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Doses homeopáticas de fuga artística

Não há necessidade de contextualizar a sensação de desespero que parece rodear a todos. Individualmente, a busca pela informação está fazendo o retorno e se transforma em fuga. Tem sido impossível passar um dia sequer sem

UFN participou da 1º Maratona de Leitura

A tarde desta sexta-feira, 16, foi de muita leitura em toda a cidade de Santa Maria. A 1º Maratona da Leitura tem como objetivo promover 24 horas de leitura, reforçando a identidade do município como uma

Brincar e ler é a ideia da oficina Revoada Poética

Ontem, dia 01, e hoje, quinta-feira, 02, no palco da praça Saldanha Marinho, foi o momento da criançada se divertir e aprender com a Revoada Poética, oficina realizada pela escritora Alessandra Roscoe. Nela, o público infantil

Black Mirror é eixo de conferência do XXI SEPE

“O futuro não é um espelho negro – tecnologia, tempo, cidade” foi o título da conferência ministrada por Márcio Tascheto da Silva, na manhã desta sexta-feira, 06, no Conjunto I do Centro Universitário Franciscano. Graduado em

Projeto estimula a leitura nas escolas

Na manhã da quarta-feira, 20, o Centro de Educação Infantil Casa da Criança recebeu a Mascote do Projeto Leitura no Coração. A Banda da 3ª Divisão de Exército (3ª DE) também esteve presente na atividade que

Imagem: freepik

 Com o avanço das redes sociais e o consumo acelerado de vídeos curtos, fica a dúvida: ainda cultivamos o hábito da leitura? Cada vez mais distraídos por estímulos rápidos, parece que a leitura tem perdido espaço no cotidiano das pessoas, especialmente entre os mais jovens. A sensação é de que os livros foram deixados de lado, substituídos por telas que exigem pouca concentração e oferecem recompensas imediatas. Essa mudança de comportamento não acontece por acaso ela reflete transformações culturais, tecnológicas e sociais que impactam diretamente a forma como nos relacionamos com o conhecimento. Mas o que perdemos quando deixamos de ler?

 A substituição da leitura por conteúdos imediatistas pode gerar impactos significativos. A capacidade de concentração tende a diminuir, dificultando até mesmo tarefas simples do dia a dia, como ler um texto até o fim ou interpretar uma informação com profundidade. Além disso, a leitura é uma das principais ferramentas de desenvolvimento do pensamento crítico, da empatia e da criatividade. Quando deixamos de exercitar esses aspectos, corremos o risco de nos tornar menos reflexivos e mais influenciáveis.

A 6ª edição da “Retratos da Leitura no Brasil” em 2024 aponta que 53% dos entrevistados não leram nem mesmo parte de uma obra nos três meses anteriores à pesquisa. O número de não leitores verificado em 2024 representa um aumento de cinco pontos percentuais em relação ao de 2019, que era a edição mais recente da pesquisa. Os dados do ano passado são os que apresentam o maior número de “não-leitores” na série histórica do levantamento, que começou em 2007. 

 Além dos fatores culturais e tecnológicos, é impossível ignorar a influência das desigualdades socioeconômicas na formação do hábito da leitura. Em muitos lares brasileiros, faltam livros, bibliotecas acessíveis e até mesmo tempo livre para ler, já que grande parte da população precisa lidar com jornadas de trabalho longas e condições de vida precárias. A leitura, nesse contexto, acaba sendo vista como um luxo ou algo distante da realidade. A falta de políticas públicas que incentivem a leitura e democratizam o acesso ao livro, contribui para que a leitura permaneça restrita a uma parcela privilegiada da sociedade.

 A perda do hábito da leitura no Brasil não é apenas consequência das novas tecnologias ou da preferência por conteúdos rápidos, ela também reflete uma realidade marcada por desigualdades sociais, falhas no sistema educacional e ausência de políticas públicas voltadas para o incentivo à leitura. Quando deixamos de ler, perdemos não só o contato com histórias, mas também com a capacidade de pensar criticamente, refletir sobre o mundo e desenvolver empatia. Reverter esse cenário exige um esforço coletivo: da escola, da família, do governo e também de cada indivíduo. Em tempos de excesso de informação e escassez de atenção, ler pode ser um ato de resistência  e de reconexão com nós mesmos.

