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SEPE destaca projetos de pesquisa inovadores na UFN

Entre os dias 24 e 26 de setembro, o hall do prédio 13 da Universidade Franciscana (UFN) foi palco do XXVIII Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão (SEPE). O evento, que já se consolidou como um dos mais importantes da instituição, reuniu especialistas, alunos e professores para socializar conhecimentos e discutir o tema “Cuidado com a vida na casa comum”. Durante os três dias, o SEPE ofereceu na sua programação conferências, painéis e apresentações de trabalhos acadêmicos. 

Alice Bastos Neves falou sobre realização profissional, saúde e propósito de vida. Imagem: Vitória Maicá/Labfem

Ocorreu dos dias 22 a 26 de setembro de 2025, o Santa Maria Summit, na Gare da Estação Férrea em Santa Maria. O evento reuniu profissionais, acadêmicos, empresários e estudiosos dos principais setores da economia para imaginar o futuro da região através do desenvolvimento local, negócios e inovação.

Na quinta-feira, 25, o Santa Summit recebeu a jornalista esportiva da RBS TV, Alice Bastos Neves, para a palestra “Ressignifique-se: histórias para sua vida”. Durante o encontro, a comunicadora compartilhou sua trajetória profissional à frente do programa Globo Esporte e destacou os desafios enfrentados em sua vida pessoal. A comunicadora conta que, inicialmente, sonhava em ser bailarina, mas acabou redirecionando seus planos e se formou em Jornalismo pela PUCRS.

Natural de Pelotas, Alice destacou o papel fundamental da família em sua trajetória, carinhosamente chamada por ela de “os meus”. Mais do que a jornalista que aparece na televisão, ela se define como alguém que enfrenta e supera desafios ao lado das pessoas que ama. A apresentadora relata que uma das suas primeiras dificuldades surgiu ao descobrir a gravidez de seu filho Martin durante a cobertura da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Anos depois, ela refletiu sobre o quanto valeu a pena conciliar a gravidez com o trabalho. “Eu estava preparando o jantar para o Martin, um dia antes de viajar para Paris no ano passado, quando ele se aproximou do balcão e me disse para nunca parar de fazer o meu trabalho, porque ele amava o que eu fazia”, contou.

Apesar de ter participado de grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo no Brasil (2014), Olimpíadas no Rio de Janeiro (2016), Mundial de Clubes (2017), Copa da Rússia (2018), Olimpíadas de Tóquio (2020), Copa do Mundo no Catar (2022) e Olimpíadas de Paris (2024), Alice destacou que a vida não é uma competição olímpica, mas sim uma jornada marcada por desafios e desequilíbrios. Ao receber o diagnóstico de câncer de mama enquanto se dedicava ao trabalho, ela revelou ter exercitado a resiliência. “Eu estava gravando uma paródia para o Globo Esporte, e apenas 30 segundos após receber a notícia, não pensei em nada, nem chorei, me mantive firme”, contou: “Só permiti a mim mesma chorar pela primeira vez durante uma ligação com toda a minha família, quando eles me disseram que iríamos enfrentar isso juntos.”. A jornalista relatou que enfrentou e superou o desafio com muita leveza: “Minha mãe raspou meu cabelo enquanto meu pai varria o chão e meu filho assistia. Depois, Martin me disse que queria dar um beijo na minha careca.”

A jornalista esportiva também contou sobre a quebra de barreiras como mulher em um ambiente majoritariamente masculino: “Quando entrei na área esportiva do Grupo RBS, eu era a única mulher. Hoje, somos várias, porque uma puxa a outra e sempre nos apoiamos.” A palestrante também reforçou sobre a importância de conhecer bem o público com quem se comunica diariamente: “Eu me reinvento a cada dia. Gosto de inovar, para manter a audiência viva. Às vezes, senhoras me param na rua para falar que não gostam de esporte, na verdade elas gostam de mim.” Alice ressaltou que a autenticidade, determinação e coragem são as chaves para qualquer vitória: “Estar no mesmo lugar não significa fazer sempre as mesmas coisas, precisamos transformar oportunidades em resultados.”

