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Ato contra o racismo mobiliza estudantes e população

Desde às 07 horas da manhã da última segunda-feira, dia 18, alunos ocuparam a frente do prédio da antiga reitoria da Universidade Federal de Santa Maria, na rua Floriano Peixoto, 1184. O motivo da mobilização foi um ataque racista ocorrido na sala do Diretório Livre do Direito (Diretório Acadêmico do Direito da UFSM). Frases como “Fora Negrada” e “O lugar de vocês é no tronco” foram escritas junto aos nomes de dois alunos afrodescendentes do curso de Direito.

Manifestação contra o racismo em frente à antiga reitoria da UFSM. Foto: Juliano Duarte/LabFEM

Não foi o primeiro caso deste tipo de agressão no local. No mês de agosto apareceram símbolos suásticas nazistas, que motivaram outro ato de repúdio e denúncia por parte do diretório e, também, da professora Rosane Leal do grupo de Direito Institucional. No entanto, nada foi descoberto até o momento.

A estudante Isabella Gutierres, 19 anos, que cursa o 4º semestre de Direito, uma das organizadoras do movimento, afirmou que diante deste novo acontecimento foi decidido tomar atitudes mais drásticas. Sendo assim, o protesto tem o objetivo de reunir estudantes afros de todos os cursos da instituição para impedir que o delito caia no esquecimento.

Isabella ainda disse que o sentimento é de “espanto por alguém se sentir confortável em fazer uma coisa assim em uma universidade federal”. E complementou, expressando que o sentimento dentre os alunos é de medo e que tomaram tais atitudes como ameaça.

Utilizando de panfletagem, intervenções artísticas, faixas, e até mesmo passando em salas de aulas de outros cursos – onde foram apoiados pelos professores-, os alunos queriam chamar a atenção e juntar forças para continuar denunciando, mobilizando e cobrando justiça.

Houve também um “trancaço” de uma hora na rua Floriano, onde de 15 em 15 minutos, carros eram liberados. Os organizadores contam que no inicio os motoristas se mostravam impacientes, mas que depois da panfletagem e conversas as reações mudavam completamente. Tudo ocorreu de maneira pacifica. Muitos passantes também paravam, pediam para tirar fotos e declararam apoio ao movimento.

Camila Cassiano Dias, 23 anos, no 9° semestre de Direito, também da organização, garantiu que suas exigências são estruturais e buscam demarcar o espaço dentro da instituição. Dentre elas estão uma melhor preparação dos professores para tratar o racismo, a possibilidade de cotas no Pós- Direito e, principalmente, a expulsão do culpado pelas manifestações racistas, quando for descoberto. O caso foi reportado à policia que já estava monitorando a situação desde o aparecimento das suásticas.

 

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Desde às 07 horas da manhã da última segunda-feira, dia 18, alunos ocuparam a frente do prédio da antiga reitoria da Universidade Federal de Santa Maria, na rua Floriano Peixoto, 1184. O motivo da mobilização foi um ataque racista ocorrido na sala do Diretório Livre do Direito (Diretório Acadêmico do Direito da UFSM). Frases como “Fora Negrada” e “O lugar de vocês é no tronco” foram escritas junto aos nomes de dois alunos afrodescendentes do curso de Direito.

Manifestação contra o racismo em frente à antiga reitoria da UFSM. Foto: Juliano Duarte/LabFEM

Não foi o primeiro caso deste tipo de agressão no local. No mês de agosto apareceram símbolos suásticas nazistas, que motivaram outro ato de repúdio e denúncia por parte do diretório e, também, da professora Rosane Leal do grupo de Direito Institucional. No entanto, nada foi descoberto até o momento.

A estudante Isabella Gutierres, 19 anos, que cursa o 4º semestre de Direito, uma das organizadoras do movimento, afirmou que diante deste novo acontecimento foi decidido tomar atitudes mais drásticas. Sendo assim, o protesto tem o objetivo de reunir estudantes afros de todos os cursos da instituição para impedir que o delito caia no esquecimento.

Isabella ainda disse que o sentimento é de “espanto por alguém se sentir confortável em fazer uma coisa assim em uma universidade federal”. E complementou, expressando que o sentimento dentre os alunos é de medo e que tomaram tais atitudes como ameaça.

Utilizando de panfletagem, intervenções artísticas, faixas, e até mesmo passando em salas de aulas de outros cursos – onde foram apoiados pelos professores-, os alunos queriam chamar a atenção e juntar forças para continuar denunciando, mobilizando e cobrando justiça.

Houve também um “trancaço” de uma hora na rua Floriano, onde de 15 em 15 minutos, carros eram liberados. Os organizadores contam que no inicio os motoristas se mostravam impacientes, mas que depois da panfletagem e conversas as reações mudavam completamente. Tudo ocorreu de maneira pacifica. Muitos passantes também paravam, pediam para tirar fotos e declararam apoio ao movimento.

Camila Cassiano Dias, 23 anos, no 9° semestre de Direito, também da organização, garantiu que suas exigências são estruturais e buscam demarcar o espaço dentro da instituição. Dentre elas estão uma melhor preparação dos professores para tratar o racismo, a possibilidade de cotas no Pós- Direito e, principalmente, a expulsão do culpado pelas manifestações racistas, quando for descoberto. O caso foi reportado à policia que já estava monitorando a situação desde o aparecimento das suásticas.