Os profissionais que vivem dos materiais recicláveis – catadores e recicladores em especial – são, sem sombra de dúvidas, dos mais importantes para a sociedade. Além de serem profissões dignas e honestas, não se pode negar que batalhadas também é uma característica que lhes precedem. E como poderíamos deixar de constatar este fato ou seremos indiferentes a isso em se sabendo as condições deste tipo de trabalho, do pouco ou nenhum apoio governamental e a vida daqueles que são os seus profissionais? Ignorar suas origens e situações socioeconômicas de pobreza ou miséria total? Muitas vezes sem acesso à escolaridade – não fossem as Cooperativas e ONG’s formadas pelos próprios profissionais destas áreas – também não teriam condições de qualificar-se para o desenvolvimento destas atividades.
Este fragmento fotojornalístico de rua demostra exatamente a luta diária dos brasileiros e profissionais iguais ao sujeito da imagem. A partir do conteúdo do instante fotográfico e seus detalhes, vê-se um homem humilde e de resistência. Segurando uma enorme e quase lotada bagagem de materiais recicláveis às costas, com o andar e a postura curvados como se estivesse fazendo muita força, e com o rosto escondido sob um boné que representa, com sua estampa de um ícone da força física das histórias em quadrinhos, filmes e desenhos infantojuvenis, sua batalha. E tal como o personagem do seu gorro, O Incrível Hulk, com sua força imbatível – emocional e física -, carrega seu fardo/trabalho pela necessidade de sobreviver.
Por Laura Fabrício, jornalista, fotógrafa e professora no curso de Jornalismo da UFN