Artigo produzido na disciplina de Narrativa Jornalística no 1º semestre de 2025. Supervisão professora Glaíse Bohrer Palma.

Não há necessidade de contextualizar a sensação de desespero que parece rodear a todos. Individualmente, a busca pela informação está fazendo o retorno e se transforma em fuga. Tem sido impossível passar um dia sequer sem que alguma notícia catastrófica alimente a dose de dores diárias que temos vivido. E se não bastasse o desgoverno, há também aqueles dias em que perdemos pessoas que carregavam o poder de fazer arte.

No dia 25 de agosto último, morreu Fernanda Young. Atriz, escritora, roteirista, bordadeira, mãe, polêmica e amada, visto que, naquele dia não se falou em outra coisa que não o vazio artístico que fica. É em tempos de dor e perda, de artistas especialmente, que nasce a sede e a necessidade de consumir arte. A gente precisa encontrar beleza em algo. Por isso, este mês decidi compartilhar “doses homeopáticas de fuga artística”. Segue a lista:

“Grande Magia – Vida Criativa Sem Medo”, de Elizabeth Gilbert, é um livro daqueles que a gente começa a ler e esquece do tempo. Nesse texto a autora discorre sobre o processo de escrita e criatividade. Recomendo para quem ama ler, quer se aventurar no mundo da escrita e para quem tem curiosidade sobre como funciona o processo criativo. Sim é a mesma escritora de “Comer, rezar e amar”.

“Só garotos” não é exatamente uma leitura leve, mas Patti Smith sabe colocar doses de inspiração e doçura até nas histórias mais difíceis.

Que não dá para fugir da realidade nós sabemos. Uma possibilidade para contornar a realidade seja trazer um pouco de magia e fantasia. Por isso, a terceira recomendação também é literária. “Cem anos de solidão”, de Gabriel García Márquez, dispensa apresentações e é perfeito por ser um clássico do gênero realismo fantástico.

No Instagram o perfil da Obvious (@obviousagency) publica diariamente conteúdo sobre autoestima, vida real, mulheres, astrologia, etc. O compilado de tudo transforma o feed em um lindo mural de inspirações.

Não foi fácil pensar em conteúdos mais leves para compartilhar aqui. A verdade é que está bem difícil para todo mundo. Cadê as pessoas escrevendo poesia? Cadê as histórias de amor? Não sei. Se alguém encontrar, por favor, compartilhe.

Este texto não pretende negar a realidade ou fingir que toda dor não existe. Tem muita coisa que precisa ser feita e dita, sim! Mas a gente esquece que não é só o smartphone que precisa ser recarregado. Nós também precisamos de descanso, de motivos para continuar e de momentos para recarregar as baterias.

 

 

Arcéli Ramos é jornalista egressa da UFN. Repórter da Agência Central Sul em 2015. Com pesquisas na área jornalismo literário e linguagem, hoje também estuda “Pesquisa de tendências”. É colaboradora na New Order, revista digital na plataforma Medium, e produz uma newsletter mensal

 

Alunos e professores do curso de Jornalismo participaram da Maratona. Foto: Denzel Valiente / LABFEM

A tarde desta sexta-feira, 16, foi de muita leitura em toda a cidade de Santa Maria. A 1º Maratona da Leitura tem como objetivo promover 24 horas de leitura, reforçando a identidade do município como uma cidade cultura e promovendo ações voltadas à formação de leitores. Também procura incentivar produções criativas de crianças, adolescentes e jovens, estimulando uma melhora nos índices de leitura e reconhecimento, como uma importante questão para que aja uma melhora na educação formal.

Momento de leitura do curso de Jornalismo. Foto: Denzel Valiente / LABFEM

A Universidade Franciscana (UFN) também se envolveu nessa iniciativa. O curso de Letras compartilhou leituras às 18h no hall do  antigo Hugo Taylor, na Avenida Rio Branco. O curso de Jornalismo também participou formando uma roda de leitura com os acadêmicos do curso das 17h às 18h na Agência CentralSul de Notícias.

As ações na cidade também ocorreram em diversas escolas de ensino fundamental e médio. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental João da Maia Braga a Maratona de Leitura contou com a participação do jornalista Carlos Alberto Badke, professor do curso de Jornalismo da UFN. As alunas do curso de Jornalismo, Caroline Comasseto e Luiza Rorato participaram em conjunto com o Podcast Conceição – produzido por elas com alunos da escola – da Maratona de Leitura, com os alunos da EMEF Nossa Senhora da Conceição.

