Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

covid-19

O que acontece após o Covid?

Mesmo após a recuperação muitas pessoas que testaram positivo para o Covid podem estar convivendo com desconfortos e limitações decorrentes de sequelas da doença. Com o tempo, elas tendem a sumir, porém podem também se agravar,

A trajetória Covid no Brasil

Desde a detecção do primeiro caso de infecção pelo coronavírus no fim de 2019, foram registrados 518 milhões de pessoas que tiveram Covid-19 e mais de 6,25 milhões de mortes no mundo. No Brasil, são 30,5

Vacinação de professores e funcionários da UFN ocorreu hoje

Em meio à pandemia, a tão esperada vacinação de professores e funcionários da educação contra o coronavírus começou há pouco mais de uma semana em Santa Maria. Na Universidade Franciscana, a aplicação foi realizada hoje à

A perda dos afetos

Cleci não era minha amiga no sentido íntimo da palavra. Foi minha vizinha por mais de 30 anos. Uma boa vizinha com quem trocava conversas sobre o cotidiano, as notícias dos filhos que estavam longe, as

Depois de dois anos, a quantidade de brasileiros empregados, em janeiro deste ano, se aproxima do número de trabalhadores no país antes da chegada do coronavírus, em 2020. De acordo com o levantamento realizado pelo instituto federal, atrelado à estrutura do Ministério da Economia, o primeiro mês de 2022 registrou um total de 94,1 milhões de empregados no Brasil. Em janeiro de 2020, antes do início da pandemia, esse contingente era de 94,5 milhões. Com relação a janeiro do ano passado, a situação atual é de que o número de trabalhadores ocupados cresceu 8,1%. Segundo o Ipea, o aumento foi o grande responsável pela queda de 3,3 pontos percentuais na taxa de desemprego. O índice passou de 14,7% em janeiro de 2021 para 11,4% no mesmo período deste ano. Em quatro estados da região, a taxa de desemprego caiu para 11,2% em janeiro de 2022, de 15,1% no primeiro mês do ano passado. Embora o estudo apresente um cenário mais favorável e sugira a volta aos níveis pré-pandemia, o Ipea destacou que as perdas de empregos continuam consideráveis.

Em 15 estados, menos da metade da população em idade de trabalhar estava ocupada. Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias

Atualmente, 12,1 milhões de cidadãos estão desempregados. A agência também afirma que a maioria das novas vagas de emprego são criadas no setor informal. Ou seja, apesar de terem empregos, muitas dessas pessoas recebem muito pouco e não são protegidas por direitos trabalhistas. Entre as avaliações por idade, a mais jovem declinou mais. Embora a taxa de desemprego tenha caido para todos os grupos, a taxa de desemprego para o grupo mais jovem caiu 6,2 pontos percentuais. Do quarto trimestre de 2020 para o quarto trimestre de 2021, a queda nesse grupo foi de 29% para 22,8%. O contingente de ocupados com ensino fundamental incompleto também apontou crescimento de 16,2%, possibilitando uma queda de 5,1 pontos percentuais da taxa de desocupação, que passou de 23,5% para 18,4%, no período em questão.

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por amostrar de domicílios continua mensal

A Catarina Silva Bandeira nos contou seu relato sobre a busca de emprego no meio da pandemia e como foi em comparação aos outros anos. Confira:

Mesmo após a recuperação muitas pessoas que testaram positivo para o Covid podem estar convivendo com desconfortos e limitações decorrentes de sequelas da doença. Com o tempo, elas tendem a sumir, porém podem também se agravar, por isso, para aqueles que tiveram diagnóstico de Covid-19 é recomendado, sempre,  acompanhamento médico e  realização de exames específicos.

O pós-covid aumenta a possibilidade do paciente desenvolver transtornos psicológicos. getty images / juliana vitoria/Reprodução

Segundo estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), metade das pessoas diagnosticadas com Covid-19 apresentam sequelas que podem durar por mais de um ano. O estudo longitudinal, desenvolvido pela Fiocruz Minas, avaliou os efeitos da doença ao longo do tempo. Durante 14 meses, 646 pacientes que tiveram a infecção  foram acompanhados e verificou-se que, desse total, 324, ou seja, 50,2%, tiveram sintomas após a infecção, classificado como Covid longa pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O estudo foi publicado na revista Transactions of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene

No total 23 sintomas foram  contabilizados, após o término da infecção.  Entre os relatos estão sequelas mais graves, como a trombose, diagnosticada em 20 pacientes, ou seja, 6,2% da população monitorada. A Fadiga, caracterizada por dificuldade em realizar atividades rotineiras e cansaço extremo,  é costantemente salientado pelos pacientes, relatada por 115 pessoas (35,6%). Entre as sequelas também foram mencionadas tosses persistentes (110; 34,0%), dificuldades para respirar (86; 26,5%), perda do olfato ou paladar (65; 20,1%) e dores de cabeça frequentes (56; 17,3%). Além disso, também chamam a atenção os transtornos mentais, como insônia (26; 8%), ansiedade (23; 7,1%) e tontura (18; 5,6%).

