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Marcelo Canellas

Marcelo Coelho inspira acadêmicos de Jornalismo

O 14º Fórum de Comunicação da Universidade Franciscana ocorreu na última semana na instituição e contou com dezenas de acadêmicos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Uma das falas mais esperadas foi a do apresentador Marcelo

Cronicaria ganha versão em audiolivro

O projeto Cronicaria  dá mais um passo. Depois de ser veiculado semanalmente numa  página on line, ser lançado como livro impresso na última Feira do Livro de Santa Maria, agora é a vez da versão em

Livro Cronicaria será lançado na Feira do Livro de SM

O livro do projeto Cronicaria será lançado na Feira do Livro de Santa Maria, dia 05 de maio, sábado, às 17h. Organizado pela jornalista Neli Mombelli, o livro traz textos assinados por Manuela Fantinel e Marcelo Canellas, além

Restam dois dias para apoiar o Cronicaria

Acaba no dia 09 de novembro, próxima quinta-feira, a oportunidade de apoiar o Cronicaria através de financiamento coletivo. O Cronicaria O website é abastecido por crônicas com temas relevantes e atuais de Santa Maria. O projeto

TV OVO lança projeto cultural para valorização da crônica

Cronicaria é um projeto dirigido pela TV OVO, um coletivo santa-mariense que trabalha com formação audiovisual e com o registro da memória da cidade. Para além do audiovisual, também é vanguarda nas discussões a respeito das políticas

Monteiro Lobato, Flávio e o caso Kiss

O direito à crítica é um dos pilares fundamentais da democracia. A ideia de que existe alguma esfera de poder constituído imune a questionamentos é uma das expressões do pensamento totalitário. Isso vale também para o

Como surgiu o Colóquio 100/20

A TV OVO, o Curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano e o Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM promoveram o Colóquio 100/20, na última quinta-feira (12), no Theatro Treze de Maio. Para Neli Mombeli,

Um dia para refletir sobre jornalismo

O Colóquio 100/20 – Jornalismo na era da internet, mediado pelo repórter especial da Rede Globo Marcelo Canellas trouxe duas mesas-redondas no Theatro Treze de Maio nesta quinta-feira (12). A primeira discutiu “Novas plataformas, debate público e agendamento na

O 14º Fórum de Comunicação da Universidade Franciscana ocorreu na última semana na instituição e contou com dezenas de acadêmicos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Uma das falas mais esperadas foi a do apresentador Marcelo Coelho, do SBT RS, que ocorreu na noite de quinta-feira (16), no Salão Acústico, do prédio 14 da UFN.

Marcelo apresentou o tema “O olhar Diferenciado no Telejornalismo”, e abordou sua trajetória no telejornalismo e as implicações da profissão em tempos atuais. O apresentador, que iniciou sua carreira em Santa Maria, compartilhou experiências como repórter para redes CNT, RedeTV, Record e SBT. 

A estudante Luísa Pedroso, do sexto semestre de Jornalismo, destacou a importância da questão humanitária no telejornalismo. “Não ter aquele padrão jornalista de antigamente, atrás da bancada, é uma forma de aproximar o público em tempo de mídias digitais. É um novo recurso, uma forma mais humanizada”, destaca.

Marcelo abordou a humanidade no jornalismo em contraponto ao momento em que se destaca  a presença de conteúdos baseados em fake news. Para o jornalista, ‘’Tem que alcançar o conteúdo que é real nas pessoas, sentimento verdadeiro, a formação verdadeira, a verdade dos fatos. Tentar descobrir e fazer com que as pessoas busquem isso. Não se esconder, não se omitir.’’

A importância da palestra de Marcelo para os estudantes foi destacada pela professora Fabiana Pereira, do curso de Jornalismo. Para a professora, “a importância da fala de um profissional que está no mercado de trabalho está justamente no relato de experiência de quem vive a realidade prática da profissão do jornalista”. Fabiana também salienta a responsabilidade e sensibilidade que o repórter deve ter segundo o palestrante do Fórum de Comunicação.