Confira alguns registros da Maratona:

Professor lê em roda de alunos. Foto: Ronald Mendes

Livros compartilhados no encontro do Jornalismo. Foto: Denzel Valiente / LABFEM

Alunos de Jornalismo durante leitura. Foto: Denzel Valiente / LABFEM

Aluna e professor do curso de Jornalismo durante leitura. Foto: Denzel Valiente / LABFEM

Aluna e professora do curso de Jornalismo durante leitura. Foto: Denzel Valiente / LABFEM

Alunos e professores do curso de Jornalismo. Foto: Mariana Olhaberriet / LABFEM

A Maratona ocorre na sexta e finaliza com uma caminhada no sábado de manhã.

Foi divulgada a programação da 1ª Maratona de Leitura de Santa Maria. A ação visa envolver a cidade com 24 horas ininterruptas de leitura e quer reforçar a identidade de Santa Maria como uma cidade cultura, que promove eventos voltados à formação de leitores. Pode participar qualquer pessoa, de qualquer idade, e a inscrição é feita previamente por meio do Formulário de Inscrição disponível na página da Maratona.

E a Agência CentralSul também vai participar da Maratona das 17h às 18h de sexta, na sala 716C. Alunos e professores do curso de Jornalismo estão convidados!

Confira abaixo a programação geral da Maratona:

9h – abertura

Abertura oficial da Maratona, no Coreto da Praça Saldanha Marinho – Central da Leitura.

*O Coreto da Praça Saldanha Marinho terá ações de leitura durante toda a manhã e tarde.

9h às 12h

Ações de leitura nas escolas inscritas

10h

Ação da Escola Hylda Vasconcellos com o ‘Fuscoteca’: Visita à comunidade do Campestre do Menino Deus com um fusca cheio de livros

13h às 17h

Piquenique literário na EMEI Boca do Monte e outras ações de leituras das escolas inscritas

14h às 18h30

Café com leitura no Theatro Treze de Maio

14h30

Leitura no Lar das Vovozinhas, feita pelos alunos da Escola Municipal Vicente Farencena

15h

Hora do Conto no Shopping Praça Nova, na Praça Palco. Parceria com Athena Livraria e SESC.

16h

Leitura com alunos da Escola EMEF Nossa Senhora da Conceição

Leitura na Unidade Pediátrica do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM).

18h às 21h

‘Turma do Café’ – Leituras no Bar da Casa

19h

Hora do Conto no Shopping Praça Nova, no Praça Palco. Parceria com Athena Livraria e SESC.

Sábado

9h – encerramento

CAMINHADA LITERÁRIA COM O COLETIVO MEMÓRIA ATIVA. A caminhada fará uma homenagem aos escritores de Santa Maria. Durante o trajeto, os participantes lerão trechos das obras dos escritores.

* A programação poderá sofrer alterações.

Alunos da Escola Bernardino Fernandes. Foto: Patrício Dias LABFEM.

Começaram nesta quarta-feira, 26, as oficinas de leitura na Biblioteca Municipal de Santa Maria. A atividade é desenvolvida pelos alunos do curso de Letras da Universidade Franciscana, por meio da disciplina de Projeto Interdisciplinar, coordenada pela professora Liane Kist. Ao todo serão 5 oficinas, ministradas pela parte da manhã e tarde, que ocorrem nos dias 27 e 28 de junho, e 2 e 3 de julho.

Cada prática contará com um tema específico como quadrinhos, cartas, contos — abrangendo pelo menos 3 habilidades de leitura propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Serão 140 alunos contemplados dos 6º anos das escolas: Bernardino Fernandes, Miguel Beltrame, Chácara das Flores e Luizinho de Grandi (CAIC). De acordo com a professora Liane Kist o objetivo do projeto é incentivar a leitura, além de valorizar a biblioteca municipal.

Alunos da Escola Bernardino Fernandes produzindo desenhos em quadrinhos. Foto: Patrício Dias LABFEM.