Ao final da palestra, a jornalista compartilhou um trecho de uma música que acompanha ela nos dias difíceis: “Eu ouvi muito durante meu tratamento. Ela diz que a coragem é o que mantém a mente sã, quando estamos a um passo de enlouquecer. É preciso coragem. A vida é muito boa e tem muita graça.”

O projeto desenvolve a igualdade de gênero e a inclusão das mulheres. Imagem: Isadora Rodrigues

Ocorreu no dia 24 de setembro o Nanocircuito “Promoção da Saúde do Cérebro com a Nanociência”, no Conjunto I da Universidade Franciscana. O evento é realizado pela Rede Nacional de Mulheres na Nanociência, que promove a inclusão de meninas, professoras, pesquisadoras e empreendedoras na área de Nanociências e Nanotecnologia, com o objetivo de capacitar e formar uma nova geração de cientistas e profissionais, especialmente nas áreas de Ciências Exatas, Engenharias e Computação.

Esta iniciativa está estabelecida e sustentada pela colaboração com centros de ensino, pesquisa e inovação de destaque acadêmico e científico nas diferentes regiões do Brasil e visa a distribuição e o acesso a oportunidades educacionais e de pesquisa, por meio de mentorias de pesquisadoras renomadas na área de Nanociência. A bolsista do projeto Helena Savio Gil, do segundo ano do Ensino Médio da Escola Cilon Rosa, comentou sobre sua participação no projeto: “Desde pequena gosto de ciências e pesquisas, aprendi muito e tenho vontade de seguir esse caminho nos laboratórios, quero seguir na rede acadêmica na área da saúde.” Helena ganhou medalha de Bronze na Olimpíada de Nanociências, que consiste em uma prova gratuita para testar os conhecimentos dos alunos de Ensino Fundamental e Médio. Segundo ela: “Faz toda a diferença, porque geralmente as mulheres na ciência não são valorizadas, fiquei emocionada quando ganhei a medalha, a prova era difícil, estudei e fiz simulados. Foi gratificante por ser minha primeira olimpíada.”

Maisa Ribeiro Gularte, do oitavo ano da Escola Padre Rafael Lop, ganhou medalha de honra ao mérito na Olimpíada: ” Foi algo surpreendente para mim, nunca tinha pensado em seguir nesta área e estou orgulhosa da minha coragem.” . O projeto Mulheres na Nanociência está alinhado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas) um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir que as pessoas, em toda os lugares, possam desfrutar de paz e prosperidade.

Maria Eduarda Bortoluzzi, estudante do oitavo ano do Ensino Médio da Escola Padre Rafael Lop, conquistou a medalha de ouro na Olimpíada de Nanociência. Emocionada com o resultado, ela afirmou: “A medalha de ouro foi a melhor experiência que já tive, achei surpreendente e me senti muito corajosa.”

Durante o evento, as participantes foram questionadas sobre o legado que gostariam de deixar para as pessoas e qual superpoder relacionado à nanotecnologia desejariam ter. Entre as respostas, surgiram ideias como desenvolver prontuários de enfermagem, para tornar ágil e facilitar o sistema, além otimizar a prevenção por identificando a predisposição a doenças.

A  prática regular de exercícios físicos traz benefícios significativos para o corpo, mas o impacto que tem na saúde mental vem ganhando cada vez mais destaque. 

Para a saúde e a longevidade ativa, o fortalecimento das pernas é fundamental. Além disso, é um indicador útil para avaliar se alguém está se exercitando o suficiente para manter a mente em boa forma, garantir melhor mobilidade e resistência no dia a dia, proteger contra quedas — que são comuns em idosos — e ajudar a prevenir o envelhecimento cognitivo.

Os exercícios aeróbicos, como caminhar ou correr, aumentam o fluxo sanguíneo para o cérebro, melhorando sua oxigenação e nutrição, prevenindo quedas e fraturas e, segundo um estudo publicado no no British Journal of Sports Medicine no ano de 2024, reduzem em cerca de 35% o risco de desenvolver demência em pessoas que praticam atividades físicas regularmente, mesmo aquelas com histórico genético. 

