Há um ano fechei o consultório e imaginei: por três semanas? um ou dois meses?
Tantas incertezas, inseguranças, desconhecimento do entorno e do que ainda estava por vir. Muita coisa a pensar, aguardar, aprender, surpreender. A palavra era: reinvenção. Haveríamos de seguir e conseguir.
E aqui, uma pausa em forma de homenagem e orações aos que não superaram e tombaram (ou foram tombados..) no meio do caminho. Não só nos deparamos com cenas tristes e chocantes de despedidas dolorosas, como também com situações em que imperaram/imperam a morosidade, a falta de empatia e de humanidade/sensibilidade.
Outra pausa com muita reverência e aplausos veementes aos médicos e demais profissionais envolvidos com a Covid-19. Nesse ano que passou voando, constatou-se mais do que nunca, como o tempo tem pressa, é fugaz, feito de instantes fugidios e leva tudo o que encontra pela frente!
Nunca refleti (e vivi) intensamente sobre conceitos trais como: impermanência, vulnerabilidade, (des)equilíbrio, reconstrução e criatividade entre outros.
Atualmente, há auroras benfazejas nos caminhos vindouros – vacinas – ainda não suficientes, mas chegaremos lá. Tenho escutado e acolhido muitas dores, queixas e descrenças. (“Não posso viver sem minha vida! Não posso viver sem minha alma”! Emily Bronté em O morro dos Ventos Uivantes)
Que venham os dias melhores, (retornarei ao consultório) que nos sobrem desejos para seguirmos fortes e curiosos no desvelamento dos mistérios do mundo.
Que Deus nos proteja!
Abacadabra! A palavra vem do hebraico e significa Faz-se ! Haja Luz !!!!
Lia Steinbruch Carrion Fernandes, psicanalista
Uma resposta
Deleite poético ler esta crônica.
Abracadabra, e assim será!!!