A acadêmica Monique Monteiro, que protagonizou a primeira oficina com 22 alunos da Escola Bernardino Fernandes, comentou sobre sua experiência: ”Me surpreendi, achei que os alunos não tivessem tanto acesso às histórias em quadrinhos, mas eles conheciam as duas histórias que eu trouxe. Conheci os projetos de leitura e de Cartoon deles, inclusive há um grupo de alunos que produz para os outros alunos lerem. Para eles foi importante por gostarem disso e pra mim mais importante porque soube que eles vivem em um mundo muito mergulhado na leitura, que talvez muitas pessoas não vivam”.

Começou na última quarta-feira, dia 22 de maio, o 1º Congresso de Literatura InfantoJuvenil de Santa Maria. A fim de promover o livro e a leitura, possibilitando o debate entre professores, autores e pesquisadores,  foram proporcionadas oficinas, sessões de autógrafos, leitura compartilhada, saraus de leitura, minimaratonas de leitura nas escolas, mesas redondas e espetáculos.

A realização trouxe à tona o ensino através da leitura, a qualidade da produção dos livros infantis e juvenis, e a importância da literatura infantil, buscando construir um espaço de reflexão e debate e repensar o processo de formação de leitores no âmbito educacional.

A abertura oficial contou com o espetáculo No fundo da mata ouvi… do músico, ator e contador de histórias Roberto Freitas no Theatro Treze de Maio. Ele é pesquisador da cultura popular e se apresenta em todo o Brasil em congressos e festivais de literatura.

Roberto Freitas ministrando a oficina Os Pontos de Quem Conta e Lê um Conto. Fotos: Ronald Mendes

Convidando a plateia a fazer uma viagem pelo mundo imaginário, Freitas narra histórias de humor, terror, amor e dor. Ele explica que histórias são libertas e não podem ser aprisionadas. Elas acontecem, de certa forma, por ele e as pessoas  estarem lá naquele momento e daquele jeito. “A vida é assim, é passageira, e a preciosidade da história é exatamente isso, é o respeito a esse momento único que nunca mais se repetirá”, afirma Freitas.

Durante os dias 23 e 24, na Antiga Reitoria da UFSM, estavam sendo ministradas oficinas no turno da manhã e da tarde. Entre as seis oficinas, Roberto Freitas ministrou a Os Pontos de Quem Conta e Lê um Conto, onde ele fala das possibilidades da história como uma ferramenta pedagógica. “Eu estimulo os professores a usarem a história como um canal para comunicar conceitos e torná-los mais interessantes e instigantes”, aponta.

Já a oficina do pernambucano Luciano Pontes chamava-se Narrativa Visual e Caminhos da Leitura. Ele, que é escritor, ator, diretor teatral e contador de história já recebeu o Prêmio APACEPE de Teatro com o espetáculo Seu Rei Mandou. Em sua oficina, busca ensinar sobre estratégias de construção práticas de uma narrativa visual, a partir de exercícios simples, também trabalhando a questão do olhar, da apreciação e da leitura de imagens como um todo.

A oficina de Luciano Pontes sobre Narrativas Visuais e Caminhos da Leitura.

Os livros de imagem são narrativas que não tem a presença da palavra verbal impressa, exigindo um certo nível de comprometimento na leitura, que por não ter a palavra que explica ou descreve alguma coisa, pode distanciar o leitor. Porém, Pontes defende que “essas imagens convidam o leitor aquela sequencial de forma diferente, é uma contribuição na formação do olhar desse leitor”.

O escritor e ilustrador André Neves conta que começou sua carreira fazendo livros visuais, em que a narrativa é toda visual. “Eu comecei a perceber que a força da imagem é muito importante pra narrar uma história, e que a imagem está, cada vez mais, tendo uma função maior”. Neves relata que um livro sem palavra tem o mesmo potencial que um com, mas é preciso que se olhe atentamente para estas imagens. “Ele alimenta a linguagem visual das pessoas, além do imaginário da história, da própria percepção que a pessoa vai ter da leitura e do aprendizado que vai ter”. Ainda comenta que a ilustradora polonesa, Kveta Pacovska diz que o livro para infância é o primeiro museu da criança, sua primeira exposição de arte.