Conheça mitos e verdades sobre retenção de líquidos. Foto: Uol Noticias

De acordo com Higor Caldato, psiquiatra especialista em psicoterapias e transtornos alimentares, em declaração ao G1, o exercício físico é um grande aliado no cuidado com a saúde mental e também no tratamento de transtornos emocionais. Ele sugere, ainda, que a prática pode contribuir para a melhora da memória em idosos saudáveis. 

Para Liodema Silveira, aposentada de 78 anos que pratica exercícios físicos regularmente, todas as atividades físicas são benéficas para a saúde, especialmente para o cérebro, pois a mente é uma importante aliada. Ela relata que há diversas formas de se exercitar: quem não gosta de musculação pode preferir pilates ou outras atividades mais dinâmicas. Liodema ressalta que não é apenas a prática de exercícios que contribui para a saúde; a alimentação e o bem-estar também são fundamentais para uma vida longa e saudável. 

Segundo dados da revista suíça Gerontology, exercícios moderados, que atinjam 70% da frequência cardíaca máxima, são essenciais para manter o cérebro saudável, pois garantem que o oxigênio e os nutrientes cheguem de maneira mais eficiente às áreas diretamente ligadas às emoções, auxiliando na formação de novos neurônios. 

  • Matéria produzida na disciplina de Narrativa Jornalística no 1º semestre de 2025, pelas acadêmicas de Jornalismo Andressa Rodrigues e Nathaly Penna. Supervisão professora Glaíse Bohrer Palma.

Reitora Iraní Rupolo na solenidade de abertura do evento. Imagem: Vitória Maicá Gervásio/LABFEM

Foi realizado de 6 a 8 de maio, a 9ª Jornada Internacional de Enfermagem, o 8º Simpósio de Enfermagem Brasil-Alemanha, e o 7º Seminário de Saúde Materno Infantil que contou com palestras, mesa redonda, atividades temáticas, apresentação de trabalhos científicos e premiações.

O evento teve participações de profissionais de oito países do mundo, incluindo Colômbia, Alemanha e Canadá que contribuíram com discussões sobre o tema “Empreendedorismo social e tecnologias inclusivas em Enfermagem e Saúde Materno-Infantil”. Além disso, a mestranda Aparecida dos Santos Bezerra, que atua na Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), participou da mesa-redonda e compartilhou as experiências das parteiras indígenas potiguaras da Paraíba.

Durante o primeiro dia da Jornada, foi lançado o livro “Enfermagem 70 anos: da FACEM à UFN”, em comemoração aos 70 anos do curso de Enfermagem da Universidade Franciscana. A obra apresenta a trajetória histórica da graduação e foi organizada pelas professoras Carla Lizandra de Lima Ferreira, Cláudia Zamberlan, Dirce Stein Backes e Juliana Silveira Colomé.

Segundo a coordenadora do programa de pós-graduação em Saúde Materno Infantil, Dirce Stein, o impacto foi principalmente no incentivo à internacionalização dos alunos que puderam mostrar seus produtos, pesquisas e trabalhos. De acordo com a coordenadora do evento, Juliana Colomé, a jornada trouxe um olhar para as necessidades mundiais da área da saúde discutidas no momento, aperfeiçoando as práticas e o referencial teórico da Universidade.

Colaboração: Maria Valenthine Feistauer

Enquanto opções com glúten dominam, quem busca alternativas sem glúten enfrenta dificuldades nos estabelecimentos. Imagem: Freepik

Nos últimos anos, a demanda por alimentos sem glúten tem crescido de forma significativa, impulsionada tanto por necessidades médicas, como doença celíaca e a intolerância ao glúten, quanto pela busca por uma alimentação mais saudável. No entanto, mesmo com o aumento, ainda é difícil encontrar opções mais acessíveis em restaurantes, supermercados e em outros estabelecimentos.

A falta de alternativas sem glúten reflete um desafio que vai além de simples preferências alimentares: trata-se de garantir o direito à alimentação para quem possui restrições. Além dos diagnósticos médicos, há também uma parte da população que escolhe dietas sem glúten em busca de benefícios à saúde, como a melhora na digestão e a redução de inflamações.