Texto: Emanuely Guterres, Lavignea Witt e Nathalia Arantes 

Para as disciplinas de Jornalismo I e Jornalismo Digital I

 

Cronicaria é gravado no laboratório de radiojornalismo da UFN. Foto: Neli Mombelli

O projeto Cronicaria  dá mais um passo. Depois de ser veiculado semanalmente numa  página on line, ser lançado como livro impresso na última Feira do Livro de Santa Maria, agora é a vez da versão em audiolivro que está sendo produzido pela TV OVO em parceria com o Laboratório de Radiojornalismo do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana.

Em fase de gravação das crônicas e de elaboração das audiodescrições das fotocrônicas, ontem, quinta-feira, o2,  os jornalistas Marcelo Canellas e Manuela Fantinel fizeram a leitura de suas crônicas no estúdio de gravação do curso.

A previsão é de que em setembro o audiolivro esteja disponibilizado no site do projeto e em outras plataformas digitais.

Cronicaria

O Cronicaria é um projeto lançado no ano de 2017,  com financiamento coletivo, pela TV OVO, uma associação santa-mariense sem fins lucrativos que trabalha com formação audiovisual e com o registro da memória da cidade. A proposta inicial era a de engajar e envolver as pessoas nos vínculos da escrita, da leitura, do cotidiano, do encontro e da reflexão, a partir da produção de crônicas sobre e de Santa Maria. Consistiu, então, em uma publicação semanal de crônica veiculadas entre agosto e dezembro de 2017,  numa página online vinculada ao site da TV OVO.  Nas quartas-feiras, as crônicas  publicadas eram da então acadêmica do curso de jornalismo, Manuela Fantinel e, no sábado, as do jornalista Marcelo Canellas.

O livro do projeto Cronicaria será lançado na Feira do Livro de Santa Maria, dia 05 de maio, sábado, às 17h. Organizado pela jornalista Neli Mombelli, o livro traz textos assinados por Manuela Fantinel e Marcelo Canellas, além de “fotocrônicas”, de Renan Mattos e sensíveis ilustrações de Elias Ramires Monteiro.  Trata-se de uma obra carregada de lirismo, reflexão, cotidiano e narrativas cheias de humanidade e, também, a primeira publicação impressa do selo Sobrado Centro Cultural e da TV OVO.

O Cronicaria é resultado de um processo coletivo, que integra cronistas e leitores desde sua concepção. Ele nasce da proposição da TV OVO em conjunto com Marcelo, Manuela e mais 126 pessoas que, por meio de um financiamento coletivo via internet, contribuíram para a publicação de crônicas semanais, às quartas e aos sábados, no site do projeto, entre agosto e novembro de 2017. Agora, além de receber a versão impressa, o Cronicaria também irá para as bibliotecas das escolas públicas da cidade. As 80 escolas da rede municipal, além da Biblioteca Pública Municipal Henrique Bastide, receberão dez exemplares da obra.

Pensar o mundo da vida

O Cronicaria é um espaço para pensar literariamente sobre o mundo da vida. Falar de amor, de dor, de dúvidas, de política, de afeto, de humor, de encontros, de direitos, de lutas, de deveres, de desencontros, de cultura, de amizades, de resistências, de lágrimas, de sorrisos… enfim, falar da vida que é viva, que se contrai e se expande na espiral do tempo, é o modo como o Cronicaria encontrou não para, de forma impreterível, responder, mas para lançar um olhar sobre temas que estão a nossa espreita, e que carinhosamente chamamos de doses homeopáticas de reflexões narrativas cotidianas.

Muito embora o foco da TV OVO seja o audiovisual, o Cronicaria é mais um dos lastros do Sobrado Centro Cultural, que busca engajar e envolver as pessoas nos liames da escrita, da leitura, do cotidiano, do encontro e da reflexão no intervalo do tempo.

