A palestra da última noite do 12º Fórum de Comunicação versou sobre o tema dos movimentos sociais e a mobilização via internet e foi ministrada pelo produtor cultural Atílio Alencar. Informal, Alencar pediu para não se pronunciar diante do microfone para que, assim, todos pudessem sentir-se mais à vontade no debate de um assunto tão atual.
O palestrante situou historicamente o contexto que deu origem aos movimentos sociais acionados pela internet, refletindo sobre as manifestações ocorridas em junho de 2013 no Brasil e o papel da mídia tradicional e da mídia livre nesses cenários. Para ele, a forma como a mídia tradicional transmite e repercute os movimentos sociais, se vale de modos operantes que, geralmente, tendem a criminalizar as ações coletivas, abordando-as de um ponto de vista negativo. “O mês de junho de 2013, foi uma mostra de que a mídia começou do jeito mais convencional ao chamar os manifestantes de vândalos. Mais a diante, perceberam que perdiam popularidade com essa abordagem. Então, a mídia corporativa reverteu o discurso e tentou neutralizar as pautas”, observa ele. Em contraposição, a mídia livre – que na opinião dele se difere da chamada mídia independente – é orgânica nas coberturas porque narra de dentro do acontecimento. Isto é um marco no modo de fazer jornalismo, enfatiza.
O produtor alertou ainda para o lugar das redes sociais no cotidiano dos usuários. “Tudo o que você falar nas redes sociais, em algum lugar estará arquivado”. Por outro lado, enfatiza que o problema não é a ferramenta usada e sim o como ela é usada.
Contundente, Alencar provocou questionamentos pertinentes e provocou o interesse dos alunos e professores, referentes às suas perspectivas expostas.