Apesar da demanda, que cresce cada vez mais, muitos estabelecimentos enfrentam dificuldades para se adaptar. Falta de conhecimento técnico, desafios logísticos e custos mais elevados estão entre os principais fatores. No entanto, aqueles que estão dispostos a investir em produtos sem glúten, não apenas ampliam seu público, mas também demonstram compromisso com a inclusão alimentar.

 Há também uma carência de informação e conscientização sobre a seriedade das restrições alimentares. Pessoas com doença celíaca, por exemplo, não podem correr o risco de contaminação cruzada e isso exige um cuidado desde o preparo até o armazenamento dos alimentos. Ainda assim, muitos lugares tratam essa questão como algo secundário, por considerá-la trabalhosa, o que pode colocar a saúde de clientes em risco.

A inclusão de alimentos sem glúten não é só uma questão de atender a um intuito, mas de reconhecer e respeitar as necessidades reais de uma parte da população. A mudança exige investimento, mas também empatia, responsabilidade e vontade de oferecer uma experiência alimentar mais justa e acessível para todos.

  • Artigo produzido na disciplina de Narrativa Jornalística no 1º semestre de 2025. Supervisão professora Glaíse Bohrer Palma.

A 9ª Jornada Internacional de Enfermagem, o 8º Simpósio de Enfermagem Brasil-Alemanha e o 7º Seminário em Saúde Materno-Infantil ocorrem de 06 a 08 de maio de 2025 na Universidade Franciscana (UFN). O objetivo principal é fortalecer o empreendedorismo social e fornecer a difusão de saberes em Enfermagem e Saúde Materno-Infantil. O evento contará com momentos culturais, mesa redonda, atividades temáticas, palestras e participações de profissionais do exterior, como Alemanha e Colômbia. As inscrições podem ser feitas até dia 2 de maio. A programação completa você confere aqui.

Um dos nomes presentes é o professor Dr. Andreas Büscher, que atualmente é Diretor Científico da Rede Alemã para o Desenvolvimento da Qualidade em Enfermagem (DNQP) e atua junto à Hochschule Osnabrück/Alemanha. Professor Büscher tem como foco de estudo o desenvolvimento da qualidade em enfermagem e a assistência de enfermagem ambulatorial. Ele recebeu da UFN, em 2019, o título de Doutor Honoris Causa graças ao seu trabalho de intercâmbios de conhecimentos e por promover o reconhecimento do cuidado em Enfermagem como um fenômeno de alcance global. No dia 6 de maio, o professor participará da Conferência de Abertura ‘Empreendedorismo social e tecnologias inclusivas em Enfermagem e Saúde Materno-Infantil’

Outra palestrante é a Dra. Angélica María Ospina, doutora em Enfermagem pela Universidade Nacional da Colômbia, mestre em Educação e especialista em Epidemiologia, além de experiência clínica em ginecologia e obstetrícia, cirurgia e serviços de reabilitação. Dra Maria Ospina é especialista em cuidados à mulher durante a gestação e o pós-parto. A profissional já esteve na UFN, quando foi na avalista na banca do Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil na Universidade. No evento, ela vai participar da mesa redonda ‘Saúde materno-infantil: possibilidades inovadoras e empreendedoras’, no dia 7 de maio.

Colaboração: acadêmica de Jornalismo Isadora Rodrigues

Na segunda-feira, 4 de novembro, a Universidade Franciscana (UFN) promoveu o Mutirão pela Saúde, realizado no hall do prédio 15, Conjunto III, com o objetivo de oferecer atendimentos gratuitos à comunidade acadêmica e promover a conscientização sobre a importância de hábitos saudáveis. Diversos cursos da universidade participaram da ação, que teve como principal foco o alerta sobre os riscos do uso do cigarro eletrônico, o “vape”.