Para quem quiser adquirir o livro, ele já está disponível Cesma e na Livraria Athena e estará nas respectivas bancas durante a feira. Manuela e Marcelo estarão na sessão de autógrafos do livro no sábado, 05/05. A partir da próxima semana também será possível comprar pelo site da TV OVO (tvovo.org/loja).

 Sobre os autores

Marcelo Canellas

Formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria em 1987. É repórter especial da TV Globo desde 1990. Ganhou, em 30 anos de carreira, mais de 50 prêmios jornalísticos nacionais e internacionais. É autor do livro Províncias: crônicas da alma interiorana (Globo, 2013) e entusiasta do projeto santa-mariense Sobrado Centro Cultural, junto com a TV OVO.

 Manuela Fantinel

Prestes a se formar em Jornalismo pela Universidade Franciscana, Manuela estuda temas ligados à representação cultural. Feminista e viajante, a jovem santa-mariense sempre dedicou-se à poesia e à literatura, ficando em primeiro lugar na categoria crônica no Concurso Literário Municipal, em 2012. Já integrou a equipe da TV OVO.

Fonte: TV OVO

Marcelo Canellas e Manuela Fantinel são os autores do Cronicaria. Foto: divulgação

Acaba no dia 09 de novembro, próxima quinta-feira, a oportunidade de apoiar o Cronicaria através de financiamento coletivo.

O Cronicaria

O website é abastecido por crônicas com temas relevantes e atuais de Santa Maria. O projeto conta com 12 profissionais de diferentes setores: web design, audiovisual, fotografia, editoria, os cronistas, entre outros.

Com autoria do jornalista Marcelo Canellas e da estudante de jornalismo, Manuela Fantinel, os 26 textos já publicados são acompanhados de fotografias, a maioria assinadas por Renan Mattos, jornalista que tem se dedicado à fotografia e ao audiovisual.

“Cronicaria versa, em crônicas, os olhares de vivências e subjetividades distintas de dois santa-marienses. Um jornalista renomado, preocupado com os direitos humanos, que vive na capital do país, mas que não perde o seu vínculo com a “terrinha”. Uma menina-mulher prestes a sair dos bancos da academia que vive a pulsante juventude da cidade.”

Cronicaria é um dos diversos projetos na área das políticas culturais locais desenvolvidos e capitaneados pela TV OVO. O projeto busca engajar e envolver as pessoas nos liames da escrita, da leitura, do cotidiano, do encontro e da reflexão.

Workshop ministrado por Marcelo Canellas

Dentro das recompensas previstas pelo Cronicaria aos apoiadores está  um workshop de produção de crônica com Marcelo Canellas, no dia 11 de novembro, às 14h, na sede da TV OVO (Rua Floriano Peixoto, 267, SM). A atividade é recompensa para quem doou R$300,00 ou mais para o Cronicaria.

Há também outras recompensas conforme os valores investidos pelos leitores, sendo o mínimo de R$10,00. A proposta captou R$8.300, 69% do valor pretendido, até o momento, o que permite com que o projeto siga com as publicações até o dia 18 de novembro.

Restam apenas dois dias para contribuir com o projeto

A meta são R$12 mil para 2 crônicas semanais entre 16 de agosto e 30 de dezembro de 2017, num total de 40 crônicas (se captado o valor total do projeto).

O Cronicaria disponibiliza em seu site como são investidos os recursos arrecadados pelo catarse, prestando contas de forma pública e pode-se saber quem são 113 apoiadores (até o dia de hoje, 07 de novembro, 124 pessoas já apoiaram o projeto).

As doações ainda podem ser feitas pelos próximos dois dias, por este link. O Cronicaria conta com os leitores para seguir com as publicações até dezembro.

Gráfico de como é distribuído o valor arrecadado. Ilustração: Elias Monteiro, chargista.