Neves tem livros publicados no Brasil e no exterior, participa de mostrar e exposições de ilustrações, além de ser professor de cursos dedicados à leitura, literatura e ilustração. É o escritor homenageado do Congresso, e sua oficina se chama Esses Livros para a Infância. Nela, Neves procura trazer conhecimentos sobre a literatura contemporânea e suas grandes possibilidades narrativas, usando a leitura de textos e imagens como ponto de partida para a aquisição do conhecimento e pensamento crítico.

A oficina Esses Livros para a Infância foi ministrada por André Neves.

Luciano Pontes e André Neves, que já colaboraram em livros como Ouvindo as Conchas do MarUma História sem Pé nem Cabeça, ainda contaram sobre seu próximo projeto. A partir de uma provocação das ilustrações de Neves, o Luciano Pontes e o pernambucano, Fábio Monteiro escreveram textos. “Isso é a inversão do processo de criação, porque, geralmente, o ilustrador parte da palavra”, explica Pontes. Também divulgam que o livro é uma homenagem ao poeta Fernando Pessoa e são duas histórias distintas que dialogam entre si.

Para o encerramento do 1º Congresso de Literatura Infantojuvenil, o espetáculo Seu Rei Mandou será apresentado no dia 24 de maio, às 19h no Theatro Treze de Maio. Ele aborda um universo fabuloso da realeza por meio de releituras cômicas e poéticas de contos populares, como: A Lavadeira Real, O Rato que Roeu a Roupa do Rei de Roma, e O Rei Chinês Reinaldo Reis. É necessária a retirada de convites na bilheteria do Theatro.

Oficina Revoada Poética. Fotos: Beatriz Bessow/LABFEM

Ontem, dia 01, e hoje, quinta-feira, 02, no palco da praça Saldanha Marinho, foi o momento da criançada se divertir e aprender com a Revoada Poética, oficina realizada pela escritora Alessandra Roscoe.

Nela, o público infantil ouviu Alessandra contar histórias e, posteriormente, produzir suas próprias poesias que foram colocadas em pandorgas, para serem empinadas pelas crianças em suas casas. Isso parte da ideia de que a leitura não pode ser uma obrigação. De acordo com Alessandra, a leitura deve ser incentivada de maneira correta, pois quando isso acontece, ela se torna um vínculo afetivo. É diferente da escola que acabou criando uma obrigação associada à leitura, e onde a criança precisa ler para fazer o dever de casa ou uma prova, deixando de ser um prazer. “Você não vai ao cinema e tem que sair de lá e fazer uma ficha cinematográfica do filme, por isso você gosta de ir ao cinema” ressalta ela. Este é o objetivo das pandorgas, mostrar que brincadeira e leitura podem estar ligadas. “Ela realmente faz a imaginação, faz os livros voarem e a gente brincar de ler”, diz Alessandra.

Espaço para as crianças exercitarem a imaginação.

Alessandra defende a leitura desde o ventre, Ela desenvolve um projeto guarda-chuva chamado “Uniduniler Todas as Letras” em que estão inseridos vários projetos, desde a leitura com grávidas até a leitura com pacientes terminais em hospitais. Segundo ela, “a leitura tem o poder de nos abraças e nos trazer sentido”.

Fabio Zucolotto, um dos pais presentes da oficina afirmou que por ter uma filha é interessante  pois ela acaba se interessando pela leitura, ” a autora interage com eles, acho bem legal pra chamar e plantar a semente pra eles começarem a ler a brincar, ressalta.”

 

Cotidiano registrado na Praça Libertadores de América, em Arequipa (2019). Foto: Julia Trombini

Na América Latina, são os peruanos que lideram o índice da leitura de jornais, cerca de 71% da população, conforme estudo do Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e no Caribe (CERLALC). Não que seja uma competição ou comparação, mas os números dizem muito sobre o lugar e como as pessoas buscam informações ou praticam o hábito da leitura. De acordo com a pesquisa, os argentinos são os que leem mais livros, seguidos pelos chilenos e brasileiros, que ficam em terceiro lugar – o que indica 4,96 livros por ano. Vale frisar que essa análise considera como leitor uma pessoa que leu alguma obra nos últimos 12 meses. E por isso conclui que 56% dos brasileiros são leitores. Mas e os outros 46%?

 

Julia Trombini é jornalista escorpiana egressa da UFN. Fez parte da equipe do LabFem (Laboratório de Fotografia e Memória) como repórter fotográfica. Trabalhou também com diagramação, assessoria de imprensa e produção de conteúdo. Tem interesse em fotografia, audiovisual e temas de resistência política.

