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Boate Kiss

Júri da Kiss ouvirá três testemunhas hoje

Hoje, segunda-feira, 6, estão previstos mais três depoimentos de testemunhas do Júri da Boate Kiss. A previsão é que sejam ouvidas Stenio Rodrigues Fernandes, ex-funcionário, Willian Machado, vítima sobrevivente e sobrinho do sócio da boate Elissandro

Sobre como os jornais impressos cobrem as tragédias

Encerrando o Seminário Desafios do Jornalismo, o Centro Universitário Franciscano recebeu na noite de ontem, o editor chefe de Zero Hora, Nilson Vargas, a editora de geral do Diário de Santa Maria, Carolina Carvalho, e a

O julgamento dos quatro réus acusados pelo incêndio na boate Kiss chega ao 6ºdia. Foto: Neli Mombeli

Hoje, segunda-feira, 6, estão previstos mais três depoimentos de testemunhas do Júri da Boate Kiss. A previsão é que sejam ouvidas Stenio Rodrigues Fernandes, ex-funcionário, Willian Machado, vítima sobrevivente e sobrinho do sócio da boate Elissandro Spohr e Nathália Daronch, esposa de Elissandro, também vítima sobrevivente.

O Tribunal do Júri está acontecendo no plenário do Foro Central de Porto Alegre, e começou na quarta-feira ,1º, presidido pelo juiz Orlando Faccini Neto. Hoje chega ao 6º dia com a estimativa de durar duas semanas. Já foram ouvidos até agora 16 depoimentos.

O incêndio da Boate Kiss ocorreu em Santa Maria, no dia 27 de janeiro de 2013. Os quatro acusados, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios da Kiss e Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, integrantes da banda Gurizada Fandangueira, estão sendo julgados pela morte de 242 pessoas e pela tentativa de homicídio das outras 636 pessoas que ficaram feridas, causados por um show pirotécnico.

No 4º dia do Júri foram ouvidos Alexandre Marques (testemunha de defesa de Elissandro) e Maike Ariel dos Santos (vítima arrolada pela Assistência de Acusação).

No domingo (5), três pessoas prestaram depoimento. A testemunha Tiago Mutti, sócio da empresa que deu origem a Kiss, passou a ser informante porque responde a um processo por falsidade ideológica relacionado à boate. O depoimento de Tiago durou cerca de 5 horas, sendo um dos mais longos até agora durante as oitivas realizadas.

Foram ouvidos também o sobrevivente Delvani Brondani Rosso e a ex-segurança da boate, Doralina Peres.

O Juiz Orlando Faccini Neto determinou que somente três pessoas serão ouvidas por dia. Ainda restam 13 pessoas a serem ouvidas: dois sobreviventes e 11 testemunhas.

 

Frente da boate Kiss foi pintada com siluetas de corpos representando as vítimas. Fptp: arquivo ACS

Amanhã quinta-feira, 11, às 14h, os advogados Ricardo Breier e Pedro Barcellos Jr. estarão à disposição de familiares de vítimas da tragédia da Boate Kiss para falar sobre os próximos passos que deverão ser tomados em relação ao processo criminal. Os advogados, que atuaram no STJ, poderão tirar todas as dúvidas que familiares tiverem.  O encontro acontece na Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), no prédio da Antiga Reitoria da UFSM, na Rua Floriano Peixoto, 1.184, sala 601, no Centro de Santa Maria.

No último dia 18 de junho, em Brasília, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que o caso da boate Kiss irá ao Tribunal do Júri. Os ministros Rogerio Schietti Cruz (relator), Nefi Cordeiro (presidente), Laurita Vaz e Antonio Saldanha Palheiro votaram a favor do recurso interposto pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul e pela Associação de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM).

Da decisão da Sexta Turma do STJ ainda cabe recurso ao plenário da Corte e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Se for mantido o entendimento do STJ, o processo volta para Santa Maria para que o titular da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, Ulysses Louzada, defina a data do júri.