A iniciativa contou com o apoio da Fundação do Câncer e da Associação Nacional de Universidades Particulares (ANUP), e fez parte da campanha nacional “Movimento Vape OFF”, que busca combater o uso de substâncias prejudiciais à saúde, especialmente entre os jovens. A reitora da UFN, professora Iraní Rupolo, em uma entrevista para a ASSECOM destacou a relevância dessa ação: “Sabemos que o uso de qualquer tipo de tabaco é prejudicial. Esclarecer aos jovens, professores, adultos e famílias sobre os malefícios do uso do vape ou cigarro eletrônico é um dever. É uma responsabilidade alertar porque os jovens que aqui temos são saudáveis, inteligentes e têm a facilidade de compreender.”

Durante o Mutirão, a Universidade ofereceu diversos serviços gratuitos à comunidade acadêmica. O curso de Odontologia, por exemplo, realizou exames intraorais e extraorais para identificar lesões bucais relacionadas ao uso de substâncias como o tabaco. Já o curso de Fisioterapia disponibilizou testes de espirometria, que avaliam a capacidade pulmonar. Além disso, a Psicologia promoveu uma roda de conversa sobre o uso do vape e as formas de reduzir o consumo.

Curso de Odontologia promoveu atendimento. Imagem: Laura Gomes/ASSECOM

Profissionais dos cursos de Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Medicina e Nutrição também participaram da ação, proporcionando um atendimento integral à saúde e reforçando a importância de escolhas conscientes para o bem-estar de todos.

O Mutirão foi uma oportunidade para a UFN reforçar seu compromisso com a saúde dos alunos e estimular hábitos mais saudáveis. Além de oferecer serviços, o evento ajudou a conscientizar a comunidade acadêmica sobre os riscos do uso do cigarro eletrônico e outros vícios, mostrando a importância de cuidar da saúde, especialmente na juventude.

Marcelo Machado, de 43 anos, cobrador de ônibus, morreu no domingo, dia 6 de outubro, após uma série de atendimentos médicos que começaram com uma dor no braço e terminaram com uma internação na UTI do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). A fatalidade ocorreu após o Machado ser picado por uma aranha, o que inicialmente não foi diagnosticado.

Na sexta-feira, dia 4, Machado chegou em casa reclamando de uma dor intensa no braço direito. Na madrugada seguinte, foi até a Policlínica Ruben Noal, onde recebeu medicação para dor. No entanto, a dor persistiu, impedindo-o de dormir. Na manhã de sábado, retornou ao posto e recebeu um medicamento mais forte, mas o desconforto não cessou.

Preocupada, sua esposa, Rejane Machado, levou-o ao Pronto Atendimento do Patronato (PA), onde Marcelo passou por exames de raio-X e recebeu nova medicação para dor. Ainda sem diagnóstico preciso, o caso se agravou.

O veneno da aranha-marrom contém uma enzima que provoca a destruição de células, causando necrose nos tecidos ao redor da picada. Imagem: Rejane Machado

Horas depois, ao procurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), o médico de plantão identificou a picada de uma aranha-marrom como a provável causa dos sintomas. Marcelo foi liberado por volta das 18h, mas teve que aguardar duas horas até que uma ambulância o levasse ao Hospital Universitário de Santa Maria(HUSM). Ao chegar no HUSM, ele foi encaminhado diretamente para a emergência e, em seguida, para a UTI. Apesar dos esforços da equipe médica, Marcelo não resistiu e faleceu.

Outro grave incidente envolvendo um trabalhador da construção civil, ocorreu em outubro do ano passado. O operário, que preferiu não ser identificado, foi picado por uma aranha-marrom (Loxosceles) enquanto trabalhava com madeiras.

No momento da picada, sentiu apenas um incômodo no polegar da mão esquerda, pensando tratar-se de uma farpa. No entanto, horas depois, o dedo começou a inchar, acompanhado de dor intensa e febre. Preocupado com a piora dos sintomas, procurou atendimento médico. Após exames detalhados, foi confirmada a picada da aranha-marrom, uma das espécies mais perigosas do Brasil.