 

Marcelo Canellas e Manuela Fantinel, acadêmica de jornalismo da Unifra. Foto: Divulgação TV OVO

Cronicaria é um projeto dirigido pela TV OVO, um coletivo santa-mariense que trabalha com formação audiovisual e com o registro da memória da cidade. Para além do audiovisual, também é vanguarda nas discussões a respeito das políticas culturais locais e desenvolve diversos projetos na área. Cronicaria é mais um deles que busca engajar e envolver as pessoas nos vínculos da escrita, da leitura, do cotidiano, do encontro e da reflexão.

Segundo a proposta do projeto, a ideia é a produção de ” crônicas sobre e de Santa Maria, traduzidas no tempo das palavras do jornalista Marcelo Canellas e da acadêmica de jornalismo Manuela Fantinel. Cronicaria aborda, em crônicas, os olhares de vivências e subjetividades distintas de dois santa-marienses. Um jornalista renomado, preocupado com os direitos humanos, que vive na capital do país, mas que não perde o seu vínculo com a “terrinha”. Uma menina-mulher prestes a sair dos bancos da academia que vive a pulsante juventude da cidade. É o olhar santa-mariense sobre o mundo para além dos morros que nos cercam. Um olhar livre, de quem se acostumou a subir e descer as lombas de uma cidade ondulada”.

O projeto Cronicaria consiste em uma publicação semanal de crônica veiculadas numa página online vinculada ao site da TV OVO. A proposta é produzir entre 16 de agosto e 30 de dezembro de 2017, um total de 40 crônicas. Nas quartas-feiras, as crônicas serão da  acadêmica do curso de jornalismo Manuela Fantinel: “o sentimento do mundo, o ímpeto dos sonhos que movem os jovens, os temas que mobilizam discussões atuais, ideias que lembram que o mundo é muito grande para se pensar pequeno”. Já aos sábados, será a vez do jornalista Marcelo Canellas:” histórias que envolvem, memórias que irrompem e questões que, por vezes, alfinetam”.

Apoie a campanha para viabilizar o projeto. Acesse o link e veja como fazer.

O direito à crítica é um dos pilares fundamentais da democracia. A ideia de que existe alguma esfera de poder constituído imune a questionamentos é uma das expressões do pensamento totalitário. Isso vale também para o ministério público e para o judiciário. Numa sociedade democrática, ninguém pode merecer a blindagem da insuspeição absoluta.

Flávio Silva perdeu a filha no incêndio da boate Kiss. Ele criticou duramente a atuação dos promotores de justiça de Santa Maria, que não denunciaram nenhum agente público no processo que apura as responsabilidades pela tragédia. Um desses promotores se sentiu ofendido e processou Flávio por calúnia e difamação. A alegação é a de que Flávio exagerou, extrapolou o direito de criticar.

Como cidadão e como pai, cada vez que examino esse episódio, penso sempre nos meus dois filhos, belos, saudáveis, íntegros, no gozo pleno das delícias da vida. Quando me coloco no lugar do Flávio, me aterrorizo e me choco. Eu não garantiria temperança nem bom senso se o pior acontecesse com os dois grandes tesouros que tenho. Bom senso eu exigiria, insistente e intransigentemente, do Estado brasileiro diante de um desastre de proporções descomunais.

Ontem, Flávio sofreu uma derrota acachapante no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. No julgamento da exceção da verdade, mecanismo jurídico ao qual ele recorreu para contestar a ação que o promotor lhe move, sua tese foi rechaçada pelos 22 desembargadores que votaram. Restando apenas 2 votos, o 23º desembargador pediu vistas e o julgamento foi interrompido. Em tese, todos os votos podem ser ainda revertidos quando o julgamento prosseguir em uma outra data. Mas parece difícil que isso aconteça.

Com todo o respeito aos desembargadores, que detém notório saber, do contrário não estariam na posição que ocupam, existem valores fundamentais, conquistas históricas da civilização diante da barbárie, que se sobrepõem ao formalismo jurídico. Esses valores dizem respeito à compaixão, à generosidade e à solidariedade que tornam possível a vida em comunidade. Ao aterem-se à letra fria da lei, desconsiderando o trauma de uma comoção de escala planetária, o Tribunal de Justiça, em minha opinião, abandona a vocação humanista do direito. É o Estado dizendo aos cidadãos: não contem conosco, sofram sozinhos.