O incêndio, ocorrido em 27 de janeiro de 2013, deixou 242 mortos e mais de 600 feridos. Dois ex-sócios da casa noturna e dois integrantes da banda que se apresentava na noite da tragédia são os réus no caso.

Por Luiz Roese, jornalista.

Seminário sobre Campanha de Arrecadação ao memorial às Vítimas da boate Kiss ocorre na Unifra. Foto: Juliano Dutra, Labfem

Um Memorial a favor da vida. É este o sentimento que pais, familiares e a população de Santa Maria tem em relação à Campanha de Arrecadação ao memorial às vítimas da boate Kiss.

Mas o que seria um memorial? Para que serve?  Para responder essas perguntas, será realizado nesta sexta-feira, a partir das 18h30, um seminário que explicará e mostrará memoriais espalhados pelo mundo.

“Um memorial para Santa Maria”, como é chamado o seminário, trará explicações sobre o que é, a importância, e o significado deste memorial para a cidade e, ainda, vai elaborar conceitos e debater sobre os usos que o mesmo terá no município.

O seminário ocorre no Salão de Atos do conjunto I do Centro Universitário Franciscano em dois dias: nesta sexta-feira, 1, e no sábado, 2. O debate terá início às 18h30 na sexta, sendo aberto ao público. A programação pode ser vista direto no evento do facebook.

Já no sábado, o evento inicia às 9h e se estende até o final da tarde, porém este é restrito ao grupo de trabalho de familiares e convidados, pois será uma oficina participativa para a elaboração dos conceitos e usos do memorial.

Segundo Roselaine Kamphorst Paulo, mãe de uma das vítimas, “o memorial é uma forma de homenagear os jovens da tragédia. Eu como mãe me sinto bem, pois parece que estão valorizando mais a vida, o que é muito importante para a história, para que a tragédia jamais seja esquecida. E o memorial servirá como uma forma de que cada pessoa que perdeu a vida, seja lembrada daqui 50, 100 anos, e para mim como mãe, eu não quero que o que aconteceu caia no esquecimento.”, relata Roselaine.

A campanha foi lançada em sua primeira fase no dia 21 de agosto, e visa neste momento, arrecadar fundos para desenvolver um concurso público nacional de arquitetura para selecionar o projeto; o concurso será realizado pelo Instituto de Arquitetura do Brasil-RS (IAB-RS). Em um segundo momento, será feito o desenvolvimento do projeto arquitetônico vencedor. A terceira é a construção do Memorial. Os valores arrecadados serão destinados à primeira e à segunda etapa.

O prefeito Jorge Pozzobom, em coletiva realizada na abertura da campanha, deixou claro o seu desejo para o memorial: “Tenho falado em todos os lugares, que a gente quer que o memorial seja um espaço de homenagem, de reflexão, um espaço de vida,  onde possamos ali compreender a dor, e compartilhar amor, mas acima de tudo, um espaço que cada vez que passamos ali, tenha a certeza absoluta que nunca mais vai acontecer isso em Santa Maria”, enfatiza.

Reitora Iraní participou da campanha para o memorial. Foto: Juliano Dutra, Labfem

Iraní Rupolo, reitora do Centro Universitário Franciscano, que se fez presente na abertura da campanha, pensa que a melhor maneira de transpor o sentimento da tragédia é a união. “Santa Maria precisa fazer um processo de mais leveza. Não digo de superação, mas de como transpor este grande sofrimento,mas qual a melhor maneira? É a união. Este é um projeto de união e, por isso, nós estamos juntos”, afirma.

A campanha de arrecadação, em um primeiro momento, visa arrecadar 250 mil reais para a realização do concurso, mas a meta final é de 500 mil reais para a finalização do projeto até a sua construção.

Para doar, basta acessar o site juntos.com.vc/memorialkiss. Os valores de doação são para pessoas físicas,  R$ 50,00 e para pessoa jurídica, a partir de R$ 1000,00.