Após cerca de seis à oito horas da picada, os sintomas começam a surgir, como inchaço, dor, queimação e vermelhidão. Imagem: Tiago Miranda

O trabalhador passou dois meses internado para tratamento, necessitando de três cirurgias. Uma delas foi de debridamento, um procedimento cirúrgico para remover o tecido necrosado causado pela toxina do veneno. Mesmo após o longo período de internação, ele segue em tratamento fisioterápico e aguarda uma quarta cirurgia para a amputação da parte distal do polegar.

Os casos de picadas de aranha-marrom, embora não tão frequentes, podem ter consequências graves se não tratados rapidamente, com risco de necrose, perda de tecido e, em alguns casos, amputação. Especialistas reforçam a necessidade de cuidados em ambientes onde essas aranhas podem estar presentes, como construções e áreas com entulho, e alertam para a importância de procurar ajuda médica imediatamente ao perceber sintomas de envenenamento.

Acidentes causados por aranhas são a segunda maior causa de envenenamento no país. No ano passado, foram 43.933 casos de acidentes por aranhas registrados no Brasil, o que representa 12% do total de casos com animais peçonhentos. O Ministério da Saúde alertou que os aracnídeos são o segundo causador de envenenamentos, ficando atrás apenas dos escorpiões.

No Brasil, devido ao clima tropical e a biodiversidade favorável, o país abriga um grande número de animais peçonhentos, como serpentes, aranhas, escorpiões e outros animais cujas picadas ou mordidas podem resultar em graves consequências para a saúde humana. Embora apenas três grupos de aranhas causem acidentes graves, todas fazem parte do convívio humano, seja dentro de casa, nos quintais ou parques. No caso de picadas, é recomendado o uso de antivenenos, incluindo o soro antiaracnídico, distribuídos exclusivamente via Sistema Único de Saúde (SUS), podendo ser disponibilizado por hospitais públicos, filantrópicos e privados.

Acidentes por aranhas, ou araneísmo, é o quadro clínico de envenenamento decorrente da inoculação da peçonha de aranhas, através de um par de ferrões localizados na parte anterior do animal. Assim como os escorpiões, as aranhas são representantes da classe dos aracnídeos.

No Brasil, a Loxosceles (aranha-marrom ou aranha-violino) é uma das principais aranhas causadoras de envenenamentos graves. Os sintomas incluem dor de pequena intensidade, o local acometido pode evoluir com palidez mescladas com áreas equimóticas (placa marmória), instalada sobre uma região endurecida. Outros sinais podem ser observados, como vesículas ou bolhas com conteúdo sero-sanguinolento ou hemorrágico podem surgir na área endurecida. Em casos graves, ocorre hemólise intravascular, podendo levar à insuficiência renal aguda por necrose tubular, sem relação direta com a extensão da lesão cutânea.

A aranha-marrom pode ser encontrada dentro de casa, atrás de quadros, armários e calçados. Imagem: Shutterstock

A Phoneutria (aranha-armadeira ou aranha-macaca) tem como um de seus sintomas mais frequentes a dor imediata após a picada. A intensidade da dor é variável, podendo irradiar até a raiz do membro acometido. Outros sintomas incluem inchaço por acúmulo de líquidos, manchas vermelhas na pele, formigamento ou dormência, e excesso de suor no local da picada, onde podem ser visualizadas as marcas de dois pontos de inoculação.

Aranha-armadeira, ou aranha-macaca, pode ser encontrada em plantações de bananeiras e pode vir nos cachos da fruta. Imagem: Shutterstock

A terceira e não menos perigosa é a Latrodectos (viúva-negra), os sintomas de sua mordida são a dor, suor generalizado, alterações na pressão e nos batimentos cardíacos. Podem ocorrer ainda tremores, ansiedade, excitabilidade, insônia, dor de cabeça, manchas vermelhas na face e no pescoço. Em casos graves, há relatos de distúrbios de comportamento e choque.