Quero dizer ao Flávio, a quem admiro profundamente como pessoa e como ativista dos direitos das famílias das vítimas, e também ao Sérgio, ao Paulo e à Marta, os outros pais também processados por criticarem o ministério público, que esta é apenas uma etapa da longa trajetória que eles enfrentarão ao longo dessa caminhada. Justiça é uma palavra que extrapola sua significação institucional. Justiça não é um plenário de juízes, nem uma convicção de promotores. Justiça é um conceito, uma ideia, um patrimônio construído coletivamente pela humanidade. E temos de confiar que, em algum momento, ela virá.

Por fim, quero compartilhar um texto que li pela primeira vez, na escola, quando eu tinha 9 anos de idade. Foi desconcertante descobrir, ainda criança, que a justiça nem sempre é cega, nem sempre é imparcial, nem sempre é justa. Só mesmo a genialidade de um escritor fabuloso para nos abrir os olhos.

O JULGAMENTO DA OVELHA

(Monteiro Lobato)

Um cachorro de maus bofes acusou uma pobre ovelhinha de lhe haver furtado um osso.

— Para que furtaria eu esse osso — alegou ela — se sou herbívora e um osso para mim vale tanto quanto um pedaço de pau?

Não quero saber de nada. Você furtou o osso e vou já levá-la aos tribunais.

E assim fez.

Queixou-se ao gavião penacho e pediu-lhe justiça. O gavião reuniu o tribunal para julgar a causa, sorteando para isso doze urubus de papo vazio.

Comparece a ovelha. Fala. Defende-se de forma cabal, com razões muito irmãs das do cordeirinho que o lobo em tempos comeu.

Mas o júri, composto de carnívoros gulosos, não quis saber de nada e deu a sentença:

— Ou entrega o osso já e já, ou condenamos você à morte!
A ré tremeu: não havia escapatória!… Osso não tinha e não podia, portanto, restituir; mas tinha a vida e ia entregá-la em pagamento do que não furtara.

Assim aconteceu. O cachorro sangrou-a, espostejou-a, reservou para si um quarto e dividiu o restante com os juizes famintos, a titulo de custas…

Texto reproduzido com autorização do autor.

Marcelo Canellas é um dos jornalistas mais premiados da TV Globo, formado pela UFSM, e imprime em suas reportagens a preocupação com as questões sociais e os direitos humanos. 

Laura Capriglione, Eliza Capai, Marcelo Canellas e Neli Mombelli. (Foto: Juliano Dutra / LABFEM – Laboratório de Fotografia e Memória)

Três faces do jornalismo estiveram no palco do Theatro Treze de Maio para o Colóquio “Narrativas Audiovisuais e Informação”, na última quinta-feira (11). Em bate-papo mediado pela professora Neli Mombelli, os jornalistas Laura Capriglione (Jornalistas Livres), Eliza Capai (jornalista e cineasta) e Marcelo Canellas (TV Globo) debateram, durante uma hora, sobre seus trabalhos para a plateia lotada de futuros comunicadores que pretendem, de forma ou outra, mudar o mundo assim como eles fazem todos os dias.

Canellas, repórter especial do Fantástico, iniciou sua fala apresentando uma reportagem que foi ao ar em março deste ano, sobre um caso de adoção ilegal em Londrina, PR. A Justiça do Paraná proibiu a Rede Globo de revelar a identidade da criança bem como da família, ou mostrar a sentença. Por conta da reportagem, a 4ª Promotoria de Justiça de Londrina iniciou investigação por conta da conduta do juiz no processo de adoção do menino pela família acolhedora. Como estavam impedidos de mostrar a sentença por estar em segredo de justiça, Canellas a reescreveu e apresentou o resultado para a juíza Isabele Noronha, avisando que seu bloqueio por liminar feria a liberdade de expressão.

