“A Casa Elétrica”, filme do gaúcho Gustavo Fogaça, narra o romantismo, a história e a cultura no começo do século XX. O filme foi exibido no último domingo, na Mostra de longas-metragens do FAM2013 – Festival Audiovisual do Mercosul que acontece em Florianópolis. Produzido pela Panda Filmes de Porto Alegre, o filme de ficção tem co-produção com a Argentina e a Itália, e é o primeiro longa do diretor.
Baseado em fatos reais, segundo o produtor, Beto Rodrigues, o filme teve três anos de pesquisa. “Um amigo do Gustavo é neto de Savério Leonetti (personagem que inspirou o filme) contou a história do avô para ele, que se interessou e começou a pesquisar. É um história que ninguém ou pouca gente conhecia sobre algo que se passou em Porto Alegre”, disse.
Com cenários em Porto Alegre e Buenos Aires, “A Casa Elétrica” é um filme que afirma a conexão entre essas duas cidades, e como o seu desenvolvimento cultural esteve sempre próximo. A participação de atores e técnicos dos dois países é só uma continuidade dessa conexão.
O longa-metragem se baseia na história da primeira fábrica de gramofones da América Latina que nasceu em Porto Alegre, no começo do século XX , por iniciativa de um imigrante recém-chegado da Itália apaixonado por uma mulher amante da música. O filme encontra espaço para mostrar a gravação do primeiro samba da história, e também a gravação do tango “El Chamuyo”, do maestro Francisco Canaro, considerado o primeiro tango prensado industrialmente.
Com humor e leveza, Fogaça consegue reunir samba, tango, amor numa obra que relata um importante cenário cultural do início do século passado no Rio Grande do Sul, e a sua conexão com a Argentina, que teria sido motivada por um romance de Savério Leonetti, o imigrante recém- chegado da Itália, fundador da fábrica A Casa Elétrica em Porto Alegre.
Gustavo Fogaça não pode participar do Festival por estar em gravações à trabalho e foi representado pelo produtor Beto Rodrigues.
Por Melina Guterres, jornalista, especial para ACS.