Em caso de acidentes com animais peçonhentos, procure auxílio médico o mais rápido possível. Imagem: Shutterstock

O Instituto Butantan é o principal produtor de soros antiveneno no Brasil e o único a produzir o soro antiaracnídico para envenenamentos por aranhas e escorpiões. Os soros são distribuídos exclusivamente pelo SUS e estão disponíveis em hospitais públicos, filantrópicos ou privados, garantindo tratamento gratuito. O Ministério da Saúde, em seu último contrato, adquiriu, junto ao Butantan, 600 mil frascos de antivenenos para o atendimento de todos os acidentes por animais peçonhentos que são tratados com estes imunobiológicos na rede do SUS. 

O que fazer em caso de picada

  • Em caso de acidente, a principal orientação é procurar atendimento médico imediatamente.
  • Fotografar ou informar ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como tipo de animal, cor, tamanho, pode ajudar bastante no tratamento.
  • Se possível e, caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, também é indicado lavar o local da picada com água e sabão.
  • Além disso, realizar compressas mornas pode ajudar a aliviar a dor.
  • Já as medidas para prevenir acidentes com aranhas incluem manter jardins e quintais limpos, evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e material de construção nas proximidades das casas.
  • Outra dica é evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas, bem como limpar periodicamente terrenos baldios vizinhos.
  • Por fim, colocar soleiras nas portas e telas nas janelas, e usar telas em ralos do chão, pias ou tanques pode impedir o contato com estes animais peçonhentos

Na última quarta, 16 de outubro, o Governo Federal anunciou que não será feita a retomada do horário de verão. A decisão foi adiada para 2025 após uma reunião realizada entre o Ministro de Minas e Energia e o ONS. Segundo Alexandre Silveira, os principais motivos para o horário de verão ser adiado por agora é a economia que permanece estabilizada e a proximidade da data, pois caso houvesse alteração o horário começaria a partir da próxima semana de outubro.

Em reunião realizada no mês passado, a retomada do horário de verão foi sugerida pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). O motivo foi a seca que assola o Brasil nos últimos meses. Adotado pela primeira vez em 1931, no governo de Getúlio Vargas, e encerrado no ano de 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro, a medida tem por principal objetivo a redução da energia a partir do início de novembro até o começo de fevereiro. Em entrevista na terça, 8 de outubro, o Ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira destacou que havia a possibilidade do horário de verão não retornar caso haja aumento de chuvas no país.

Governo Federal reavalia o horário de verão para 2025. Foto: Nicolas Krawczyk/Arquivo Pessoal

Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes e o portal Reclame Aqui em setembro deste ano mostrou que das, 3 mil pessoas entrevistadas, 54,9 % são favoráveis a volta do horário e 41,8 não concordam com a volta do horário de verão. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, em que anteriormente a mudança de horário já havia sido adotada, os índices de preferência são mais relevantes, o total de 55,74% são a favor da volta.

Pesquisa aponta percentual de pessoas a favor ou contra a volta do horário de verão:

Fonte: Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL)

Para Eduardo Neves, CEO e cofundador do Reclame Aqui, os números são positivos e não negativos, devido a uma mudança de comportamento da população. “É perceptível que não há alta preocupação da população com a questão de saúde nem a adequação a um novo ritmo de horário para acordar e dormir, muito compensado pelo nível de satisfação de ter mais luz, um dia claro, mais longo para praticar esportes e socializar, por exemplo”, destacou o CEO.

A pesquisa demonstrou também que o horário de verão traz uma percepção de melhoria na saúde para a maioria das pessoas que aderem a ideia da mudança : 36,1% indicaram que ele influencia positivamente na saúde, contra 22,8% que dizem sentir efeitos negativos.

Danilo Machado, acadêmico de Odontologia, é favoravél a volta do horário de verão. Foto: Nelson Bofill/LABFEM

Foi produzida uma enquete para entender se os alunos da UFN eram contra ou a favor da mudança de horário e a maioria respondeu que sim pois, justificando que esta mudança torna o dia mais longo para concluir as tarefas diárias.

Entre os dias 24 e 26 de setembro, o hall do prédio 13 da Universidade Franciscana (UFN) foi palco do XXVIII Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão (SEPE). O evento, que já se consolidou como um dos mais importantes da instituição, reuniu especialistas, alunos e professores para socializar conhecimentos e discutir o tema “Cuidado com a vida na casa comum”. Durante os três dias, o SEPE ofereceu na sua programação conferências, painéis e apresentações de trabalhos acadêmicos. 

