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Santa Maria, RS, Brazil

empreendedorismo

Geração de emprego e renda X carga tributária

Brasileiros estão entre os que pagam mais tributos no mundo e os que menos têm a contrapartida de serviços públicos de qualidade. Entre os 30 países com a maior carga tributária no mundo, o que proporciona

O mercado fitness e as novas modalidades

  Com o crescente interesse de boa parte da população pela forma física ideal, ou que busca o bem-estar e uma saúde melhor, o mercado fitness no Brasil já movimenta mais de 2 bilhões de dólares

Copacabana, nenhuma tem o encanto que tu possuis

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A 1º edição do Santa Summit, evento de inovação e empreendorismo, será realizado no próximo final de semana, dias 24 e 25 de novembro no Mercado da Villa Belga. O evento é aberto ao público e contará com a presença de + de 60 speakers (palestrantes) divididos em três palcos dos mais diversos ramos de educação e negócios. A proposta do evento colaborativo é de posicionar Santa Maria como um polo de educação, inovação e empreendedorismo. Os ingressos estão a venda no site do evento e custam R$ 50 para a o público em geral e R$ 25 para estudantes, que devem apresentar o comprovante da matrícula na hora do pagamento. A UFN é uma das universidades apoiadoras da iniciativa e atua por meio do Parque Tecnológico, o ITEC Park.

Segundo Lissandro Dalla Nora, diretor do ITEC Park, a participação da UFN no evento é uma oportunidade para a região central visualizar as ações desenvolvidas pela Universidade Franciscana que impactam na economia e sociedade. “A atuação da instituição dentro do Santa Summit estará distribuída na ação de apresentação do ITEC Park UFN e a participação de empresas e startups apoiadas pela universidade, bem como a apresentação de tecnologias desenvolvidas em conexão com a comunidade local”, ressalta o diretor.

Lançamento do evento ocorreu no dia 27 de outubro. Foto: divulgação

O Santa Maria Summit é dividido em sete trilhas de conteúdo:

  • Educação Empreendedora: Aprenda como a educação pode ser um agente de transformação dentro do mundo corporativo;
  • Marketing e Vendas: Estratégia de Marketing e venda consultiva;
  • Cidade Empreendedora: Descubra como as cidades podem ser empreendedoras;
  • Inteligência Artificial: Como implementar soluções de IA para a sua empresa;
  • Startups e Investimentos: Explore este mundo empresarial;
  • Negócios e Varejo: Estratégias de negócios e gestão virtual ou física de uma empresa;

O Santa Summit é realizado pela Inova Centro, ADESM (Agência de desenvolvimento de Santa Maria) e a Prefeitura Municipal de Santa Maria em correalização com o SebraeX um braço de apoio a startups, e conta com + de 60 instituições parceiras.

Fonte: Image by 1820796 from Pixabay

Sustentar uma família, mantendo as contas básicas em dia, é um dos maiores desafios para mais de 12 milhões de brasileiros hoje. Eles estão desempregados. No cenário atual, três a cada dez pessoas encontram-se em estado de desocupação no país, o que corresponde a aproximadamente 12% da população nacional economicamente ativa. Só no Rio Grande do Sul, são mais de 440 mil pessoas nessa condição, conforme dados do IBGE.

Para o economista Mateus Frozza, diversos fatores colaboram para esse fenômeno e estão ligados à crise de crédito e à precariedade de atividade econômica. “A crise significa que os juros aumentaram em consequência da escassez de dinheiro, fazendo com que os bancos se mantenham restritos a financiamentos e empréstimos.’’, explica o economista.

Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), encerrada no último trimestre de 2018, mais de 5,3 milhões de pessoas estão na busca por emprego há quase um ano e 3,1 milhões de pessoas há mais de dois anos. Esta ausência de emprego reflete em problemas sociais e econômicos graves, que se intensificam ainda mais em economias emergentes e em épocas de crises econômicas e políticas.

Grupos mais afetados: mulheres, jovens e pessoas entre 25 e 39 anos

Na corrida em busca do emprego efetivo, jovens, mulheres e pessoas com faixa-etária entre 25 e 39 anos têm sido os mais desfavorecidos. Apesar da taxa de desocupação feminina ter tido uma queda significante em relação ao 1º trimestre de 2017, os dados ainda são preocupantes. Quase 6 milhões de pessoas desocupadas no Brasil são mulheres, correspondendo a 52% da população nacional desempregada. Essa taxa é resultado de diversos fatores que englobam o universo feminino e o machismo ainda instalado na sociedade. “As mulheres, por vezes, não são contratadas devido a sua dupla jornada e por serem mães em tempo integral. Em situações de necessidade de demissão, as mulheres acabam se tornando um alvo fácil.‘’, acrescenta Frozza.

A juventude – apesar de todo esforço e condições para ingressar no mercado do trabalho – é uma das classes que mais sofrem com o desemprego. Este cenário, que engloba 3,9 milhões de pessoas, tem se agravado devido à baixa na escolaridade e à fragilidade da formação educacional de que sofre grande parte da população. “Após o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef, os investimentos, principalmente em educação, cessaram; houve uma queda nas bolsas de estudos e nos financiamentos educacionais”, aponta o economista.

Desempregados na faixa etária entre 25 e 39 compõem um montante de 4,1 milhões de pessoas e são considerados a classe mais vulnerável quando o assunto é condições de trabalho. Devido às dificuldades de inserção no mercado, tendem a encontrar ocupações mais precárias ou a buscar trabalho na informalidade.