 

Organizada por Ada, a obra foi escrita por 23 autores de nove universidades brasileiras.(Foto: Gabriela Vargas)
Organizada por Ada, a obra foi escrita por 23 autores de nove universidades brasileiras.(Foto: Gabriela Vargas)

Na tarde de quinta, dia 8, foi lançado o e-book Midiatização da tragédia de Santa Maria. O trabalho foi organizado pela professora e doutora em Comunicação, Ada Cristina Machado da Silveira. A obra tem como objetivo analisar a repercussão do incêndio da Boate Kiss pelos meios de comunicação e nas redes sociais, e “foi produzido sob  a emoção pós-tragédia, numa tentativa de refletir sobre as narrativas jornalísticas elaboradas a partir da mobilização do acontecimento”, revela Ada.

Três das pesquisas contidas no e-book estão sob a orientação da professora: televisão local, presença e relação dos correspondentes internacionais na cidade e modo de narração de uma tragédia são os temas relacionados.

E-book foi lançado na Feira do Livro de Santa Maria 2014
E-book foi lançado na Feira do Livro de Santa Maria 2014

Colaboradora com a materialização visual em um artigo científico que está incluído no e-book, Laura Fabrício, professora de fotojornalismo do Centro Universitário Franciscano, explica que o artigo que ajudou a construir tem como propósito pensar sobre mural em frente à boate que acabou se transformando um em mural midiatizador – onde as pessoas deixam mensagens e expõe seus sentimentos. A autoria do artigo é o professor Antônio Fausto Neto e de Anaiara Ventura, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), além da professora Laura.

Midiatização da tragédia de Santa Maria foi escrita por 23 autores de nove universidades brasileiras e duas do exterior, em países como a Argentina e os Estados Unidos. O e-book está disponibilizado on line. no

Congresso está discutindo formas de prevenção para que se evite tragédias como a da boate Kiss. Fotos: Gabriel Haesbaert

Começou na manhã de hoje, 25, o I Congresso Internacional Novos Caminhos- A Vida em Transformação. O evento é organizado pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) e tem por finalidade trazer a todos os envolvidos à catástrofe que aconteceu em 27 de janeiro do ano passado, na cidade de Santa Maria, momentos de reflexão e a discussão sobre formas de prevenções a incêndios para que futuramente outros erros que tiraram à vida de 242 jovens, não sejam repetidos.

Durante a solenidade de abertura compôs à mesa o reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Paulo Burmann, o presidente da Assembleia Legislativa, Pedro Westphalen (PP), a coordenadora do Congresso, Rosemar Thies, a assessora do Governador Tarso Genro, Jussara Dutra Viera, Valdir Pretto, representando o Centro Universitário Franciscano-Unifra, o presidente da AVTSM, Adherbal Ferreira e representando a Prefeitura Municipal de Santa Maria, Patricia Bueno.

Autoridades presentes. Foto Gabriel Haesbaert

Aproximadamente 250 pessoas presentes no Salão de Atos do Conjunto I do Centro Universitário Franciscano- Unifra e se emocionaram após a fala do presidente da ATVSM, Adherbal Ferreira, que não conteve as palavras e a emoção. Para ele o que Santa Maria viveu não é considerado uma tragédia e sim um massacre. Adherbal fez referência à tragédia no país vizinho, a Argentina, e expressou seus agradecimentos a todas as entidades governamentais, filantrópicas e a todos os voluntários que estiveram atuando desde janeiro passado.

Após o discurso de agradecimento, ele foi saudado e, em pé, todos os presentes o aplaudiram por instantes. Durante coletiva com a imprensa o presidente não se calou diante às câmeras: “O primeiro passo pela prevenção foi dado: a ação! Nós não fomos omissos, eu poderia ficar omisso no meu cantinho e não fazer nada, só ficar com a minha dor com o meu luto… A força do meu choro, da minha angústia, da minha amargura, eu resolvi colocar aos outros, apoiar as outras pessoas, e, eu me sinto feliz assim”, desabafou Ferreira.