O sistema respiratório é geralmente o mais afetado após a contaminação por Covid-19. No entanto, diversas outras partes do corpo também podem sofrer complicações no pós-covid. Sequelas cardíacas, neurológicas e  psicológicas já foram identificadas, grande parte em pacientes de alta gravidade. As células e sistemas do organismo podem ser afetadas devido a ação hiper inflamatória viral. Por este motivo é muito importante conseguir identificar alterações para buscar tratamento.

Entre as sequelas pulmonares pacientes em quadros graves e comorbidades registraram lesões miocárdicas, fibrose cardíaca, arritmias e redução nas funções do coração. No sistema neurológico, a hiperinflação causada pelo Covid-19 apresentou em muitos pacientes um declínio cognitivo a longo prazo. Também foram evidenciados danos no sistema nervoso central e periférico, perda de memória, psicose e dificuldade de concentração. O pós-covid aumenta a possibilidade do paciente desenvolver ansiedade, depressão, alterações de humor e estresse pós-traumático. O que pode ser associado ao isolamento social e restrições.

Colaboração: Luiza Silveira

Após dois anos e meio de pandemia existem pessoas que não foram infectadas pela Covid-19. O motivo pelo qual a resistência ao vírus é presente em algumas pessoas e outras não é alvo de pesquisa por especialistas. Diferentes estudos já foram realizados para investigar o porquê de algumas pessoas parecerem imunes. Pesquisadores britânicos, do Imperial College London, testaram o sangue de um grupo de médicos que ficaram altamente expostos ao vírus antes da chegada da vacina, os resultados mostram que eles não desenvolveram a doença e também não produziram anticorpos neutralizantes, eles formaram células de memória especial, chamadas de célula T. Outro estudo também revela que crianças são capazes de produzir duas vezes mais células T.

Pesquisas iniciadas em pessoas que nunca foram infectadas focaram em entender os fatores genéticos que contribuíam para o agravamento dos casos mesmo em pessoas sem agentes de riscos. Os pesquisadores descobriram que 20% dessas pessoas tinham mutações no gene que produzem o interferon,  substância usada pelo corpo como sua primeira linha de defesa contra o vírus.

Imagem mostra simulação do DNA do vírus. Imagem: U.S. Departament of Energy

A genética pode ser um ponto determinante na gravidade da doença, ela também pode ser a chave para a resistência à infecção pela Covid-19. As teorias baseadas nos estudos acreditam que a razão é o armazenamento de células de memória que foram produzidas por outras infecções. João Gabriel Pinnow, de 20 anos, não foi infectado pelo vírus. Ele conta que  durante a quarentena continuou a faculdade na modalidade EAD e para se proteger usava máscara e tentava evitar o contato com pessoas que não fossem próximas. Em relação a sua imunidade, ele a considera boa, por ter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas com frequência.  Sobre os fatores que o ajudaram a não ser infectado ele conta que “acredito que tenha sido minha imunidade alta, porque apesar de muitas pessoas se protegerem e tomarem diversas providências preventivas, acabaram contraindo o vírus mesmo assim”. Hoje o estudante continua se protegendo da doença, utilizando a máscara.

Clarisse Marques, de 48 anos , também não contraiu o vírus, e passou o período de distanciamento social somente em casa e em seu trabalho, que é junto da casa. Sua maior preocupação com os cuidados são por causa da convivência com seu pai idoso. No início, quando teve o lockdown, ela relata que não trabalhou até que tudo voltasse normalmente. Lavava as mãos a todo instante, fazia o uso da máscara constante, álcool gel e sempre manteve o distanciamento social. Ela acredita ter uma imunidade boa, além disso também confia na sua fé, “creio que meu lado espiritual me ajudou muito, sempre tive muita fé de que tudo ficaria bem e estaríamos protegidos”. A comerciante continua mantendo os cuidados,  “até porque em 2 anos agindo da mesma forma, criei hábitos que irão servir para o resto da minha vida”, completa ela. 

Desde a detecção do primeiro caso de infecção pelo coronavírus no fim de 2019, foram registrados 518 milhões de pessoas que tiveram Covid-19 e mais de 6,25 milhões de mortes no mundo. No Brasil, são 30,5 milhões de infectados e quase 664 mil óbitos até o dia 10 de maio. Mas em outra perspectiva, 60,2% da população global está vacinada e no Brasil esse percentual é de 77,9%, sendo sua maior concentração de vacinados nos estados de São Paulo e Piauí.

