Um reino onde mulheres se fazem ouvir, escolhem seus destinos, realizam seus sonhos e escrevem suas próprias histórias. Nesse reino, Rapunzel decidiu que queria conhecer o mundo, cortou suas longas tranças, fez uma corda com elas e desceu da torre alta. Viajou, comeu e amou. Aproveitou cada segundo da sua vida, livre, leve e solta.
Outra mulher também vivia por lá, Branca de Neve, considerada uma princesa, sabia exatamente onde queria chegar. Usou sua determinação, junto com as habilidades dos seus fiéis escudeiros, os sete anões. Virou uma empresária de sucesso, rica e poderosa, a Dona do Pedaço.
Do outro lado do reino, Cinderela disse umas verdades para sua madrasta cruel e suas irmãs postiças. Se livrou do relacionamento abusivo que tinha com elas e suas sapatilhas de cristal tornaram-se tendência nos quatro cantos do reino. Assim, nunca mais precisou entrar em uma carruagem que virava abóbora.
Aurora, que era conhecida como a Bela Adormecida, cansou de esperar o príncipe encantado. Na verdade, essa espera em sono profundo a fez pensar sobre sua vida e suas escolhas. Quando acordou, dispensou príncipes encantados, para um belo dia conhecer a destemida princesa Anna, de um distante reino de gelo, para juntas encontrarem o amor e viverem felizes para sempre.
Outra notável personagem desse lugar era uma menina dos cabelos de fogo, princesa e sereia, chamada Ariel. Nessa história ela não trocou sua voz por um par de pernas. Ela usou a sua voz para defender os animais marinhos contra as ações dos seres humanos e virou uma famosa ativista ambiental.
Não podemos deixar de falar de duas mulheres fortes e guerreiras desde crianças. Lideres dos seus povos, admiradas e respeitadas, não só reconhecidas pela beleza, Pocahontas e Mulan.
E por último, mas não menos importante, da periferia do reino, Tiana, uma princesa negra, extremamente inteligente, que propaga o Black Power por onde passa, recrutando seguidores, exigindo respeito e igualdade, sempre embalada ao som do jazz e do blues.
Todas as mulheres citadas nessa história mudaram seus destinos já escritos, para simplesmente escolherem o que quiser para suas vidas. Que assim como elas, todas as mulheres possam escrever suas próprias histórias, sem aceitar nada menos do que a felicidade.
Por Fabian Lisboa, acadêmico do curso de Jornalismo da UFN