O Brasil é o 7º maior mercado de internet no mundo, com um público de 46,3 milhões de visitantes de 15 anos ou mais que acessam a internet pelo computador de casa ou do trabalho, aponta a empresa de consultoria comScore. Entre os sites mais acessados estão as redes sociais.
Facebook, Orkut e Twitter, lideram o ranking de acessos, porém, uma nova tendência tem chamado a atenção: as redes sociais segmentadas. Existem redes direcionadas a milionários, escritores, público infantil, e até mesmo exclusiva para pessoas bonitas. Seguindo essa tendência, surgem também as redes sociais para compartilhamento de conhecimento científico.
O ResearchGateé uma das redes sociais para cientistas mais populares do mundo. Cada pesquisador cria a sua rede de contatos. Como no Twitter, um usuário pode receber as atualizações de um pesquisador sem que ele o conheça. Há ainda a opção de ingressar em grupos nos quais são compartilhadas informações sobre a temática escolhida.
A principal intenção da ferramenta é ajudar a diminuir as principais ineficiências nos processos científicos, pois facilita a troca de experiências. De forma colaborativa, os pesquisadores encontram soluções ou mesmo discutem sobre os métodos utilizados.
Atualmente, são mais de 1,7 milhões de pesquisadores e estudantes universitários cadastrados, com cerca de 2.000 novos registros diariamente. Os brasileiros estão entre os dez países que mais utilizam a plataforma, segundo a assessoria de comunicação da empresa.
Rogério de Aquino Saraiva, doutorando em Bioquímica Toxicológica, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) faz parte desse índice. Entrou no ResearchGate porque a ferramenta possibilita o contato com pesquisadores da mesma linha de pesquisa que estuda, porém, ainda utiliza a plataforma esporadicamente. “Como entrei há pouco tempo, ainda estou entendendo como a rede funciona. No momento, tenho utilizado pouco, apenas para o intercâmbio de informações importantes como, por exemplo, esclarecer dúvidas sobre métodos utilizados”, pontua.
Já a professora do Programa de Pós-graduação em Comunicação, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Ana Luiza Coiro Moraes, doutora, não se recorda dos motivos que a fizeram se cadastrar na rede. Dos recursos digitais mais utilizados por Coiro para a troca de conhecimento com outros pesquisadores estão os grupos de discussão e o e-mail.“Utilizo as listas de discussão na internet da Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação em Comunicação (Compós) e da Federação Nacional do Professores de Jornalismo (FNPJ). Também participo da lista de discussão do grupo de pesquisa ´Análise de Telejornalismo´ ao qual me filio, em função do estágio pós-doutoral na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Além disso, tenho colegas adicionados como amigos no Facebook e uso o e-mail para me comunicar com professores e pesquisadores que já conheço”, salienta.
Apesar de ter um número representativo de pesquisadores cadastrados, o ResearchGate ainda precisa ser melhor explorado pelos cientistas brasileiros. “Seria uma ótima ferramenta, mas a desvantagem é que ainda tem poucos usuários no Brasil (pelo menos na minha área de pesquisa) e muitos desconhecem sua existência”, comenta Aquino.
Iniciativa santa-mariense
Muitas pessoas nem imaginam, mas a primeira rede social de divulgação científica brasileira surgiu de uma iniciativa de um santa-mariense, o professor da UFSM, Dr. Ricardo Simão Diniz Dalmolin.
Denominada SciSmart, nome que une ciência (science) e inteligência (smart), tem por objetivo reunir virtualmente interessados por ciência e educação em um único local, ajudando na popularização da ciência “O scismart entende que é necessário um maior conhecimento, por parte da população em geral e também por pessoas empreendedoras, o que está sendo realizado por diferentes cientistas, em diferentes instituições e de que forma essas informações podem contribuir para o desenvolvimento da sociedade”, comenta Dalmolin.
Moacir Tuzzin de Moraes, mestrando em Ciência do Solo pela (UFSM), relata que se cadastrou na plataforma para acessar as “salas de aulas virtuais” para compartilhar materiais específicos sobre determinados temas. “Utilizo umas duas vezes por dia. Através das salas de aulas virtuais, recebo materiais complementares e os apresentados em sala de aula de disciplinas ministradas presencialmente”, ressalta. Moraes espera que no futuro o SciSmart se torne um grande canal de comunicação entre a comunidade científica do Brasil e do mundo.
Cientistas também amam
A curiosa rede “Scientific Singles” tem uma proposta pra lá de inovadora: ser um serviço de paquera destinada a relacionamentos entre cientistas e amantes de ciência.
A plataforma oferece chats entre usuários e possibilita que pessoas com interesses em comum possam se encontrar. Se você está a procura do seu “cientista encantado” acesse: http://www.scientificsingles.com/
Links interessantes
Quer saber mais sobre o tema? A Agência Central Sul preparou uma lista de artigos que podem ajudar você a se aprofundar no assunto. Confira, clicando no título:
Artigo | Redes Sociais e popularização da Ciência
Artigo | Análise de redes sociais – aplicação nos estudos de transferência da informação
Artigo Redes Sociais na pesquisa científica da área de ciência da informação
Links: Redes Sociais Segmentadas
Por Maurício Lavarda do Nascimento.
Reportagem produzida na disciplina de Jornalismo Especializado II.