Homenagem às vítimas da Covid-19 em frente a Esplanada dos Ministérios em 18 de outubro de 2021.  Imagem : EVARISTO SA / AFP

No dia 11 de março de 2020 a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou como pandemia o adoecimento pelo vírus Sars-Cov-2. Na prática, o termo pandemia se refere ao momento em que uma doença já está espalhada por diversos continentes com transmissão sustentada entre as pessoas. Na época, segundo a OMS, o mundo registrava 118 mil casos e 4.291 mortes.

Mas, de fato, o mundo registrou seu primeiro caso de Covid no dia 17 de novembro de 2019, quando um homem de 55 anos foi detectado com a doença na província de Hubei, próximo de Wuhan, foco do primeiro surto. Desde então a pandemia se agravou muito no mundo, chegando ao Brasil no dia 26 de fevereiro de 2020 no estado de São Paulo, onde um homem de 61 anos com histórico de viagem para a Itália foi identificado com esta enfermidade. No dia 10 de março chegou ao Rio Grande do Sul onde um homem, de 60 anos, residente em Campo Bom, que teve histórico de viagem para Milão foi localizado com sintomas. Já em Santa Maria o primeiro caso surgiu em 22 de março, com um homem de 32 anos que viajou para Joinville(SC)  e quando voltou fez um teste sendo comprovada a infecção.

Foi a partir daí que vimos o caos se formando, milhares de infecções, causando superlotação em hospitais. Com as superlotações, os profissionais da saúde tiveram que manter seu foco no combate à pandemia. Diagnósticos de doenças como o câncer diminuíram por conta do receio de ir em consultas médicas, além de pessoas que apresentaram sinais de acidente vascular cerebral (AVC) e infarto  mas que adiaram a busca por ajuda ou simplesmente não procuraram socorro.

Um dos momentos mais preocupantes da pandemia foi o estoque de oxigênio em Manaus se esgotando e o sistema de saúde colapsado, com dezenas de mortes por asfixia de pacientes com Covid-19. Funerárias passaram a aderir a sepultamentos à noite por conta do número de enterros muito acima do habitual. A prefeitura de Manaus chegou a adotar um sistema de enterros em camadas, ou seja, enterrar caixões um por cima do outro, em valas mais profundas. À época, a justificativa era a necessidade de atender à demanda, que cresceu durante a pandemia.

O isolamento

O mundo parou com o isolamento instaurado, as formas de trabalhos e relacionamentos tiveram que se adequar aos novos tempos, o home office foi estabelecido em muitos casos. Com a recomendação da quarentena as pessoas começaram a consumir muitas notícias, por conta da necessidade de  se manterem informadas. A infodemia, como foi chamada, trouxe uma exposição excessiva de informações tanto verdadeiras quanto falsas. A sobrecarga de informações fez com que a qualidade de vida das pessoas fosse abalada, pois há mais processamento de dados do que daríamos conta de modo saudável. Com esse aumento de informações as fake news, ou notícias falsas, vieram com tudo, como afirmações de que as máscaras não tinham eficácia e de que as vacinas não funcionavam.

A chegada das vacinas

Após uma triagem com voluntários, a vacina de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca começou a ser testada em profissionais da saúde de São Paulo no dia 20 de junho de 2020. Na ocasião, a vacina era uma das 141 registradas na Organização Mundial da Saúde (OMS) e uma das 13 que tinham conseguido alcançar a terceira fase de testes. Mais tarde, em dezembro, ela seria a primeira a ter os resultados da fase 3 publicados em uma revista científica. Além disso, a vacina de Oxford também foi uma das primeiras a ter um contrato de compra fechado pelo governo brasileiro.

As vacinas eram um sonho que todos aguardavam que se concretizasse, porém somente no dia 8 de dezembro de 2020 Margaret Keenan, de 90 anos, , foi vacinada contra esta doença na cidade de Londres no Reino Unido, e tornou-se a primeira pessoa no mundo a receber a vacina da Pfizer contra a Covid-19 fora de um ensaio clínico.

Margaret Keenan, prestes a completar 91 anos, é a primeira vacinada contra Covid-19 no início da imunização no Reino Unido. Imagem: Reuters

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no dia 17 de janeiro de 2021, para uso emergencial, as duas primeiras vacinas contra o coronavírus no Brasil. Foram compradas 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, produzida em parceria pela Universidade de Oxford com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e 6 milhões da Corona Vac, produzida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Minutos depois da aprovação, a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, tornou-se a primeira brasileira a ser vacinada, em São Paulo. O Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apresentaram no 22 de Fevereiro as primeiras vacinas contra a covid-19 totalmente produzidas em solo nacional. De forma simbólica, os imunizantes da AstraZeneca foram fabricados na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro.

