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Esporte

Atletas de futsal não poderão jogar as próximas partidas do campeonato estadual

Associação Caçapavana de Futsal alega que não há cláusula que proíba meninas de jogarem o campeonato

As jovens Marilia Valmarath, 14 anos, e Maria Luisa Dias, 13, foram impedidas de jogar os próximos jogos do campeonato estadual de futsal sub-15 do Rio Grande do Sul. Elas são jogadoras da Associação Caçapavana de Futsal (ACF), equipe de Caçapava do Sul, interior do RS. A ACF recebeu a notícia de maneira informal, do representante da Liga Gaúcha de Futsal, dizendo que as meninas não poderiam jogar. Como medida de precaução, a escola decidiu afastar as atletas e agora aguarda um pronunciamento oficial para então fazer a apelação.

Manifestação em prol das atletas. Imagem: Farrapo

Seguindo o regulamento da organização, as inscrições foram efetuadas e elas participaram de sete rodadas da competição , pois não havia cláusula proibindo a participação de meninas. Foi então que o representante da liga entrou em contato com a ACF e informou que não seria mais possível a participação das jovens nos próximos jogos.   

Nilberto Barbosa, vice-presidente da ACF, conta que: “Recebemos um contato informal do representante da Liga Gaúcha informando que as meninas não podiam jogar o Gaúchão Sub-15 de Futsal por se tratar de um campeonato apenas masculino, o que nos pegou de surpresa, pois a própria liga recebeu os documentos de inscrição das meninas e as liberam para jogar no BID da competição, e assim escalamos elas nas 7 rodadas que foram realizadas até então. Assim, aguardamos se haverá alguma formalização referente ao impedimento das meninas em jogar, o que ainda não ocorreu”. Caso a decisão formal seja negativa à volta das atletas a Associação pretende recorrer pois: “quem autorizou elas a jogarem até aqui foi a própria liga, revisaram os documentos e viram que eram meninas e as liberaram”, afirma Barbosa.

Foi então que indignação tomou conta das famílias, amigos e colegas das atletas. A campanha “Lugar de mulher é onde ela quiser” tomou conta dos grupos de Whatsapp, Facebook e Instagram.

A Associação apoia as manifestações, “achamos válido, pois acreditamos que se não há competição feminina na idade sub-15 elas não podem ser impedidas de jogar na masculina. A ressalva que fizemos é que não recebemos de forma oficial o impeditivo, apenas afastamos as meninas de forma preventiva”, Barbosa.

Marília Valmarath tem 14 anos, é estudante do 9º ano do ensino fundamental e joga de ala da ACF. A atleta conta que, “me senti bem mal (com a proibição) pois eu estava me esforçando bastante e treinando muito para eu jogar”. A jovem espera que possa continuar jogando, “estou botando bastante expectativas nisso”. Ela conta que sentiu-se muito feliz perante as manifestações e acolhida da comunidade.

Marilia Valmarath, atleta da ACF. Imagem: arquivo pessoal.

Maria Luisa Dias tem 13 anos, é estudante do 8º ano do ensino fundamental e é goleira da ACF. A jovem ficou muito chateada com a decisão: “eu iria jogar um pouco na próxima partida e aí aconteceu tudo isso”. “Teve um grande movimento não só das mulheres mas como dos homens também, fizeram uma camiseta e estão fazendo uma campanha”, relata a jovem. Suas expectativas são que a Liga reconheça o erro e que ela e Marilia voltem a jogar o campeonato.

Maria Luisa Dias, atleta da ACF. Imagem: arquivo pessoal.

Tentamos entrar em contato com a Liga Gaúcha de Futsal, porém não houve resposta.

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As jovens Marilia Valmarath, 14 anos, e Maria Luisa Dias, 13, foram impedidas de jogar os próximos jogos do campeonato estadual de futsal sub-15 do Rio Grande do Sul. Elas são jogadoras da Associação Caçapavana de Futsal (ACF), equipe de Caçapava do Sul, interior do RS. A ACF recebeu a notícia de maneira informal, do representante da Liga Gaúcha de Futsal, dizendo que as meninas não poderiam jogar. Como medida de precaução, a escola decidiu afastar as atletas e agora aguarda um pronunciamento oficial para então fazer a apelação.

Manifestação em prol das atletas. Imagem: Farrapo

Seguindo o regulamento da organização, as inscrições foram efetuadas e elas participaram de sete rodadas da competição , pois não havia cláusula proibindo a participação de meninas. Foi então que o representante da liga entrou em contato com a ACF e informou que não seria mais possível a participação das jovens nos próximos jogos.   

Nilberto Barbosa, vice-presidente da ACF, conta que: “Recebemos um contato informal do representante da Liga Gaúcha informando que as meninas não podiam jogar o Gaúchão Sub-15 de Futsal por se tratar de um campeonato apenas masculino, o que nos pegou de surpresa, pois a própria liga recebeu os documentos de inscrição das meninas e as liberam para jogar no BID da competição, e assim escalamos elas nas 7 rodadas que foram realizadas até então. Assim, aguardamos se haverá alguma formalização referente ao impedimento das meninas em jogar, o que ainda não ocorreu”. Caso a decisão formal seja negativa à volta das atletas a Associação pretende recorrer pois: “quem autorizou elas a jogarem até aqui foi a própria liga, revisaram os documentos e viram que eram meninas e as liberaram”, afirma Barbosa.

Foi então que indignação tomou conta das famílias, amigos e colegas das atletas. A campanha “Lugar de mulher é onde ela quiser” tomou conta dos grupos de Whatsapp, Facebook e Instagram.

A Associação apoia as manifestações, “achamos válido, pois acreditamos que se não há competição feminina na idade sub-15 elas não podem ser impedidas de jogar na masculina. A ressalva que fizemos é que não recebemos de forma oficial o impeditivo, apenas afastamos as meninas de forma preventiva”, Barbosa.

Marília Valmarath tem 14 anos, é estudante do 9º ano do ensino fundamental e joga de ala da ACF. A atleta conta que, “me senti bem mal (com a proibição) pois eu estava me esforçando bastante e treinando muito para eu jogar”. A jovem espera que possa continuar jogando, “estou botando bastante expectativas nisso”. Ela conta que sentiu-se muito feliz perante as manifestações e acolhida da comunidade.

Marilia Valmarath, atleta da ACF. Imagem: arquivo pessoal.

Maria Luisa Dias tem 13 anos, é estudante do 8º ano do ensino fundamental e é goleira da ACF. A jovem ficou muito chateada com a decisão: “eu iria jogar um pouco na próxima partida e aí aconteceu tudo isso”. “Teve um grande movimento não só das mulheres mas como dos homens também, fizeram uma camiseta e estão fazendo uma campanha”, relata a jovem. Suas expectativas são que a Liga reconheça o erro e que ela e Marilia voltem a jogar o campeonato.

Maria Luisa Dias, atleta da ACF. Imagem: arquivo pessoal.

Tentamos entrar em contato com a Liga Gaúcha de Futsal, porém não houve resposta.