 

Márcio Tascheto utilizou elementos da série Black Mirror para embasar sua fala no XXI SEPE. Foto: Juliano Dutra

“O futuro não é um espelho negro – tecnologia, tempo, cidade” foi o título da conferência ministrada por Márcio Tascheto da Silva, na manhã desta sexta-feira, 06, no Conjunto I do Centro Universitário Franciscano. Graduado em História pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e doutorado em Educação pela UFRGS, Márcio usou a temática apresentada na série britânica “Black Mirror” como base para sua apresentação, separando-a em três eixos: tecnologia, tempo e cidade.

O professor buscou desconstruir a conotação sombria e pessimista criada por Charlie Brooker em seu seriado, dando foco as inúmeras possibilidades oferecidas pelas inovações do ramo digital.

Quanto à tecnologia,  destacou duas consequências de sua existência: a tecnofobia (medo e superstição acerca dos meios digitais) e tecnofilia (dependência e crença na salvação da humanidade a partir do uso tecnológico). Também dá ênfase aos quatro tipos de leitores citados no trabalho de Lucia Santaella, uma das principais estudiosas da semiótica do país: o leitor contemplativo, movente, imersivo e ubíquo. Os dois últimos se referem ao estilo de leitura desenvolvido na era digital, sendo a ubiquidade uma característica predominante na atualidade, por meio da qual se está conectado aos acontecimentos em tempo real e de maneira onipresente.

A quebra da linearidade temporal englobou o segundo eixo, no qual, Márcio classificou o tempo como material plástico, o que implicaria sua constante modificação, ocasionando na desconstrução do passado histórico fixo. “O futuro também é ubíquo, já que está presente no dia a dia, embora mal distribuído”, disse ele.

A temática das subjetividades contemporâneas foi definida em cinco características: o endividamento, midiatização, securitização, representação e velocização; todos relacionados à modificação das rotinas modernas com relação ao ritmo acelerado da atualidade. Nesse contexto, o professor apresenta a cidade no centro das possibilidades educativas e frisa a importância do projeto “Cidade Educadora”, que foi adaptado para a UPF com o nome “UniverCidade Educadora” e conta com a iniciativa “Vidas em Movimento” (registros de moradores da cidade de Passo Fundo) e o aplicativo “Rotas Literárias”, um game inspirado nos jogos de mistério, que auxilia na formação de leitores e admiradores da literatura brasileira.

 

Mascote do projeto Leitura no Coração. Foto: Luana Mello
Mascote do projeto Leitura no Coração. Foto: Luana Mello

Na manhã da quarta-feira, 20, o Centro de Educação Infantil Casa da Criança recebeu a Mascote do Projeto Leitura no Coração. A Banda da 3ª Divisão de Exército (3ª DE) também esteve presente na atividade que marcou a comemoração dos 38 anos da escola. Durante a manhã houve leitura de livros, música e diálogo com as crianças.

O projeto Leitura no Coração foi lançado em 2014, pela prefeitura, com o propósito de estimular o hábito da leitura entre os estudantes. Neste ano, a mascote do projeto estará na Praça Saldanha Marinho todos os dias da Feira do Livro .

A Feira ocorrerá entre os dias 23 de abril e 8 de maio, e contará com diversas atrações em espetáculos, contação de histórias e Livro Livre. Confira a programação dos três primeiros dias:

DATA HORA GRUPO ESPETÁCULO
23/4 16H Saca-Rolhas Teatro e Cia O Mágico de Oz
24/4 16H Projeto GOMPA – POA As Aventuras do Pequeno Príncipe
25/4 14h30min Teatro VagaMundo A Graça da Garça sem Graça
DATA HORA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
23/4 14h30min Cia. Retalhos de Teatro – A História de Júlia
24/4 14h30min Saca-Rolhas Teatro e Cia.
25/4 16h30min Saca-Rolhas Teatro e Cia.
DATA HORA LIVRO LIVRE
23/4

19H

O Mágico de Oz – Saca-Rolhas Teatro e Cia.
24/4 As Aventuras do Pequeno Príncipe – Projeto GOMPA -POA

* No dia 25 de abril não haverá livro livre.