A enfermeira Mônica Calazans, 54, recebe a vacina contra o coronavírus. Imagem: Reuters/Amanda Perobelli

A primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 no Rio Grande do Sul foi uma técnica de enfermagem que atua no Centro de Atendimento Intensivo (CTI) no Hospital de Clínicas (HCPA), em Porto Alegre. A vacinação ocorreu às 23h do dia 18 de janeiro. A primeira pessoa a ser vacinada em Santa Maria foi a enfermeira Mônica Oliveira Galimberti, de 56 anos, que atua na saúde há mais de 30 anos. Desde então são cerca de 60,2% da população global já vacinada, no Brasil esse percentual é de 77,9%, já o Rio Grande do Sul tem cerca de 87,3% dos habitantes vacinados e 88% da comunidade santa-mariense vacinada.

Variantes

Após mutações, uma nova variante do coronavírus se tornou comum no Reino Unido. Governos mundo todo fecharam as fronteiras para o país tentando evitar a propagação do vírus mutado. Essa nova versão recebeu o nome de linhagem B.1.1.7. e já teria sofrido pelo menos 23 mutações. A principal delas mudou a forma do espinho do novo coronavírus, que é a proteína que o vírus usa para abrir a célula. A agência inglesa de saúde tinha identificado a variante em setembro e notificou a OMS. O diretor de emergências da organização, Michael Ryan, afirmou no dia 21 de dezembro 2021 que a nova variante do coronavírus não estava “fora de controle”, mas que os bloqueios adotados por diferentes países eram “prudentes”.

Desobrigação do uso de máscara

A queda de casos de covid possibilitou órgãos de saúde do país optarem pela desobrigação do uso da proteção. O Projeto de Lei 5412/20, aprovado no dia 1 de abril, findou a obrigatoriedade do uso de máscaras,  ficando dispensado o uso e fornecimento de máscaras cirúrgicas ou de tecido em estados ou municípios que deixaram de exigir a utilização da proteção em ambientes fechados. No dia 6 de abril Santa Maria aderiu a lei tornando facultativo o uso da máscara em ambientes fechados.

Segundo dados da última segunda-feira, dia 9 de maio, o quadro da cidade de Santa Maria é bastante favorável e esperançoso. Há apenas dois adultos confirmados com Covid e um suspeito em leitos de UTI , um paciente em UTI pediátrica, e mais 20 adultos  hospitalizados em leitos normais. Totalizando 24 pessoas hospitalizadas na cidade.

Os estádios não podem receber público desde março de 2020, quando a pandemia do novo coronavírus se instalou com força no Brasil. Já se passou mais de um ano e os clubes de futebol lamentam essa ausência. Os campeonatos retornaram suas atividades ainda em 2020, mas tanto o governo quanto a própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF), sentem que ainda não é o momento mais seguro para o torcedor retornar aos estádios. 

Alguns estados até tentaram esse retorno, assim como o deputado estadual Romero Albuquerque, que apresentou à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), um projeto de lei que, caso aprovado, liberava o retorno das torcidas nos estádios de futebol. Essa proposta aconteceu em maio de 2021, solicitando a tramitação em regime de urgência do projeto que estabelece a entrada do público nos jogos.

A proposta do deputado determina que estádios e ginásios com capacidade de até 10 mil pessoas poderiam operar com até um quinto do público, mantendo distanciamento de 2 metros entre cada torcedor. Já em ambientes com a capacidade de menos de 10 mil pessoas, o distanciamento reduz para 1 metro, diante de uma limitação maior do público para um décimo da capacidade. 

A CBF já tem uma ideia de quando espera que isto possa acontecer no país. A entidade começa a trabalhar com a previsão de que, em setembro, os estádios possam começar a receber torcedores para as partidas do Campeonato Brasileiro e outras competições realizadas no país. Segundo Jorge Pagura, presidente da Comissão de Médicos de Futebol da entidade, durante participação no programa ‘Seleção SportTV’ do canal SporTV,  a data prevista é mesmo em setembro, mas ela pode mudar de acordo com os dados de disseminação da doença. 

Essa decisão somente será dada com base nos números determinados de incidência de casos, média móvel, taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e também a porcentagem de vacinados. 

Fora do Brasil a prática já é realidade 

 

Sob protocolos, as torcidas começam a voltar aos estádios no exterior. Em abril, ocorreu a final da Copa da Liga Inglesa, em Wembley, onde o Manchester City ganhou do Tottenham. O estádio recebeu quase 8.000 torcedores em mais um teste do governo britânico e das autoridades locais para avaliar o retorno do público em meio a pandemia da Covid-19.

A realidade de ver a torcida de volta aos campos, ginásios e nos principais eventos esportivos já não é novidade mundo afora. Ainda em abril, cerca de 51.723 pessoas estiveram no estádio Melbourne Cricket Ground, para acompanhar a um jogo de futebol australiano entre Carlton Blues e Collingwood Magpies. No estádio não havia obrigatoriedade do uso de máscaras. 

O gaúcho, natural de Caxias do Sul, Cássio Amaral, reside há 11 anos fora do Brasil e é torcedor do West Ham United, time do Leste de Londres, que conheceu em 2004 em sua primeira passagem pela capital inglesa. 