Eliza Capai, jornalista e cineasta, falou sobre a situação de imigração feminina da América Central para os Estados Unidos, explicando que a ideia original, “mulheres em momento de crise que saem andando” como se refere a diretora sobre o instante em que decidiu pegar a estrada, surgiu de um momento de coração partido e tornou-se uma série para a revista Fórum sobre imigração de mulheres na América Central. Foram nove meses viajando entre Nova York e Panamá e contando história de mulheres que conhecia pelo caminho. Em todas suas narrativas, a mulher tem uma força grandiosa, e Eliza mantém-se humana nos relatos. “O que quero é trazer o máximo de elementos e empatia à história”, diz a documentarista.

Laura Capriglione atualmente é integrante do Jornalistas Livres e estava na Folha de São Paulo em maio de 2006, durante os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital). Foram mais de 500 assassinatos em 10 dias na capital paulista. No meio de tanto caos, seu editor na época, decidiu dar uma página para “cada lado da história” e, numa tentativa de “amenizar o que estava acontecendo, começamos a publicar números”. Também participou da cobertura das ocupações na região central de São Paulo para o GGN, em junho de 2015. Laura comentou, também, que “o tratamento geral da imprensa tem tendência a desumanizar”, contente de que seu trabalho traz voz a muitas pessoas que não eram ouvidas. A jornalista também desacredita que o jornalismo esteja em crise. “Pelo contrário, existe crise, sim – nos veículos de comunicação”.

O trio respondeu dois blocos de perguntas do público após uma hora dedicada a apresentação de suas narrativas, e atendeu os futuros colegas de profissão que os tem como inspiração para um jornalismo melhor a cada dia.

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Marcelo Canellas foi o idealizador do colóquio (Foto: Roger Haeffner/Laboratório de Fotografia e Memória)

A TV OVO, o Curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano e o Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM promoveram o Colóquio 100/20, na última quinta-feira (12), no Theatro Treze de Maio.

Para Neli Mombeli, professora de Jornalismo e uma das organizadoras, o colóquio serve para pensar como se dá a prática do jornalismo diante das transformações tecnológicas. “Essa proposta surgiu a partir do Marcelo Canellas, porque estávamos organizando as atividades do aniversário da TV Ovo. Ele veio com esta ideia já que o jornalismo é uma intersecção, algo que une a TV Ovo e o Marcelo para além do audiovisual”, comenta.
O Colóquio 100/20 recebeu este nome em virtude dos 100 anos do Sobrado que é a atual sede da TV OVO. O patrimônio histórico foi comprado pelo jornalista Marcelo Canellas e 20, pelo vigésimo aniversário da TV.
O evento teve diferentes parcerias.“Conseguimos parceiros como o curso de Jornalismo da Unifra, o curso de Pós-Graduação da UFSM e também da Secretaria da Cultura nos sedento uma data ao Theatro. Todas essas pessoas fizeram parte da organização do Colóquio”, relata Neli.
O colóquio discutiu o jornalismo na era digital e teve a mediação do idealizador, o repórter Marcelo Canellas, por meio de bate-papo com o jornalista Moisés Mendes, ex-colunista da Zero Hora, e o professor Francisco Karam, da UFSC, que discutiram: “Novas plataformas, debate público e agendamento na era da internet”. Na parte da noite, Mauri König, da Folha de S. Paulo, Humberto Trezzi, de Zero Hora, e Andrea Dip, da Agência Pública, debateram o tema: “Novas plataformas, investigação e grande reportagem na era da internet”.
Segundo Neli, a proposta era convidar jornalistas admirados pelos membros da TV OVO e que fazem um trabalho importante.“Inicialmente a ideia era fazer a escolha de especialistas apreciado por nós, com exemplos que tangem ao jornalismo e que também fossem, como o Marcelo falou, da geração dele.Pegar uma geração mais da idade dele para poder falar de todas essas transformações, desde a abertura democrática. Tudo que vem acontecendo, tudo que vem mudando e como eles veem hoje, como estão no mercado trabalhando com tanta mudança acontecendo”, complementa.
Para assistir ao debate era necessário retirar senhas na bilheteria do Theatro Treze de Maio para o público em geral e aos acadêmicos na coordenação da faculdade. Houve também transmissão online, pelo site da TV OVO, com sessões à tarde, na Sala 601, à noite, no Salão Acústico, do Prédio 14, do Conjunto III do Centro Universitário Franciscano. Voluntário do Multijor e alunos de Jornalismo e Mídias Sociais fizeram cobertura em tempo real para Facebook do Multijor e do Curso de Jornalismo, para o Twitter do Multijor e para o Instagram do Multijor.
 Por Luana Oliveira e Francisco Montserat para a disciplina de Jornalismo Digital I