Desemprego como gerador de problemas psicossociais

O trabalho, além de ser fonte de renda ou de apoio financeiro, também é considerado crucial para o bem-estar e equilíbrio psicológico e social das pessoas. Porém, quando os trabalhadores se deparam com a condição de desemprego – tanto aquele que procura emprego pela primeira vez, quanto os que trabalharam durante anos e se veem de repente nessa situação – podem acabar experimentando uma série de transformações emocionais, psicológicas e sociais. O descontentamento com o estado de desocupação, as expectativas frustradas e a ânsia na busca pela estabilidade financeira são fatores que acarretam em distúrbios psicossociais, como isolamento, baixa autoestima, prejuízos no funcionamento social e relações abaladas ou enfraquecidas. Em casos mais graves, o desemprego pode gerar ansiedade e até depressão.

Conforme a psicóloga Lisiane Cassales, que atua com psicoterapia e orientação profissional, os efeitos dessa condição podem ultrapassar o emocional, gerando complicações que migram para dimensão física. ‘’É o que chamamos de somatização, fenômeno que transforma algo muito intenso em sua mente, em dor ou desconforto no corpo’’, esclarece a psicóloga.

É indicado que o tratamento seja feito com psicólogo, em que o primeiro passo se dá pela escuta, deixando o paciente livre para falar sobre suas frustrações sem qualquer tipo de julgamento. Essa fase é muito importante para entender a raiz do problema, pois em alguns casos existem questões anteriores que não foram enfrentadas ou reconhecidas no momento certo, gerando a famosa ‘’bola de neve’’ que acaba tomando uma proporção maior do que deveria.

É importante ter em mente que o desemprego é um contratempo que pode vir a acontecer com qualquer pessoa e certamente algo irá acrescentar de aprendizado na vida do indivíduo, mas que – no momento – é de difícil percepção. ‘’É indispensável que o indivíduo se pergunte: o que eu aprendi com isso? Eu estava dando o meu melhor? Como posso melhorar no meu próximo emprego? Isso torna mais clara a ideia de que o ocorrido contribuiu para o crescimento pessoal e profissional’’, finaliza Lisiane.

Impactos econômicos e as expectativas para o futuro

Retomada lenta e crescimento pouco satisfatório são expressões que definem as análises dos economistas sobre futuro da economia brasileira. Durante este ano, a probabilidade de melhora com relação ao desemprego é pouca, pois o Produto Interno Bruto (PIB), que mede a atividade econômica do país apresenta números pouco otimistas. Um exemplo disso é o fato de o Brasil ter encerrado o ano de 2018 com um crescimento de 1,1%, totalizando R$ 6,8 trilhões, conforme dados do IBGE. Para Frozza, o desemprego é uma tendência e a geração de emprego terá evolução, mas será de forma lenta e com resultados a longo prazo.

Uma agenda governamental para a geração de emprego é urgente. No entanto, conforme dados do IBGE, até o momento presente não houve melhoras significativas com relação à situação econômica e política do país.

A não realocação no mercado de trabalho força as pessoas a se inserirem na informalidade, tornando-se empreendedoras por necessidade e não por oportunidade. ‘’Essa condição leva muitos trabalhadores a se tornarem microeemprendedores individuais, na busca de fugir da condição de desemprego’’, acrescenta Mateus Frozza. É um aspecto positivo, mas, pensando no crescimento da economia nacional como um todo e o estímulo à geração de emprego, a alta da informalidade pode ser um grande empecilho. Esse fenômeno tende a emperrar uma reação mais vigorosa do crédito. A situação preocupa porque, no Brasil, o crédito serve de estímulo fundamental ao consumo que, por sua vez, é o grande motor da economia. Sem carteira de trabalho, tende a ficar mais difícil para o consumidor – em especial o de baixa renda – apresentar garantias para tomar empréstimo, mesmo que haja predisposição para negócio de ambas as partes. Para os economistas, não é um diagnóstico preciso, mas tudo que move a economia de forma negativa ou positiva tende a influenciar no desemprego.

 

Texto de Andriele Hoffmann, produzido na disciplina de Jornalismo Especializado, do Curso de Jornalismo da Universidade Franciscana, durante o 1º semestre de 2019. Orientação: professora Carla Torres.

Imagem de Robert-Owen-Wahl (Pixabay)

Brasileiros estão entre os que pagam mais tributos no mundo e os que menos têm a contrapartida de serviços públicos de qualidade. Entre os 30 países com a maior carga tributária no mundo, o que proporciona o pior retorno dos valores arrecadados a favor da sociedade é o Brasil. Não há justiça entre a quantidade de impostos pagos e a contrapartida de serviços públicos oferecidos à população. O levantamento feito pelo ICDE/IBGE causa surpresa e desânimo. Ainda assim, o Governo Federal estuda aumentar os impostos para reduzir o rombo das contas públicas.

Para Marion Santos, 32 anos, comerciante varejista, o atual cenário econômico do país está muito complexo devido à crise política e o governo tem se empenhado em mudar esse cenário, com a reforma trabalhista e agora da previdência. “A situação econômica influencia diretamente na geração de emprego e renda. Quanto maior a oferta de emprego, maior será a demanda. Com isso, haverá maiores salários e distribuição de renda para as famílias”, ressalta ele. Já o dono de um posto de combustíveis, Sidnei Bernardo Paul, 51 anos, entende que o governo deve diminuir a carga tributária e terminar com a guerra fiscal, para assim diminuir o número de desempregados.

Para os empresários, em momentos de crise, deve-se buscar inovações, criar alternativas, procurar novas oportunidades, novos produtos e investir no diferente. Pois, é preciso ousar para se manter estável devido aos juros e créditos. O comerciante Gilberto Roso, de 56 anos, destaca que a carga tributária é uma das maiores despesas de uma empresa, é exagerada e inibe uma maior participação de empreendedores. “A carga tributária perde somente para a folha de pagamento onde atualmente pagamos 40% de nosso lucro em impostos, ou seja, representam quase um terço do faturamento da empresa,” ressalta o comerciante.