O calendário do futebol é diferente em relação ao do Brasil, praticamente toda a temporada 2020 e 2021 foi sem público nos estádios. O governo tentou realizar um teste em setembro do ano passado para todos os clubes poderem ter ao menos 2 mil pessoas por jogos, mas a alta no número de infectados e mortos cresceu muito, então não passou de um jogo. 

Em Londres houve uma queda significativa no número de óbitos, cerca de seis por dia no país inteiro, e menos de 200 infectados por dia. Essa queda foi resultado da forte campanha de vacinação na Inglaterra, onde 75% dos adultos já foram vacinados com a primeira dose e 35% dos adultos já fizeram a segunda dose. Esse fator possibilitou que o governo liberasse a presença do público para as duas últimas rodadas do campeonato, dando segurança aos torcedores.

A escolha de quem teria esse pequeno privilégio foi por meio de um processo de seleção. No caso do Cássio, o West Ham United, cujo estádio possui capacidade em torno de 65 mil sócios, com cadeiras cativas, foi realizado um sorteio onde apenas 20 mil torcedores foram selecionados. “Por mais que  sejamos portadores de cartões de acesso, o clube enviou por e-mail os ingressos, que poderia ser adicionado a carteira virtual do telefone, assim evitando qualquer tipo de contato na entrada. Recebemos o teste do COVID-19, no qual deveríamos apresentar a negativa antes do jogo”, comenta Cássio. Além disso, na chegada ao estádio, já há 500 metros havia um posto de triagem onde se passava por uma fiscalização, com a medição da febre e checagem da negativa do teste.

Cassio e sua filha voltando aos estádios pós pandemia. Imagem: arquivo pessoal

Com base na situação atual e no surgimento de novas variantes, Cássio ressalta que não se sente mais seguro, porém o campeonato retorna somente em agosto, o que pode trazer mudanças caso toda a população adulta já tenha se vacinado e a variante indiana controlada. 

Quem sofre também com a ausência da torcida são os clubes que acabam tendo uma perda significativa ligada a sua questão econômica. Reabrir os portões iria minimizar o prejuízo dos clubes de futebol no país, que se repetirá em 2021 e em suas competições. No ano passado, por exemplo, o Flamengo deixou de ganhar cerca de R $100 milhões sem receber torcedores no Maracanã. O Palmeiras também teve queda na receita de aproximadamente R $75 milhões com os portões do Allianz Parque fechados. 

De acordo com a proposta da CBF para o retorno, os torcedores só poderão voltar quando os estados da federação, com equipes em competições nacionais, não tiverem restrições para o retorno do público. Desse modo, a expectativa é que deva demorar, tendo em vista as dimensões continentais do Brasil e as diferentes realidades que cada região vive na saúde pública e na esfera política.

Um mural foi disponibilizado para quem quisesse deixar sua mensagem. Imagem: Glaíse Palma

Em meio à pandemia, a tão esperada vacinação de professores e funcionários da educação contra o coronavírus começou há pouco mais de uma semana em Santa Maria. Na Universidade Franciscana, a aplicação foi realizada hoje à tarde, entre 14h e 17h, no conjunto III, no hall abaixo da Capela. A instituição aderiu à Vacinação Solidária e sugeriu, a quem fosse receber a dose, que doasse um quilo de alimento não perecível que foi repassado ao Banco de Alimentos, que distribuirá para famílias vulneráveis na região. No total, foram arrecadados mais de 300 quilos de alimentos.

A aplicação das vacinas ficou por conta do curso de Enfermagem, e a campanha contou com o apoio também dos cursos de Biomedicina, Nutrição e Fisioterapia. Alunas do curso de Nutrição entregaram a cada pessoa vacinada um biscoito integral, junto com a receita para quem quiser experimentar e fazer em casa.

Entre funcionários e professores, 279 pessoas receberam a primeira dose da vacina Oxford/AstraZeneca, segundo a professora do curso de Enfermagem profa. Juliana Colomé. A segunda dose deve ser aplicada no começo de setembro. A vacinação transcorreu com tranquilidade e não houve aglomerações, pois foi realizada uma escala para receber a dose, de acordo com a primeira letra do nome.

Imagem: divulgação

O que aprendemos com a pandemia? Essa é uma das perguntas a partir das quais se desenrola o Projeto Experimental que começa a ser publicado hoje, dia 12, na CentralSul Agência de Notícias.  “Retratos pandêmicos” tem produção da acadêmica Lavignea Witt, com orientação da professora Neli Mombelli, e apresenta crônicas jornalísticas com fotografias ilustrativas sobre o momento, com a intenção de promover reflexões a partir de cada situação e seus aprendizados.

Na divulgação do projeto é salientado: “Se perguntarmos a uma pessoa o que ela mais sente falta do ano de 2019, muito provável que ela irá responder algo sobre ter uma rotina ‘normal’. Mas, em meio a essa rotina, poucos refletiam sobre as indagações do cotidiano. Em 2020 isso mudou completamente. Precisou uma pandemia se instalar no mundo para que milhares de pessoas parassem tudo o que estivessem fazendo e prestassem mais atenção a muitas situações.”