 

Mesa-redonda da noite teve repórteres da Zero Hora, da Folha de S. Paulo e da Agência Pública
Mesa-redonda da noite teve repórteres da Zero Hora, da Folha de S. Paulo e da Agência Pública (Foto: Eduarda Garcia/Especial para Multijor)

O Colóquio 100/20 – Jornalismo na era da internet, mediado pelo repórter especial da Rede Globo Marcelo Canellas trouxe duas mesas-redondas no Theatro Treze de Maio nesta quinta-feira (12). A primeira discutiu “Novas plataformas, debate público e agendamento na era da internet”, e a segunda abordou “Novas plataformas, investigação e grande reportagem na era da internet”. Os convidados foram o jornalista Moisés Mendes, ex-colunista de Zero Hora; o professor Francisco Karam, do curso de Jornalismo na UFSC, o repórter Mauri König, que atuou como na Gazeta do Povo de Curitiba e hoje escreve para Folha de São Paulo; o repórter Humberto Trezzi, de Zero Hora; e a repórter Andrea Dip, da Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo.

Na plateia estavam acadêmicos de Jornalismo, como o Leonardo Catto, 18 anos, que ressalta a importância do debate: “Foi bastante oportuno, pois falaram muito sobre a perspectiva do jornalismo na internet. Também passaram uma visão mais otimista sobre a crise da profissão.  A forma de fazer jornalismo é que está em crise, e não o jornalismo em si”, argumenta o aluno da UFSM.

Para a estudante de Jornalismo Dara Luiza Hamann, 20 anos, ouvir os jornalistas que já tem experiência na área é uma referência para a sua formação acadêmica. “É uma forma de ver, que apesar das dificuldades que vamos encontrar na profissão a gente tem possibilidades de exercer um bom jornalismo e que existem mais possibilidades além da mídia tradicional”, afirma a acadêmica do Centro Universitário Franciscano.

O universitário Felipe Michalski, 18 anos, considerou o colóquio interessante, pois teve a presença de grandes jornalistas, e pelo tema, que é pertinente para debater a situação atual do jornalismo. O estudante de Jornalismo da UFSM ainda ressaltou que: “o debate foi muito bom. Foi interessante ver os posicionamentos dos jornalistas sobre o futuro do jornalismo e em todas as outras questões que estão intimamente relacionadas com ele, como os posicionamentos políticos e estratégicos”.

A  jornalista Bruna Homrich, 24 anos, enfatiza a importância de discutir a grande reportagem e a reflexão sobre o futuro da profissão num cenário instável e incerto. “Foi interessante a participação da Agência  Pública, pois tenho interesse nesse jornalismo independente e autônomo”,  comenta.

O Colóquio foi promovido pela TV Ovo, pelo Curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano e pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria. Além de debater o jornalismo, o evento integra as comemorações dos 20 anos da TV Ovo.