Para Derli Lacerda dos Santos, 67 anos, contador, a alta carga tributária está inibindo as pequenas empresas de crescerem. As grandes companhias recebem incentivos e desonerações dos governos em determinadas épocas, com o intuito de movimentar os setores beneficiados, e também em troca de favores políticos. Isso leva algumas empresas a sonegarem impostos, o que faz com que o governo aprimore técnicas de controle para inibir a sonegação, investindo em tecnologias que fazem o cruzamento de dados das transações comerciais.

O alto valor cobrado afeta diretamente o caixa das empresas e o bolso do consumidor, como mostra a pesquisa feita pelo Contax no site da Receita Federal que compara a carga tributária dos últimos 10 anos:

Carga tributária no Brasil ao longo da última década. Fonte: Receita Federal

Segundo dados da Receita Federal, entre 2006 e 2015, a cada R$100, cerca de R$32 eram impostos. Já em 2017 o “Impostômetro” atingiu a marca de R$1,2 trilhão, segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A crítica pelos altos valores pagos é constante por não refletir em melhorias nos serviços públicos essenciais à população.

 

Saiba mais:

https://www.ospcontabilidade.com.br/blog/a-carga-tributaria-no-brasil-e-no-mundo-comparativo-e-necessidade-de-mudancas/

http://www.contax.srv.br/o-aumento-da-carga-tributaria-no-brasil-nos-ultimos-10-anos/

 

Texto de Bruno Bertulini para a disciplina de Jornalismo Especializado, do Curso de Jornalismo da Universidade Franciscana, durante o primeiro semestre de 2019. Orientação: professora Carla Torres.

 

Desde sempre o brasileiro amou o humor. O nordeste é conhecido como o berço do humor e o sudeste como a fonte do sucesso. O Rio Grande do Sul sempre teve alguns nomes dentro da comédia como Jair Kobe, o Guri de Uruguaiana, e André Damasceno, O Magro do Bonfa (Escolinha do Professor Raimundo), mas nunca foi um estado conhecido por ter grandes humoristas. E Santa Maria?

Desde os anos 1990, a comédia só cresceu com programas como Sai de Baixo, Os Trapalhões e Escolinha do Professor Raimundo. Na década de 2000, o humor estagnou no que era oferecido pelas grandes mídias, até que em 2005, entra em atividade o primeiro grupo de stand up comedy, o Comédia em Pé,  que tinha roteiristas do Zorra Total como integrantes, entre eles, o Fábio Porchat.

O stand up é um gênero de comédia norte-americano que teve origem no final do século XIX, e na qual o comediante sobe no palco sem nenhum tipo de caracterização ou acessório. No Brasil, na década de 60, Chico Anysio e Jô Soares faziam algo muito semelhante, geralmente na abertura de seus shows ou programas.

A partir do Comédia em Pé, o novo “jeito” de se fazer humor se disseminou por meio do Youtube, que, por sua vez, revelou diversas sub-celebridades atuais e também, em 2012, o maior canal de esquetes, o Porta dos Fundos. Na sua esteira veio uma nova gama de canais do mesmo estilo, adotando uma outra forma de fazer humor.

Com essa disseminação cômica movimentando Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba com novas opções cômicas, o Rio Grande do Sul ficou como? Enquanto o país se molda a uma nova forma de consumo de humor, o estado se encontrava estagnado, mas não por completo. Em 2008, Lucas Krug e Cris Pereira começam o Primeiro as Damas que tinha como foco a comédia de personagens. O grupo ganhou com um vídeo do personagem interpretado por Cris, Jorge da Borracharia, que tem mais de 800 mil visualizações. Para a época, algo absurdo.

O crescimento nacional do stand up e o Primeiro as Damas em alta, haviam outras pessoas tentando a sorte na capital e uma delas era Índio Behn, 29 anos, participante do Quem Chega Lá do Domingão do Faustão, de 2015 e do Prêmio Multishow, em 2016. Conforme Índio, o começo, em 2011, foi muito complicado, pois havia muitos humoristas recém começando. “Depois do Quem Chega Lá, não mudou muita coisa, porque raramente alguém vai ligar para ti e dizer que te viu lá, pois no programa existem diversos quadros”, conta o comediante.

Entretanto, ele afirma que o fato de ser o único do estado a ter participado do quadro ajudou-o no acesso a rádio e TV. “Claro que esse fato ajudou muito no meu orçamento, quando eu vou fazer um show corporativo, por exemplo”. Índio ressalta que para iniciar uma cena em uma cidade populosa é mais fácil. “Acredito que em cidades mais populosas seja melhor fazer uma cena pelo fluxo de pessoas, mas não vai ser nenhum mar de rosas”.

 Como está a cena no Rio Grande do Sul?

Hoje o estado conta com dois bares exclusivamente de comédia. O Buteco Comedy Bar (Canoas) e o Caverna Comedy Club (Farroupilha). O Buteco Comedy foi inaugurado em 2017, oriundo de um bar que já levava o stand up que antes levava o nome de Buteco S.A. O proprietário Felipe Vacilotto, 38 anos, é amante da comédia e diz que o mais difícil é a formação do público. “Fazer as pessoas entenderem o que fazemos e porque fazemos era a parte mais desafiadora”. Hoje o Comedy leva humoristas do interior do estado e do centro de São Paulo, e tem um público fiel.

Além disso, o Buteco Comedy e o Caverna também fornecem, uma vez por mês, uma noite de comediantes iniciantes, na qual pessoas tentam a sorte por 5 minutos no palco e ali comecem uma carreira no meio da comédia. Carlos Ferraz, 17 anos, é de Julho de Castilhos e desde agosto do ano passado fez participações nessas noites. “Comecei em agosto do ano passado e gostei muito desde a primeira vez que subi no palco”, conta o iniciante. O Rio Grande do Sul conta com mais de 50 comediantes iniciantes saindo de todos os cantos do estado, tendo sua maioria em Porto Alegre.