Serão 5 crônicas que vão circular toda quarta-feira, até o dia 9 de junho.

Cleci não era minha amiga no sentido íntimo da palavra. Foi minha vizinha por mais de 30 anos. Uma boa vizinha com quem trocava conversas sobre o cotidiano, as notícias dos filhos que estavam longe, as demandas diárias e as precisões de outros vizinhos. Éramos solidárias naquilo que fosse urgente. Eu não sabia da vida dela mais do que o necessário — nunca fui vizinha de conhecer detalhes da vida alheia se tal espaço não me fosse dado e, antes de adentrar, muito bem avaliar. Imagino que ela também não deveria saber muito mais da minha.

Falávamos ao cruzar a calçada ou nas divertidas caronas até o centro da cidade — porque sim, moramos num antigo quase meio rural — , a caminho do trabalho. Foi durante as caronas que eu soube dela estar indo ao pilates e à fisioterapia, que achava a casa grande demais depois dos filhos ganharem mundo, que manter tudo limpo dava trabalho, que ela tinha alugado uma das garagens a outro vizinho e ir até a “cidade” era uma boa diversão. Soube que o João estava em colheita, que a saudade da neta era enorme, que tinha ido visitar o filho e que as gurias estavam se preparando para vir passar as festas do final de ano.

Foi também quando ela soube que eu achava lindas as árvores da calçada a fornecerem uma rica sombra no calor escaldante do verão sulista e em uma delas, depois de uma tempestade, encontrara a gatinha que fugira da Carmem (outra vizinha), que a Flor (cocker spanish da Melina, minha filha) adorava correr e rolar na sempre aparada e verde grama a circundar a casa dela, que eu sempre levava um saquinho para recolher resíduos da bichinha porque morreria se ficasse alguma caca por ali, que as suas bergamoteiras davam um colorido especial à rua quando era época de frutas e as bananeiras emolduravam a paisagem dos fundos para a minha casa.

Nesse dia me ofereceu, generosamente, a sombra das árvores para estacionar o carro nos dias de sol. Nunca usei, mas fiquei profundamente grata.

Partilhávamos a preocupação/cuidado com outra vizinha mais velha (só na idade), amiga de ambas e que mora sozinha numa casa próxima às nossas, também com os cachorros que eram abandonados na nossa rua e, por um tempo, tiveram abrigo na entrada lateral da casa dela até serem acolhidos por outra vizinha.

Cleci partiu na manhã de hoje, 22, depois de uma dura luta contra o covid. Foi encontrar o João, o irmão do João e o marido da Rose(filha) que partiram também. Foi levada antes da vacina chegar a ela e ao João. Uma tragédia que poderia ter sido evitada.

Eu responsabilizo esse (des) governo pela catástrofe diária que nos assola. Cleci, João e os seus não são números a somar estatísticas. São vidas e histórias que fazem sentido.

Sei que não terei mais a risada agradável ao chegar à esquina, nem a companhia alegre no percurso até o centro da cidade. Não terei mais os vizinhos de tantos anos e nem perceberei a energia que compunha aquela casa, naquele lugar.

Não sei como os filhos se reinventarão nesse processo tão doloroso, mas espero que tenham força para recompor a vida e fortalecer os laços afetivos. Pais sempre deixam um legado para além do material.

Gostaria que soubessem que a dor é também nossa. Eles farão uma falta enorme no nosso cantão.

Nossa impotência diante do que parece ser uma roleta russa — nunca se sabe apesar dos inúmeros e múltiplos cuidados — , só será abrandada com a vacinação em massa. Única solução plausível para essa tragédia. Por hora, fica a revolta diante da irresponsabilidade de quem deveria tomar à frente no combate à pandemia.

Passados 8 meses do decreto estadual de calamidade pública, o executivo municipal se mobiliza para frear avanço da pandemia. Fotos: João Alves (PMSM)

O primeiro caso positivo de coronavírus em Santa Maria ocorreu em 21 de março de 2020. Foi de um homem que adquiriu o vírus em viagem para Joinville, em Santa Catarina. Comparada com o estado do Rio Grande do Sul, que teve o primeiro caso confirmado no dia 10 do mesmo mês, na cidade de Campo Bom, nota-se que a pandemia não demorou a chegar no quinto maior município do estado. De lá para cá, diversas medidas, ações, decretos e protocolos foram e estão sendo tomados para que a disseminação da covid-19 seja freada.