Familiares das vítimas estavam presente. Foto Gabriel Haesbaert

O presidente acredita que com o Congresso será possível dar uma grande resposta que ainda não foi obtida pelo Ministério Público à sociedade. “Essa resposta vai ser parte de um novo momento, de novos caminhos, de novas prevenções, para que não ocorram novas tragédias como em Santa Maria”, ressaltou Adherbal.

À frente da Associação dos familiares das vítimas da tragédia da Kiss há quase um ano, diz que a justiça é cega, “e é mesmo, e acho que ela vai ficar é morta se não der uma resposta pra nós. Nós queremos e acreditamos que possa haver uma reversão, queremos que todos os culpados paguem, todos dentro das suas culpabilidades, porque são vários, de acordo com que eles fizeram ou deixaram de fazer, pelas omissões que fizeram, dentro das fiscalizações não feitas, dentro de sua culpabilidade ou maior ou menor”, reafirma o presidente.

Foto Gabriel Haesbaert

Questionado sobre qual é o temor a partir de agora, em quase um ano de inquérito, ele responde que teme não haver punição de ninguém. ” Há de haver! Nós queremos que a justiça seja feita, tanto dos bombeiros, como entes públicos, réus… são vários os culpados. Não é um só”, critica o pai. “Nem que aquele um lá,tenha que pagar somente uma cesta básica, aquele outro tenha que ir pra cadeia, aquele outro lá perca o seu cargo, mandato! São vários os culpados, não é um só, claro que tem os graves, os proprietários, esses sim a dor é eventual. Não podemos pensar em culposo, pois eles assumiram os riscos de matar”, afirma revoltado.

Exposição faz parte do Congresso.

O Congresso conta com o trabalho da jornalista e professora de fotografia, Laura Fabrício, do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano (Unifra)  que montou a exposição  “O Luto no Tapume”.

A exposição traz fotografias que retratam as homenagens em frente a fachada do prédio da Boate Kiss, capturadas por Laura  todos os dias 27 de cada mês entre abril e setembro de 2013.

Por Tiéle Abreu, curso de jornalismo do Centro Universitário Franciscano.

Nilson Vargas e Silvana Silva. Foto: Rodrigo Ledel

Encerrando o Seminário Desafios do Jornalismo, o Centro Universitário Franciscano recebeu na noite de ontem, o editor chefe de Zero Hora, Nilson Vargas, a editora de geral do Diário de Santa Maria, Carolina Carvalho, e a Coordenadora de Produção, Silvana Silva, para o debate sobre as coberturas dos dois jornais no caso da boate Kiss.

Nilson Vargas começou demonstrando, através de um vídeo, a agitação dentro da redação num dia em que o planejamento é atropelado pelo factual. O exemplo usado foi o da Operação Concutare que trouxe a público fraudes ambientais e pagamentos de propina para liberação de autorizações.

O vídeo mostrou desde as primeiras horas da cobertura da operação, às coletivas e as estratégias tomadas para apuração das informações, os debates sobre capa, espaço, relevância e como essas informações são publicadas nas redes sociais e no site do jornal. Para ele,  as dinâmicas envolvem dois fatores que vem transformando o trabalho jornalístico: o grande fluxo de modificações que sofre o jornal a partir da internet e como as redes sociais interferem no dia de uma redação.

Editor Chefe de Zero hora, Nilson Vargas. Foto: Rodrigo Ledel

O editor continuou sua apresentação relatando como foi o trabalho  no dia 27 de janeiro. As perguntas tinham como temas, a dor pública, a interpretação do fato, cenas fortes justificadas e a até que ponto a solidariedade e sentimentos subjetivos são manchetes.

Os palestrantes esclareceram como os dois jornais lidaram com esses fatores  através de capas, fotos, estratégias de cobertura e feed back dos leitores e familiares sobre o que estava sendo feito. Carolina Carvalho lembra que “fizemos uma ação com informações vindas dos familiares. Eram textos, fotos, poemas, enfim,  manifestações que poderiam ser enviadas para o jornal para publicarmos. Foram publicadas 157 texto” .