Mas e Santa Maria, como fica nesse cenário? Para o Índio, a dificuldade de Santa Maria é a mesma de todas as cidades. “Santa Maria precisa de um Bar que acredite no stand up, porque ás vezes dá pouca gente e o cara tem a razão dele. Só que também vai um humorista de Porto Alegre e eles não conhecem. A galera quer ver quem eles assistem no Comedy Central”, afirma Indio.

Santa Maria sempre foi conhecida como cidade cultura, mas por que ela não faz parte disso?

A cena se desenvolveu no estado nos últimos três anos e, nesse meio tempo, recebeu sete noites de comédia stand up. As primeiras edições foram feitas no The Park, no Shopping Praça Nova, nas quais tiveram humoristas como Índio Behn. As outras três noites foi feita com outra produção no Zeppelin Bar. Matheus Novelli, comediante, de 24 anos atua na comédia desde abril 2017. Ele começou produzindo a noite do Catioro Loco no mesmo ano e, em janeiro de 2018, esteve em Santa Maria.

Para Matheus o público santa-mariense é muito receptivo e tem a faixa etária considerada ideal para a comédia, entre 18 a 35 anos. Porém, ele vê que a cidade precisa de incentivo para que a cena se instaure aqui. “A cidade é grande e tem grande potencial, porque ela é universitária e, sendo assim, as pessoas tendem a ser mais novas e esperam coisas diferentes. Entretanto, não se tem o incentivo necessário”.

Matheus Novelli, no The Park, em 2018. Foto do arquivo pessoal

Já a proprietária, Milany Rios, proprietária do Zeppelin Bar que abriu espaço para um possível esboço da cena da capital em Santa Maria. Segundo ela, a cidade está no início ainda e tem que se desenvolver mais para algo do gênero. “O grande desafio é achar o público que consuma isso e também entender que é uma proposta cultural que está sendo proporcionada”, diz a proprietária.

Mesmo assim, a cena tão desenvolvida da capital se dissemina para fora e um dos lugares é Rio Grande, cidade do comediante Léo Oliveira, 27 anos, que está no gênero desde 2007. “Eu quis começar para poder falar o que eu queria e fazer algo que eu considerava muito diferente e na época era tão único”, conta o humorista.

Além disso, ele também diz que no começo era complicado. “A maior dificuldade, no início, era dizer para as pessoas o que eu fazia. Tinha que falar que era a mesma coisa que o Rafinha Bastos e o Danilo Gentili faziam”, afirma Léo, que também destaca a melhora a partir de 2012 por conta da plateia estar mais ciente do que via.

Hoje, Rio Grande conta com um festival de comédia próprio, o Rio Grande Comedy, que tem apoio e traz os principais comediantes da cena. Na primeira vieram dois humoristas de São Paulo, Santiago Mello e Murilo Moraes, junto com as atrações regionais. O Festival de Rio Grande está na segunda edição e trará como atração principal Cris Pereira que vem com um projeto novo de stand up de cara limpa.

Rio Grande Comedy, com Léo Oliveira, Gio Lisboa, Cris Pereira e Thiago Oliveira: O que falta afinal para o público ir a eventos de comédia?

Para a estudante de Relações Públicas, da UFSM, Eduarda Marcuzzo, de 27 anos,  o humor é uma alternativa para sair da rotina, mas destaca a falta interesse do público local. “Santa Maria é a cidade da cultura ‘paraguaia’, porque ninguém valoriza quando tem algo de qualquer  de entretenimento”. A estudante também conta que esteve  na maioria das noites de stand up. “Eu fui muito no Zeppelin e gostava. Acho que tem que se dar o valor para quem faz aqui e não só agregar àqueles que já são conhecidos, ou são daqui e fazem sucesso lá. Tem que valorizar quem é desconhecido aqui também”, enfatiza Eduarda.

Já para a estudante Laisa Santana, 23 anos, estudante de Filosofia, na UFSM, também se deve destacar os novos talentos. “Eu iria a um show de comediantes desconhecidos. Mas, essas coisas precisam de apoio e divulgação necessária para atrair as pessoas que já gostam”. Ela também ressalta que, na visão dela, para engrenar o humor e impor uma cultura precisa de um lugar que também acredite. “Acredito que, além do espaço, uma frequência de eventos de humor é o primeiro passo para que ocorra a familiaridade e ele comece a ter seu espaço”, conta Laisa.

Santa Maria tem 277 mil habitantes o fluxo de pessoas é muito grande, pouco menos que Canoas (323mil) e mais que Rio Grande (198 mil). Em Santa Maria há público potencial, mas não há frequência. Em Rio Grande, que é uma cidade portuária tem uma população menor que Santa Maria tem um festival que está se encaminhando para a segunda edição. Mesmo que os tempos de hoje sejam considerados difíceis para se fazer humor, por que em Canoas, Farroupilha e Rio Grande existe uma cena e em Santa Maria não?

 

Texto elaborado por João Martins, para a disciplina de Jornalismo Especializado, do Curso de Jornalismo da Universidade Franciscana, durante o primeiro semestre de 2019. Orientação: professora Carla Torres.

 

Foto: Beatriz Bessow. LABFEM / UFN

Com o crescente interesse de boa parte da população pela forma física ideal, ou que busca o bem-estar e uma saúde melhor, o mercado fitness no Brasil já movimenta mais de 2 bilhões de dólares por ano. Com novas modalidades neste segmento, academias e personal trainers precisam se reinventar para conquistar um público cada vez mais exigente e com menos tempo para se dedicar aos exercícios físicos.

Uma pesquisa realizada pela Global Report mostra que o Brasil é hoje o segundo país com mais academias no mundo, com cerca de 34 mil, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Essa onda fitness também mostra reflexos e Santa Maria, com um aumento notável no número de locais que oferecem este tipo de serviço. A presença de grandes organizações mundiais no ramo de academias força as empresas menores a buscarem alternativas para chamar atenção de novos praticantes.

Gráfico: criação de Guilherme Superti Piber, com base em dados de ACAD e CONFEF.

