem sendo líder na reciclagem do alumínio. Estima-se que em 2017, somente com a etapa da coleta da latinha, mais de 1,2 bilhão de reais foi injetado na economia e recicladas 97,7% das latas vendidas no ano, de acordo com a Associação Brasileira do Alumínio. São toneladas de resíduos que voltaram a ser utilizados e não foram parar nos lixões e aterros nem nas águas e solo.

No mesmo sentido, poderíamos falar em mais alguns verbos, a começar pela Recusa de produtos com embalagens plásticas, brindes e sacolas de supermercado, isopor (que apesar de reciclável não é um processo economicamente viável), produtos que prejudiquem a saúde e o ambiente, empresas que não tenham compromisso ético-ambiental.

Repensar ou refletir (como sugere o Instituto Akatu[4]) sobre a real necessidade de aquisição ou uso de determinado produto. Questione-se. O Instituto Akatu, inclui ainda outros quatro R’s: Respeitar, a si e outras pessoas, o trabalho, os animais e plantas, o ambiente; Reparar, consertar objetos e as relações; Responsabilizar-se por suas ações, os impactos bons e ruins, por sua cidade, entre outros; e Repassar informações que ajudem a difundir a prática do consumo consciente.

Enfim, todos esses R’s indicam um caminho para o consumo consciente. Com todas as letras são necessárias iniciativas individuais e coletivas, sobretudo de cobrança do poder público e na eleição de representantes que valorizem essa pauta.

Alice Dutra Balbé,  doutora em Ciências da Comunicação e mestre em Informação e Jornalismo pela Universidade do Minho, Portugal,  jornalista egressa UFN.

[1] http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-global/item/606.html
[2] http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/catadores-de-materiais-reciclaveis/reciclagem-e-reaproveitamento  (coleta seletiva)
[3] http://cempre.org.br/ciclosoft/id/9
[4] https://www.akatu.org.br
 

Um assunto recorrente no atual contexto político do Brasil é, sem dúvida, a problemática ambiental. Desde o final das eleições, as redes sociais e outros meios de divulgação de notícias foram bombardeados por declarações polêmicas de alguns assessores e ministros do presidente eleito Jair Bolsonaro, que assumirá o executivo no início de 2019, sobre o futuro das discussões ambientais. Em um dos seus depoimentos ao jornalista José Luiz Datena, por exemplo, Bolsonaro já havia avisado que, no que dependesse dele, não existiriam mais demarcações para terras indígenas no Brasil.  Essas discussões levantaram alguns assuntos específicos sobre a agricultura, como os malefícios de se utilizar a monocultura como meio principal de cultivo.

As monoculturas são sistemas em que apenas uma espécie é produzida em uma área de campo e, assim, a biodiversidade animal e o solo são prejudicados, pois falta renovação. Há uma escassez de nutrientes na região onde ela é utilizada, gerando maior contaminação pelo acúmulo de inseticidas, o que torna o terreno acessível a pragas que se tornam mais resistentes, devido a ausência de biodiversidade no ecossistema. Conforme relata Matheus Gazzola, 21 anos, estudante de Engenharia Florestal na Universidade Federal de Santa Maria, “Por que a agricultura convencional é fácil? Porque é um pacote tecnológico, é uma receita de bolo”, afirma Matheus. Ele continua: “Tu faz uma análise do teu solo, recomenda adubação, pega o pacote de semente na agropecuária, consegue a máquina e o combustível, vai lá e vira aquele solo, pulveriza tudo, destrói tudo… É mais fácil ser destrutivo”.

Em contrapartida, apresentando outros modelos mais sustentáveis de cultivo, como os da agrofloresta, que seria uma prática da agroecologia, Gazzola explica que “a agrofloresta seria basicamente uma espécie de consórcio, onde você coloca componentes agrícolas junto com alguns componentes florestais, tendo como objetivo o nascimento de árvores frutíferas, sejam elas nativas ou exóticas, associando espécies anuais com espécies bianuais e também espécies perenes que se mantém de cinco a dez anos em um ciclo.” Para Matheus, é importante ressaltar que a construção da agrofloresta não é moda ou inovação, ela demora anos para ser cultivada e vem sendo feita pelos povos das florestas há séculos.

Mais do que pesquisas e experimentos, a agroecologia tem sido adotada como filosofia de vida. Foto: Matheus Gazzola.

 

A importância da agroecologia como uma opção sustentável

A agroecologia é um conceito desenvolvido pelo pesquisador Sir Albert Howard, em 1934. No período entre as décadas de 1960 e 1980, com as reivindicações por práticas de agricultura sustentável, o termo “agroecologia” passou a ser utilizado para representar a agricultura que incorpora as dimensões sociais, culturais, éticas e ambientais. Ela é uma ciência que pretende superar os danos causados à biodiversidade e à sociedade como um todo devido a prática da monocultura, do emprego dos transgênicos, dos fertilizantes industriais e dos agrotóxicos.

Conforme declara Camila Andrzejewski, estudante de Pós graduação em Engenharia Florestal na UFSM, “o que a gente vê durante o curso sobre agrofloresta é que acontece uma tentativa de reprodução dos processos da natureza, como se fosse uma imitação da floresta, ou seja, uma quantia múltipla de diferentes culturas, com biodiversidade presente”.

Ela continua o relato dizendo que onde se tem interação entre plantas, entre diferentes culturas em uma área de vegetação, também há uma relação de interação com a fauna, o que gera uma melhor qualidade no solo, por meio da adubação natural – sem agrotóxicos e insumos industrializados. Após a plantação das árvores, a poda é realizada e o material verde vindo da poda aduba as próximas culturas que serão plantadas na área do sistema agroflorestal.