Em conversa com o chefe de gabinete da Secretaria de Município de Santa Maria, Matheus Marafiga, uma das principais medidas adotadas pelo executivo no combate à disseminação do coronavírus foi a criação do Centro de Referência Municipal da Covid-19. Trata-se de um local em que a Prefeitura reuniu uma equipe de multiprofissionais com o objetivo de centralizar informações e decisões para minimizar o avanço do vírus no Município. Vale destacar que o Centro não é um local para atendimento à população, e sim um espaço onde a Vigilância em Saúde e demais profissionais possam atuar para melhor definir fluxos, organizar dados, discutir casos.

O Secretário de Saúde, Guilherme Ribas, conta que além do Centro de Referência, também foi criado o Comitê Estratégico de Covid-19. “É no Comitê onde são tomadas as decisões sobre as medidas de combate à covid. Conta com a presença da Secretaria de Saúde, da Casa Civil e da Controladoria. Recebemos os protocolos com todas as orientações do Ministério da Saúde e buscamos adaptá-los para nossa realidade”, destaca Guilherme.

Equipe atua na fiscalização do cumprimento da legislação protetiva

Em relação às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) foram realizadas alterações na legislação sanitária para os atendimentos dos serviços de saúde, onde, além de contar com a utilização obrigatória dos equipamentos de proteção individual, também foi alterado os fluxos de trabalho dos servidores, a maneira como são realizados os atendimentos nos locais e adotado o distanciamento social. Todos os profissionais receberam os EPIs da Superintendência Administrativa e Financeira, que faz parte da Secretaria de Saúde.  Além dessa Superintendência, a Secretaria também conta com outras três. São elas: Superintendência de Atenção Básica, que cuida das questões relacionadas às unidades de saúde, Superintendência Especializada que trata de questões hospitalares e do pronto atendimento e a Superintendência de Vigilância em Saúde.

Sobre os testes RT-PCR para covid-19, quem realiza a aplicação e disponibiliza para a população é o município, porém a aquisição é feita via verba do Ministério Público do Trabalho (MPT-RS). Segundo o Chefe de Gabinete, se fez todo um termo de cooperação entre os órgãos e a Secretaria de Saúde por parte da Prefeitura, para o recebimento dos testes e valores para compra de EPIs. Ainda sobre a aplicação dos testes, o único local que os realiza é a Unidade de Pronto Atendimento, a UPA. As Unidades Básicas de Saúde fazem o acolhimento dos pacientes e os encaminham para lá, onde, dependendo dos sintomas, são realizados os testes e as internações.

Outra iniciativa foi a criação do Disque Covid, por meio do número (55) 3220-0390. Através do telefone, a pessoa entra em contato com o Centro Covid e é inserida no sistema como caso suspeito. Conforme disponibilidade, o Centro Covid entra em contato com a pessoa para realizar o agendamento do teste, que pode inclusive ser feito na casa da própria pessoa. Além disso, por meio da Coordenação de Atenção Psicossocial da Secretaria de Saúde, a Prefeitura disponibiliza, via telefone (55) 3219-2333, acolhimento e orientação aos santa-marienses em saúde mental. O objetivo é acolher, prevendo ansiedade e agitação entre a população diante do isolamento social devido à COVID- 19.

Patrulha da Máscara atuando na cidade.

Junto aos esforços da Secretaria de Saúde, outros repartimentos da Prefeitura também atuam no combate, como a Secretaria de Meio Ambiente, através das sanitizações de locais públicos como ruas, avenidas, praças e pontos de ônibus, e também por parte das equipes de fiscalização da Guarda Municipal, que recebem denúncias da população e também fiscaliza o cumprimento dos decretos no comércio. Também existe a colaboração da Secretaria de Gestão e Modernização, por meio da Patrulha da Máscara. Ela é uma iniciativa que tem como objetivo orientar a população sobre higiene, distanciamento e o uso da máscara de proteção. Os servidores percorrem pontos de maior concentração de pessoas e realizam uma fiscalização educativa, abordando e orientando as pessoas sem máscara ou utilizando a mesma de forma incorreta.

Na última atualização do boletim epidemiológico da Prefeitura de Santa Maria, a Secretaria de Saúde confirmava 6.878 casos positivos de coronavírus e 1.284 casos suspeitos. Outra informação é o número de óbitos que chegou a 106, e o de curados que chegou a 6.349 casos. Todas as informações são divulgadas diariamente no site da Prefeitura, pelo link http://www.santamaria.rs.gov.br/coronavirus/.

Matéria produzida na disciplina de Jornalismo Científico

Sem vacina ou medicamento eficaz para combater o coronavírus, a máscara tem sido uma grande aliada na defesa da contaminação pelo coronavírus. Наркологическая Клиника por Pixabay

Depois que a pandemia de coronavírus começou a se alastrar pelo Brasil, um dos assuntos mais debatidos entre cidadãos e médicos foi a utilização das máscaras faciais para proteção. Inicialmente, especialistas e Organização Mundial da Saúde (OMS) disseram ao público que as pessoas não deveriam usar máscaras, a menos que estivessem doentes ou cuidando de alguém que estivesse com o vírus. Porém, no decorrer dos meses, com o aumento dos casos de infectados e de óbitos , estudos indicaram que pessoas que não estavam com sintomas, os mais comuns por exemplo como febre, tosse seca e cansaço, poderiam estar com o vírus no corpo e transmitindo para outras pessoas, esta recomendação mudou.