Segundo a mesma pesquisa, quase 10 milhões de brasileiros praticam atividades físicas nas academias, garantindo ao país a quarta colocação em número de clientes deste ramo no mundo. Apesar disso, colocando estes números em uma simples conta com a finalidade de mostrar a ocupação média dos estabelecimentos, chegamos ao resultado de 280 praticantes por academia, contra incríveis 1400 praticantes por academia no Reino Unido.

Gráfico: criação de Guilherme Superti Piber, com base em dados de ACAD e CONFEF.

Falando especificamente de nosso estado, o Rio Grande do Sul fica na segunda posição nacional entre estados em relação ao número de academias registradas no Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), com um número estimado de 3.700 academias ao final do ano de 2018. Em primeiro lugar está o estado de São Paulo, com cerca de 11.500 e em terceiro o estado do Paraná, com 3.650.

Gráfico: criação de Guilherme Superti Piber, com base em dados de ACAD e CONFEF.

Lucas Machado é proprietário da Core Training, uma academia com foco em treinos funcionais presente na cidade há quatro anos e meio. Segundo ele, os exercícios funcionais visam a realizar atividades que contemplem um grupo maior de músculos, além de deixar o corpo preparado para as atividades do dia a dia. Os treinos desta modalidade utilizam – na maioria das vezes – apenas o peso corporal da pessoa e algum acessório, como corda, bola ou borracha, sem necessitar de um aparelho fixo ou pesado.

No geral, Lucas recomenda este tipo de exercício para qualquer faixa etária, porque com ele “passamos a conhecer melhor o próprio corpo e a musculatura envolvida em cada movimento”. Como diferencial desse segmento, acredita que conta muito o ambiente onde as atividades são realizadas, o não uso de máquinas, além de grupos menores de alunos, com auxílio constante de um profissional.

Lucas Fuchs é formado em educação física e trabalha na área como personal trainer. Ele já trabalhou no Clube Dores e na academia Celera Gym. Além do acompanhamento individual, também realiza consultorias online, colaborando para a boa forma de clientes de fora da cidade. Lucas afirma que a maior parte dos exercícios pensados por ele visam em primeiro lugar à saúde, sendo a estética uma consequência desta rotina de atividades.

Ele afirma que não trabalha com nenhuma modalidade específica, moldando os treinos sempre de acordo com a preferência da pessoa. Deixa claro também que todos os exercícios são benéficos e possuem suas características particulares, mas que tudo depende também da intensidade com que são praticados. Fuchs acredita que, para manter o destaque nesta área, o profissional deve manter seus alunos motivados e com atendimentos além do “cara a cara”, por meio da internet.

O estudante de ciência de computação, Johny Beck, de 26 anos, pratica exercícios físicos há quatro anos e meio, com foco no bem-estar e buscando melhorar a autoestima. Ele conta que já praticou exercícios funcionais durante três meses e que gostou bastante, porém ainda prefere a academia tradicional. Johny diz que o principal diferencial é o atendimento, pois o auxílio para uma boa técnica é essencial para o desenvolvimento e resultados.

A procura por um serviço que nem sempre é tão acessível pode revelar tanto o interesse pela atividade como manutenção da saúde, quanto como apelo estético. De todo modo, o importante é que o brasileiro está se exercitando mais. O crescimento do ramo das academias, assim como da procura pela atividade de personal trainer mostra que há aí uma área que ainda pode ser muito explorada. O caminho da personalização parece mesmo sem volta. Para os profissionais da área, trata-se de um campo fértil para empreender, mesmo em meio às crises.

Texto de Guilherme Superti Piber, para a disciplina de Jornalismo Especializado, do Curso de Jornalismo da Universidade Franciscana. Produção do 1º semestre de 2019, sob orientação da professora Carla Torres.

Dia ensolarado. Andei na Avenida Rio Branco, pulando os buracos na calçada e observando meu entorno rodeado por prédios que cortam metade do centro de Santa Maria. Essa parte é chamado de “centro velho”. A arquitetura é de influência Art Deco, que contém em fileiras casa coloridas até a Estação Férrea. Isso me traz um certo aconchego de memória, por mais que haja prédios abandonados e negligenciados pelo Município. Chegando na praça Saldanha Marinho, onde estudantes da Universidade Federal de Santa Maria costumavam tomar banho no chafariz após o resultado do vestibular nos anos 80, avistei um homem vestindo uma camiseta verde com um violão na mão. Ele estava parado na esquina do calçadão gritando palavras de ordem para quem passava:

– “Todos ladrões! O povo não enxerga!”.

Olhei para trás com certo receio, e continuei traçando meu destino, cujo final seria a poucos metros dali. Logo depois de passar por cima do viaduto Evandro Behr, enxerguei um homem gaudério vendendo pinturas ao chão. A efemeridade das situações nos afeta, e, para fugir um pouco da realidade, nada melhor do que sentar em algum lugar aconchegante para apreciar uma boa comida e um bom café. Avistei um adesivo colado a uma porta, lembrando uma moldura de espelho antigo, com letras curvas em dourado; estava escrito “Confeitaria Copacabana”. Os vidros eram escuros e não eram tão nítidos para enxergar de dentro para fora, mas a curiosidade falou mais alto.

“A praia de Copacabana, minha mãe, São Paulo, Havana. Quando eu nasci tinha sim, sim senhor, águia, paturi, camelo, condor”

Sem contrariar Itamar Assumpção, quando eu nasci tinha, sim, sim, senhor, uma confeitaria histórica no interior do Rio Grande do Sul. Por mais incrível que pareça, o nome faz jus: ela lembra Copacabana em sua raiz, os seus famosos bistrôs à beira mar. O primeiro nome do estabelecimento foi em homenagem a família – Confeitaria Segala. Após assumir a gerência em 1970, o espanhol José Pena Cabalero renomeou a padaria como ‘’Copacabana’’ gaúcha. No meio tumulto de pessoas andando pelo centro, vendedores de arte expondo seus trabalhos no chão, resolvi imergir no histórico Edifício Segala, onde é produzida a melhor massa folhada da cidade rodeada por morros.