A opção sustentável da agrofloresta se faz importantíssima para a reparação do ambiente e também para o resgate de algumas espécies que, com a monocultura, acabam correndo um maior risco de extinção pela perda de habitat, Gazzola assegura que “é sempre bom manter a biodiversidade, o solo coberto e também manter sempre uma diversificação de espécies, entendendo o papel que cada uma apresenta no ecossistema.” Em suas pesquisas sobre a agroecologia, o suíço Ernst Göstch já alertava que o consórcio de espécies pode fornecer diversos alimentos para o solo, confirmando o que foi explicado por Matheus.

Conforme nos contou a estudante de engenharia florestal, Bruna Mazzaro, alguns estudiosos da agroecologia tem uma consideração um pouco mais profunda sobre a Agroecologia, “muitas pessoas veem a Agroecologia como uma “filosofia de vida”, e não como ciência e campo tecnológico. Os princípios básicos da ciência agroecológica são baseados no respeito.”

A estudante ainda complementa que, “levando em conta o respeito e outros princípios das Agroflorestas, elas também favorecem a autogestão na comunidade e na unidade produtiva, de forma que as práticas utilizadas e as técnicas empregadas sejam culturalmente sensíveis, socialmente justas, ambientalmente corretas e economicamente viáveis, de maneira que a comunidade produtora tenha sua cultura e dinâmica social respeitada, assim como seus direitos assegurados”.

Texto de Tiago Ferreira, para a disciplina de Jornalismo Especializado do Curso de Jornalismo da UFN, ministrada pela professora Carla Torres, durante o 2º semestre de 2018.

A mostra é realizada pelo curso de Design de Moda da UFN. Fotos: Lucas H. Linck.

Enquanto os vestibulandos estão concentrados realizando a prova, os familiares esperam nos ambientes da UFN. Pensando nisso, a Instituição realiza atividades paralelas; uma delas é a exposição “Brincando Moda”, que está montada no prédio 14, do Conjunto III, na sala Sala de Exposições Angelita Stefani (Imas). A mostra é resultado do Projeto Brincando Moda, realizado pelo Curso de Design de Moda da Universidade Franciscana. São reutilizados os descartes de jeans e acessórios para a criação de novos modelos. O projeto é desenvolvido no Lab 512 e conta com a participação de alunas e a colaboração de Antoninha Pedroso da Rosa, costureira do laboratório. O Brincando Moda teve início em agosto deste ano, e foi realizado um desfile com cerca de 30 crianças nos primeiros dias de novembro.

Ciria Moro, curadora da mostra “Brincando Moda”. Fotos: Lucas H. Linck.

De acordo com Círia Moro, curadora da mostra, algumas crianças que desfilaram, já reservaram as roupas que estão na exposição. Trata-se de uma espécie de “leilão”, qualquer pessoa pode adquirir as peças, a partir do lance inicial de 10 reais. “O valor arrecadado através das vendas, será destinado à instituições que trabalham com assistência a crianças”, salienta Círia.

Além das visitações na tarde do vestibular, a exposição está aberta de segunda a sexta, das 14h às 18h e, nas terças e quintas, das 9h às 12h. As peças infantis poderão ser visitadas até o dia 30 de novembro.

Foto: Paula Siqueira/LABFEM

Sustentabilidade é a nova moda, trocar, reinventar, customizar são pequenas coisas que podem ser feitas para uma maior economia no bolso e de recursos naturais. Optar por brechós e garimpos pode ser uma saída para aqueles que querem estar na moda e manter a consciência ecológica.

Com este pensamento os acadêmicos do curso de Design de Moda da UFN estão promovendo, nesta terça-feira (6) e quarta-feira (7), mais uma edição do Garimpo da Moda, no Hall do prédio 15, Conjunto III. O brechó acontece das  9h  até as 18h.

Segundo a aluna do curso de moda Elissandra Marques da Costa, a participação no brechó é aberta para qualquer aluno vinculado a instituição que queira desapegar de suas roupas, sapatos e acessórios. Eles precisam estar em bom estado, e a própria pessoa estipula um valor justo, as peças também podem ser trocadas com outras pessoas. A iniciativa promove a sustentabilidade e o reaproveitamento, tema muito discutido no curso de Design de Moda.

 

Troca e venda de roupas, acessórios, livros e muito mais.

Dias 06 e 07 de novembro

Horário: das 9h às 18h

Hall do prédio 15

As obras mostram a importância da relação com a vida no planeta. Foto: Felipe Cardias/LABFEM

A exposição ‘Francisco e o Educar para o Sentido da Sustentabilidade’, que aborda o tema ‘Sustentabilidade da Vida’, começou no dia 2 de maio e vai até o dia 18, na Sala de Exposição Angelita Stefani, no Conjunto III da Universidade Franciscana(UFN).

As 24 obras expostas foram produzidas nas Instituições Franciscanas de Educação Básica e no ensino Superior situadas em todo o país. A temática é a mesma do 7º Congresso Nacional das Escolas Franciscanas – São Francisco e a educação para a sustentabilidade – e fizeram parte de atividades pedagógicas com a participação de grupos de professores e estudantes.

Os materiais expostos foram produzidos com materiais recicláveis, as obras tridimensionais reproduzem o eco da mensagem de São Francisco de Assis, o padroeiro da ecologia, mostrando o quão importante é nossa relação com a vida do planeta.

Obra exposta da Sala Angelita Stefani. Foto: Felipe Cardias/LABFEM

As obras estão distribuídas em três temas específicos: a figura de São Francisco de Assis, os Elementos da Natureza e trabalhos que priorizam o Enfoque Espiritual como processo formativo humano.

 

As visitas a exposição podem ser feitas de segunda à sexta-feira, entre 14h e 18h, e nas manhãs de terça e quinta, das 9h ao meio dia.