Eles concordaram que trabalhar dentro do caos que se estendeu por vários dias  implicou numa “bagunça”  emocional, pessoal e coletiva, dentro da redação. Silvana disse ter havido confusão nos horários e  que fizeram muitas reuniões para tentar encontrar o caminho mais certo para fazer essa cobertura. Entre tantos movimentos e reuniões perceberam que, “dentro daquela bagunça existia um certo planejamento”, afirmou a coordenadora, dizendo também ter ficado evidente que a sensibilidade para fazer a cobertura  da tragédia teria que ser muito grande, pois o jornalista também é humano e teria que controlar o emocional.

 

Seminário fala sobre o desafio de fazer jornalismo em tragédias. Foto: Lucas Schneider

Na noite de ontem,  numa parceria entre o curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano e  a RBS TV, discutiu-se a  cobertura jornalística em televisão da tragédia da boate Kiss. No local, além de professores, alunos e funcionários da Unifra.

O evento contou com a presença do Coordenador da RBS Santa Maria, Luís Eduardo da Silva, da repórter e editora do RBS Notícia de Santa Maria, Juliana Motta e com o coordenador da Rede e de todas as equipes da RBS TV do interior, Norton Kappel.

O assunto foi marcado com relatos dos palestrantes acerca dos bastidores da tragédia.  Norton que esteve em Santa Maria na semana do acontecimento, intitulou como a maior cobertura e a mais impactante do jornalismo gaúcho.  A cobertura teve 50 profissionais da RBS TV do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e, ainda, com 20 profissionais da Rede Globo.

Norton Kappel. Foto: Lucas Schneider

Norton falou sobre a dificuldade de administrar tantas pessoas dentro de um caos, e entende que senão fosse à ética e confiança no trabalho de suas equipes não teria conseguido, “esses pontos são essenciais para uma equipe de televisão.” afirma.

Juliana Motta esteve presente em quase todas as inserções da RBS e, em 15 programas da TV Globo. Relatou como foram as primeiras horas de cobertura, dizendo que por mais que já estivesse passado por algumas situações extremas, nada foi e pode ser comparado com a tragédia. Quando se defrontou com aquela situação não teve reação por, no mínimo, dez minutos e só depois conseguiu pensar em começar a trabalhar. “Fomos atropelados pelo factual”, comenta a repórter.

A palestra teve ainda, muitas perguntas dos ouvintes e de internautas que acompanhavam a cobertura pelo site da Agência Central Sul, sobre credibilidade, assistência psicológica, espaço, tempo e sensacionalismo na televisão.

A palestra faz parte do seminário Desafio do Jornalismo que hoje à noite  vai debater o jornalismo impresso, com a presença do editor chefe de Zero Hora, Nilson Vargas. O evento acontece a partir das 19 horas, no prédio 16, na sala de videoconferência.

Os manifestantes na Praça Saldanha Marinho. Foto: Willian Wiranda. Laboratório Fotografia e Memória

O que começou nas redes sociais online, logo após a divulgação do inquérito da tragédia na boate Kiss, se transformou numa mobilização por justiça na Praça Saldanha Marinho, centro de Santa Maria. Intitulado no Facebook como “1º Ato Fora Schirmer”, nas ruas começou por volta das 17h da segunda-feira. Os participantes pediam a devida responsabilidade dos servidores públicos indiciados no inquérito, e do prefeito Cezar Schirmer, incluindo o seu afastamento do cargo. Participante da mobilização, Janaína Robalo, foi categórica : “Essa mobilização é para alertar o prefeito e seus secretários que não vamos sossegar enquanto não vermos a justiça sendo feita.”

No início do movimento, um tumulto entre participantes e fiscais da prefeitura teve que ser controlado pela Brigada Militar. Rodrigo Vargas, 22, estudante, um dos participantes da manifestação reclamou: “Além de cortar a luz, cortar a água dos banheiros da praça, eles querem nos agredir.”