Duas da tarde de uma terça-feira. Foto: Juliana Brittes

Empurrei a porta, e logo fui recebida por uma senhora loira sentada em banco na porta. Ela segurava em suas mãos uma quantidade de papéis. Sorrindo, me entregou um.

– Boa tarde!

– Boa tarde, respondi.

O ambiente é decorado com luzes baixas, luminárias de teto e abajures em cima das bancadas. Aproximei-me do balcão de vidro para apreciar os famosos doces e fui surpreendida por um garçom carismático. Ele usava camiseta e boné brancos.

– Posso lhe ajudar?

– Uma massa folhada rosa, por favor.

– Pode sentar ali na mesa que eu já lhe atendo.

Sentei-me a mesa do fundo ao lado de um dos espelhos gigantes, lugar propício para observar o ambiente e as particularidades de cada indivíduo. Leonel é o atendente mais antigo da confeitaria, onde trabalha há pelo menos 20 anos. Agradeci sua gentileza, e observei a decoração. Além da iluminação sofisticada que lembra um bristô parisense dos anos 50, há 48 quatros espalhados pela parede. Como é um ambiente é administrado de geração a geração, a família estava toda presente estampada em retratos. Além de recortes de jornais e fotografias de Santa Maria nos anos 50. A cada mordida da massa folhada, o som ambiente com jazz e blues me remetia à infância, quando minha mãe resolvia dar uma pausa no dia para pedir no balcão “o de sempre”. Além da música de fundo, prestei atenção às conversas alheias. Ao meu lado, uma mulher de vinte e poucos anos estava sentada com outra mulher, que poderia ser sua mãe. Elas discutiam qual seria o futuro do país nos próximos dias.

Conversei com a atual chef do bistrô, Manuela Segala – filha de Luiz – que trabalha no caixa durante a tarde e de manhã ajuda na produção da cozinha. Ela e sua irmã, Tatiana Segala, encantaram-se pela rotina da cozinha. Desde pequenas, elas se interessavam pelo ambiente e pela confeitaria. Há pouco tempo, fizeram um curso na renomada escola de gastronomia francesa Le Cordon Bleu.

No dia seguinte, voltei à Copacabana. Peguei a comanda branca com a moça loira no caixa, pois tinha ido cedo. Fui atendida outra vez por Leonel, mas resolvi variar o cardápio, pedindo um café e uma torta de frutas vermelhas. Cumprimentei Luiz Segala que estava ao caixa, sempre muito simpático e atencioso. Ele deu a volta no balcão e apontou para a parede para me explicar sobre as fotografias dispostas ao lado dos espelhos.

– Essa foto foi tirada que época?

– É uma montagem. Meu avô está lá atrás. Essa aqui é a foto original – apontou para o lado.

Sentei no corredor e resolvi observar a movimentação daquele dia às 14 horas. Luiz me trouxe um livro chamado “Santa Maria – Memória 1848 – 2008” que explicava a história de sua família. Com as páginas em horizontal, o livro contém imagens de Luiz Casali Segala, seu avô.

Luiz Segala e seu filho Ivan na antiga confeitaria Segala. Foto: Juliana Brittes

De gole em gole, fui desfrutando meu café enquanto Luiz corria de um lado para o outro atendendo os clientes que chegavam aos poucos. Ele veio até a mim e entregou em mãos uma fotografia de seu avô em frente a um carro. O homem vestia terno, gravata, sapatos sociais e uma boina. Aproveitei a ocasião e disse para Luiz que gostaria de fotografá-lo em frente ao balcão de vidro quando não tivesse tanto movimento.

– Vou trocar de roupa.

Fotografia do fundador da Confeitaria. Foto: Juliana Brittes

É muito perceptível seu carisma. Ele subiu o elevador que fica entre dois espelhos ao lado do caixa e, em menos de cinco minutos voltou para o hall vestido como um chef de cozinha. Roupa branca, touca preta e calça jeans. Eu ainda estava comendo a torta de frutas vermelhas, a cada mordida era possível sentir a sua composição ácida e doce. A suavidade do creme de baunilha me despertava um sentimento nostálgico. Luiz voltou a minha mesa e me entregou uma fotografia com a foto de casamento de seu pai, que era dentista e na época não havia assumido a gestão do restaurante. A fotografia de 1950 retratava sua mãe, seu pai Ivan Segala junto com seus avós.

Me concentrei mais para descobrir mais a história do lugar, mas ao mesmo tempo prestava atenção no público que entrava e saia do café através dos espelhos: uma família composta por mulheres que sentava ao meu lado comendo uma massa folhada.

O café esfriou, e o movimento só tende a crescer até as 19h, o horário que fecha a Confeitaria. Café, tortas e a massa folhada são os mais pedidos. Avistei um dos garçons que não havia visto no dia anterior. Ele usava um boné branco do Brasil, calça social, sapato social preto e blusa branca. O nome dele é Adão Cavalheiro.

Casamento do pai de Luiz Segala junto com seus avós. Foto: Juliana Brittes

Adão nasceu em São Pedro do Sul, trabalhava com agricultura familiar. O irmão dele, Pedro, morava em Santa Maria na época e trabalhava na CVC (distribuidora de refrigerante) em Santa Maria. Como fazia as entregas no Copacabana e conhecia Luiz Segala, soube que havia uma vaga de garçom no lugar.

– No começo foi muito difícil se adaptar na cidade, mas pelo menos tinha família aqui.

Stela Maris da Rocha Segala sentou comigo a mesa, ela já havia me atendido algumas outras vezes que tinha ido à Confeitaria. Não sabia que era esposa de Luiz, me surpreendi quando ela contou a história de amor deles. Se conheceram através de suas famílias e cultivaram um relacionamento à distância.