 

Por Anna Carolina Franchi Victórya Azambuja para a disciplina de Jornalismo Digital I  

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Da esquerda para a direita, Francisco Karam, Moisés Mendes e Marcelo Canellas (Foto: Roger Haeffner/ Lab. Fotografia e Memória)

O Theatro Treze de Maio foi palco para um bate-papo sobre o jornalismo na era da internet. O Colóquio 100/20, promovido pela TV OVO em parceria com o curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano e o Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), trouxe grandes nomes do jornalismo para Santa Maria nesta última quinta-feira, 12.
O primeiro debate, que iniciou às 16h, teve como tema “Novas plataformas, debate público e agendamento na era da internet”. Mediado pelo jornalista Marcelo Canellas, a mesa redonda contou com a participação do professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Francisco Karam, e Moisés Mendes, que trabalhou durante 27 anos no jornal Zero Hora.
Moisés Mendes destacou que é preciso fazer uma avaliação da imprensa na cobertura dos fatos do cenário político e econômico do Brasil no qual, segundo ele, há falhas. Apontou que os jornalistas precisam olhar para si e debater sobre seus posicionamentos e ações. Para ele, o mercado está se modificando, as mídias tradicionais estão ficando cada vez mais enxutas, mas a internet ainda precisa ser melhor explorada para haver uma diversidade de produção e conteúdo.
Para o professor Francisco Karam, as redes sociais são uma esperança, mas não modificaram por completo a forma de se fazer jornalismo. Durante sua fala, salientou que há uma ideologia presente na prática da imprensa compatível com interesses diversos à honestidade que deve marcar a prática do jornalismo. Confira a entrevista com o professor Karam realizada pelo Laproa. [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=2NClCGTe4kQ”]
Já na mesa das 19h, o debate teve como temática “Novas plataformas, investigação e grande reportagem na era da internet” e contou com a repórter da Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo, Andrea Dip, com o repórter da Zero Hora, Humberto Trezzi, e com jornalista Mauri Köning, que atuou por anos como repórter da Gazeta do Povo de Curitiba e hoje escreve para a Folha de São Paulo. A mediação também ficou por conta de Canellas.

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Da esquerda para a direita, Humberto Trezzi, Mauri Köning, Andrea Dip e Marcelo Canellas (Foto: Roger Haeffner/ Lab. Fotografia e Memória)

“Vivemos uma crise de modelo, não uma crise no jornalismo”, afirma Andrea. Os jornalistas concordam com a ideia de que o produto físico está condenado, mas acreditam que a grande reportagem independe do meio para continuar. Para Köning, o texto continua sendo o mais importante no jornalismo e os novos elementos trazidos pelas tecnologias ajudam a agregar ainda mais veracidade à informação apurada. “As pessoas lêem textos grandes na internet”, completa Andrea.
O jornalismo independente também foi assunto da mesa. Andrea comentou que o jornalismo independente online está ganhando espaço e atenção das pessoas desde as manifestações de 2013. A jornalista apontou que é possível se manter financeiramente com ele, através de crownding founding e parcerias de financiamento.
Questionados pela platéia, os jornalistas comentaram sobre as reportagens que mais os envolveram durante a produção. “Quando a gente sai para a rua sabendo do que está falando e volta totalmente perdido a gente sabe que está no caminho certo”, afirmou a repórter da Pública quando perguntada sobre o que ela entendia por grande reportagem. Para ela, umas das reportagens mais marcantes foi sobre a vida dos brasileiros na cidade-prisão na Bolívia. Já Köning relembra a reportagem feita sobre exploração sexual e reunida no livro O Brasil Oculto. Trezzi contou sua experiência na cobertura da tragédia Kiss, além das matérias feitas no período da Primavera Árabe e a reportagem intitulada Depenados, em que flagrou e denunciou o furto de peças de veículos apreendidos em depósitos do Detran.  O Laproa conversou com o Köning. [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=lYqSMczaYI0″]

As comemorações do aniversário da TV OVO e do centenário do casarão continuam na tarde do dia 14, a partir das 16h na sede da instituição (R. Floriano Peixoto, 267). Entre as atrações programadas estão as bandas Guantánamo Groove e Pegada Torta, além do cantor e compositor Pirisca Grecco. O evento é aberto ao público e gratuito.

Por Paola Saldanha e Victoria Debortoli