No início do caos, a preocupação das autoridades era de que o uso generalizado de máscaras poderia provocar uma maior escassez dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s), o que realmente ocorreu. Daí a recomendação da produção de máscaras caseiras (tecido de algodão) e o uso de máscaras descartáveis ao sair de casa. Além disso, com o retorno gradual das atividades econômicas, o uso das máscaras se tornou uma das principais recomendações dos protocolos de proteção à disseminação do COVID-19.

A professora Amanda Liz  conta que no início do surto fez várias tentativas de compra de algum tipo de proteção facial nas farmácias e, por diversas vezes, não encontrou nenhum material disponível. Foi quando ela se viu na responsabilidade de fazer algo a respeito.  Antes da pandemia ela já trabalhava com confecção de máscaras usando tecido, ativou a produção. Ao ser questionada sobre o material que usa para a produção das máscaras,  afirma que “as máscaras que eu faço, são confeccionadas de forma dupla, com tecidos 100% algodão”.

Ela também destaca alguns pontos relativos à idade: “ o uso de máscara facial é indicado para crianças acima de 2 anos. Para crianças menores de 2 anos confecciono viseiras face shield que protegem de gotículas e o chapéu anti-gotículas”. “Além de oferecer o produto é importante oferecer suporte também.  Orientar quanto ao uso, lavagem, uso correto e demais informações pertinentes, complementa a professora”.

Neste sentido, o Ministério da Saúde publicou recomendações de como a população pode produzir as suas próprias máscaras caseiras, sendo elas: em tecido de algodão, tricoline, TNT, ou outros tecidos, que podem assegurar uma boa efetividade se tiverem um correto manuseio e se forem higienizadas de forma correta. É importante que as máscaras sejam feitas nas medidas corretas cobrindo totalmente o nariz, a boca, e o queixo e que estejam bem ajustadas ao rosto, sem deixar espaços nas laterais.

A partir deste cenário, os estados e munícipios brasileiros começaram a repensar suas técnicas no combate ao vírus. O Ministério da Saúde (MS) também passou a recomendar o uso de máscaras caseiras mesmo por pessoas que não tenham sintomas, caso elas saiam para espaços públicos. Os comércios, no geral, também passaram a exigir que os consumidores usassem máscaras faciais.

Anderson Almeida e Clovis Umpierre: as precauções de quem precisa trabalhar. Foto: Ana Luiza Deike

Anderson Almeida, 40 anos, e Clovis Umpierre, 56 anos, trabalham na portaria de um condomínio na cidade de Santa Maria. Ambos usam a máscara de forma correta e mantém o distanciamento social. A esposa de Clovis, é do grupo de risco,  e ele explica as precauções que tomam desde o início na pandemia. Fazem o uso de álcool gel com frequência, utilizam mais de uma máscara nos turnos, uma vez que cumprem turnos de 8 horas, além de manterem o distanciamento recomendado no ambiente de trabalho.

A prefeitura de Santa Maria, decidiu pela obrigatoriedade do uso de máscaras no dia 13 de abril. Quem for flagrado sem a peça pode pagar multas que variam entre R$ 106, R$ 284 e R$ 568.

A enfermeira Carize Oviedo, que atua na linha de frente no  combate ao vírus, enfatiza que fora do ambiente hospitalar é essencial o uso de máscaras, pois hoje é a única “vacina” disponível. Ela acredita que “a redução de casos no resto do país, não em Santa Maria pois aqui o índice de contaminados ainda continua alto, se deve a conscientização da população que se prevenir é sim, eficaz”.  “ Usar a máscara ajuda sim a não disseminar mais o vírus! Aqui a população ainda brinca com toda situação”, ressalta a enfermeira.

Cumprindo todas estas recomendações as máscaras podem ser consideradas uma das barreiras contra a disseminação do coronavírus reduzindo a possibilidade de contágio. No entanto, cabe ressaltar que o uso inadequado das máscaras pode torná-la mais um vetor de contaminação. “Na hora de colocar a máscara e retirar é preciso ter cuidado para não encostar no tecido que fica na frente da boca e do nariz, pegar o mínimo possível nas laterais é o mais indicado”, explica a enfermeira Carize.

Em relação à eficácia no uso das máscaras um estudo realizado pela Royal Society, instituição em Londres destinada à promoção do conhecimento científico, concluiu que o uso correto das máscaras  pode reduzir a transmissão contínua por usuários assintomáticos e os que não apresentam sintomas, se amplamente utilizadas em situações em que o distanciamento físico não é possível.

Por Ana Luiza Deike. Matéria produzida para a disciplina de Jornalismo Científico