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Dia do Cinema Nacional

Nesta quinta-feira (5) é comemorado o Dia Nacional do Cinema. Embora seja reconhecido oficialmente pela Ancine no dia 19 de junho, há discussões em relação ao período. A data, em novembro, lembra a primeira exibição cinematográfica pública do Brasil, que ocorreu em 1896. As produções nacionais, desde da década de 30, têm exibição garantida em função da Cota de Tela.

O decreto foi instituído com o objetivo de permitir uma maior difusão cinematográfica nacional. Inicialmente, as salas de cinema tinham de exibir pelo menos um filme nacional por ano. “Naquela época se tinha a preocupação com essa questão de definir algumas questões de sentimento nacional, então se instaurou essa lei para fortalecer e da vasão as produções nacionais”, explica o professor Alexandre Maccari, pesquisador de História do Cinema. Em 2014, foi instaurada a Lei 9.394, que obriga as escolas de todo o país a exibirem, no mínimo, duas horas de filmes brasileiros por mês. Essa iniciativa é vista como positiva para o pesquisador Alexandre. “Isso eu acho que é importante, porque é pela educação que a gente consegue quebrar certos preconceitos”, afirma.

Contudo, nos dias de hoje ainda existe muito preconceito acerca das obras nacionais. Para o professor Alexandre, essa condição é resultado de uma construção social ao longo do tempo. Durante a década de 50, no período das chanchadas, a produção brasileira era muito bem vista pela sociedade. “Havia muito público que ia aos cinemas. Certamente isso teve o favorecimento de não ter a televisão como um concorrente direto com os filmes brasileiros.Por outro lado, a nossa cultura cinematográfica é muito refém de Hollywood. Os filmes das décadas de 20 e 30 praticamente treinaram o olhar das pessoas daquela época a se programarem a ver filmes com uma certa estrutura definida de roteiro”, complementa. A distância da população das obras nacionais se deve, de acordo com o pesquisador, quando os roteiros começam, a partir da década de 60, a abordar histórias alegóricas e desconexas, além da visão pejorativa dos filmes pela crítica especializada a partir da criação das pornochanchadas. “Foi se criando uma ideia preconceituosa de que todo filme nacional tinha que ter nudez ou palavras de baixo calão, porque os filmes da pornochanchada traziam isso. É uma conjuntura que se formou aliada a essa visão estereotipada desse tipo de produção que era realizado”, comenta o professor Alexandre.

Entretanto, a produção cinematográfica brasileira possui diversas obras de excelente qualidade . Confira alguns dos melhores filmes nacionais para comemorar o Dia do Cinema Nacional:

Amarelo Manga, de 2002, dirigido por Cláudio Assis.

O Ano em que meus Pais Saíram de Férias, de 2006, dirigido por Cao Hamburger.

Batismo de Sangue, de 2006, dirigido por Helvécio Ratton.

Jogo de Cena, de 2007, dirigido por Eduardo Coutinho.

O Som ao Redor, de 2012, dirigido por Kleber Mendonça Filho.

Que Horas ela Volta, de 2015, dirigido por Anna Muylaert.

 

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Nesta quinta-feira (5) é comemorado o Dia Nacional do Cinema. Embora seja reconhecido oficialmente pela Ancine no dia 19 de junho, há discussões em relação ao período. A data, em novembro, lembra a primeira exibição cinematográfica pública do Brasil, que ocorreu em 1896. As produções nacionais, desde da década de 30, têm exibição garantida em função da Cota de Tela.

O decreto foi instituído com o objetivo de permitir uma maior difusão cinematográfica nacional. Inicialmente, as salas de cinema tinham de exibir pelo menos um filme nacional por ano. “Naquela época se tinha a preocupação com essa questão de definir algumas questões de sentimento nacional, então se instaurou essa lei para fortalecer e da vasão as produções nacionais”, explica o professor Alexandre Maccari, pesquisador de História do Cinema. Em 2014, foi instaurada a Lei 9.394, que obriga as escolas de todo o país a exibirem, no mínimo, duas horas de filmes brasileiros por mês. Essa iniciativa é vista como positiva para o pesquisador Alexandre. “Isso eu acho que é importante, porque é pela educação que a gente consegue quebrar certos preconceitos”, afirma.

Contudo, nos dias de hoje ainda existe muito preconceito acerca das obras nacionais. Para o professor Alexandre, essa condição é resultado de uma construção social ao longo do tempo. Durante a década de 50, no período das chanchadas, a produção brasileira era muito bem vista pela sociedade. “Havia muito público que ia aos cinemas. Certamente isso teve o favorecimento de não ter a televisão como um concorrente direto com os filmes brasileiros.Por outro lado, a nossa cultura cinematográfica é muito refém de Hollywood. Os filmes das décadas de 20 e 30 praticamente treinaram o olhar das pessoas daquela época a se programarem a ver filmes com uma certa estrutura definida de roteiro”, complementa. A distância da população das obras nacionais se deve, de acordo com o pesquisador, quando os roteiros começam, a partir da década de 60, a abordar histórias alegóricas e desconexas, além da visão pejorativa dos filmes pela crítica especializada a partir da criação das pornochanchadas. “Foi se criando uma ideia preconceituosa de que todo filme nacional tinha que ter nudez ou palavras de baixo calão, porque os filmes da pornochanchada traziam isso. É uma conjuntura que se formou aliada a essa visão estereotipada desse tipo de produção que era realizado”, comenta o professor Alexandre.

Entretanto, a produção cinematográfica brasileira possui diversas obras de excelente qualidade . Confira alguns dos melhores filmes nacionais para comemorar o Dia do Cinema Nacional:

Amarelo Manga, de 2002, dirigido por Cláudio Assis.

O Ano em que meus Pais Saíram de Férias, de 2006, dirigido por Cao Hamburger.

Batismo de Sangue, de 2006, dirigido por Helvécio Ratton.

Jogo de Cena, de 2007, dirigido por Eduardo Coutinho.

O Som ao Redor, de 2012, dirigido por Kleber Mendonça Filho.

Que Horas ela Volta, de 2015, dirigido por Anna Muylaert.