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Santa Maria, RS, Brazil

A representatividade da mulher no esporte

Angelica na cobertura de jogos pela Imembuí. Foto: Arquivo Pessoal/ Angelica Varaschini

Quem assiste aos noticiários e se depara com Alice Bastos Neves, Renata Fan, Fernanda Gentil e as demais jornalistas em frente às telas, até imagina que as mulheres sempre fizeram parte deste cenário. No entanto, foi necessário muito empenho e tempo para que elas chegassem até ali, mais ainda para alcançarem uma posição de prestígio neste mercado.

A participação das mulheres no esporte brasileiro vem aumentando gradativamente nas últimas décadas. No entanto, se comparada ao sexo masculino, no campo, arquibancadas e na área jornalística, não existe igualdade de gêneros.

Janaína em cobertura de jogo. Foto: Arquivo Pessoal

Angelica Varaschini, é formada em jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria. E hoje apresenta e produz o programa “Arena Esportiva”, na rádio Imembuí, sendo responsável pela apresentação esportiva. Também faz parte do quadro fixo no programa do André Campos o “Tá na hora”, que trata de informações dos times da cidade.

O cenário esportivo atual tende a cada vez mais inserir as mulheres. Angelica entende que o espaço conquistado pelas mulheres no esporte inaugura boas perspectiva. Por mais, que algum preconceito ainda resista nesse sentido. “Temos que mostrar o nosso trabalho, que estamos ali  por nossa capacidade e evolução, não porque se é mulher ou homem. Mas o campo esportivo para mulher vem ganhando muito, não só no futebol mas no vôlei, nas lutas, em tudo. Então eu acho que isso só tende a crescer ainda mais”, ressalta Angelica.

Em pesquisa realizada por nossa equipe com o uso do aplicativo de enquetes no Instagram e Twitter – conta pessoal –, opinaram sobre a mulher nessa área  pessoas de Santa Maria, Alegrete, Porto Alegre, Tramandaí e Santa Catarina. Com o total de 350 votos no Instagram, 82% das pessoas acreditam que a mulher está, sim, conquistando seu espaço no campo esportivo. Já no Twitter, a diferença não foi tão grande: 56% acreditam que sim, a mulher está despontado no esporte, já 44% acham que não. Algumas das pessoas que votaram justificaram o porquê de não achar que a mulher está conquistando seu espaço e, em sua maioria, as justificativas se dão em razão da desigualdade de gêneros gritante nesse meio, além da diferença de cargos e visibilidade a partir de quem participa jogando, por exemplo.

Fonte: Enquete feita na plataforma do Twitter. Gráficos: Allysson Marafiga
Fonte: Enquete feita na plataforma Instagram. Gráfico: Allysson Marafiga

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nessa onda de redes sociais, que vem tomando conta dos meios informativos as hashtags ganham espaço nas emissoras televisivas, fazendo interação com o Twitter. Um exemplo é a conhecida do #CentralDoTorcedor, no uso da qual, no Globo Esporte, os jornalistas respondem perguntas dos torcedores que acompanham os jogos e a programação.

Tamara Finardi segurando suas medalhas. Foto: Arquivo Pessoal

Janaína Wille, comentarista de futebol americano e repórter, ressalta a campanha #deixaelatrabalhar, que ganhou as redes sociais nos últimos tempos. Ainda assim, a mulher no jornalismo esportivo ocupa um lugar muitas vezes secundário. “Sempre vamos nos espelhar naquilo que vemos, nas referências que temos. E ainda há poucas referências de mulheres em determinadas funções, como narradores e comentaristas. Representatividade importa sim”, complementa  Janaína.

A realidade das mulheres que querem trabalhar com jornalismo esportivo ainda é dura. Desde o público em geral aos próprios colegas. Isso depende de uma mudança cultural. O esporte é reflexo da sociedade, e, para Janaína, a sociedade ainda é muito machista. As pessoas precisam mudar a mentalidade, mudar a forma de encarar e de ver a mulher dentro do jornalismo esportivo. “No meu caso, não aconteceram situações constrangedoras enquanto trabalhava com futebol americano. Mas com o futebol que se joga no Brasil, sim. 

Em Santa Maria, as mulheres buscam cada vez mais se inserir no esporte.  Fundaram diversos times de futsal, hugby, basquete, vôlei, futebol americano, entre outros esportes em que  “batem um bolão”.  Tamara Finardi é um belo exemplo disso, é graduada na Unipampa e apaixonada por Jornalismo e esporte, mais especificamente o futsal. A prática teve início como uma brincadeira, mas a partir disso se tornou algo sério com a ideia de tratar de pautas relacionadas à mulher no esporte.

Junto com cinco amigas, da área da comunicação, elas criaram a proposta de um programa chamado “O pódio é dela”, todo destinado a mulheres no esporte, veiculado na Rádio Armazém. Abordar a representatividade e buscar fortalecer a mulher neste espaço, seja no jornalismo esportivo, em meio a atletas ou a qualquer meio esportivo é o nosso foco, diz Tamara.

 

Texto produzido por Allysson Marafiga e Luana Oliveira, na disciplina de Jornalismo Investigativo, do Curso de Jornalismo da UFN, ministrada pela professora Carla Torres durante o 2º semestre de 2018.