– A vó do meu marido criava ele, eles moravam aqui em cima do prédio. Eram em três irmãos, mas depois que o pai dele faleceu, foram embora para Porto Alegre.

– E quem ficou com a gerência do lugar?

– Era o espanhol José Pena.

– Depois que ele voltou de Porto Alegre pra cá, vocês se reencontraram?

– Sim, ele foi estudar Arquitetura na Unisinos e eu fiquei aqui em Santa Maria estudando Pedagogia. Quando ele se formou, a gente casou.

Luiz trabalhou de funcionário antes de gerenciar para aprender a fazer os doces. Antigamente os salgados só tinha empada de camarão e pastel de carne. Já o folhado de frango e o de calabresa foram invenções recentes, conta Stela.

Luiz Segala, o atual responsável pela confeitaria. Foto: Juliana Brittes

– Manuela fez um curso na Argentina e aprendeu a fazer os quiches e os macarrons.

O diferencial da Copacabana é que eles têm um viés sustentável. Não usam sacolas plásticas, e os doces “para levar” são colocados dentro de uma caixa vermelha florida com o slogan do lugar. E ah! Antes de visitá-los, é melhor sacar dinheiro no banco, pois a Copacabana não aceita cartão de crédito.

 

*Reportagem produzida por Juliana Michel Brittes, para a disciplina de Jornalismo Especializado, do Curso de Jornalismo da Universidade Franciscana. Segundo semestre de 2018. Orientação: professora Carla Torres.

Divulgação UFN

O Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal – NAF, da Universidade Franciscana, promove na próxima terça-feira, 20, um bate-papo para discutir o  Microempreendedor Individual (MEI) e como fazer a gestão no seu dia-a-dia. O evento tem como objetivo demonstrar à estudantes de Ciências Contábeis da UFN e de outras IES o funcionamento do MEI e  evidenciar as dificuldades encontradas por esses microempreendedores.

O encontro procura debater, diretamente com Microempreendedores Individuais, os cuidados que devem ser tomados no negócio e, também, como deve ser feito o processo de gerenciamento da empresa. A atividade contará com o apoio do Sebrae e tem como público alvo estudantes de Ciências Contábeis, microempreendedores formalizados e demais interessados pelo assunto.

O ‘Conversando com o MEI’ ocorre a partir das 19h, no Salão de Atos do Prédio 13, Conjunto III da UFN. As inscrições devem ser feitas pelo telefone (55)3223-2277, ou na hora do evento, se ainda restarem vagas.

Mais informações podem ser obtidas na Secretaria do Curso de Ciências Contábeis, pelo telefone 3220-1200, ramal 9080.

Fonte: Assessoria de comunicação UFN

 Da direita para a esquerda: Hélio Hey, da UFSM; Aislan Menk, sócio da Stars Aceleradora; Lissandro Dallanora, da ITEC/UFN; Marco Jacobsen, assessor de Desenvolvimento Econômico e Inovação da Prefeitura de Santa Maria e Tiago Sanchotone, responsável pelo SM Tecnoparque. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Iniciou na tarde de segunda – feira, 05, na Universidade Franciscana, o mês do empreendedorismo promovido pelo Ambiente da Inovação da instituição. O objetivo é proporcionar a integração e a aproximação entre os gestores e representantes de empresa, com os universitários que pretendem seguir no ramo empresarial.

O painel Ecossistema de Inovação de Santa Maria e seus habitats reuniu professores e empresários. O primeiro a falar foi o professor Hélio Hey, da Universidade Federal de Santa Maria, que ressaltou a importância de estar representando a universidade e questionou o fato das pesquisas terem sido feitas para a geração de papers, e muito pouco delas terem revertido em bens e produtos. Segundo ele,  a aplicabilidade das pesquisas foi um dos objetivos que levaram à criação da Agittec na UFSM e da incubadora Pulsar, totalizando 30 empreendimentos desenvolvidos. “Eu nunca percebi na cidade um movimento para o fortalecimento e para a efetivação desse ecossistema como nós estamos tendo nesses últimos anos”, concluiu Hélio.

Já o responsável pelo Sm Teconoparque, Tiago Sanchotone, comentou com o público presente a sua trajetória desde a cidade de Alegrete com a UniPampa até a vinda para Santa Maria. ” O primeiro ponto é que a cidade é boa, o custo é baixo, a cidade tem colégio para as crianças e ainda existe segurança comparando com Porto Alegre, Florianópolis e São Paulo. O segundo ponto é o Parctecnológico que daqui a cinco anos vai ser diferente. Eu quero que Santa Maria tenha um ambiente para a geração que estamos construindo”, disse Tiago, afirmando ainda que atualmente estão vinculadas à empresa outros 24 negócios, o que irá aumentar com mais sete empreendimentos e duas instituições de ensino.

O assessor de Desenvolvimento Econômico e Inovação da Prefeitura de Santa Maria, Marco Jacobsen, mencionou a sua experiência com a política nos últimos dois anos. ” Eu atuo numa ponto ao ver da nossa secretária e ao ver deste governo, ela é bem John Locke com três princípios básicos que é garantir as regras do jogo com clareza, tentar fazer as leis de maneira prática, simples e claras, tentar garantir o ambiente jurídico para os empreendedores e a propriedade” comentou Marco.  “A gente já sente pequenas melhores e nota avanços, ainda não se está em pleno funcionamento como gostaríamos, mas já tem uma mudança gigante para os servidores através da lei de inovação. Isso são coisas pequenas, porque o governo a priori não deve ser ele o empreendedor e o que a gente entende temos tornado menos complexo esse ecossistema, mais seguro, menos burocrático para que os agentes externos, privados e entre eles as universidades e ao meu ver junto ao capital são os agentes que modificam o ambiente. A prefeitura tem se posicionado nesse sentido de construção e vem reforçando aqueles ambientes que já existem também” declarou o Assessor.