Os cartazes mostram o desejo dos participantes. Foto: Willian Miranda. Laboratório Fotografia e Memória.

Com apitos, cartazes e gritos constantes de “fora Schirmer” a manifestação contou com mais de 200 pessoas e se deslocou para frente do prédio da SUCV, onde fica o gabinete do prefeito, pois os protestantes exigiam a presença dele. Nenhuma autoridade ou representante do gabinete se manifestou e a assessoria de comunicação informou que o prefeito estaria em atividade longe do centro da cidade.

O manifesto se estendeu até às 18h e terminou na frente da boate Kiss, já com um número reduzido de pessoas, mas com muitos aplausos e buzinas de carros que passavam pelo local.

A Unifra promove momentos de reflexão nesta terça e na quarta-feira, dias 26 e 27, para conforto e ajuda mútua diante das perdas ocorridas na tragédia em Santa Maria e que atingiram alunos de diversos cursos da instituição.

Dia 26, hoje, terça-feira: Celebração no pátio do Conjunto III, às 18h30min, antes do início das aulas. Caso chova, a celebração será realizada no hall do prédio 16.
Dia 27, quarta-feira: A celebração será no pátio do Conjunto I, às 8h.

As celebrações serão coordenadas pelo prof. frei Valdir Pretto.

“Um Minuto de Barulho”

O Centro Universitário Franciscano também vai participar do ato simbólico “Um Minuto de Barulho”, proposto pela Associação dos Pais e Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia em Santa Maria. Toda comunidade acadêmica e seus familiares estão convidados a se reunir no pátio do Conjunto I, Andradas 1614, às 7h50min da manhã desta quarta-feira, dia 27 de fevereiro.

Aos acadêmicos que têm aulas nos Conjunto II e III, a direção da Unifra convida os professores e alunos para participarem do ato, juntos, no pátio dos ambientes.

O  objetivo é que às 8h o grupo da Unifra faça uma grande salva de palmas como ato de solidariedade e lembrança a todos os envolvidos no trágico acidente da boate. Esta mobilização se soma ao badalar dos sinos das igrejas de Santa Maria e se estende a todos os santa-marienses que queiram participar desta homenagem, em grupo ou isoladamente.

Com informações da Assessoria de Comunicação/Unifra

Cerca de 800 pessoas participaram da reunião que criou a associação. Fotos:IB

Na manhã deste sábado, cerca de 800 pessoas votaram o estatuto que marca a criação da Associação dos Pais e Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia em Santa Maria. Divididos entre familiares das vítimas, identificados por um cartão amarelo -, e familiares dos sobreviventes – cartão rosa -, os presentes foram acompanhados pela Defensoria Pública, Ministério Público que fizeram  esclarecimentos quanto a procedimentos legais e direitos das famílias em decorrência da tragédia.

Dois cadastros foram distribuídos aos presentes. Um para os familiares indicarem um representante por família com direito a voto na entidade, e o outro aos sobreviventes que também terão direito a voto.

Cadastro da Associação foram entregues aos familiares presentes.

Durante a reunião, que teve início às 9h  no auditório Irmão Gelásio, no Colégio Marista Santa Maria,foi eleita uma diretoria provisória  que tem como presidente Adherbal Alves Ferreira e como vice-presidente Leo Carlos Becker, além dos secretários e os demais membros dos conselhos fiscal e administrativo.

Num clima de tranquilidade e de depoimentos dos familiares, a reunião foi acompanhada por uma equipe de atendimento psicossocial e pela Cruz Vermelha.

Uma segunda reunião da associação já está com indicativo de data a ser confirmada e deverá acontecer no prédio da Antiga Reitoria da UFSM, local da sede da entidade (Rua Floriano Peixoto, 1.184, Sala 602).  Também nesse local  familiares e sobreviventes ainda podem entregar as fichas do cadastramento.

No dia próximo dia 10, a Associação promove uma palestra motivacional a ser ministrada por sobreviventes de outros incêndios. Ela acontecerá no auditório Irmão Gelásio, no Colégio Santa Maria.