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Angelica na cobertura de jogos pela Imembuí. Foto: Arquivo Pessoal/ Angelica Varaschini

Quem assiste aos noticiários e se depara com Alice Bastos Neves, Renata Fan, Fernanda Gentil e as demais jornalistas em frente às telas, até imagina que as mulheres sempre fizeram parte deste cenário. No entanto, foi necessário muito empenho e tempo para que elas chegassem até ali, mais ainda para alcançarem uma posição de prestígio neste mercado.

A participação das mulheres no esporte brasileiro vem aumentando gradativamente nas últimas décadas. No entanto, se comparada ao sexo masculino, no campo, arquibancadas e na área jornalística, não existe igualdade de gêneros.

Janaína em cobertura de jogo. Foto: Arquivo Pessoal

Angelica Varaschini, é formada em jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria. E hoje apresenta e produz o programa “Arena Esportiva”, na rádio Imembuí, sendo responsável pela apresentação esportiva. Também faz parte do quadro fixo no programa do André Campos o “Tá na hora”, que trata de informações dos times da cidade.

O cenário esportivo atual tende a cada vez mais inserir as mulheres. Angelica entende que o espaço conquistado pelas mulheres no esporte inaugura boas perspectiva. Por mais, que algum preconceito ainda resista nesse sentido. “Temos que mostrar o nosso trabalho, que estamos ali  por nossa capacidade e evolução, não porque se é mulher ou homem. Mas o campo esportivo para mulher vem ganhando muito, não só no futebol mas no vôlei, nas lutas, em tudo. Então eu acho que isso só tende a crescer ainda mais”, ressalta Angelica.

Em pesquisa realizada por nossa equipe com o uso do aplicativo de enquetes no Instagram e Twitter – conta pessoal –, opinaram sobre a mulher nessa área  pessoas de Santa Maria, Alegrete, Porto Alegre, Tramandaí e Santa Catarina. Com o total de 350 votos no Instagram, 82% das pessoas acreditam que a mulher está, sim, conquistando seu espaço no campo esportivo. Já no Twitter, a diferença não foi tão grande: 56% acreditam que sim, a mulher está despontado no esporte, já 44% acham que não. Algumas das pessoas que votaram justificaram o porquê de não achar que a mulher está conquistando seu espaço e, em sua maioria, as justificativas se dão em razão da desigualdade de gêneros gritante nesse meio, além da diferença de cargos e visibilidade a partir de quem participa jogando, por exemplo.

Fonte: Enquete feita na plataforma do Twitter. Gráficos: Allysson Marafiga
Fonte: Enquete feita na plataforma Instagram. Gráfico: Allysson Marafiga

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nessa onda de redes sociais, que vem tomando conta dos meios informativos as hashtags ganham espaço nas emissoras televisivas, fazendo interação com o Twitter. Um exemplo é a conhecida do #CentralDoTorcedor, no uso da qual, no Globo Esporte, os jornalistas respondem perguntas dos torcedores que acompanham os jogos e a programação.

Tamara Finardi segurando suas medalhas. Foto: Arquivo Pessoal

Janaína Wille, comentarista de futebol americano e repórter, ressalta a campanha #deixaelatrabalhar, que ganhou as redes sociais nos últimos tempos. Ainda assim, a mulher no jornalismo esportivo ocupa um lugar muitas vezes secundário. “Sempre vamos nos espelhar naquilo que vemos, nas referências que temos. E ainda há poucas referências de mulheres em determinadas funções, como narradores e comentaristas. Representatividade importa sim”, complementa  Janaína.

A realidade das mulheres que querem trabalhar com jornalismo esportivo ainda é dura. Desde o público em geral aos próprios colegas. Isso depende de uma mudança cultural. O esporte é reflexo da sociedade, e, para Janaína, a sociedade ainda é muito machista. As pessoas precisam mudar a mentalidade, mudar a forma de encarar e de ver a mulher dentro do jornalismo esportivo. “No meu caso, não aconteceram situações constrangedoras enquanto trabalhava com futebol americano. Mas com o futebol que se joga no Brasil, sim. 

Em Santa Maria, as mulheres buscam cada vez mais se inserir no esporte.  Fundaram diversos times de futsal, hugby, basquete, vôlei, futebol americano, entre outros esportes em que  “batem um bolão”.  Tamara Finardi é um belo exemplo disso, é graduada na Unipampa e apaixonada por Jornalismo e esporte, mais especificamente o futsal. A prática teve início como uma brincadeira, mas a partir disso se tornou algo sério com a ideia de tratar de pautas relacionadas à mulher no esporte.

Junto com cinco amigas, da área da comunicação, elas criaram a proposta de um programa chamado “O pódio é dela”, todo destinado a mulheres no esporte, veiculado na Rádio Armazém. Abordar a representatividade e buscar fortalecer a mulher neste espaço, seja no jornalismo esportivo, em meio a atletas ou a qualquer meio esportivo é o nosso foco, diz Tamara.

 

Texto produzido por Allysson Marafiga e Luana Oliveira, na disciplina de Jornalismo Investigativo, do Curso de Jornalismo da UFN, ministrada pela professora Carla Torres durante o 2º semestre de 2018.