Por último, o dono da Stars Aceleradora, Aislan Menk, também contou sobre a trajetória de vida, desde o Estado de São Paulo à vinda para a Santa Maria e criticou a burocracia estatal que movimenta as empresas e o quanto ela pode atrapalhar ou beneficiar uma empresa, dependendo de como o negócio se posicionar. ” Santa Maria é uma cidade boa para empreender ou ruim? Depende. Qual a parte ruim? Santa Maria é uma cidade que os empresários são acomodados, o pessoal não gosta de inovar,conforme o que escuto. Dentro desse ambiente comecei a ver outras coisas” disse Aislan.  O empresário diz ter começado a enxergar as vantagens da cidade, que passou a chamar de “oceano azul” a ser explorado. “Nós formamos a Stars Aceleradora com o objetivo de captar dinheiro de investidores, pegar esse dinheiro, escolher startups e investir nelas. O investidor quer ganhar dinheiro, não é filantropia”, concluiu Menk.

O mês do empreendedorismo segue com mais três eventos na Universidade Franciscana. Confira:

20/11 – Painel: “Agrotechs, Fintechs, Edutechs: O que são? De onde vem? Para onde vão?”
Painelistas: Leonardo Veiga (Tecnopampa); Simone Zanon (T&M Consulting); Leandro Policarpo (Sebrae SM); Prof. Anderson Ellwanger-Mediador (UFN)
Local: Sala de Conferências do prédio 16, Conjunto III (7º andar)
Horário: 18h30min às 20h30min
Inscrições aqui.

23/11 – Open Innovation Day
Apresentação do Ambiente e Agência de Inovação da UFN para comunidade acadêmica.
Local: Sala 301, Prédio 8
Horário: 17h às 18h
Inscrições aqui. 

29/11 – Painel: “Trilhas da Inovação em Santa Maria”
Painelistas: Denilso Zanon (Rota Simuladores); Filipe Carloto (Fox IoT); Erlei Melgarejo (APL Polo de Defesa e Segurança/Defii); Coronel Portela (3ª Divisão de Exército-SM); André Blos-Mediador (Sebrae SM)
Local: Salão Azul, Conjunto I
Horário: 18h30min às 20h30min

 

O Ambiente de Inovação do Centro Universitário Franciscano (Unifra) oferece oportunidades de apoio a micro empreendedores da cidade. Para se inscrever é necessário apresentar um projeto conforme o edital. As inscrições para o segundo semestre de 2017 vão até o dia 20 de dezembro.

Alguns dos pré-requisitos para os projetos é apresentar inovação e/ou base tecnológica viabilidade técnica, econômica, financeira e mercadológica. As parcerias que serão formadas visam proporcionar o compartilhamento de conhecimento e fomentar o surgimento de ideias inovadoras.

Aos selecionados será disponibilizado espaço físico e consultoria nas áreas administrativa, contábil, jurídica e psicológica para desenvolvimento econômico e social das empresas.

 

A FEISMA também possibilita o visitante investir em imóvel.
Foto: Nínive Wohlmann

A Multifeira de Santa Maria, a Feisma, é a maior da cidade e uma das maiores da região. Inicialmente voltada para negócios, a feira se transformou em um espaço de convivência dos santa-marienses e de todos que visitam a cidade durante a sua edição.

Nessa edição, a feira teve um público visitante de aproximadamente 99.300 pessoas durante os nove dias do evento. O índice ficou aquém das expectativas dos organizadores que estimaram a presença mais de 100.000 visitantes na edição deste ano. Ainda assim, as empresas de fora de Santa Maria que corresponderam a 60% dos expositores se mostraram satisfeitos com os resultados obtidos.

A supervisora administrativa e corretora de imóveis Tanise Porto, 39 anos, comenta que é gratificante trabalhar na feira. “É aquele momento em que nos sentimos mais próximos de nossos clientes. O contato direto é benéfico ao expositor e ao visitante”, diz.

Já a vendedora de móveis planejados Roniara Porto, 36 anos, visitou estandes de imobiliárias em busca de um apartamento na planta do novo condomínio Vila Vêneto. Roniara salienta a oportunidade de investir em um imóvel com financiamento pela Caixa Econômica Federal, podendo usar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como entrada e, posteriormente, como abatimento do valor total financiado.

Eron Paulo Marim, da empresa B A B Bilhares, de Esteio, RS, expõe na FEISMA pela segunda vez. Ele afirma que o espaço aumentou em relação à primeira vez que expôs aqui, bem como o público que visita seu estande. Marim afirma que as vendas foram boas, o que lhe surpreendeu positivamente, considerando a atual crise econômica do país. Segundo ele,a empresa voltará a participar das próximas edições da feira, mas que irá pleitear um maior espaço junto a organização do evento.

Conhecedor do comportamento do mercado neste setor, uma vez que a empresa B A B Bilhares expõe em outras feiras, principalmente em cidades da região da serra gaúcha e de outros estados do Brasil, ele visualiza em Santa Maria e região uma excelente oportunidade de negócios.

Eder Valeijo representante da empresa Projeto Churrasco, da cidade de Carlos Barbosa, também do RS, participa pela sexta vez da FEISMA. Segundo ele, a empresa, mesmo com crise econômica e o clima de incerteza que se instalou no mercado, mantém bons índices de vendas, com discretos aumentos. Valeijo diz que a empresa foca num público segmentado e fiel, priorizando a qualidade ao invés da quantidade, e que o fato de expor em feiras em outras cidades do estado, lhe permite afirmar que Santa Maria oferece uma boa estrutura tanto ao público, quanto ao expositor.

Ainda segundo Eder, o espaço disponibilizado à empresa pela FEISMA atende bem as necessidades da Projeto Churrasco e que, por mirar num cliente fiel, porém exigente, a crise não afeta muito seus negócios.

Ninive Wohlmann e  Luiz Alberto Silveira