O simpósio contou com a apresentação de mais de 470 trabalhos. Foto: Miguel Cardoso/ASSECOM

As produções, fruto de projetos desenvolvidos no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão, reforçam a importância da integração entre o ambiente acadêmico e a comunidade. Um dos trabalhos em destaque foi o projeto de pesquisa do curso de Nutrição que teve como enfoque a alimentação e saúde de militares coordenado pela professora Natielen Schuch e com a participação das bolsista Vitória Perufo (3ª semestre), e as alunas Gabriela Fogaça e Dienifer Janner (4ª semestre).

O projeto Síndrome Metabólica e Doenças Cardiovasculares em Policiais Militares antes e após pandemia da Covid-19  surgiu da observação de uma particularidade presente na cidade que abriga o segundo maior contingente militar do Brasil. Embora o público militar tenha acesso a alimentação de qualidade e pratique regularmente exercícios físicos, a prevalência de doenças como a síndrome metabólica e problemas cardiovasculares é alta. De acordo com Gabriela, que iniciou o projeto, a pesquisa teve como objetivo entender os fatores por trás desses problemas de saúde, concentrando-se, inicialmente, nos policiais militares. “Percebemos que o estresse do trabalho e a rotina impactavam diretamente na alimentação e nas atividades físicas. Isso, somado a outros fatores, resultaram no aumento de doenças crônicas. Começamos com uma pesquisa de literatura para entender o que já havia sido estudado nessa área antes de atuar com esse público em Santa Maria”, explica Gabriela. No entanto, os desafios do projeto foram muitos, especialmente a falta de literatura científica local e de dados pós-pandemia. “A Covid-19 foi um dos maiores eventos estressores recentes, e não temos dados suficientes para entender totalmente como essa população foi afetada. Sabemos que foi de forma significativa, mas faltam evidências quantitativas sólidas”, comenta a acadêmica.

Impacto para os alunos

Para os alunos envolvidos, a experiência de participar de um projeto de iniciação científica desde o início da graduação tem sido enriquecedora. “É a minha primeira experiência como bolsista e, para mim, isso é muito importante para o futuro, tanto acadêmico quanto profissional”, afirma Jennifer, aluna participante do projeto. Vitória Perufo, bolsista participante da pesquisa, destacou como o projeto agrega valor à formação acadêmica: “Apresentar um trabalho no SEPE, além de ser gratificante, ajuda a desenvolver habilidades que vão além da sala de aula. Aprendemos muito sobre o processo de pesquisa e isso, sem dúvida, vai nos preparar melhor para a carreira.”

O projeto O uso excessivo de telas: uma revisão sistemática sobre os impactos cognitivos no desenvolvimento infantil do curso de Psicologia, composto por estudantes do terceiro semestre orientados pela professora Camila Almeida, também ganhou destaque no SEPE. A pesquisa realizou uma revisão sistemática da literatura, abordando temas relacionados à psicologia e à prática profissional.

A professora ressalta a importância desse tipo de trabalho para a formação dos alunos: “Eles estão começando a aprender como fazer uma revisão de literatura, que é algo burocrático e exige rigor. Apesar de estarem no início da trajetória acadêmica, eles se engajaram bastante e o resultado foi um trabalho muito interessante que trouxeram para o SEPE”, ressalta Camila.

Para a docente, participar de eventos como o SEPE é crucial para o desenvolvimento acadêmico e profissional dos alunos. “Muitos deles pensam apenas na prática, mas a psicologia é uma ciência que depende da pesquisa. Projetos assim ajudam os alunos a enxergar esse outro lado da profissão, que é essencial para quem deseja seguir em áreas como mestrado ou especializações”, conclui.

Confira fotos do SEPE

Fotos: Laura Gomes, Maria Eduarda Rossato, Miguel Cardoso/ ASSECOM, e Michélli Silveira/LABFEM
Colaboração de Aryane Machado